Combate ao câncer

Vários fatores devem ser considerados ao definir o melhor tratamento para cada paciente/ Foto: Giordano Toldo

No começo de 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil e destacam que as regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência. A pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Fernanda Bueno Morrone explica que o câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado e anormal de células em qualquer parte do corpo. 

De acordo com a docente, essas células crescem e se dividem mais rapidamente do que as células normais e podem invadir tecidos e órgãos próximos. O câncer pode se espalhar para outras partes do corpo através do sistema circulatório ou linfático, o que é conhecido como metástase. Ao todo, foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais comuns no Brasil, sendo eles o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%). 

A professora Fernanda atua com pesquisas reconhecidas internacionalmente pelo seu impacto na proposição de novas estratégias para o tratamento farmacológico e combate aos mais diversos tipos de câncer. Ela conta que vários fatores são levados em consideração ao definir o melhor tratamento para cada paciente com câncer.  

“O objetivo dos tratamentos é eliminar o câncer ou controlá-lo por um período de tempo. Alguns fatores para definir a melhor estratégia incluem o tipo e estágio do câncer, a idade e estado de saúde geral do paciente, bem como a presença de outras condições médicas. Os tratamentos mais comuns para o câncer incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia hormonal e imunoterapia”, destaca.  

Busca por novos tratamentos 

Combate ao câncer

Imunoterapia, terapia-alvo, terapia gênica e radioterapia de precisão estão entre os mais promissores tratamentos contra o câncer/ Foto: Giordano Toldo

No mundo, atualmente se discute muito sobre os avanços na ciência e na busca por novos tratamentos, incluindo novas abordagens de imunoterapia, terapia gênica, terapia com células CAR-T (células T modificadas), radioterapia com prótons, terapia de ondas sonoras e nanotecnologia. Fernanda ressalta que também há pesquisas em andamento para identificar novos alvos terapêuticos e desenvolver novos medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais. 

Mais recentemente, houve avanços significativos no desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer, e alguns dos mais promissores incluem: imunoterapia, terapia-alvo, terapia gênica, radioterapia de precisão. Esses novos tratamentos estão ajudando a melhorar as taxas de sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes com câncer e continuam a ser desenvolvidos e refinados para melhorar ainda mais os resultados do tratamento. 

Na PUCRS, o grupo de pesquisa em Farmacologia do Câncer e Inflamação: aspectos bioquímicos e moleculares, coordenado pela pesquisadora, é responsável por desenvolver pesquisas para encontrar novos tratamentos para várias neoplasias. Em estudos anteriores do grupo, foram encontrados resultados promissores realizando a injeção de células de gliomas com uma enzima que quebra o ATP para diminuir o tamanho do tumor. Conforme salienta a professora, essas descobertas podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias farmacológicas para o tratamento dessas neoplasias. 

Atualmente, dois estudos estão em andamento. Uma pesquisa em colaboração com o grupo do professor da Universidade de Harvard Simon Robson, com foco na investigação da resistência do câncer à radioterapia e a resposta imunológica em modelos de tumores cerebrais.  

Além disso, devido à alta prevalência do câncer de esôfago no Rio Grande do Sul, o grupo de pesquisa também está realizando estudos para identificar genes presentes nesse tipo de câncer. Esses estudos são feitos em amostras de pacientes e utilizando grandes bancos de dados internacionais, com a avaliação dos dados obtidos por inteligência artificial. O grupo tem uma parceria com o Centro Internacional de Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB), ligado à Organização das Nações Unidas, na África do Sul, onde também há muitos casos de carcinoma de esôfago.  

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O reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e seu relações institucionais, Solimar Amaro, em visita ao dr. Yukio Moriguchi e sua esposa, Lia Moriguchi/ Foto: Nicole Almeida Flores

Aos 97 anos, Yukio Moriguchi acumula um extenso legado de contribuições tanto à PUCRS quanto à Medicina na América Latina. Recentemente, o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, se encontrou com o médico e ex-professor, fundador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, o IGG. A visita foi feita como forma de agradecimento neste ano em que a PUCRS completa 75 anos de existência. 

O professor Moriguchi deu contribuições grandiosas não apenas à PUCRS, mas à Medicina e à saúde no Brasil. Visitar alguém que no alto dos seus 97 anos é capaz de nos receber com alegria, saúde e de maneira acolhedora, é também uma maneira de ter mais esperança na vida e no futuro. A PUCRS completa 75 anos em 2023 e queremos ressaltar e agradecer às pessoas que contribuíram com essa história, ele é uma delas”, destacou.

Uma carreira memorável 

Considerado o pai da Geriatria, Moriguchi dedicou quase 60 anos de sua vida ao estudo da longevidade e do envelhecimento saudável. O docente, que lecionou na Escola de Medicina da PUCRS até 2015, quando se aposentou aos 89 anos, implantou aqui a primeira disciplina de geriatria em uma faculdade de medicina na América Latina. Em 27 de novembro de 1973, fundou o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS, que completa 50 anos em 2023.  

Entre as muitas atividades realizadas no Instituto, está a recente pesquisa Avaliação do Programa de Incentivo à Atividade Física Para Idosos (PIAFI), que visa investigar os fatores que podem contribuir para o envelhecimento saudável. “O trabalho de investigação científica motivado pelo Dr., que nestas cinco décadas inspirou centenas de pesquisadores da PUCRS na busca por descobertas capazes de promover o envelhecimento saudável, não apenas se justifica, mas é louvável”, acrescenta o Ir. Evilázio. 

