No mês em que é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, Universidade recebe grupo de estudantes da Aldeia Kaingang Fag Nhin
segunda-feira, 29 de abril | 2024No mês em que é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, Universidade recebe grupo de estudantes da Aldeia Kaingang Fag Nhin
Um grupo de aproximadamente 20 crianças Kaingang estiveram no Museu da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo
Um grupo de crianças indígenas da Aldeia Kaingang Fag Nhin, localizada no bairro Lomba do Pinheiro, visitou o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT), na última sexta-feira (26). Organizada pela Escola de Humanidades, por meio de seu Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro (Neabi), em parceria com o Museu da PUCRS e com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a ação teve o intuito de apresentar as múltiplas possibilidades do espaço, proporcionando um momento lúdico e cheio de conhecimento às crianças.
O grupo, com aproximadamente 20 estudantes, visitou as exposições sobre planetas, evolução do mundo, corpo humano, animais e outros assuntos relevantes, ao lado do professor da Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Fag Nhin Nelson Jotá Bento e dos/as guias do Museu.
Para o diretor do MCT, Marcus Vinicius Klein, o acontecimento foi uma ótima oportunidade para trocas culturais: “Essa é uma ação afirmativa junto à comunidade, oportunizando o acesso ao conhecimento, que é o patrimônio do Museu, e um compartilhar significativo de experiências culturais com os povos indígenas”.
O professor da Escola de Humanidades e coordenador do Neabi, Ir. Edison Hüttner, conta que a visita foi um momento especial em que a PUCRS pôde apresentar um ambiente rico em informação para os alunos da escola.
“Dá para ver a alegria das crianças e observar o quanto elas estão entusiasmadas com este momento. Unindo as áreas de ciências e tecnologias da PUCRS e a escola da Aldeia Kaingang, conseguimos proporcionar às crianças esta atividade educativa para adquirir conhecimento e isso abre horizontes”, ressalta Ir. Edison.
Após a visita, as crianças participaram de uma atividade na qual puderam contar sobre os assuntos que elas mais gostaram de ver no Museu em desenhos coloridos.
A visita foi organizada pela Escola de Humanidades, em parceria com o Museu, com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) e com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). / Foto: Giordano Toldo
“É legal trazer as crianças para este espaço e poder mostrar para eles como é o mundo e perceber a diferença com a nossa realidade na aldeia indígena. Eles gostaram bastante e são muitos curiosos. Os alunos da tarde não puderem comparecer, mas adoraríamos fazer outra visita, e estamos de portas abertas para receber a Universidade e o Museu lá também”, comenta Nelson, professor da escola.
Na aldeia, além dos conhecimentos básicos curriculares de escolas de ensino fundamental, os estudantes também aprendem o idioma, a história e a cultura Kaingang. Recentemente, a instituição também passou a oferecer a Educação para Jovens e Adultos (EJA) e pré-escola. Para o diretor da Fag Nhin, João Maurício Farias, a oportunidade da visita foi muito interessante para os/as alunos/as.
“A gente busca fazer um ensino que contemple os conhecimentos da sociedade nacional, mas também uma perspectiva indígena da educação. Surgiu a oportunidade de vir ao Museu e achamos isso muito importante, pois queremos estimular que os nossos alunos tenham um bom conhecimento da história para poder compreender o mundo”, ressalta João Maurício.
O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS foi criado em 1967 durante a gestão do Ir. José Otão e atua há mais de 50 anos com o objetivo de preservar e difundir o conhecimento por meio de seus acervos e exposições. Com exposições itinerantes e outras de longa duração, o local recebe diariamente visitas de estudantes e público de todas as idades. Para a Analista de Ações Educacionais do Museu da PUCRS, Suelen Santos Rodrigues, a ação realizada foi gratificante.
“É muito incrível ver que estamos fazendo a diferença, algo que pode impactar na vida deles. Perceber no rosto das crianças o encantamento pelo Museu, a curiosidade em interagir com as experiências… E isso é uma coisa que dá muito significado para o nosso trabalho”, comemora Suelen.
O Museu está sempre se renovando e, por meio de novas tecnologias, buscando aproximar o público das exposições das mais diversas temáticas: arqueologia, biodiversidade, mudanças do clima, universo, corpo humano.
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Fotos: Giordano Toldo