No dia 2 de agosto a Lei 12.305/10, que implementou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), completou 13 anos. A coleta seletiva hoje ocorre em mais de 70% das cidades brasileiras, mas apenas 30% das pessoas separam o lixo seco do orgânico em casa – é o que mostra uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O estudo identifica ainda que apenas 4% de todos os resíduos produzidos no Brasil são reciclados ou reaproveitados de alguma forma.
A PUCRS é uma das únicas instituições de Ensino Superior do Rio Grande do Sul que possui a licença de operação fornecida por órgãos ambientais para o gerenciamento dos resíduos gerados. Para realizar a operação, o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) orienta e regulariza processos específicos para a cada tipo resíduo produzido, garantindo o descarte correto e a destinação final adequada para minimizar o impacto ambiental causado pelo lixo.
Para conscientizar não apenas o público da Universidade, mas também ofertar o recurso à população, a equipe responsável pelo projeto criou uma cartilha que já vem sendo utilizada por colaboradores, estudantes e, inclusive, em um condomínio na cidade. Sabrina Callegaro, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Negócios da PUCRS, conta que ao enfrentar algumas dificuldades em diálogos com o grupo de moradores de seu condomínio, buscou, de forma online, por referências de como fazer e encontrou a cartilha disponibilizada pela Universidade:
“Nós temos um grupo de moradoras do condomínio e sempre debatíamos sobre algumas dúvidas comuns, o que fazer com determinados resíduos, e para ajudá-las fui pesquisar na internet alguma cartilha orientativa. Como achei a cartilha da PUCRS bem educativa e fácil de compreender, compartilhei com todos os moradores do condomínio em que moro. A partilha gerou várias discussões sobre como fazíamos algumas coisas de maneira precipitada e muitos reviram alguns de seus hábitos. Foi um instrumento bem importante para o nosso condomínio de educação ambiental e conscientização dos moradores”, compartilha.
Desde o início deste trabalho, em 2018, a Universidade já reciclou mais de 500 toneladas de resíduos, entre eles 7 toneladas de plástico, 156 toneladas de papel e 17 toneladas de vidro, além de 320 toneladas de ferro e alumínio. A cartilha está disponível para download em www.pucrs.br/descarte. Se você mora em Porto Alegre pode consultar os dias e horários da coleta seletiva em seu endereço neste link.
“A separação adequada dos resíduos é fundamental para que os mesmos sejam reciclados e retornem para a cadeia produtiva. Ao colocar embalagens sujas ou papel engordurado no lixo seco, estamos enviando para uma unidade de triagem um resíduo que não poderá ser reciclado. A central de triagem, composta por trabalhadores de renda muito baixa, terá que pagar para que este rejeito seja encaminhado ao aterro sanitário. Ou seja, misturar resíduos sujos no lixo seco não só cria um problema ambiental como retira renda de pessoas já muito carentes. É um prejuízo social e ambiental em um único ato”, salienta o professor Nelson Fontoura, Diretor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS.
A PUCRS reafirma constantemente seu compromisso com a casa comum. Cada vez mais comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a Universidade agora conta com a atuação de um Comitê de Gestão Ambiental (CGA). Responsável por deliberar e acompanhar temas relacionados ao Programa de Gestão Ambiental da Universidade, o grupo atua com base em um documento que rege a macrogestão da sustentabilidade ambiental no Campus e seus impactos à sociedade.
A preocupação faz parte da missão há décadas. Prova disso é que desde 1993 a instituição mantém o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza (Pró-Mata) e, até o momento, já neutralizou mais de 160 mil toneladas de carbono. A área, localizada em São Francisco de Paula, possui 2.362 hectares de área preservada e é reconhecida internacionalmente como um dos 25 hotspots de biodiversidade mundial. Além disso, também é considerada a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Rio Grande do Sul. Mantido com muita dedicação, neste ano o Pró-Mata completa 30 anos consecutivos de acúmulo de biomassa vegetal em área protegida.
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