Tensão, expectativa, nervosismo. Os minutos que antecedem o início das provas do Vestibular envolvem diversas formas de emoção em poucos minutos. De repente, ouve-se a sirene. É hora de fazer valer um ano inteiro de estudos. Mas quem toca a sirene? Sim, alguém toca a sirene. Não é algo computadorizado. Mesmo em tempos de automatização dos processos, certos atos simbólicos se mantêm. O responsável na PUCRS, há seis anos, por dar início ao concurso mais esperado pelos vestibulandos, é o estudante de medicina do 11º semestre, Daniel Mascarenhas dos Santos.
No dia 2 de dezembro, às 14h56min, pouco antes de começar o Vestibular PUCRS 360°, ele estava lá, no alto do último andar da Biblioteca Central, com vista para o Guaíba e quase toda a cidade de Porto Alegre, esperando a autorização da Pró-Reitora de Acadêmica, Mágda Cunha, e do Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Ir. Manuir Mentges, para exercer o seu papel. “É uma sensação muito legal. Como vestibulando de Medicina, tentei entrar por cinco anos seguidos até ingressar e sei da importância de quem toca a sirene, do fiscal de prova, de cada um que faz um pedacinho do Vestibular. Tudo pode fazer a diferença para deixar a pessoa tranquila na hora de fazer a prova”, relata o estudante.
Colocar-se no lugar do vestibulando é um exercício que vem à memória a cada semestre que Santos é chamado para essa tarefa tão tradicional. “Desde os dias anteriores às provas, começo a lembrar da questão emocional, do tempo de estudo, do tudo que passei como vestibulando. Quando toco a sirene sinto como se estivesse dando o start na vida de alguém”, revela.
Esse foi seu penúltimo vestibular. A missão deve se encerrar no inverno de 2018, ano de sua formatura. E a saudade dessa atividade já está começando. “Tento não pensar nisso, mas acho que vai ser um momento em que vou lembrar tudo o que vivi ao longo da Graduação, do que passei, das pessoas que conheci”, diz. O próximo ano também será decisivo para esse futuro médico, quando irá definir a especialidade que irá seguir após o estágio em cirurgia.
Daniel Santos também toca a sirene após transcorrida uma hora de prova e ao final do dia. Mas emocionante mesmo é ser o homem que aperta o botão da sirene que dá a largada para o futuro profissional na vida de centenas de estudantes.