Ações de Diversidade e Inclusão nas organizações e instituições tem se tornado um tema prioritário para a promoção de um ambiente organizacional cada vez mais plural. Universidades, empresas e outros setores da sociedade vêm investindo cada vez mais nessa pauta: de acordo com o levantamento realizado pela Pesquisa Benchmarking, 81% das organizações entrevistadas destinam recursos para ações de diversidade e inclusão. A Universidade realiza projetos para transformar essas ações em realidade e, neste ano, relançou o Programa Somar, um projeto voltado para a diversidade e inclusão de pessoas na PUCRS.
Bruna Bernardes, responsável pela área de Diversidade e Inclusão da PUCRS, explica que a Universidade deve ser um espaço que acolhe e entende diferenças. E por isso, está buscando construir uma cultura inclusiva e de respeito à diversidade. No âmbito prático, Bruna enfatiza que a PUCRS está firmando parcerias internas e externas, fomentando o tema com ações de comunicação interna, sensibilizando os colaboradores e lançando novos projetos, como o Somar Aprendiz (capacitação de pessoas com deficiência junto ao Senac).
“Estamos construindo uma cultura inclusiva promovendo debates sobre o tema através de palestras, painéis, ações de comunicação interna e atuando fortemente com gestores, nossos grandes aliados na causa. Além do relançamento do Somar, em 2023 firmamos uma parceria com o Sistema Nacional de Emprego (SINE) para ofertas de vagas afirmativas para PCDs e com o Programa de Trabalho Educativo da Prefeitura de Porto Alegre”
A pauta de Diversidade e Inclusão está alinhado ao Planejamento Estratégico da PUCRS (2023-2027) no âmbito da Responsabilidade Social. Bruna explica que as iniciativas realizadas dentro da PUCRS impactam diretamente a sociedade e a comunidade. “É dever da Universidade dar atenção a esses temas, promovendo diversidade, inclusão, equidade e acessibilidade”.
A Universidade conta com diversos/as colaboradores/as que têm algum tipo de deficiência. Henrique Gabriel Cabral é usuário de cadeira de rodas e trabalha há oito anos na PUCRS. Formado em Engenharia de Controle Automação e mestre em Engenharia Elétrica, Henrique hoje é o técnico responsável da Agência Experimental de Projetos De Engenharia (AGEPE). Para o engenheiro, que trabalha diariamente na Escola Politécnica, a PUCRS hoje acolhe todos e todas.
“Eu vejo a inclusão aqui na valorização e no reconhecimento do profissional. Nesse sentido, eu consigo ver que existe um acolhimento com as pessoas, que o conhecimento de cada um é muito valorizado para entender o que elas têm a agregar para a Universidade. Desde os meus tempos de estudante até agora houve diversas mudanças, e na reforma da AGEPE e eu fui consultado desde o início para tornar o ambiente o mais acessível possível.”
O Programa Somar e as outras ações mensais que são realizadas na PUCRS são apenas o começo, e o objetivo é tornar o tornar o ambiente universitário cada vez mais diverso e inclusivo. No entanto, nada se constrói sem o apoio coletivo. Bruna reforça que o primeiro passo para acolher pessoas com deficiência no local de trabalho é estar aberto a conhecer a pessoa e não a sua deficiência.
“Muitas vezes, as pessoas ficam focadas apenas na deficiência e nas limitações que o outro tem. Isso acaba reduzindo a pessoa à sua deficiência e dessa forma corremos um grande risco de praticar o capacitismo, que é o preconceito voltado à pessoa com deficiência. É importante sim conhecer a deficiência para pensar em inclusão e acessibilidade, mas isso não deve ser o foco.”
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