Nesta terça-feira, 28 de junho, aconteceu o lançamento da Rede de Inteligência Artificial Ética e Segura (RAIES), iniciativa da PUCRS contemplado no edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) destinado à criação de Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas (RITEs/RS). O projeto, que tem como objetivo tornar o Estado uma referência nacional e internacional em pesquisa e aplicação de Inteligência Artificial (IA), posiciona a Universidade como pioneira no desenvolvimento da tecnologia.
Liderado pelo Navi, Hub de Ciência de Dados e Inteligência Artificial sediado no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, e pela a AI Robotics Ethics Society (AIRES PUCRS), o projeto RAIES busca criar embasamento teórico e técnico para a promoção do desenvolvimento da Inteligência Artificial de forma ética e segura. A rede é formada por 17 instituições internacionais e nacionais, seis empresas e 40 pesquisadores de nove áreas do conhecimento.
“Hoje muitas empresas do setor público e privado utilizam Inteligência Artificial. Nosso objetivo é apoiar esses desenvolvedores por meio deste projeto que é interdisciplinar, unindo áreas da Escola Politécnica, da Escola de Direito, da Escola de Medicina e da Escola de Humanidades”, explica o professor e pesquisador da PUCRS Nythamar de Oliveira, coordenador do RAIES.
De acordo com Pró-Reitor de Identidade Institucional da PUCRS, Ir. Marcelo Bonhemberger, que também desenvolve pesquisas nas áreas de Ética, Bioética e Direitos Humanos, o projeto RAIES é uma iniciativa que integra saberes. “Por meio desse projeto, será possível trabalhar em uma rede interdisciplinar de pensadores, professores e estudantes de diferentes níveis, saberes e inteligências em prol de soluções éticas e seguras em inteligência artificial”, destacou o Pró-Reitor.
O evento de lançamento do projeto contou com a presença do diretor administrativo-financeiro da Fapergs, Mauro Mastella, que explicou que a rede passou a integrar o edital RITEs, oferecido pelo governo do Rio Grande do Sul, para estimular a pesquisa e a geração de tecnologia e inovação em áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento socioeconômico. De acordo com Mastella, ao todo, foram 14 projetos contemplados no edital que prevê um investimento de R$ 30 milhões.
“Quando vemos iniciativas como essa, nós ficamos muito felizes por conseguir aproximar muito bem a indústria com a Universidade. Todas as características que procurávamos no edital estão presentes neste projeto de tamanha inteligência. Parabéns a todos os envolvidos nessa grande rede”, elogiou o diretor da Fapergs.
Gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc, Flávia Fiorin também ressaltou a importância da iniciativa para a construção de um verdadeiro ecossistema de inovação e desenvolvimento na Universidade e no Rio Grande do Sul.
Pesquisadores de diferentes Escolas da Universidade destacaram os pilares que compõe as ações do projeto RAIES: Jurídico, Ético e Técnico. O pesquisador da Escola de Direito Paulo Caliendo, vice-coordenador do projeto, abordou a atuação jurídica do RAEIS, que envolve ações de suporte e responsabilização legal a empresas e desenvolvedores.
“Atualmente, o Brasil ainda não possui um marco legal sobre inteligência artificial. O campo da tecnologia precisa de normas sobre pesquisa, elaboração, desenvolvimento e responsabilização para que empresas e universidades saibam para onde ir. Por isso, vamos focar nossos esforços em transformar produções científicas em desenvolvimento econômico e social para o País”, destacou Caliendo.
O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Filosofia e presidente da AIRES PUCRS, Nicholas Kluge, e o pesquisador da Escola Politécnica Rodrigo Barros também abordaram as problemáticas que nortearam a criação do projeto RAIES. De acordo com os pesquisadores, à medida que a IA assume o papel de tomar decisões que influenciam e impactam a vida das pessoas, a responsabilidade das empresas que desenvolvem e utilizam esses sistemas aumenta.
“Cada vez mais se faz necessário gerenciar os potenciais riscos e implicações sócio-técnicas da adoção de inteligência artificial na sociedade. Por isso, os envolvidos no Projeto RAIES serão responsáveis por auxiliarem desenvolvedores a explorar como uma determinada aplicação de IA pode vir a impactar e promover riscos ou benefícios à sociedade”, destacou Rodrigo Barros.
A AI Robotics Ethics Society (AIRES) é uma organização sem fins lucrativos fundada por Aaron Hui em 2018. A organização tem como propósito conscientizar sobre a importância da implementação e regulamentação ética da IA. A AIRES está presente na UCLA, na USC, Caltech, Stanford University, Cornell University, Brown University e na PUCRS. A Universidade é a primeira a receber a AIRES internacionalmente. Na PUCRS, a organização conta com 18 membros e fica sediada no NAVI.
A constituição de Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas (RITEs) pelo governo do RS por meio de instituições científicas tem como finalidade estimular a pesquisa e a geração de tecnologia e inovação em áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento socioeconômico. Os recursos que serão repassados aos projetos, por meio da Fapergs, são provenientes do programa transversal Avançar RS, voltado para o crescimento econômico e para a melhoria da qualidade da prestação de serviços. O prazo de execução do RITEs/RS é de até 48 meses.
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