Capes de Tese Liberdade de ensinar no Brasil e fundamentos do Serviço Social na América Latina e no Caribe foram os temas dos trabalhos de doutorado da PUCRS destacados no Prêmio Capes de Tese 2017. A primeira pesquisa, desenvolvida por Amanda Thomé Travincas, no Programa de Pós-Graduação em Direito, foi orientada pelo professor Ingo Sarlet. A segunda, de Mariléia Goin, defendida no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, teve orientação da professora Jane Cruz Prates.

O Prêmio Capes de Tese é concedido para as melhores teses de doutorado aprovadas nos cursos de pós-graduação reconhecidos no Sistema Nacional de Pós-Graduação em cada umas das 49 áreas do conhecimento. Além disso, duas teses em cada uma das áreas são agraciadas com Menção Honrosa.

 

Movimento Escola sem Partido x liberdade do professor

Amanda Thomé Travincas

Amanda Thomé  Foto: Arquivo Pessoal

A tese A tutela jurídica da liberdade acadêmica no Brasil: a liberdade de ensinar e seus limites surgiu no momento em que cresce no País o movimento Escola sem Partido. Tramita no Congresso Nacional um projeto de lei buscando neutralizar os espaços de ensino, o que limitaria a atuação do professor. Amanda defende que, quanto ao conteúdo, deve haver liberdade, exceto em casos de violação dos direitos de terceiros, como ofensas à honra. As restrições nos métodos, na sua avaliação, somente se justificam caso se mostrem insuficientes para o aprendizado dos estudantes.

Nos EUA, a política protetiva contra atos terroristas e ideias subversivas, pós-11 de setembro de 2001, acabou afetando a atuação nas universidades. Isso também se refletiu na Inglaterra e em outros países europeus. No Brasil, os focos principais são as questões de cunho político-partidário e religioso e as ligadas a gênero.

Para Amanda, a liberdade das universidades é uma condição para que se concretize o princípio democrático. Envolve o direito do professor de tomar decisões relativas à gestão da sala de aula, como distribuição da carga horária das disciplinas, ordem dos temas previstos nos planos e currículos e indicações bibliográficas. Quanto a temas polêmicos, a autora defende que o docente deve enfrentá-los e emitir suas preferências, sem que isso se configure em doutrinação. “Contudo, é uma afetação desproporcional à liberdade de aprender dos alunos que o professor suprima o ensino de modelos explicativos com os quais não concorde”, pondera.

Amanda leciona na Unidade de Ensino Dom Bosco, em São Luís, no Maranhão. Fez o mestrado e o doutorado na PUCRS.

 

Serviço Social no Brasil, no Chile e em Cuba

Prêmio Capes de Tese 2017 - Mariléia Goin

Mariléia Goin
Foto: Arquivo pessoal

Mariléia atribui o reconhecimento da Capes ao seu objeto de pesquisa: a necessidade de discutir o Serviço Social e a articulação latino-americana. “Essa área tem poucos estudos, pois a maioria das teses e dissertações de 15 anos para cá enfoca as políticas sociais”, avalia ela, que é professora da Universidade de Brasília. Durante o doutorado, morava em São Borja e precisava percorrer 600 quilômetros semanalmente para vir à PUCRS.

O seu trabalho compara a atuação profissional no Brasil, no Chile e em Cuba. O estudo se dá no período pós-1960, quando um movimento trouxe novos objetivos para o Serviço Social na América Latina, antes com influência moral e religiosa, além de técnicas e conceitos inspirados nos EUA. Um dos protagonistas dessa mudança foi o professor da PUCRS Seno Cornely.

Apesar de ter sido o primeiro país a constituir escolas de Serviço Social na América Latina, a partir de 1925, o Chile sofreu o impacto da ditadura e da adoção do neoliberalismo, analisa a autora. Ainda em 2015 estava reabrindo cursos superiores fechados no regime militar. “Não há um direcionamento teórico, um objeto que dá a razão de ser e existir da profissão no país.”

O Brasil se destaca na América Latina pela organização política da área nos âmbitos da formação e do trabalho profissional e estudantil. A questão social, englobando as contradições entre capital e trabalho, está no centro da atuação. Segundo Mariléia, o País lidera a retomada da articulação na região.

Cuba vive uma realidade peculiar. Socialista, não forma assistentes sociais. Há apenas técnicos em Trabalho Social que atuam no fortalecimento do trabalho comunitário, além de sociólogos que se habilitam ao trabalho social no final da graduação. O governo cubano acredita que a responsabilidade por essa atividade é de toda a sociedade e não de uma única profissão. Um grupo brasileiro assessora o país na criação de cursos de Serviço Social em nível superior. Mariléia acredita que a formação universitária seria um subsídio para fortalecer as conquistas da Revolução Cubana em campos como saúde e educação.

