Longe de casa desde setembro do ano passado, uma vez por semana, Débora Kunz visita um lar de refugiados de diversos países. Nas segundas à noite, das 19h às 21h, faz Kinderbetreuung. Brinca com crianças entre 4 e 12 anos. Explica as atividades em alemão. Se alguém não entende, geralmente outra criança traduz para sua língua materna. “Esse trabalho faz com que eu me sinta melhor aqui e veja que não sou só eu que estou longe da minha terra natal. Sempre é possível fazer um começo novo”, reflete.
Todos os anos, estudantes de graduação da PUCRS fazem as malas em busca de experiências internacionais durante a formação acadêmica que, posteriormente, possam ser um diferencial para o mercado. Alguns alunos em mobilidade vão além, ultrapassam a dimensão universitária e mergulham em diferentes realidades. Levam consigo, além de roupas e objetos, sentimentos humanitários, solidariedade, empatia, altruísmo, amizade, carinho pelo próximo. Dedicam parte de seu tempo no exterior em atividades de voluntariado.
Débora cursou até o 5º semestre de Matemática (bacharelado) na PUCRS e, então, embarcou para a Alemanha via Ciência sem Fronteiras. Nos primeiros seis meses, fez um curso de alemão na cidade de Marburg. Desde março, mora em Berlim e estuda na Freie Universitat, onde ficará até fevereiro de 2016. “Gosto muito de crianças, sentia falta desse contato e me sentia pouco útil, apenas frequentando a Faculdade. Queria algo que me trouxesse bem-estar. Participo de um grupo de alunos internacionais e, num dos encontros, conversei com uma menina da Califórnia. Ela falou sobre o trabalho voluntário e pedi mais informações”, conta. A atividade é liderada pela instituição Multitude. Em Porto Alegre, Débora atuava como voluntária no Centro de Pastoral e Solidariedade, liderando um grupo de jovens.
Um mundo diferente e mais otimista
Na Cruz Vermelha Portuguesa, Luciene Garay trabalhou com crianças na área recreativa: fazia balões de bexiguinha e desenhos no rosto ou nas mãozinhas. Também arrecadou alimentos e dinheiro para o tratamento de pequenos com câncer.
Formada em Psicologia, em janeiro de 2015, cursou o 7º semestre na Universidade do Porto, de fevereiro a julho de 2013. Antes de realizar o intercâmbio, procurou pela Cruz Vermelha Brasileira para conhecer o trabalho voluntário e informar-se sobre como atuar na Cruz Vermelha de Portugal. Chegando lá, procurou pela instituição na primeira semana. “O que me motivou foi a vontade de ajudar pessoas que vivem fora do meu país e de estar mais próxima de uma cultura diferente”, revela.
Essa foi a primeira vez que Luciene atuou como voluntária, pretendendo dedicar-se, no futuro, a ações solidárias. “Mais do que para meu currículo e formação, a experiência acrescentou para a vida. Quando morei em Portugal, o país estava em crise (e ainda está). Porém, por mais que as pessoas estivessem passando por um período difícil, contribuíam e doavam o que ainda restava. Isso me trouxe uma visão de mundo diferente e mais otimista. Aprendi que sempre é possível fazer algo para melhorar as situações, por mais difíceis que sejam. Quando fazemos algo com o coração, saímos mais satisfeitos e felizes de um dia de trabalho”, garante.
Leia a reportagem completa na Revista PUCRS nº 176, páginas 28, 29 e 30.
IN ENGLISH
International experiences and solidarity Many PUCRS students in academic mobility devote part of their time to volunteering activities. Until February 2016, Débora Kunz, a Mathematics student, will be living in Berlin. She attends the Freie Universitat and, once a week, visits a home for refugees from several countries, where she plays with children.
Having graduated in Psychology, Luciene Garay attended her 7th semester at the University of Porto, in Portugal, and worked at the Red Cross’ recreational department, collecting food and money for the treatment of children with cancer. Caroline Chagas, a Pharmacy student, spent 18 months in an exchange program at the Memorial University of Newfoundland, Canada, and worked at Let’s Talk Science.
Mechanical Engineering undergraduate Eduardo Kessler studied at the University of Alabama, USA, for two semesters. There he helped to distribute study kits for needy families. According to the Careers Office, international experiences add a competitive feature to curricula vitae, and volunteering activities are highly valued, especially by multinationals.