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Foto: Camila Cunha

O laboratório a céu aberto do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata/PUCRS  reúne estudantes e pesquisadores em um espaço privilegiado. Quase três mil hectares de florestas e campos compõem um ambiente natural de imersão, aprendizagem e pesquisa. Localizada na entrada do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, prédio 40 da Universidade, a iniciativa Um campus na mata leva ao público a sensação de estar na serra gaúcha a partir da vista panorâmica no mirante do Pró-Mata. O projeto é uma das nove iniciativas do ecossistema de inovação Campus Living Lab, em que Universidade, sociedade, governo e empresas trabalham juntos para elaborar soluções centradas no uso real da tecnologia e no desenvolvimento sustentável.

Ensino, pesquisa e extensão

Inaugurado em 1996, o Pró-Mata é conduzido pelo Instituto do Meio Ambiente da PUCRS e está localizado em São Francisco de Paula (RS). A viagem entre a Universidade e a sede do Centro de Pesquisas dura em torno de 4 horas e são percorridos 174 quilômetros. As ações do Pró-Mata priorizam as áreas de biodiversidade, ecologia de populações e comunidades, restauração de ambientes naturais perturbados ou degradados, uso e manejo sustentável dos recursos naturais, bioprospecção e serviços ambientais. Entre as novas áreas de atuação, está a possibilidade de parceria com os cursos de Educação Física e Enfermagem para o desenvolvimento de atividades ao ar livre que visam o bem-estar e a saúde.

O coordenador do Centro, Pedro Maria Abreu Ferreira, destaca que o ambiente também está aberto para estudantes de graduação e pós-graduação, tanto do Brasil quanto de outros países. Segundo ele, alunos que tenham interesse em realizar atividades no Pró-Mata podem buscar vínculos com algum grupo de pesquisa da Universidade que atua no Centro. Outra possibilidade são as próprias disciplinas dos cursos. “Várias disciplinas da Biologia, por exemplo, vão para o Pró-Mata de forma curricular, realmente utilizando o Centro como uma sala de aula ao ar livre”, afirma.

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Estudantes canadenses em visita ao Pró-Mata / Foto: Arquivo Pessoal

O Pró-Mata abrange diversos grupos de pesquisas, somando quase 200 estudos já realizados e mais de 20 projetos de pesquisa em andamento. “Ao longo desses mais de 20 anos de história, temos dezenas de produtos técnico-científicos produzidos no Centro. A contribuição acadêmica do Pró-Mata é muito importante”, ressalta Ferreira. Os projetos são desenvolvidos não só por pesquisadores da PUCRS, mas também ocorrem em parcerias com outras universidades brasileiras e internacionais. Desde sua concepção, o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza tem a parceria da Universidade de Tübingen, da Alemanha, com a qual a PUCRS possui um convênio de cooperação desde 1983.

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Conservação da natureza aliada à tecnologia

No início de outubro deste ano, o Pró-Mata foi reconhecido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), tornando-se a maior RPPN federal do estado. Ferreira ainda destaca que além das áreas de conservação, o Centro possui uma estrutura de laboratórios e acesso à internet. “Mesmo no meio da floresta, os alunos e pesquisadores têm acesso a todo o recurso de internet que eles teriam no Campus da PUCRS”.

Pró-Mata / Foto: Bruno Todeschini

Pró-Mata / Foto: Bruno Todeschini

A publicação do Guia de Pegadas de Mamíferos do Pró-Mata, lançado em setembro, é outro diferencial ressaltado por Ferreira. “A ideia é que as pessoas andem pelas trilhas e tenham não só informações sobre as pegadas, mas também sobre os animais que passaram por ali”. Na mesma linha de recursos voltados para o auxílio no uso e na interpretação do ambiente do Pró-Mata, está em andamento a atualização do projeto Guia da Flora, coordenado pela professora Cristiane Jurinitz, também ligada ao Instituto do Meio Ambiente. O objetivo é oferecer aos visitantes e pesquisadores as informações sobre as plantas presentes no Centro.

Já o monitoramento da fauna é feito por meio de câmeras espalhadas em armadilhas fotográficas automatizadas. “O tempo inteiro temos armadilhas ligadas em várias trilhas do Pró-Mata e elas fotografam os animais que passam, com disparos através de sensores. É um recurso tecnológico de ponta”, destaca o professor.

Sensibilização para preservar

“A preservação da biodiversidade não é apenas cercar uma área e afastá-la das pessoas, mas justamente ao contrário. Utilizamos o Pró-Mata para o desenvolvimento de pesquisas e queremos levar o público lá para sensibilizá-lo. Por isso também a importância da iniciativa do Campus Living Lab. Com ele as pessoas têm uma amostra do ambiente e talvez a vontade de conhecer o Centro seja despertada. Conhecendo, elas irão valorizar muito mais a biodiversidade do que valorizariam no ambiente urbano”, conclui o coordenador do Pró-Mata.

Sobre o Campus Living Lab

As instalações, produtos, pesquisas e serviços atendem não só as demandas da Universidade, mas passam a compor um roteiro de inovação e empreendedorismo que beneficia toda a sociedade. As iniciativas já desenvolvidas são:

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