Inspirando gerações, elas desafiaram barreiras e revolucionaram a ciência
terça-feira, 11 de fevereiro | 2025
Gladys Mae West, criadora do GPS. / Foto: Adrian Cadiz)
Celebrado neste 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, foi criado para reconhecer o papel fundamental das mulheres no avanço do conhecimento científico. Historicamente, muitas cientistas enfrentaram desafios para obter reconhecimento e conquistar espaço em áreas dominadas por homens. No entanto, suas descobertas transformaram o mundo e abriram caminho para futuras gerações.
Para celebrar essa data, destacamos cinco cientistas brilhantes que marcaram a história com suas contribuições.
Quando usamos um aplicativo de navegação no celular ou buscamos um endereço no mapa, poucas pessoas imaginam que essa tecnologia tem a influência direta de uma mulher: Gladys Mae West.
Nascida em 1930 nos Estados Unidos, Gladys desafiou as barreiras raciais e de gênero para se tornar matemática e cientista da computação. Trabalhando na Marinha dos EUA, ela participou do desenvolvimento de um modelo matemático da forma da Terra, um estudo essencial para o avanço do Sistema de Posicionamento Global (GPS).
Seu trabalho ajudou a criar um dos sistemas mais inovadores do século 20, hoje amplamente utilizado em celulares, transportes e até mesmo pesquisas ambientais.
Na PUCRS, seu legado perseverou por meio do Projeto Gladys, uma parceria com a HP que viabilizou bolsas de estudo no Ciência de Dados e Inteligência Artificial para jovens em situação de vulnerabilidade.
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Foto: Divulgação
Muito antes dos computadores modernos existirem, no século 19, uma mulher já imaginava como as máquinas poderiam ser programadas para executar tarefas complexas. Ada Lovelace, filha do poeta Lord Byron, foi uma matemática e visionária que criou o primeiro algoritmo destinado a ser processado por uma máquina.
Seu trabalho com Charles Babbage no projeto da Máquina Analítica, um precursor dos computadores atuais, fez com que ela fosse reconhecida como a primeira programadora da história. Ada percebeu que os números processados pela máquina poderiam representar não apenas quantidades, mas também instruções e dados, um conceito essencial para o desenvolvimento da computação moderna.
Atualmente, Ada Lovelace é lembrada como um ícone da ciência e da tecnologia, sendo uma das grandes inspirações para as mulheres que desejam seguir carreira na área da computação e programação.
Foto: Divulgação
A estrutura do DNA é um dos marcos mais importantes da biologia moderna, e uma das grandes responsáveis por essa descoberta foi Rosalind Franklin, uma brilhante química e cristalógrafa britânica.
Nos anos 1950, Franklin utilizou a técnica de difração de raios-x para obter imagens detalhadas da molécula de DNA. A famosa “Fotografia 51”, capturada por ela, foi crucial para que James Watson e Francis Crick desenvolvessem o modelo da dupla hélice, que explica a estrutura da nossa carga genética.
Infelizmente, Rosalind não recebeu o devido reconhecimento na época. Sua pesquisa foi utilizada sem o seu consentimento por Watson e Crick, que receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1962, sem que seu nome fosse mencionado.
Foto: Divulgação
O desenvolvimento de medicamentos eficazes contra vírus e doenças autoimunes teve um grande avanço graças a Gertrude Elion, uma farmacologista e bioquímica norte-americana.
Ao longo de sua carreira, Elion desenvolveu um método inovador de pesquisa de medicamentos, sem a necessidade de testes aleatórios, o que permitiu avanços rápidos na descoberta de novos fármacos. Entre suas criações, destaca-se o aciclovir, o primeiro medicamento antiviral eficaz contra o vírus da herpes.
Ela também esteve envolvida no desenvolvimento de tratamentos para leucemia, gota, malária e doenças autoimunes, ajudando a salvar milhões de vidas em todo o mundo. Seu trabalho lhe rendeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1988, tornando-se a quinta mulher a receber essa honraria.
Sua dedicação e inovação abriram caminho para novas pesquisas na área da medicina, mostrando a importância das mulheres na ciência farmacêutica.
Foto: Divulgação
Nenhuma lista de cientistas extraordinárias estaria completa sem Marie Curie, uma das maiores cientistas de todos os tempos. Nascida na Polônia em 1867, Curie foi pioneira no estudo da radioatividade, termo que ela mesma cunhou. Com seu marido Pierre Curie, descobriu os elementos químicos polônio e rádio, abrindo caminho para avanços na medicina, como o uso da radioterapia no tratamento do câncer.
Seu trabalho foi tão inovador que lhe rendeu dois Prêmios Nobel: o primeiro em Física (1903), tornando-se a primeira mulher a ganhar o prêmio, e o segundo em Química (1911), por suas pesquisas sobre os elementos radioativos.
Marie Curie também foi a primeira mulher a se tornar professora na Universidade de Paris, quebrando barreiras no mundo acadêmico e científico. Seu legado vive até hoje, influenciando áreas como medicina, física e engenharia nuclear.
A presença de mulheres na ciência tem crescido cada vez mais, mas ainda há desafios a serem superados. A representatividade é essencial para inspirar novas gerações a seguir carreiras científicas. Conhecer a história dessas cientistas é um lembrete de que a ciência precisa da diversidade para continuar evoluindo.
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