Entre os feitos memoráveis do ex-professor, estão seu período como conselheiro médico do Papa Paulo VI, de 1964 a 1967; além do recebimento da Comenda de Serviço Médico Humanitário, entregue a ele pelo próprio Imperador do Japão, seu país natal. Quem destaca – e se orgulha – da trajetória de Yukio é sua filha, Cristina Moriguchi. Seguindo os passos do pai na saúde e no ensino, ela é professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Ela conta que, nos primeiros anos do IGG, o nome era apenas Instituto de Geriatria – o “Gerontologia” foi introduzido mais tarde – até porque o tema era pouco discutido na época. 

Yukio Moriguchi

O dr. Yukio Moriguchi atuou como docente na Escola de Medicina da PUCRS/ Foto: Bruno Todeschini

“O conceito de prevenção para um envelhecimento bem-sucedido foi sendo introduzido aos poucos, num trabalho de ‘formiguinha’, com aceitação de muitas pessoas, mas sob olhares céticos de outros”, relata ela.

As raízes japonesas permanecem 

A trajetória de Yukio Moriguchi não teve um começo fácil: sua infância foi marcada pelo falecimento precoce da mãe, além dos horrores da guerra. Mais tarde, já na Universidade de Keio, em Tóquio, onde se formou em Medicina, também auxiliou seus irmãos mais novos em suas formações profissionais. “Após se formar médico em Keio, fez o doutorado na mesma universidade com um período de doutorado “sanduíche”, como chamamos agora. Nesse período, em Milão, conheceu pessoas que tiveram grande significado para ele, tanto pessoal quanto profissionalmente”, conta Cristina. 

Depois de concluir seu doutorado, Yukio fez uma viagem ao Brasil, a fim de se encontrar com um egresso da Universidade de Keio, já que era uma tradição visitar alguém formado na mesma instituição. Esse egresso era ninguém menos do que o avô materno de Cristina.

“Foi lá que ele conheceu a minha mãe, que morava em São Paulo. Ela se formou em História Natural na USP e trabalhava no Instituto Oceanográfico. Ela o levou para conhecer a cidade no carro dela e, assim, tudo aconteceu”, narra a professora. 

Após se casarem em Tóquio, Yukio e a esposa, Lia, moraram no Japão por cerca de dez anos e, então, decidiram se mudar definitivamente para o Brasil. O plano deles era se radicarem em São Paulo, para poderem ficar junto dos pais de Lia. No entanto, o Dr. Moriguchi precisaria fazer a revalidação de seu diploma para poder exercer a medicina no Brasil, o que, na época, era oferecido apenas nas universidades de Recife e Porto Alegre.

Eles visitaram as duas cidades e, no fim, decidiram vir para Porto Alegre, onde planejavam passar quatro anos e depois voltar para São Paulo. Porém, decidiram ficar depois que o Ir. José Otão convidou o Dr. Yukio, ao final de sua revalidação, para criar uma disciplina de Geriatria no curso de Medicina da PUCRS. “Os planos de Deus e os nossos, às vezes, são diferentes. E só entendemos depois, muito tempo depois”, reflete Cristina. 

Para a docente, a origem japonesa e a época vivida pelo pai em sua terra natal influenciaram tanto sua vida pessoal quanto a profissional – sua filha o descreve como um homem sério, rígido e trabalhador. Sua personalidade, segundo ela, não agradava a todos.  

“O meu pai é uma pessoa muito espiritualizada, católico, e sentia que quando estava sozinho, ou estava estudando ou rezando. Eu mesma fui aluna dele na pós-graduação e, apesar das aulas muito boas, imaginava quantos colegas deviam achar estranho certas exigências e atitudes dele. Nesses momentos, via ali um choque de culturas e de gerações. Eu poderia entender, mas ou outros não. Agora, acho que ele teve muita coragem e obstinação. Tenho muito orgulho pelo seu feito”, conclui.

Aos 97 anos, Moriguchi esbanja saúde 

Yukio e Lia Moriguchi com a neta, Clara, e a empregada, Sayuri/ Foto: André Ávila | Agência RBS

Em seus ensinamentos, Moriguchi sempre apontou três aspectos como fundamentais para garantir uma vida longa. O primeiro é a alimentação saudável, que deve ser balanceada e não conter consumo excessivo de gordura, sal e açúcar. O segundo, o repouso – recomenda que o necessário para um descanso adequado são oito horas de sono por dia. Por fim, atividade física é fundamental, pelo menos uma hora por dia. 

O professor, aos 97 anos, segue à risca suas próprias recomendações, mantendo uma rotina regrada. Acorda todos os dias às 6h30, toma um copo de leite morno e sintoniza no canal da NHK para acompanhar as notícias do Japão, das 7h às 9h.

O café da manhã, que vem logo em seguida, costuma ser uma tigela de arroz, de natto (alimento tradicional japonês feito de soja fermentada) ou um sanduíche. No almoço, também tem o costume de consumir pratos típicos de sua terra natal. À noite, come apenas uma maçã ou uma pera – segundo ele, deve-se passar um pouco de fome à noite para que se possa comer bem pela manhã. No tempo livre, lê livros e jornal, enquanto sua esposa, Lia, faz palavras-cruzadas e sudoku. Vai dormir às 22h, mas já está na cama desde as 20h. 

