Sebrae-RS e o Instituto Caldeira, por meio de uma parceria para fomentar a inovação e o empreendedorismo e disseminar cases de sucesso, realizaram um levantamento que destaca as startups gaúchas que mais fizeram a diferença no Rio Grande do Sul. O estudo leva em conta a análise do mercado de atuação de cada uma, considerando quais já estão consolidadas, escalando o negócio e entregando soluções para problemas reais desses mercados. Quatro startups instaladas no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) são destaques no estudo: as healthtechs Stargrid, Tummi e WebMed e a fintech Openbox.ai.

Segundo Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira, o levantamento aponta iniciativas que potencializam a inovação no Estado. “Essa seleção evidencia as startups que estão contribuindo para a transformação dos setores econômicos que são importantes para a nossa economia e que têm potencial de tornar o nosso ambiente mais inovador e mais preparado para o futuro”, afirma Valério.

Para Flávia Fiorin, gestora de Operações e Empreendedorismo do Tecnopuc, o reconhecimento também de ressalta a riqueza dos ecossistemas de inovação e evidencia uma rede regional de conexões de negócios que vem crescendo de forma veloz e consistente ao longo dos últimos anos. “São resultados que nutrem não apenas os negócios individualmente, mas solidificam um ambiente propício ao desenvolvimento mútuo. Avançam os negócios, avança a sociedade gaúcha”, destaca a gestora.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o Rio Grande do Sul é o terceiro estado com o maior número de startups no país, com mais de 900 iniciativas mapeadas até o final de 2019. Rafael Chanin, integrante do Tecnopuc Startups, enfatiza que esse avanço se dá não apenas em áreas específicas, como a Tecnologia da Informação, mas também nas áreas da saúde e de finanças. Chanin ainda reforça o potencial ambientes como a PUCRS. “O nosso ecossistema de inovação e negócios está cada vez mais pujante e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado e do país”, aponta.

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Conheça as startups destacadas:

StarGrid

StarGrid surgiu para solucionar um problema recorrente em ambientes hospitalares: escalas de trabalho manuais e com diferentes padrões de escolha, entre áreas e turnos. A plataforma torna as escalas de trabalho mais dinâmicas e eficazes, com a automação dos processos de gestão. A solução promove a melhoria da eficiência das jornadas, elevando a qualidade assistencial e o aumento da satisfação dos colaboradores. A Stargrid está presente em hospitais como Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Santa Casa e outros.

Tummi

O app Tummi administra a saúde do paciente com câncer em relação à sua doença, principalmente aos efeitos adversos relacionados à quimioterapia. Para cada efeito adverso relatado, o app avalia e responde ao paciente sobre o autocuidado e a necessidade de procurar ou não o atendimento médico e a emergência. Além de humanizar a jornada dos pacientes com câncer, possibilita a redução dos custos do sistema de saúde, principalmente as internações hospitalares.

WebMed 

WebMed é uma plataforma capaz de auxiliar na gestão, organização e relacionamento dos processos de pagamento feitos nos consultórios, clínicas, hospitais e operadoras de saúde. O serviço contribui para o aumento do controle sobre o faturamento de honorários, além de facilitar o dia a dia dos trabalhadores da saúde de seus prestadores de serviço, como secretários/as, contadores/as, gestores/as, entre outros/as profissionais.

Openbox.ai 

Por entender que o mercado de crédito do Brasil deve ser mais transparente e participativo na busca de soluções para clientes e investidores, a fintech de antecipação de recebíveis Openbox.ai tem como diferencial a oferta de crédito empresarial com benefícios para empresas que praticam ações sustentáveis no dia a dia. Essa proposta visa revolucionar o mercado financeiro brasileiro, com soluções aliadas ao uso da Inteligência Artificial.

A doutora Alessandra Morelle, alumni da Escola de Medicina da PUCRS, com residência e doutorado no Hospital São Lucas (HSL), e o oncologista do HSL Carlos Barrios, desenvolveram o aplicativo Tummi Onco. O serviço é voltado para pacientes, clínicas e consultórios e tem como propósito acompanhar o tratamento oncológico de forma remota. Por meio da plataforma, os pacientes podem registrar diariamente seus sintomas, gerando uma notificação para a equipe médica quando há possibilidade de algum problema. Com a pandemia, a equipe da startup, instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), no Health Plus Innovation Center (uma parceria da Grow+ com a PUCRS), adaptou as funcionalidades da plataforma e lançou o Tummi Coronavírus.

Tummi Coronavírus

A plataforma online permite que o paciente realize uma triagem física (informando sintomas como febre, tosse) e emocional (onde responde 21 perguntas em relação as suas emoções – sintomas como ansiedade e estresse). De acordo com os resultados, o paciente é direcionado para uma avaliação com médico ou psicólogo online. O projeto já realizou mais de mil atendimentos. De acordo com Alessandra, “o propósito é auxiliar o país de forma humanitária”. Saiba mais clicando aqui.

Tummi Onco

Alessandra destaca que a startup começou sua história com o Tummi Onco . “Percebi que quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, precisa de uma informação qualificada e rápida. Pensei em desenvolver algo que ajudasse os pacientes mesmo remotamente”, conta. Foi assim que nasceu o Tummi, que tem o nome inspirado no Deus Inca da Medicina. Alessandra apresentou a ideia para Barros, e os dois começaram o projeto. Em 2017, a médica viajou para o Vale do Silício, onde participou de um workshop para imergir no mundo das startups e do empreendedorismo.

A CEO da Tummi, explica que quem contrata o serviço são clínicas e consultórios, que recebem o suporte da startup para instalação de um dashboard no sistema, possibilitando que o aplicativo seja disponibilizado para os pacientes. A médica também ressalta que pacientes de clínicas não cadastradas podem utilizar o serviço. “Aqueles pacientes que não estão vinculados a clínicas e consultórios também pode baixar gratuitamente o app para se autogerenciar. A partir dos dados que inserem no aplicativo, os usuários podem gerar arquivos para download e impressão para que possam levar até a sua equipe médica”, afirma.

Próximos passos 

A equipe percebeu que 11% dos pacientes que utilizam o aplicativo têm outras patologias, como hipertensão, por exemplo, mas utilizam a plataforma para acompanhar seus sintomas. A partir disso, foi desenvolvida, em parceria com doutor Carlos Eurico Pereira, uma nova função em pneumologia. “Foi quando começou a pandemia. Nós nos adaptamos rapidamente para lançar o Tummi Coronavírus, mas em breve teremos a funcionalidade de pneumologia funcionando”, complementa Alessadra.

Carlos Klein, coordenador do Biohub PUCRS, iniciativa que promove a inovação e conecta talentos e conhecimentos para gerar negócios inovadores em ciências da vida, afirma que a Tummi é uma solução digital alinhada com o futuro da medicina. “Representa uma mudança de paradigma do foco na doença para o foco na saúde do paciente. Além disso, conta com um time de empreendedores de alta qualidade e que combinam competências de diversas áreas e que faz toda a diferença na busca de soluções relevante e efetivas para a saúde”, destaca Klein.