Nesta quarta-feira, dia 8 de julho, em celebração ao Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação realizou o webinar Ciência e a Transformação da Sociedade. O evento teve como objetivo debater sobre a relevância da ciência e do papel do pesquisador na sociedade.

A abertura do encontro contou com a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira, da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Carla Bonan e da diretora de pesquisa Fernanda Morrone. Na ocasião, Carla destacou a importância da data, reforçando a relevância da ciência para os avanços da humanidade. “Fazer ciência é um desafio. Não depende somente do esforço individual, mas de investimentos no desenvolvimento de um ecossistema que incentive e promova a busca pelo conhecimento científico, do ensino fundamental até o ensino superior”, adicionou.

O reitor Ir. Evilázio Teixeira parabenizou os cientistas da Universidade pela data e agradeceu pelo engajamento dedicado e pelo protagonismo de cada um em levar adiante aulas e atividades de pesquisa dentro do atual cenário. “Encontros como esse reafirmam o nosso compromisso enquanto comunidade científica com a integridade, a ética, a ousadia e a dignidade. Hoje mais do que em outros tempos, a pesquisa se constitui como caminho para inovação e empreendedorismo, como vetor para solucionar problemas demandados da sociedade”, completou.

O reitor também celebrou o trabalho de excelência desenvolvido na PUCRS, colocando a Universidade entre as 20 melhores instituições da América Latina, destacando-se especialmente na área de pesquisa, citações, ensino e perspectivas internacionais.

Excelência na pesquisa

A diretora Fernanda Morrone deu as boas-vindas aos participantes e falou sobre a nova publicação de divulgação científica da Universidade: PUCRS Excelência em Pesquisa. A revista apresenta dezenas de estudos conduzidos por mais de 50 pesquisadores da Universidade, dividida em cinco grandes temas estratégicos:

A revista também traz um panorama sobre as recentes pesquisas conduzidas na Universidade relacionadas à Covid-19, em resposta a essa importante demanda da sociedade. “Todos esses estudos acontecem em mais de 500 estruturas da nossa Universidade, ou seja, laboratórios, centros e institutos, além de também acontecer em nossos 23 Programas de Pós-Graduação“, completou. Acesse a publicação completa neste link.

Desafios de ser pesquisador

Em seguida, um debate mediado pelo professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Régis Mestriner contou com a presença de quatro pesquisadores que, apesar de jovens, estão se destacando em suas áreas de atuação: Aline Machado Lucas (Escola Politécnica), Ana Paula Duarte de Souza (Escola de Ciências da Saúde e da Vida), André Salata (Escola de Humanidades) e Thiago Wendt Viola (Escola de Medicina).

A primeira questão trazida pelo próprio público que acompanhou o evento foi sobre quais são os principais desafios de fazer ciência e seguir a carreira de pesquisador hoje. Salata destacou o fato de os pesquisadores serem também gestores de recurso – tanto de tempo, quanto de verba. “É um desafio saber gerir esses recursos, tanto em saber conciliar o tempo da pesquisa com outras atividades, quanto em trabalhar sistematicamente em seu projeto com a verba disponível”, afirmou.

Viola afirmou que o desafio também envolve o desenvolvimento de pesquisas no momento atual que vivemos. “É desafiador manter-se firme no propósito enquanto vemos a opinião pública tão dividida, onde parte acredita na ciência e a outra parcela reluta sobre sua relevância”, adiciona.

Incentivo à pesquisa desde cedo

Outra questão levantada pelo público envolveu o investimento na iniciação científica desde a escola primária como forma de fortalecer a sociedade para a prática científica. Aline afirmou que introduzir a vivência na pesquisa desde cedo, mostrando que por detrás de qualquer resultado há um processo é fundamental para que a sociedade compreenda de forma prática o trabalho do pesquisador.

“Também acredito que a comunicação científica é fundamental para que a sociedade consiga absorver o conhecimento produzido e confiar na relevância deste trabalho. A ciência leva tempo, mas é essencial para avançarmos”, afirmou Ana Paula.

André Salata afirmou que a crise e o questionamento do discurso científico têm incentivado que os pesquisadores pensem novas formas de catalisar o conhecimento para o grande público, de forma cuidadosa e democrática.

Fazer ciência durante a pandemia

Manter a produtividade, permanecer concentrado e seguir dedicado com sua pesquisa tornou-se um desafio para muitas pessoas durante a pandemia da Covid-19. Questionados sobre dicas para manter a dedicação acadêmica e de pesquisa, Salata reforçou a importância de manter uma rotina. “Pesquisa é sistemática, analisar dados, ler artigos. Reserve um tempo do seu dia para pesquisar, pois é o que permitirá que você alcance o sucesso lá na frente”, aconselhou.

Viola afirmou que o momento atual pode ser utilizado para fundamentação teórica, essencial para uma pesquisa bem construída. “Também pode ser um momento para aprender mais sobre análise de dados, buscando ferramentas online para a capacitação”, finalizou.

