Foto: Giordano Toldo

Chegou o momento do ano em que os lares ganham luzinhas piscantes, as propagandas tocam jingles dançantes e todos as refeições podem ganhar adaptações com uvas passas. Que tal, neste ano, trazer um outro significado para a data, promovendo um Natal sustentável? Para você ter uma celebração mais consciente e sem desperdícios, confira dicas especiais preparadas pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Negócios da PUCRS.

1. Comece reutilizando as embalagens

Apesar de ser um item muito característico do Natal, as embalagens geram um grande o volume de lixo. Dê preferência para aquelas com materiais recicláveis, como papel kraft e cordão. Outra opção é utilizar tecidos, que podem ser lavados e ganhar outra aplicação após o uso. Ou ainda, que tal reutilizar embalagens de outros anos? Em vez de escrever o nome da pessoa presenteada à caneta, anote com lápis ou em um cartão personalizado. 

2. Experimente alimentos veganos e vegetarianos

As refeições não precisam necessariamente de carnes ou alimentos de origem animal para serem saborosas. Aproveite a ceia para repensar o cardápio e incluir alimentos veganos ou vegetarianos à mesa. Com cada vez mais adeptos/as ao movimento, hoje em dia existem receitas alternativas acessíveis e práticas de fazer. 

3. Presenteie com algo que gostaria de receber

Foto: Canva

Opte por presentes funcionais ou coletivos. Quem nunca recebeu algo que não precisava ou, até mesmo, já tinha? No lugar de cada pessoa dar uma lembrancinha, uma boa alternativa é fazer uma vaquinha em grupo para dar um presente de maior valor e que a pessoa realmente esteja precisando. Se forem muitas pessoas, você pode até usar uma plataforma de crowdfunding, como o FreeFunder, por exemplo, que é gratuito.  

4. Vá além do presente e seja presença

Foque na experiência e não no presente, principalmente com as crianças. Demonstrar carinho vai além dos bens materiais: crie momentos especiais que ficarão marcados na memória. Construir um calendário com atividades diárias até o dia de Natal, fazer um bolo diferente ou decorar biscoitos e assistir a um filme com todo mundo reunido são boas opções.  

E, se for presentear, priorize a qualidade, e não na quantidade. Opte por itens de madeira ou de pano, de fabricação local, brinquedos de segunda mão ou até uma assinatura de livros. 

5. Crie sua própria decoração

As árvores e as decorações são algumas das partes mais divertidas do Natal, mas podem sair bem caras, além de envolverem muito plástico. E na verdade você pode criar itens decorativos a partir de coisas que já tem em casa ou adaptar as decorações do ano anterior. Reaproveite embalagens de presentes, cartões, papelão, recortes de revistas e sucatas. Pronto, agora é só chamar a família para colocar a criatividade em prática.  

Cerca de 14% da população brasileira se declara vegetariana de acordo com levantamentos realizados em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A porcentagem representa um aumento de 75% desde 2012, chegando a aproximadamente 30 milhões de pessoas que passaram a aderir hábitos alimentares sem carne no País. No Rio Grande do Sul, 10% da população é adepta à alimentação vegetariana ou vegana, e o Estado já é o 3º com mais inscritos no site Mapa Veg.  

Comemorado nesta sexta-feira, 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação busca conscientizar a população sobre a importância da nutrição e alimentação adequada. Dentre os hábitos alimentares que ganharam popularidade nos últimos anos, o vegetarianismo tem se destacado, principalmente entre as novas gerações. Para entender a expansão desse cenário, estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos desenvolveram uma pesquisa que analisa as tendências de comportamentos alimentares de jovens. 

“Sabemos que a comida tem um grande papel social. Família, amigos e tradições locais influenciam diretamente no comportamento alimentar. O que vimos com o estudo é que os hábitos estão mudando e essa tendência é muito forte. Os respondentes da pesquisa acreditam nisso e afirmaram que o consumo de carne vai diminuir bastante nos próximos anos”, comenta Fernanda Koiky, aluna do curso de Publicidade e Propaganda e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do levantamento.  

estudo foi realizado na disciplina de Projeto de Pesquisa em Publicidade e Propaganda, ministrada pelo professor Ilton Teitelbaum, e contou com a participação de mais de 250 pessoas entre 18 e 24 anos, moradores de Porto Alegre e da região metropolitana. 