Os exercícios físicos não ficam de fora de sua rotina: além de caminhadas diárias de uma hora pelo apartamento onde mora, ele e Lia fazem fisioterapia duas vezes por semana com a neta, Clara Takako Moriguchi, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em entrevista à GaúchaZH, ela diz que o objetivo do tratamento é manter a força e a funcionalidade dos avós.  

Yukio e Lia, apesar da idade, são muito independentes: preparam as refeições sozinhos e conseguem realizar sozinhos tarefas como lavar a louça e tomar banho – é o que diz Sayuri Maruyama, que trabalha com o casal desde 2013, também em entrevista à GaúchaZH. Além de tudo, os dois tomam apenas remédio para pressão e vitaminas, a fim de evitar problemas de saúde.  

Legado na Medicina é hereditário 

Clara e Cristina não são as únicas descendentes de Moriguchi a continuar seu legado e seguir carreira na área da saúde. O filho mais velho do professor, Emilio Moriguchi, seguiu à risca os passos do pai e é geriatra assim como ele. Ele e Cristina têm outros dois irmãos, Inácio e Vicente, porém ambos seguiram na área da engenharia. “O assunto ‘saúde’ era recorrente nas conversas diárias e, naturalmente, Emilio começou a se interessar pela Medicina. Eu, que gostava muito de Química e Biologia, na época não me via trabalhando como médica e escolhi ser farmacêutica”, relata a professora. 

Emilio Moriguchi, filho mais velho de Yukio, continua o legado do pai na Geriatria/ Foto: Júlio Cordeiro | Agência RBS

Formado em Medicina pela UFRGS, Emilio concluiu o doutorado em concentração em geriatria na Universidade de Tokai, no Japão – onde nasceu e morou até os dez anos. Hoje, ele é professor de Geriatria na UFRGS e também é chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Além disso, também é diretor do Instituto Moriguchi, que fica em Veranópolis. 

O Instituto Moriguchi surgiu a partir de uma missão da qual Emilio foi incumbido por seus mentores na época em que retornou de seu pós-doutorado em Geriatria em Fellowship, nos Estados Unidos, em 1994. A missão era encontrar o local de maior longevidade no Brasil a fim de pesquisar o que é necessário para um envelhecimento saudável. A partir de dados do IBGE, descobriu que o município mais longevo do país era Veranópolis, no interior do Rio Grande do Sul. Lá, juntamente com outros especialistas, desenvolveu vários trabalhos de pesquisa na área da Geriatria e, em 2018, o Projeto Veranópolis, com o ficou conhecido, ganhou o reconhecimento do Ministério da Saúde para que fosse construída uma sede para o Instituto Moriguchi. 

Emilio contou, também em entrevista à GaúchaZH que sua escolha pela Geriatria ocorreu de forma natural, quando estava se formando na faculdade. Na época fazia residência em medicina interna, e percebeu que muitos dos pacientes internados eram idosos em condições difíceis e doenças concomitantes.  

“Naquela época, seus ensinamentos ainda eram inovadores e desafiadores. Ele foi o fundador da geriatria preventiva no Brasil, e também nos países africanos de língua portuguesa, por meio de programa da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). Foi ele quem lançou a ideia de que a geriatria não era só atender aos idosos doentes, mas também – e ainda mais – trabalhar com as pessoas desde jovens e educá-las para um envelhecimento com saúde e qualidade de vida.”    

introdução alimentar

Professora explica que as escolhas alimentares feitas pelos pais são refletidas no futuro das crianças. / Foto: Vanessa Loring/Pexels

Um dos maiores desafios de pais e responsáveis é a chamada introdução alimentar. Uma fase complexa que demanda tempo, paciência e persistência. As primeiras experiências dos pequenos com algum alimento são motivos de comemoração. Para a professora do curso de Nutrição da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS Caroline Abud é importante compreender que este é um processo de construção familiar.

“Para que a criança tenha um paladar amplo, uma aceitação dos diversos grupos alimentares e dos diversos alimentos dentro dos grupos, precisamos de exposição significativa e gentil durante todo processo de crescimento e desenvolvimento da infância. Hoje, temos algumas evidências de que este processo se inicia mesmo antes do nascimento, com o perfil qualitativo da alimentação na gestação”, declara.

Profissionais da área da saúde falam sobre a influência dos adultos no comportamento das crianças. Com a alimentação, não é diferente. As escolhas feitas pelos pais são refletidas no futuro das crianças. Segundo dados do Ministério da Saúde de 2022, 20% das crianças com menos de cinco anos apresentam anemia por falta de ferro, e 17% tem déficit de vitamina A. O alto consumo de alimentos ultraprocessados é um dos principais fatores responsáveis pelo aumento desses casos.

“A maior dificuldade é quando uma criança não teve uma construção de paladar e é necessário fazer a modificação de hábitos dela. Nenhuma mudança é um processo fácil, então o ideal é que haja uma construção desse paladar e que a família possa influenciar de forma positiva”, ressalta a professora.

