Institucional

Transparência e ética na pesquisa são temas de discussão no 5º Brispe

sexta-feira, 26 de outubro | 2018

V BRISPE

Pró-reitora da Propesq, Carla Bonan, na abertura do evento
Foto: Bruno Todeschini

O 5° Encontro Brasileiro de Integridade da Pesquisa e Ética na Ciência e Publicação (Brispe) reuniu pesquisadores e estudantes de diferentes áreas nesta quinta e sexta-feira, nos dias 25 e 26 de outubro. Esta edição o evento, organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq), teve como tema Integridade da Pesquisa e Confiabilidade do Registro de Pesquisa: O Papel dos Programas de Pós-Graduação.

Na cerimônia de abertura, o reitor Ir. Evilázio Teixeira destacou a relevância da temática do encontro. “Seja pelas discussões acerca dos recursos para pesquisa no Brasil, a manutenção dos PPG nas Universidades, a relevância da produção científica brasileira, como também, em termos de falta de credibilidade da informação, a importância da integridade, confiabilidade e ética é latente”, destaca. Para o reitor, talvez como nunca hoje, a relevância da pesquisa e do papel da Universidade serão avaliados pela capacidade em dar respostas concretas aos grandes problemas que afetam a sociedade.

A pró-reitora da Propesq e presidente da organização do 5º Brispe, Carla Bonan, reafirmou o compromisso com a qualidade das pesquisas desenvolvidas na PUCRS e com a necessidade de adequar as práticas à complexidade que a pesquisa vem assumindo nos últimos anos. Para a pesquisadora, depois da PUCRS sediar o 2ª Brispe, ser palco da quinta edição do evento é motivo de comemoração. “É muito significativo, nos nossos 70 anos, sediar o 5º Brispe, especialmente em um ano em que se busca fortalecer e aprimorar a confiabilidade da ciência brasileira em todos os campos, envolvendo nossos estudantes de pós-graduação, seus orientadores e mentores”, completa.

 

V BRISPE, Courtney Soderberg

Courtney Soderberg, do Center for Open Science
Foto: Bruno Todeschini

Abertura, integridade e reprodutibilidade na pesquisa

A conferência Medidas práticas para incrementar a transparência e reprodutibilidade das pesquisas, foi apresentada por Courtney Soderberg, do Center for Open Science (Estados Unidos), organização de tecnologia sem fins lucrativos que tem a missão de aumentar a abertura, a integridade e a reprodutibilidade da pesquisa científica.

No encontro, Courtney chamou a atenção para o aumento gradual de pesquisas imprecisas em diferentes campos e áreas do conhecimento. De acordo com ela, existe uma dificuldade geral na reprodução de resultados de pesquisas realizadas em diferentes áreas de concentração.

Com um longo ciclo entre o início de uma pesquisa até sua publicação, muitas informações acabam se perdendo, até mesmo para o próprio pesquisador. “E por que devemos nos importar com essa dificuldade de reprodutibilidade que estamos vivenciando? Porque isso atrasa a ciência, dificulta a construção de novos trabalhos em cima de outras pesquisas e recursos são gastos desnecessariamente”, aponta.

 

Boas práticas em evidência

Como alternativas para melhorar a transparência da pesquisa, a norte-americana trouxe orientações que vão desde pequenas ações de organização no dia a dia até mudanças estruturais nas análises. Entre os passos práticos, apresentou os benefícios da criação de uma estrutura de trabalho e as vantagens de fazer um planejamento de gestão de pesquisa, que podem apostar em checklists, formulários ou sistemas específicos para a organização e armazenamento de dados.

Além disso, Courtney abordou os pré-registros da pesquisa, que englobam o que o pesquisador pretende estudar e a metodologia escolhida. Isso permite que outros pesquisadores possam visualizar onde há trabalhos em curso sobre a temática de interesse, contribuindo inclusive para pesquisas em cooperação.

Por fim, a pesquisadora abordou a importância do registro cuidadoso dos dados das análises para posterior reprodução ou continuidade da pesquisa e chamou a atenção sobre as vantagens do compartilhamento de dados e análises como uma estratégia contínua de aprimoramento.

Ainda que nem todas as suas sugestões possam ser colocadas em prática em todos os tipos de estudos, a conferencista reafirmou a importância de pequenas mudanças na rotina da pesquisadora como valiosas para a ciência como um todo. “Pequenas mudanças de organização e abertura, reuniões de equipe e melhorias em alguns procedimentos metodológicos podem fazer a diferença na transparência e reprodutibilidade de resultados”, finaliza.

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