Menção honrosa

Mateus Panizzon, do Programa de Pós-Graduação em Administração PUCRS/UCS, recebeu Menção Honrosa pelo trabalho A influência da capacidade de aprendizado, da criatividade organizacional, da orientação empreendedora internacional, da capacidade tecnológica e da capacidade de reconfiguração na habilidade em desenvolvimento de novos produtos. O estudo foi orientado por Gabriel Sperandio Milan, coorientado por Eric Charles Henri Dorion.

 

Grande Prêmio

A entrega do prêmio ocorrerá na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília, no dia 7 de dezembro, quando será divulgado o resultado do Grande Prêmio Capes de Tese – Edição 2017.

Idosos no banco da praça

Foto: Skitterphoto/pixabay.com

Violência contra a pessoa idosa e estratégias de enfrentamento será o tema de um workshop aberto ao público promovido pelo Curso de Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS. A atividade, que ocorre no dia 22 de junho, das 17h30min às 19h, é gratuita, e os interessados podem realizar a inscrição no momento do evento. O workshop, que tem coordenação da professora da Escola de Humanidades Patrícia Krieger Grossi, ocorre na sala 235 do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

Sala Serviço Social

Foto: Camila Cunha/PUCRS

Com o objetivo de valorizar e preservar a memória do curso de Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS, será inaugurado na próxima semana o espaço Professora Lúcia Gavelo Castillo, na sala 226 do prédio 15. O local dedicado à pesquisa possui documentos que contam a história do curso desde 1945, tanto da graduação quanto da pós-graduação.

Na nova sala, alunos da PUCRS e de outras instituições poderão ter acesso a livros, documentos, fotos e trabalhos de conclusão de curso, entre outros, desde a primeira turma de formandos. O material está organizado por décadas e, para usufruir do espaço, os interessados devem agendar uma data na secretaria do curso de Serviço Social, prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

A sala foi nomeada em homenagem a aluna da primeira turma do curso de Serviço Social, que atuou como professora do curso entre 1953 e 1996, Lúcia Gavelo Castillo. Ela também foi diretora da área na PUCRS entre 1954 e 1963.

 

O evento

Sala Serviço Social

Foto: Camila Cunha/PUCRS

Durante a inauguração do espaço, estará presente a professora da PUC São Paulo Maria Lúcia Martinelli, referência para o Serviço Social no Brasil e na América Latina. A cerimônia de abertura do local ocorre dia 15 de maio, quando também é comemorado o Dia Nacional do Serviço Social.

A solenidade integra a Semana do Serviço Social, evento promovido pelo curso de Serviço Social da PUCRS que acontece entre os dias 15 e 17 de maio. As atividades são gratuitas, abertas ao público e não é necessário realizar inscrição. A programação completa está disponível abaixo.

 

Programação

Solenidade de posse do Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 10ª Região

 

Inauguração da Sala Profa. Lúcia Gavelo Castillo

 

Apresentação e lançamento de livros

 

Palestra Serviço Social, Identidade e História

 

Atividade cultural com piano e voz

 

Cidade, Rua, Bicicleta, Carros

Foto: Volker Schaebele / pixabay.com

Cidade Inovadora: o Desafio da Humanização do Urbano será o tema de uma aula aberta promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social (PPGSS) da Escola de Humanidades, em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS (FAU).

O encontro ocorre no dia 20 de março, às 19h30min, no auditório do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). As palestras serão ministradas pela docente Idilia Fernandes (PPGSS) e pelo professor Marcos Pereira Diligenti (FAU). O evento é aberto ao público, gratuito e não necessita de inscrições. Informações complementares pelo telefone (51) 3320-3620.

Cadeia, Presídio, Presos, Grades, Detenção

Foto: Arquivo – Ascom/PUCRS

Direitos Humanos e Sistema Prisional no Brasil será o tema de uma roda de conversas promovida pelo curso de Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS. O encontro ocorre na próxima quarta-feira, 22 de março, na arena do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), das 17h às 18h30min. A conversa será conduzida pela professora do curso de Serviço Social Maria Palma Wolff. O evento é gratuito, aberto ao público e as inscrições serão realizadas no local. Informações complementares pelo telefone (51) 3320-3546.

Morador de rua

Foto: Ben_Kerckx / pixabay.com

Seriam as pessoas em situação de rua protagonistas de suas próprias vidas? Nos municípios em que não há estímulo a sua participação, não. Essa foi a resposta defendida por Rodrigo dos Santos Nunes, assistente social e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS, em sua dissertação de mestrado. “Como eles serão protagonistas se não são convidados pelo poder público para falar sobre as causas e os problemas que enfrentam nas ruas?”, questiona. Estudioso do tema desde a graduação, Nunes explica que a maioria dos municípios brasileiros sequer faz mapeamentos ou possui indicadores que mensurem o número de pessoas que, fora de casa, encontram um local para sobreviver ou os motivos que as levaram a este extremo. A tese de doutorado, em execução, pretende avaliar a vigilância socioassistencial da região metropolitana de Porto Alegre, analisando a existência de medidas preventivas e executivas de auxílio à população em situação de rua e sugerindo possíveis estratégias para as gestões políticas.