Como FACILITAR A INTRODUÇÃO ALIMENTAR?

introdução alimentar

Cozinhar juntos estimula uma relação saudável com a comida contribui para boas lembranças. / Foto: Andrea Piacquadio/Pexels

Uma alternativa para este desenvolvimento é a mudança do comportamento familiar. A preparação do alimento em conjunto com as crianças é uma opção para introduzir novas texturas, cores e sabores. Não somente ao paladar, mas também na vida dos pequenos. Além disso, o ato de cozinhar juntos estimula uma relação saudável com a comida, incentiva o aprendizado e contribui para boas lembranças familiares.

“Ninguém precisa ser chef de cozinha, mas o envolvimento familiar no preparo induz a criança a se interessar. A criança por si só já é muito curiosa, então, se fizermos com que ela participe do processo, ela também vai ter curiosidade em experimentar. Pode ser a participação na colocação da mesa e até na forma de apresentação dos alimentos. Tudo isso contribui para o ato da refeição ficar mais divertido e interessante”, detalha Caroline.

A importância do acompanhamento profissional, principalmente para crianças com seletividade alimentar, é outro fator importante. O Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE), conforme chamado por especialistas, é uma aversão sensorial a determinados sabores, texturas e cores, causando fobias de determinados alimentos. Por isso, estar atento às necessidades dos seus filhos é uma forma de cuidado, tanto na introdução alimentar como depois desse período.

Caroline explica que existem muitos níveis de seletividade e rigidez alimentar. Algumas crianças, por exemplo, são muito seletivas em relação aos alimentos coloridos. Nesses casos, é preciso realizar um diagnóstico por meio de conversa, com foco na escuta da família e da criança, associada a observações de comportamento. “Por vezes, e de forma ideal, é necessário um acompanhamento psicológico também, um trabalho em equipe”, destaca. Para Caroline Abud, o estímulo da autonomia infantil também é outro ponto importante a ser considerado.

“Muitas vezes os pais fazem tudo pela criança e depois, em alguma idade, esperam que ela faça sozinha. Isso não vai ser automático. Por isso, é importante que a autonomia seja dada desde o início, quando a criança começa na introdução alimentos.  A construção e a manutenção desses hábitos é o que faz a grande diferença na vida das crianças”, finaliza Caroline.

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Foto: Camila Cunha

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos representam atualmente 14,7% da população brasileira – 31,23 milhões de pessoas, em números absolutos. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em julho de 2022. Diante de um contexto em que as pessoas acima dos 60 anos ocupam uma parcela demográfica cada vez maior, é fundamental que se pense em quais aspectos podem melhorar a qualidade de vida delas, promovendo o envelhecimento saudável. 

Esse é o tema da pesquisa Avaliação do Programa de Incentivo à Atividade Física Para Idosos (PIAFI), coordenada por Rafael Baptista, professor e pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG), da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. O objetivo da pesquisa é investigar os fatores que podem contribuir para o envelhecimento saudável, como a cognição e a interação social, tendo como foco a promoção de atividades físicas e cognitivas para idosos. Entrevistas, avaliações físicas e cognitivas, e análises de dados qualitativos e quantitativos estão entre os métodos utilizados na pesquisa.  

Fatores que contribuem para o envelhecimento saudável 

O estudo realizado pelo Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física da PUCRS, a partir dos idosos que participam do Programa PIAFI, também da PUCRS, busca investigar as relações entre a saúde e o bem-estar dos idosos. O professor Rafael explica que isso é feito por meio da implementação de atividades físicas, cognitivas e sociais que atendam às necessidades individuais de cada participante. “Isso envolve a avaliação biomecânica da marcha dos idosos, testes funcionais e avaliação da composição corporal. Esses procedimentos fornecem informações importantes sobre o estado de saúde geral do indivíduo e ajudam a orientar a prescrição de exercícios e outras atividades”, destaca ele. 

Rafael conta que os resultados da pesquisa têm se mostrado promissores: segundo ele, as descobertas iniciais apontam que a prática regular de atividades físicas da melhor idade traz grandes benefícios para o envelhecimento saudável, principalmente em termos de mobilidade, autonomia e funcionalidade dos idosos. No entanto, ele destaca que os exercícios físicos não são um fator isolado: 

“A nossa pesquisa adota uma abordagem mais holística e integrada, que considera uma variedade de fatores, incluindo atividades físicas, cognitivas e sociais, avaliação biomecânica da marcha, testes funcionais e composição corporal, a fim de promover o bem-estar e a saúde dos idosos de forma geral.” 

Rafael Baptista, professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, coordena o projeto/ Foto: Jonathan Heckler

O projeto de pesquisa, coordenado por Rafael, também envolve aproximadamente dez pesquisadores e professores, além de alunos de graduação e pós-graduação da Universidade que participam como bolsistas ou voluntários. A pesquisa também conta com uma parceria entre a PUCRS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio da participação de professores e doutorandos da instituição. Outra parceria que, segundo o coordenador, tem se mostrado fundamental para o sucesso da pesquisa, é com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que fornece recursos para a implementação do PIAFI. “Isso também possibilita a identificação de idosos que podem participar da pesquisa e a coleta de dados em um contexto real de atendimento à população idosa”, acrescenta ele. 

Quer se aprofundar no assunto?  

