O número de atropelamentos envolvendo pessoas idosas tem despertado a atenção de especialistas de diferentes áreas. Segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária, esse grupo representa 36% do total de casos registrados sobre esse tipo de acidente no País.
Pensando nisso, a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) e o Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) criaram o folheto gratuito Vida no trânsito, distribuído em órgãos públicos, em empresas e para a população. O objetivo é prevenir os atropelamentos de pessoas idosas, que por se deslocarem com mais frequência a pé, acabam se expondo mais.
Para explicar e tirar dúvidas sobre quais são os principais fatores que influenciam nesses atropelamentos, aconteceu neste mês um encontro online com representantes de ambas as instituições. A gravação completa está disponível no YouTube.
Confira cinco dicas importantes abordadas no bate-papo:
Primeiramente, é importante destacar que o processo de envelhecimento é algo natural, dinâmico, progressivo, irreversível e universal. Por isso os cuidados com a saúde ao longo da vida auxiliam para que as modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas aconteçam de melhor forma.
Como consequência desse processo, há uma progressiva perda da capacidade de adaptação ao meio ambiente, o que deixa o organismo mais vulnerável. Alguns dos aspectos mais frequentes são mudanças no cérebro e na capacidade de atenção, perda da densidade óssea e alterações na pele, além da diminuição da audição, da visão e do olfato, o que pode influenciar diretamente no número de acidentes.
Existe um conselho que quase todos já ouviram em algum momento da vida: “olhe para o lado antes de atravessar a rua”. Mesmo sendo algo básico, o hábito de conferir se não tem alguém ou um automóvel vindo na sua direção antes de atravessar a rua ajuda a salvar muitas vidas. Também é fundamental procurar utilizar as faixas de segurança e/ou esperar as sinaleiras estarem livres para pedestres, quando disponíveis.
Algumas formas de manter o corpo e a mente saudáveis são fazer avaliações clínicas e físicas de rotina, ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios que auxiliam em aspectos da força muscular, na mobilidade, na flexibilidade, entre outros. O hábito de ler, aprender novos idiomas e praticar algum jogo também são importantes para o desenvolvimento cognitivo.
Caso você sinta fraqueza muscular, tenha histórico de quedas, tonturas ou alguma condição que precise de auxílio, evite sair sozinho/a. Ou, se for necessário, leve consigo um contato de emergência para caso aconteça alguma situação específica ou urgente.
Assista à transmissão completa do evento do IGG com a EPTC que contou com a participação de convidados como Newton Terra, da Escola de Medicina da PUCRS:
Apesar de a Doença de Alzheimer não ter cura, o seu diagnóstico não é uma sentença. Quanto mais cedo é identificada, melhor é a sua resposta aos tratamentos. O Instituto Alzheimer Brasil (IAB) estima que mais de 45 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência no mundo e que esse número irá dobrar a cada 20 anos.
No País, dentre a população com mais de 60 anos, cerca de 2 milhões têm Alzheimer (a demência mais comum), de acordo com o IBGE, sendo também o grupo de maior incidência.
Para tirar dúvidas sobre o tema e apresentar as novidades na área, no dia 30 de junho, às 15h, acontece o bate-papo online Quando a memória falha, é Alzheimer? pelo canal da PUCRS no YouTube, promovido pela Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati).
O convidado para o encontro é o médico neurologista Lucas Schilling, que também é professor da Escola de Medicina da PUCRS e pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).
O médico explica que a Doença de Alzheimer hoje é compreendida como um processo biológico progressivo, onde há o acúmulo de proteínas (Beta-Amilóide e Tau) no cérebro de pacientes. Esse processo leva à neurodegeneração e ao comprometimento cognitivo. Segundo o neurologista a ciência tem sido uma importante aliada na busca por soluções:
“Em termos de tratamento, existe a perspectiva de que em um futuro próximo tenhamos medicações específicas para evitar o acúmulo dessas proteínas no cérebro dos pacientes com Alzheimer. Dessa forma, teríamos terapias mais efetivas e promissoras para o tratamento da doença”.
Os biomarcadores (que indicam a presença de alterações características da doença) são um dos grandes avanços na área e vem contribuindo para um melhor entendimento sobre Alzheimer.
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As demências são sintomas cognitivos e sociais que afetam nas atividades do cotidiano por interferirem em funções do cérebro, como a memória e o discernimento. Lucas ressalta que além da idade, outros fatores podem influenciar no desenvolvimento de Alzheimer e até mesmo no agravamento da doença:
“São questões relacionadas ao estilo de vida, como a prática de atividades físicas, ter uma alimentação adequada, evitar tabagismo e álcool em excesso e controlar os fatores de risco cardiovasculares (como hipertensão, diabetes e colesterol elevado)”.
Um estudo realizado pela UFPEL neste ano mostra que o Brasil pode ter 4 milhões de pessoas com Alzheimer em 2050 e que população negra tem menor acesso ao diagnóstico. Além disso, a doença pode desencadear quadros de depressão, como tristeza e problemas emocionais.
Ative o sininho no YouTube e recebe o lembrete para a live Quando a memória falha, é Alzheimer? que acontece no dia 30 de junho, às 15h, pelo canal da PUCRS:
Respeitar a integridade física e psíquica e incentivar a denúncia de ações violentas contra as pessoas idosas. Apesar de parecer uma concepção simples e de conhecimento comum, esta é uma reivindicação que segue atual. Só no primeiro semestre de 2021, foram registradas mais de 33,6 mil violações contra os direitos desse público no Brasil. No começo da pandemia da Covid-19, esse número cresceu 59%.
Os dados são do serviço telefônico Disque 100 e reforçam a importância do Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, marcado pelo dia 15 de junho. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2006.
