A PUCRS recebeu nesta quinta-feira, 5 de outubro, o Seminário Estratégia de Excelência das Universidades Brasileiras, evento promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A atividade teve a presença do presidente da agência de fomento, Abílio Baeta Neves, do presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Emmanuel Tourinho, de reitores de universidades de todo Brasil e de convidados internacionais, como o reitor da Universidade de Tübingen (Alemanha), Bernd Engler, responsável pela palestra de abertura. O evento, ocorrido no auditório do 9º andar do prédio da Escola de Negócios, foi aberto pelo Reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, e integra a programação do Simpósio Brasil-Alemanha de Desenvolvimento Sustentável.
Os caminhos da excelência alemã
A apresentação do reitor Engler tratou da iniciativa alemã de para a estratégia de excelência acadêmica a partir da perspectiva de Tübingen. Como eixos principais, ele destacou as necessidades de se respeitar os aspectos que perfazem a identidade da universidade e da visão de planejamento e longo prazo e a consciência de que dinheiro é importante desde que exista conceitos de aproveitamento criterioso dos recursos obtidos. Por fim, a atenção permanente à concorrência no âmbito internacional.
Core Research Areas
Engler defendeu que cada instituição de ensino superior defina suas Core Reserch Areas (principais áreas da pesquisa). Para isso, afirmou: “é necessário levar em conta as vocações de cada universidade, estabelecer cooperações com instituições extra-universitárias, detectar pontos fortes e fracos, visando ao aprimoramento e correção destes”. Ele ainda destacou a importância da publicação de resultados em journals (periódicos) internacionais. “Carecemos de estruturas eficientes de governança para definir as áreas centrais de pesquisa. Os critérios devem ser transparentes”, alertou.
A experiência de Tübingen
Para que se atinja a excelência, o reitor alemão lembrou que não existem fórmulas prontas. Ele relatou a experiência vivenciada por sua instituição ao ser preterida na distribuição de recursos, em 2006, durante um programa governamental de fomento à investigação científica. “Isso fez com que nossos catedráticos se mobilizassem para mostrar a força da pesquisa, o que contribuir para que fôssemos contemplados na segunda rodada”, explicou. Segundo ele, os projetos que receberam recursos foram aqueles concatenados com os interesses do país. “Outro fator decisivo para em todas as demais instituições contempladas foi a visão internacional da pesquisa”, completou.
Entre os aprendizados a partir dessa experiência, Engler ressaltou que Tübingen desenvolveu instalações para uso conjunto por pesquisadores, com índice mínimo de 70% de aproveitamento dos equipamentos. “Todos gostam de ter seus brinquedos no próprio laboratório, mas nem sempre é possível”, falou em tom humorado.
Importância da internacionalização
Outro ponto fundamental para uma universidade tornar-se excelente é a internacionalização. De acordo com o reitor, o intercâmbio de professores e estudantes, o estabelecimento de parcerias que com universidades que compartilhem temas comuns de pesquisa e atração de alunos estrangeiros contribuem fortemente nesse sentido. Porém, numa autocrítica, ressalvou que “a Alemanha tem um ensino essencialmente teórico, o que precisa ser alterado com a renovação curricular e a prevalência de mais prática, bem como orientação para a economia internacional”, tendo o cuidado para manter os critérios acadêmicos da pesquisa.
Acordo aproxima Brasil e Alemanha
Durante o Seminário, o presidente da Capes, Baeta Neves, e o reitor de Tübingen, Bernd Engler, assinaram um acordo com o objetivo de facilitar o intercâmbio científico entre Brasil e Alemanha. A proposta prevê que a Capes atuará na mediação das relações internacionais entre as instituições.