Ao longo do mestrado, o assistente social identificou a existência de um fenômeno de rualização, processo que, por múltiplas causas, leva pessoas a encontrarem nas ruas uma nova identidade. Curiosamente, o desemprego não figura como um de seus motivos principais, mas sim a precariedade dos trabalhos oferecidos sem formalidade, sem garantias trabalhistas ou com remuneração insuficiente. Nunes aponta que essa situação costuma gerar conflitos domésticos, fragilizando os vínculos familiares e agravando a situação de vulnerabilidade. À multicausalidade, integram questões associadas a situações de morte na família, abuso de álcool e outras drogas e questões conjugais, por exemplo. Crianças também são atingidas. “Elas passam a frequentar menos a escola e buscam atividades para garantir a sobrevivência da família. Consequentemente, a proteção sanitária se reduz e a nutrição torna-se insuficiente, incapacitando a saída do ciclo de pobreza para várias famílias”. Em Alvorada, município estudado pelo pesquisador, 3,1% da população foi identificada em extremo caso de pobreza, com renda domiciliar abaixo dos R$ 70 por pessoa, mas apenas 1% do orçamento total do município foi destinado à assistência social.

 

Sem um teto, a busca por empregos torna-se mais difícil

Depoimentos de pessoas em situação de rua coletados pelo pesquisador identificam que aqueles que não possuem um endereço fixo têm restrita a possiblidade de conseguir um novo emprego. Ele explica que a ideia da perda do trabalho se relaciona com a perda da identidade, das condições de vida e da autoestima. A conclusão diante de tantas causas é enfática: não há protagonismo ao tratar sobre pessoas vulneráveis em situação de rua, exceto nas experiências em que há investimento em políticas inclusivas. Assim como as causas da rualização são múltiplas, as medidas necessárias para seu enfrentamento também devem se desenvolver em inúmeras áreas de ação. A primeira necessidade, e também tema da pesquisa de doutorado, é que haja estudos e indicadores que subsidiem o planejamento, assim como o monitoramento e avaliação das políticas sociais. Nunes complementa que são necessárias alternativas inovadoras para promover a efetiva participação das pessoas em situação de rua nas decisões que devem impactar em suas vidas, bem como a execução de mapeamentos e diagnósticos que desvendem vulnerabilidades e riscos sociais, possibilitando a proposição de estratégias intersetoriais.

Lápis / Caderno

Foto: Wokandapix/pixabay.com

Educação Socialmente Responsável e Formação em Serviço Social serão os temas discutidos em workshop no dia 22 de novembro. A atividade, ministrada pela professora da Escola de Humanidades da PUCRS Inês Amaro, é aberta ao público, tem entrada franca e ocorre entre 17h30min e 19h na sala 206 do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Interessados podem fazer a inscrição no dia e no horário do evento. A promoção é do curso de Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS. Informações adicionais pelo telefone (51) 3320-3546.

Detentos, Presidiários, Plantação, Verduras

Foto: Omar Freire / Imprensa MG / fotospublicas.com

O curso de Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS promove na próxima quarta-feira, 26 de outubro, um workshop aberto para a comunidade. O tema Justiça Restaurativa será abordado em uma exposição dialogada, seguida de roda de conversa. O encontro é aberto ao público, tem entrada franca e ocorre das 17h30min às 19h na sala 102 do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). A atividade será válida como horas complementares e não necessita de inscrições prévias.  Informações adicionais pelo telefone (51) 3320-3546.

Prédio 15

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

O curso de Serviço Social da Escola de Humanidades da PUCRS promove nesta terça-feira, 6 de setembro, uma aula aberta sobre o tema Os objetivos Globais do Desenvolvimento Sustentável e as Interfaces com o Serviço Social e a Educação. O encontro acontece das 19h30min às 22h30min, na sala 241 do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). O tema será abordado por um grupo de professores dos cursos de Serviços Social e Pedagogia da PUCRS. O evento é aberto ao público, gratuito e não é necessário realizar inscrições prévias. Informações complementares pelo telefone (51) 3320-3546.

Prédio 15

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

O curso de Serviço Social da PUCRS promove na próxima terça-feira, 6 de setembro, uma aula aberta sobre os objetivos globais do desenvolvimento sustentável. A atividade também abordará as interfaces do Serviço Social nas esferas pública estatal, pública não governamental e privada, com a participação de um grupo de professores, entre eles a docente do curso Inês Amaro da Silva.

O evento tem entrada franca e ocorre das 19h30min às 22h30min, na sala 241 do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3320-3546.