Hoje, 08 de julho, são comemorados o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador. Datas que foram criadas para destacar a relevância da ciência no nosso País. Ser pesquisador e fazer ciência no Brasil e no mundo é um belo desafio. É necessário ter comprometimento, ousadia, dedicação, paixão, resiliência e habilidades para superar os mais diferentes obstáculos. Entretanto, quais são as motivações para seguir a carreira? Cada um tem causas, aspirações, mas é evidente que todos têm a compreensão sobre o potencial transformador do conhecimento, dimensão que permeia a atuação de um cientista.

A investigação dos grandes problemas contemporâneos e de soluções que melhorem a sociedade e a vida no planeta mobilizam pessoas a transpor as fronteiras do conhecimento. Muito mais do que em outros tempos da história, estamos vivendo um período em que os olhares se voltam com atenção ao trabalho dos cientistas. Pesquisadores do mundo inteiro direcionam seus esforços e recursos à busca de uma vacina, de um medicamento, de avanços que beneficiem a humanidade neste cenário tão crítico. Ao mesmo tempo, também estudam impactos na saúde mental, na educação, na economia e em como haverá de ser a vida pós-pandemia. Muitos têm nos alertado para os riscos que corremos se não mudarmos a interação com o meio ambiente.

Entretanto, o trabalho dos cientistas não depende somente do esforço individual, mas de investimentos no desenvolvimento de um ecossistema que incentive e promova a busca pelo conhecimento científico do ensino fundamental até o ensino superior. Na PUCRS, a qualidade da pesquisa protagonizada por 326 grupos, com mais de dois mil projetos em andamento, é reflexo de um conjunto de estratégias e ações estruturantes que dizem respeito à qualificação do corpo docente, à infraestrutura, bem como ao incentivo à interdisciplinaridade e internacionalização.

Comemoramos a data com o lançamento da publicação Excelência em Pesquisa – que apresenta e valoriza o trabalho de mais de 50 cientistas -, para lembrar e ressaltar que nossa universidade só produz investigação de alto nível, em padrão internacional, em diferentes áreas do conhecimento, por causa do trabalho dedicado e incansável das pessoas que a compõem.

Hoje é um dia para celebrar o importante trabalho de todos os pesquisadores que, mesmo nas situações mais adversas, acreditam que é possível transformar o País e o mundo em um lugar melhor. É um dia para reconhecer que o futuro, em todas as suas dimensões, somente é possível com ciência e educação.

 

 

Tecnopuc, ltig, famecos, winnova, sinergia, inovação, ambiente, universidade, empresa, governo, sociedade, inteligência geoespacial, CNPq, FAPERGSUm sistema que avalia perfis de personagens que possam participar de um ambiente de inovação. Esta é a função da plataforma LIGA, desenvolvida pelo Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG). Baseada em técnicas de inteligência geoespacial e artificial, a tecnologia pretende mapear, gerir e até recomendar novas parcerias para editais futuros em tempo hábil. As análises qualitativas e quantitativas serão feitas de acordo com as nomeadas “dimensões”: universidade, empresa, governo e sociedade. A versão beta da LIGA foi desenvolvida pela aceleradora de métodos ágeis do Centro de Inovação Microsoft-PUCRS e pela ThoughtWorks.

No levantamento inicial, a plataforma mapeou 82 empresas e 134 estruturas de pesquisa, incluindo laboratórios da PUCRS. “Neste momento, estamos identificando os atores das dimensões de governo e sociedade. Estão sendo apurados dados relacionados a fomentos de pesquisa (públicas ou privadas, nacionais ou internacionais), bem como levantamentos sobre egressos e alunos que participaram de atividades de empreendedorismo”, explica o professor Regis Lahm, coordenador do LTIG.

Segundo o professor, o processo de gestão de sinergias em ambientes de inovação vai refletir em benefícios econômicos e sociais, tendo em vista a possibilidade de criar novas e constantes conexões para discutir desafios. “Vai delimitar estratégias e lançar soluções em cenários complexos de negócio, contribuindo para a produção mútua de conhecimento e expertise, sobretudo no desenvolvimento econômico local. A proposta é identificar necessidades de cada dimensão para que possamos entregar o máximo de retorno possível para todos os públicos. Sejam relacionados à Universidade e interessados em inovação, pesquisa e desenvolvimento, sejam estes de caráter governamental ou privado”, diz.

Para Lahm, a LIGA já está gerando frutos sociais. Atualmente, financia alunos por meio de estágio, bolsas de iniciação científica junto à PUCRS, CNPq e Fapergs, além de cursos de qualificação profissional. “São exemplos práticos de como projetos de inovação podem ser potencializados por sinergias na Universidade. Por meio dessa sinergia, o LTIG receberá recursos financeiros para financiar a própria estrutura de pesquisa”, comenta. Atualmente, a WinNova, empresa sediada no Tecnopuc, já apoia esta iniciativa.

A plataforma está sendo apresentada para outras empresas do Tecnopuc. Neste momento, já estão em negociações novos convênios para expansão da LIGA, que poderão ampliar o acesso à recursos humanos e financeiros, gerando benefícios mútuos para alunos, pesquisadores e empresários.

A tecnologia atenderá o programa de aceleração de sinergias (de onde foram extraídos os dados da plataforma) coordenado pela professora Clarice Lamb, gestora de relacionamento do Tecnopuc. A identidade visual da LIGA foi elaborada pelo laboratório de experiência da Famecos.