Para falar sobre o tema, convidamos três especialistas no assunto em diferentes áreas do conhecimento: Anelise Crippa; doutora em Gerontologia Biomédica pela PUCRS e professora do IPA; Irani Argimon, professora do curso de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Geriatria e Gerontologia da PUCRS; e Maria de Azambuja, professora na Escola de Direito da PUCRS e pesquisadora sobre o tema da violência.
Confira as explicações de alguns conceitos e orientações passadas pelas profissionais:
Qualquer pessoa acima de 60 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este grupo é formado por 28 milhões de brasileiras e brasileiros. Ou seja, 13% da população, e deve chegar a 26% nas próximas décadas, tornando o tema importante também para a elaboração de mais políticas públicas.
Em 2030 essa população deve ultrapassar o total de crianças entre zero e 14 anos e tornar o Brasil um dos países com o maior número de pessoas na terceira idade.
Um levantamento divulgado em 2019 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra que mais de 60% dos casos de violência contra a pessoa idosa ocorrem em seus lares, causados por familiares e pessoas próximas. As mulheres costumam ficar mais vulneráveis em casa, já os homens são mais agredidos na rua.
Não são apenas as agressões físicas que preocupam as especialistas, mas também as psíquicas, emocionais e outros tipos de negligência. Conheça algumas:
O sofrimento emocional ou abuso verbal também podem causar falta de apetite, perda de peso, mudanças no comportamento, falta de higiene, manchas no corpo e justificativas vagas ou repetidas.
As denúncias podem ser realizadas pelo serviço telefônico Disque 100, de forma anônima. Basta apenas uma ligação para ajudar. Para formalizar o registro é necessário informar dados como os nomes das pessoas envolvidas, endereço e a descrição do fato para que o órgão competente investigue.
Os casos relacionados com crimes são de competência da Delegacia de Proteção ao Idoso. Em Porto Alegre, ela fica localizada na Avenida Ipiranga, nº 1803, bairro Santana. Confira este e outros serviços destinados a grupos vulneráveis no Rio Grande do Sul.
O Ministério Público também recebe denúncias relacionadas ao assunto, como negligência, abandono, falta de auxílio da família, dentre outros fatores.
As legislações mais específicas disponíveis hoje são a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso. Porém, as professoras ressaltam que ambas precisam evoluir, garantindo, por exemplo, maiores facilidades de acesso ao sistema de Justiça e aos órgãos de proteção.
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Breves caminhadas no trajeto entre compromissos, uma pausa para se alongar após algumas horas em frente ao computador, exercícios físicos em lugares especializados e ao ar livre. Essas são apenas algumas das atividades que ficaram menos frequentes ou se tornaram inexistentes em meio à pandemia da Covid-19. Como forma de mostrar alternativas para manter o corpo em movimento e promover um estilo de vida mais saudável com o passar dos anos, a Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati) organizou duas atividades online sobre o tema.
“Movimento é vida. A vida é um processo. Melhore a qualidade do processo e você melhora a própria vida”, já dizia Moshe Feldenkrais, cientista e mestre de jiu-jitsu e judô que criou o método que leva seu nome. No Método Feldenkrais, o corpo humano é a ferramenta fundamental para a realização de processos evolutivos profundos.
O tema será foco da Oficina de Movimento Consciente, que acontece de 21 de junho a 26 de julho, no turno da tarde, com a professora convidada Gabriela Guaragna, formada em dança, Arteterapia, Expressões Criativas e no Método Feldenkrais.
Para participar da oficina é necessário se inscrever pelo site da Unati, e as vagas são limitadas. O investimento é de R$ 199,00 para o público geral e R$ 178,00 para alumni PUCRS ou pessoas com mais de 60 anos.
Gabriela afirma que, independentemente da idade, o importante é se manter uma pessoa ativa:
“O que precisamos é criar movimentos diferentes dos nossos habituais, para não nos tornarmos rígidos demais em determinadas áreas e sem movimento em outras”.
Ao fazer isso, não somente a musculatura é ampliada, mas também a forma de ver a vida e a si mesmo/a. Com o tempo, é comum que alguns hábitos se tornem mais difíceis, podendo causar dores e desconfortos. Movimentar-se com mais consciência pode tornar os exercícios e atividades diárias mais prazerosos e fáceis, explica a professora.
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No dia 26 de maio, às 15h, acontece a live Como se exercitar sem sair de casa?, também com Gabriela Guaragna, junto com o professor Rafael Baptista, do Programa de Pós-graduação em Gerontologia Biomédica da Escola de Medicina da PUCRS e dos cursos de Educação Física e Nutrição da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
O encontro será transmitido pelo canal da PUCRS no YouTube e abordará formas simples de praticar atividades físicas dentro do espaço que você tem em casa.
Confira algumas orientações preparadas por Rafael:
Gostou das dicas? Salve o evento na sua agenda e aprenda ainda mais no dia 26 de maio, às 15h, pelo canal da PUCRS no YouTube.
A Oficina de Movimento Consciente traz lições de um estudo feito na Austrália, baseado no Método Feldenkrais, que demonstrou melhora no equilíbrio de pessoas idosas. A turma irá aprender a se mover de formas não habituais, com ainda mais atenção. Alunos e alunas serão instigados/as a realizar movimentos pequenos, para que possam perceber todas as partes que estão envolvidas naquela ação.
Esta atividade se propõe a ajudar o/a aluno/a se mover com mais integridade e dar mais qualidade para movimentos da sua vida diária. “Quando movimentamos nossa cabeça para os lados, por exemplo, movemos nossa coluna inteira, nossos ombros, nosso peito, em maior ou menor grau, desenvolvendo também a capacidade proprioceptiva”, acrescenta Gabriela.
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