Seguindo essa linha, o PUCRS Online abriu as inscrições para a Pós-Graduação em Envelhecimento saudável: Prevenção, Tratamento e Cuidado. O curso tem o objetivo de formar profissionais capacitados para atuar no campo do envelhecimento humano, com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças. Além disso, aborda temas como biologia do envelhecimento, cuidado em saúde, políticas públicas, entre outros.  

O curso é 100% online, trazendo em seu corpo docente tanto professores da PUCRS quanto professores convidados. “Pessoas interessadas em realizar apenas uma ou outra disciplina do curso podem fazê-lo como disciplinas isoladas e recebem um certificado de curso de extensão”, pontua Rafael. Além disso, a pós-graduação se conecta com a pesquisa em andamento: 

“Há planos de promover a integração entre a pesquisa e o curso, por meio da realização de atividades em conjunto, como a promoção de eventos, seminários e cursos para a comunidade. Mas a principal integração é que o PIAFI pode se apresentar como um excelente laboratório para a realização de TCCs”, revela.

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Inteligência Artificial na Medicina

Foto: Yuri Arcurs/Envato Elements

Quando falamos em Inteligência Artificial na Medicina, o que vem à mente? Hoje, já existem infinitas possibilidades. Algumas delas se resumem a desenvolver e empregar máquinas para realizarem atividades humanas de maneira autônoma. Com várias tecnologias, como redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de aprendizado e análise de dados, a IA tem influenciado diversas especialidades da Medicina, garantindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficientes.  

O professor da Escola de Medicina da PUCRS Fernando Ferreira Gazzoni destaca que, graças aos avanços tecnológicos da IA, tornou-se possível realizar análises preditivas que abrangem uma ampla variedade de técnicas estatísticas e de mineração de dados. Um exemplo é o Machine Learning, tecnologia que permite analisar fatos atuais e históricos para fazer previsões sobre eventos futuros ou desconhecidos em cada caso. Além disso, o docente comenta que o desenvolvimento tecnológico que a AI proporciona tem influência no desenvolvimento de novas técnicas da prática médica. 

No Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, por exemplo, o grupo de radiologia realiza estudos com a aplicação da inteligência artificial na prática clínica, especialmente na área de tórax e neurorradiologia. Mais recentemente, foram realizadas pesquisas de revisão sistemática e metanálise sobre o desempenho diagnóstico da inteligência artificial na detecção de câncer de pulmão e sobre o uso de inteligência artificial para predizer o risco de ventilação mecânica no cenário de COVID-19. 

Diagnóstico precoce a partir da Inteligência Artificial 

No campo da Radiologia, a aplicação de IA tem proporcionado diversos avanços, como o reconhecimento de voz, acesso remoto a especialistas, entre outros. Na área já foi possível realizar a criação de plataformas com acesso a milhares de imagens clínicas, que permite aos médicos identificar estruturas anatômicas e suas alterações mais delicadas, além do desenvolvimento da tomografia avançada, tecnologia capaz de identificar as mais minuciosas alterações em tecidos e órgãos dos pacientes.  

Inteligência Artificial na Medicina, machine-learning e inteligência artificial generativa

Foto: Pexels

Outro exemplo é o projeto iLung², desenvolvido por pesquisadores da PUCRS e a startup Exper, sediada no Parque Tecnológico e Científico da PUCRS, em parceria com a Boehringer. Conforme explica Gazzoni, o iLung² alia a análise de dados e Inteligência Artificial para oferecer diagnósticos precisos de doenças ligadas ao tabagismo, além de identificar câncer pulmonar em fases extremamente precoces. O projeto foi criado por um grupo de pesquisas do HSL em 2021 e já atendeu mais de 2 mil pacientes em todo país. 

O docente ressalta a importância deste projeto, visto que o câncer de pulmão é o segundo tumor de maior incidência em todo o mundo e o que mais conduz ao óbito. 

“As mortes relacionadas aos tumores de pulmão têm aumentado em proporções epidêmicas, refletindo a relação desta doença com o tabagismo. Com isso, é fundamental prever sua presença nos pacientes, para definir as estratégias mais efetivas para reduzir o número de casos e óbitos relacionados aos tumores pulmonares”, finaliza Gazzoni.

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Desde 1988, a Editora Universitária da PUCRS (ediPUCRS) é comprometida com a publicação de obras de relevância científica, social, cultural, literária ou didática, das mais diversas áreas do conhecimento. A ediPUCRS realiza a publicação de 20 periódicos científicos sobre múltiplos assuntos, em mídia eletrônica no Portal de Periódicos da PUCRS, com livre acesso aos conteúdos apresentados.

Periódicos das áreas de Letras e Saúde

Livro da professora do curso de Letras foi destaque na 68ª Feira do Livro de Porto Alegre

A atuação da Editora também tem como objetivo publicar obras sobre temas contemporâneos e/ou resultantes de pesquisas acadêmicas, com caráter de divulgação científica, de todas as áreas do conhecimento. O livro “Quem conta um conto…”, da professora do curso de Letras da Escola de Humanidades da PUCRS Ana Márcia Martins da Silva, lançado durante a 68ª Feira do Livro de Porto Alegre é um dos exemplos.