Motivações e dificuldades 

O levantamento apontou que para 86,30% dos jovens entrevistados principal motivação para adesão ao vegetarianismo é a preocupação com o meio ambiente. Outra causa destacada pelo estudo é a proteção aos animais – 80,82% dos jovens apontam que retiraram as carnes das refeições para diminuir os maus tratos. A preocupação com a própria saúde, porém, não está entre as maiores motivações. Apenas 33,56% dos jovens responderam que a relação entre a dieta sem carne e a saúde é um dos motivos para a aderência ao vegetarianismo. 

A pesquisa também destacou que para a maioria dos jovens (60,87%) o principal empecilho para que se tornem vegetarianos é o consumo de carne pela família. A falta de vontade de aderir ao vegetarianismoo apego à culinária tradicional da região e a dificuldade de cozinhar ou encontrar alimentos sem origem animal também são empecilhos ressaltados pelos jovens. 

Apesar das dificuldades, mais de 86% dos jovens consideram importante o aumento da adesão ao vegetarianismo, principalmente por questões relacionadas ao meio ambiente. 

Pela causa ambiental 

A pesquisa destaca que entre os problemas ambientais causados pela atividade pecuária estão o efeito estufa, as mudanças climáticas, o desmatamento e a poluição das águas. Segundo os dados, para produzir apenas um quilo de carne bovina, são utilizados de 10 mil a 20 mil litros de água. A minha maior motivação para optar pelo vegetarianismo foi a causa ambiental. Gasto de água e poluição na camada de ozônio são consequências que a indústria bovina causa para o mundo”, destaca um dos jovens entrevistados durante o estudo realizado pela Famecos. 

Maior acesso à informação favorece a mudança de hábitos 

De acordo com o levantamento, para os jovens o vegetarianismo não se trata de um modismo, e sim de uma identificação com princípios. Para os entrevistados, o aumento da adesão às dietas sem carne é resultado de uma construção, visto que o tema é uma pauta presente há bastante tempo. A pesquisa também ressalta que o fácil acesso à informação, ampliado pelas plataformas digitais, favorece que a população encontre conteúdos que promovem a conscientização.  

Entre os jovens vegetarianos, as mídias sociais são a principal fonte de informação (76,7%). Outras fontes com destaque são os profissionais de saúde (50%), sites de busca (41%) e canais do YouTube (37,7%). 

A pesquisa ainda aponta que a presença de influenciadores digitais, artistas e ativistas da causa vegetariana nas redes sociais pode ser um fator que contribui para a mudança no comportamento alimentar dos jovens. 

Saúde física e financeira 

Segundo dados do estudo, o impacto financeiro da adesão ao vegetarianismo é positivo. A maioria dos participantes ressaltaram que a eliminação da carne, um dos produtos com maior peso financeiro dentro da alimentação, tem diminuído gastosEntre as dificuldades relatadas pelos jovens vegetarianos, a questão financeira representa apenas 15,75%. Já entre os entrevistados declarados carnívoros, somente 11,3% apontaram que não possuiriam condições financeiras para aderir a dieta sem carne. 

A saúde física também é um benefício destacado pela pesquisa. De acordo com os dados, diminuir o consumo de produtos de origem animal reduz o risco de diabetes, pressão alta e dores de artrite. Além disso, pessoas que optam pelo vegetarianismo têm 42% menos chance de morte em decorrência de doenças cardíacasPorém, o estudo salienta que é necessário manter uma orientação profissional frequente, checando os níveis de vitaminas e nutrientes. Sem acompanhamento médico adequado e uma alimentação balanceada, a dieta vegetariana sozinha não é sinônimo de saúde. 

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