O Sistema Único de Finanças (SUF), primeira iniciativa de Tecnologia Financeira da Escola de Negócios da PUCRS, busca oferecer serviços de recuperação financeira integral para os gaúchos, de forma presencial ou virtual. O projeto, que será desenvolvido a partir de 2017 numa parceria entre o Estúdio de Finanças da PUCRS, o Procon, a Defensoria Pública e o Tribunal de Justiça do Estado, foi apresentado para a comunidade universitária pelo diretor do Instituto de Desenvolvimento Social e Cultural da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, Wilson Marchionatti, na noite de quarta-feira, 14 de dezembro. Estavam presentes membros dos órgãos públicos citados, professores da Escola de Negócios e representantes do Itaú, que é apoiador do Sistema. Depois da apresentação ocorreu uma palestra sobre tecnologia financeira com Marcelo Bradaschia, da empresa Fintech Lab, que já trabalhou no Santander e no Banco Real.
Segundo Marchionatti, a PUCRS possui um ecossistema ideal para o desenvolvimento de projetos. “Existem recursos humanos acessíveis para que se desenvolvam bons projetos de tecnologia financeira ou de qualquer área”, destacou. O diretor explicou que a ideia é oferecer orientação financeira gratuita e mais interação entre os órgãos públicos, com uma educação financeira mais moderna. A proposta é integrar o SUF a estes órgãos públicos, auxiliando o indivíduo a resolver o seu problema, desde uma insatisfação com uma instituição financeira até um endividamento. “É um sistema onde ele encontra o que precisa para se recuperar financeiramente”, ressaltou.
O Sistema será intuitivo e visual, para auxiliar as pessoas a entenderem o cenário onde se encontram financeiramente. Também tem uma proposta educativa, gerando um aprendizado de longo prazo, com uma linguagem amigável. “A pessoa já está em uma situação difícil, por isso precisa de alguém em quem possa confiar”, disse o diretor. Além disso, outro propósito é que o Sistema seja aberto, porque o projeto é piloto no Estado. “Atingindo sucesso no Rio Grande do Sul, a ideia é escalar para outros estados”, salientou Marchionatti. A iniciativa terá quatro balcões, entre eles o do Consumidor, quando o Procon ingressa para auxiliar no processo; e o da Negociação, no Tribunal de Justiça, quando ocorre o contato com o credor, para fazer uma mediação extrajudicial; O de Defesa, na Defensoria Pública, onde a pessoa busca auxílio de um defensor público quando necessário; e o Balcão do Futuro Investidor, por parte do Estúdio de Finanças, quando o indivíduo receberá subsídios para se desenvolver financeiramente.
Na palestra, Marcelo Bradaschia, do Fintech Lab, falou de algumas tendências do mercado, como Economia Colaborativa, Internet das Coisas (Internet Of Things) e Machine Learning. Sobre a Economia Colaborativa, explicou que é quando alguém utiliza algo que está parado em determinados momentos para gerar renda. Ele citou o exemplo do Uber, e de pessoas que, no tempo livre, o utilizam para, por exemplo, passear com cachorros e ganhar uma renda extra com esse tipo de serviço. “Sem a tecnologia, essas coisas não se encontrariam”, lembrou.
Para falar sobre Internet das Coisas, Bradaschia alertou que em 2025 existirão mais de 20 bilhões de equipamentos conectados com a internet. Ele também abordou os dispositivos que podem ser vestidos, os wearables, como relógios que passam a fazer parte da jornada das pessoas. “É a tecnologia se inserindo onde eu preciso, sem eu ter que ir até ela”, afirmou.
Também, segundo Marcelo, a visão dos jovens de 18 anos mudou nos últimos anos. Antes, o sonho era ter um carro. Hoje, os propósitos são um pouco diferentes, como ter experiências e viajar. “Não é mais uma questão de ter, mas uma questão de viver”, apontou ele.
Por último, o palestrante comentou sobre Machine Learning, ou inteligência artificial, que busca trabalhar e processar um grande volume de dados que vem de diferentes fontes. Ele ressaltou que hoje a diferença está em inserir a tecnologia na vida das pessoas com um propósito.