Leia mais: EdiPUCRS participa de 68ª Feira do Livro de Porto Alegre

Todos os periódicos da ediPUCRS são membros do Committee on Publication Ethics (COPE) e contam com o Digital Object Identifier (DOI), código identificador importante para maior inserção, disseminação e divulgação dos periódicos. Conheça alguns dos periódicos nas áreas de Letras, Escrita Criativa e Saúde:

Conheça os periódicos de Letras e Escrita Criativa

BELT – Brazilian English Language Teaching Journal: A BELT apresenta artigos originais, resenhas de artigos, entrevistas e atividades didáticas relativos à área de Letras, abordando Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa e Portuguesa como línguas adicionais. Editor: Cristina Perna.

Letras de Hoje: A Letras de Hoje é responsável por apresentar artigos originais, resenhas de artigos, entrevistas e criação literária. Os temas abordados são relativos às áreas de Linguística, Teoria da Literatura, Literatura e Língua Portuguesa. Editores: Cláudio Primo Delanoy e Regina Kohlrausch.

Letrônica: A Letrônica traz textos originais, entrevistas e resenhas de livros acadêmicos relativos às áreas de Linguística e Literatura e suas interfaces. Editores: Maria da Glória Di Fanti e Pedro Theobald.

Navegações: A Navegações: Revista de Cultura e Literaturas de Língua Portuguesa, instituída em 2007, é uma revista científica semestral que contém textos relativos à área de Literatura de Língua Portuguesa, sendo publicados artigos originais, entrevistas, resenhas. Editores: Alva Martínez Teixeiro e Paulo Ricardo Kralik Angelini.

Scriptorium: A Scriptorium é uma revista científica da Escrita Criativa e seu escopo primário é publicar textos relativos à área de Escrita Criativa, abordando como temáticas a literatura, a criação e a recepção literária, sendo publicados artigos e ensaios originais, traduções, resenhas literárias e textos literários como poesia, ficção e não ficção. Editor: Altair Martins.

Conheça os periódicos das áreas da Saúde

PAJAR – Pan-American Journal of Aging Research: A PAJAR (Pan-American Journal of Aging Research) é uma revista científica do Instituto de Geriatria e Gerontologia e do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da Escola de Medicina da PUCRS. Ela veicula textos inéditos relativos às áreas de Gerontologia e envelhecimento humano, sendo publicados artigos originais, artigos de revisão a convite da equipe editorial e editoriais. Editor: Alfredo Cataldo Neto.

Psico: A PSICO é uma revista científica do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. A publicação disponibiliza textos relacionados à área da Ciência Psicológica, como artigos originais e revisões sistemáticas. Editoras: Adriane Xavier Arteche e Kátia Bones Rocha.

Scientia Medica: A Scientia Medica é uma revista científica da Escola de Medicina e do Hospital São Lucas da PUCRS. Com textos relativos às áreas de Medicina e de outras Ciências da Saúde, trazem enfoque interdisciplinar e possui abrangência regional, nacional e internacional, na medida em que artigos públicos originais, relatos de simulação realística e cartas ao editor. Editor: Manoel Antonio da Silva Ribeiro.

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Dia Mundial de Combate à AIDS

Boletim Epidemiológico tem aumento na taxa de incidência de HIV/AIDS em Porto Alegre / Foto: Anna Shvets/Pexels

Com o objetivo de acolher as pessoas que convivem diariamente com o HIV e ampliar a conscientização sobre o tema, é celebrado, nesta quinta-feira, o Dia Mundial de Combate à AIDS. De acordo com Diego Falci, coordenador médico do Serviço de Controle de Infecção do Hospital São Lucas da PUCRS, é fundamental que a população fique atenta ao avanço da doença no Brasil, conforme os dados divulgados no Boletim Epidemiológico sobre HIV/AIDS de 2022, levantamento realizado pelo Ministério da Saúde.

Um dado da pesquisa destacado pelo infectologista e professor da Escola de Medicina aponta que Porto Alegre é a capital brasileira com o maior coeficiente de mortalidade, apresentando cinco vezes mais mortes por complicações da AIDS/HIV que o restante do País (em movimento de declínio). Além disso, a infecção por HIV, especialmente em gestantes, parturientes e puérperas, expõe uma taxa quase seis vezes maior do que a taxa nacional e duas vezes a do estado do Rio Grande do Sul. Assim, além de lembrar as mais de 40 milhões de vidas perdidas por doenças relacionadas à AIDS, de acordo com a UNAIDS, a data vem acompanhada deste balanço da AIDS, trazendo medidas de prevenção e tratamento a fim de acabar com a epidemia do HIV.

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Prevenção pré e pós-exposição ao HIV

Uma pessoa pode se expor de duas maneiras: ou um acidente ocupacional com material cortante, por exemplo, entrando em contato com o sangue de alguém que vive com o HIV, ou por exposição sexual (sexo sem o uso adequado de preservativo), além do sexo seguro ser incentivado em todas as campanhas como medida de prevenção, desde a instituição do Dia Mundial de Combate à AIDS, em 1988, a ciência evoluiu e traz novas formas de precaução. As mais atuais, segundo o médico, são as Profilaxias de Pré e de Pós-Exposição (PREP e PEP, respectivamente).

“Pessoas com maior risco e maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV podem fazer uso de medicação utilizada preventivamente de forma a diminuir a chance da infecção pelo HIV. O uso correto da PREP e PEP pode diminuir em mais de 80% o risco de infecção por HIV. Essa é uma medida importante que está sendo disponibilizada pelo Ministério da Saúde, após o atendimento de outros serviços de saúde públicos e privados para implementar essa medida de prevenção”, explica o infectologista.

