O doutorando Felipe Vilanova e a mestranda Inajá Tavares, alunos do Programa da Pós-graduação em Psicologia da PUCRS, receberam o Prêmio Luiz Marcellino de Oliveira durante a 51º Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), congresso mais importante da área no País.
A pesquisa As bases psico-ideológicas da corrupção: Efeitos preditivos da orientação à dominância social e da crença no mundo competitivo na intenção corrupta ganhou o primeiro lugar na categoria mestrado. Desenvolvida por Felipe, sob orientação do professor Angelo Brandelli Costa, o estudo nasceu da carência de pesquisas psicológicas sobre o tema da corrupção.
“Sempre nos pareceu muito paradoxal que o Brasil fosse um dos países com maiores níveis de corrupção no mundo e tão poucos pesquisadores tenham se debruçado sobre esse tema. O estudo surgiu da intenção de encontrar formas baseadas em evidências científicas de coibir esse problema”, explica o professor.
Em 2020, a dupla já havia se dedicado a estudar o tema, publicando o estudo que deu origem à cartilha Diretrizes para combater a corrupção – Pesquisa desconstrói a narrativa da falta de ética no serviço público. Hoje, Felipe comenta que o prêmio reflete o reconhecimento de um intenso trabalho realizado já há algum tempo no grupo de pesquisa em que atua.
“Para a Universidade, penso que o prêmio representa a manutenção da excelência na produção do conhecimento, que é uma tradição não só do nosso Programa de Pós-Graduação em Psicologia como também de tantos outros programas da PUCRS”, pontua.
Desenvolvida pela aluna do mestrado Inajá Tavares, sob orientação da professora Adriane Xavier Arteche, a pesquisa Reconhecimento emocional facial e intervenções mediadas por tecnologias: uma revisão recebeu Menção Honrosa, também na categoria mestrado.
O estudo consiste no desenvolvimento e avaliação de uma intervenção para adolescentes intitulada “Caçadores de Emoções”. De acordo com a autora, trata-se de um jogo completamente online que visa auxiliar os jovens a aprenderem mais sobre o reconhecimento de emoções a partir de faces.
“Com os avanços da tecnologia nos últimos anos, entendemos que a ciência pode se beneficiar ao integrar recursos disponíveis (como computadores e smartphones, por exemplo) para democratizar o acesso a intervenções que auxiliem as pessoas”, explica.
Para Inajá, caso se mostre eficaz, o jogo poderá constituir um exemplo para a comunidade acadêmica sobre as possibilidades de integrar recursos tecnológicos de forma automatizada ao desenvolvimento de intervenções em psicologia. Por isso, a premiação se faz tão relevante.
“Além de uma maior motivação pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido, a premiação nos auxilia a dar mais visibilidade às pesquisas realizadas na Universidade. Além disso, aproxima pesquisadores e a população, e permite uma maior contribuição entre os dois, fundamental para o desenvolvimento de pesquisas científicas de qualidade”, complementa.
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