Atualmente, mulheres com HIV têm condições de engravidar e ter bebês com segurança, pois com os tratamentos existentes é possível reduzir a zero a transmissão vertical através do tratamento da mãe e também da profilaxia do bebê. “A gente pode oferecer medicamentos para o bebê por um período curto, a ponto que, mesmo que eventualmente ele apresente um exame positivo, ele possa negativar esse exame de forma prática e não contrair infecção pelo HIV. Isso é possível com a tecnologia que nós temos hoje disponível”, destaca.

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Diferença entre HIV e AIDS

Observando que ainda existe um tabu a respeito do tema, resultando na confusão entre os termos, Diego Falci explica que o HIV é um vírus que se espalha através de fluídos corporais e afeta células específicas do sistema imunológico. Quando a pessoa desenvolve infecções oportunistas ou que eventualmente a imunidade dela tenha caído a níveis muito baixos, a gente caracteriza a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ou AIDS. Somente a partir dessa situação é possível dizer que a pessoa apresenta um quadro de AIDS – mas ela não deixa de ser uma pessoa vivendo com HIV, ela simplesmente apresentou aquele quadro compatível com AIDS.

Epidemia silenciosa

Depois de dedicar sua vida acadêmica a compreender o papel das redes de apoio para pessoas soropositivas, o professor e pesquisador da Escola de Humanidades da PUCRS, Francisco Kern, reflete sobre como a pandemia por Covid-19 colocou a sociedade em estado de alerta sobre “o inimigo invisível” – enxergar o outro como ameaça, já que não se pode enxergar o vírus.

Leia mais: Pesquisador da PUCRS atua para fortalecer redes de apoio a pessoas com HIV

“Eu fiz uma pesquisa com mulheres soropositivas da forma como elas aderem o tratamento antirretroviral, em 2018, no presídio estadual de Guaíba. Lembro que todas elas eram apenadas por tráfico de drogas e uma delas, com quase 70 anos, dizia assim para mim: ‘Professor, a AIDS me condena mais do que o tráfico de drogas.’ O que isso significa? O preconceito continua. Nós continuamos vivendo o processo de discriminação principalmente quando o outro se torna uma ameaça para mim. Se você tem qualquer outra doença que não seja transmissível, você não é uma ameaça para mim”.

O docente explica que as pessoas que vivem com HIV/AIDS experimentam a invisibilidade da condição humana, onde elas não são enxergadas, não aparecem e não podem aparecer. Francisco reflete que é necessário tirar o foco da doença enquanto discriminação social, no sentido de que é preciso pensar em políticas públicas que garantam o acesso a cuidados, tratamento, vacinação, prevenção, entre outros, mas também assimilar o aprendizado de que o cuidado consigo mesmo e o outro é uma responsabilidade coletiva.

É possível sair do quadro da AIDS?

“Do ponto de vista conceitual, de modificação, a gente diz que essa pessoa tem AIDS e não é algo relacionado à condição atual daquela pessoa, mas uma classificação. Mas sim, ela pode sair da infecção e ela pode melhorar o seu sistema imunológico, ela pode recuperar o seu status imunológico. E isso a gente faz através do tratamento, o tratamento suprime o vírus e o sistema imunológico da pessoa vai se recuperando a ponto de ela se distanciar daqueles níveis compatíveis com AIDS, ela consegue melhorar as contagens dos linfócitos a ponto de elas ficarem normais”, conclui o infectologista

Assista a entrevista com o infectologista do Hospital São Lucas da PUCRS, Dr. Diego Falci:

 

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Como prevenir cáries: Dentista avaliando a boca de uma paciente

Crédito: Bruno Todeschini

A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Neste processo, a saúde bucal é fundamental, pois sua precariedade tem impacto não apenas nos dentes, mas também no corpo como um todo. Dados do Instituto do Coração (Incor), apontam que doenças na região podem causar outras condições, como doenças renais, osteoarticulares e respiratórias, além de diabetes, câncer e a ocorrência de desfechos adversos durante a gravidez.

No dia 25 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Dentista, data que marca a criação dos primeiros cursos de Graduação em Odontologia no Brasil. Na PUCRS, os cursos de graduação e Pós-Graduação em Odontologia são pioneiros na formação de profissionais com condições de atuar em qualquer instituição do país e do mundo no seu campo de saber odontológico.

O professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Paulo Floriani Kramer desenvolve projetos de pesquisa nas áreas de enfermidades orofaciais da criança ao idoso, epidemiologia e etiopatogenia das doenças e disfunções do sistema estomatognático, cárie dentária na primeira infância e traumatismo alvéolo-dentário na dentição decídua. De acordo com uma de suas pesquisas, tem sido a dedicação de pesquisadores, dentistas e gestores conseguir traduzir esse conhecimento científico em estratégias eficazes de prevenção e controle populacional e práticas clínicas.

Açúcar na infância e cárie

A cárie dentária é a doença crônica mais comum da humanidade. A cárie não tratada tem um grande impacto na qualidade de vida relacionada à saúde entre crianças, adolescentes e adultos em todo o mundo. Ela é determinada por fatores biológicos, psicossociais e ambientais, com contribuições comportamentais críticas que se acumulam ao longo da vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2015), fatores dietéticos, particularmente o consumo de açúcares livres, são proeminentes entre os fatores de risco.

Como prevenir cáries: três dentistas mulheres, uma de jaleco azul e outras duas de jalecos brancos, avaliando a situação de um paciente

Crédito: Bruno Todeschini

Apesar das diretrizes nacionais e internacionais para práticas alimentares saudáveis, o consumo de alimentos e bebidas ricos em açúcar desde o primeiro ano de vida tem sido descrito não apenas no Brasil, mas em diversas populações do mundo. De acordo com o estudo Padrões de consumo de açúcar no início da vida e cárie dentária nos dentes permanentes: um estudo de coorte de nascimentos, com autoria do professor Kramer e outros pesquisadores, existem três fatores de dieta que são associados à cárie dentária nos dentes permanentes: o ganho de peso da mãe durante a gestação, a introdução de alimentos doces na infância e a compra de açúcar durante a infância, até os seis anos de idade.

Como apontado na pesquisa, a infância é um período crítico em que as experiências com vários alimentos e gostos podem influenciar as preferências e comportamentos alimentares futuros. Além disso, dietas compartilhadas entre mãe e filho, que apresentam alimentos cariogênicos e ricos em açúcar, podem explicar a presença de cárie em longo prazo observadas na dentição permanente.

A pesquisa explica que esses dados sugerem que os comportamentos relacionados à dieta no nível familiar e infantil se manifestam desde a gravidez e continuam na infância, com potenciais consequências para a saúde que continuam nos dentes permanentes. Desta forma, esses achados indicam a necessidade de intervenções em vários níveis para interromper esse padrão e preservar a boa saúde bucal ao longo da vida.

Como prevenir a cárie

Odontologia na PUCRS

Na PUCRS, a graduação em Odontologia já formou cerca de 3.800 cirurgiões-dentistas, além de ser o mais bem avaliado entre as instituições privadas no Rio Grande do Sul, segundo o Ministério da Educação (MEC). A Escola de Ciências da Saúde e da Vida proporciona uma formação acadêmica, profissional e humana, com um completo ecossistema de ensino, pesquisa, inovação e empreendedorismo da Universidade, situado em um único campus. Toda essa infraestrutura proporciona aos alunos vivências e oportunidades diferenciadas durante a jornada acadêmica.

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Na Pós-Graduação a universidade também é referência na área com o Programa de Pós-Graduação, em Odontologia, que apresenta nota 5 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os estudantes de mestrado e doutorado tem acesso ao conhecimento avançado na Odontologia, assim como aprimoram habilidades como redação científica, espírito crítico, conhecimento das políticas de pesquisa, multidisciplinaridade e inserção em Odontologia digital.

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São muitas as produções com assuntos relacionados à área da saúde / Foto: Unsplash

A área da saúde é ampla, abrange diversas especialidades e desperta a curiosidade das pessoas – mesmo daquelas que não são envolvidas diretamente com a Medicina. Talvez esse seja um dos motivos para as inúmeras produções audiovisuais que envolvem o tema. Professores da Escola de Medicina selecionaram alguns filmes que indicam para profissionais, estudantes ou curiosos sobre a área. Confira:

 

2020_05_01-patch_adams_para_assistir_medicina1. Patch Adams – O amor é contagioso (1998), dirigido por Tom Shadyac 

“Filme baseado na vida de Hunter Doherty Patch Adams, um médico norte-americano, famoso por sua metodologia inusitada no tratamento de enfermos. Inspirado pela ideia de que cuidar do próximo é a melhor forma de esquecer os próprios problemas, principalmente se isso for feito com muito bom humor e amor, o filme mostra uma importante ferramenta no relacionamento entre médicos e pacientes: a empatia. Atualmente, Adams viaja pelo mundo, para áreas críticas, em situação de guerra, pobreza e epidemia, espalhando alegria – o que é uma excelente forma de prevenir e tratar muitas doenças”. 

Indicação do professor Leonardo Kroth. 

Curiosidade: em 2012, o médico Patch Adams visitou o Hospital São Lucas da PUCRA (HSL), onde palestrou para o corpo clínico e para alunos de Medicina. 

 

2020_05_01-o_enigma_de_andromeda_para_assistir_medicina2. O enigma de Andrômeda (1971), dirigido por Robert Wise 

O filme, de ficção científica, aborda o tema de epidemias potencialmente letais para a humanidade: uma delas causada por um micro-organismo trazido à Terra em um satélite e outra lançada por um complô de fanáticos bioterroristas. Um bom filme nessa linha deve ambientar, no futuro, problemas potencialmente reais do mundo atual. Apesar das liberdades artísticas, trata bem do assunto. Levanta as questões do isolamento social, uso e preservação de espécimes com fins bélicos (bioética na pesquisa médica) e a importância da tecnologia combinada com a genialidade e curiosidade científica na resolução dos problemas médicos. O fundamental no filme é o que precisamos entender como médicos e profissionais no momento atual: não podemos só sofrer os efeitos da pandemia sem aprendermos o máximo possível com o que estamos vivenciando. Como nas previsões da ficção científica, a história sempre se repete!”. 

Indicação do professor Lúcio Fillmann. 

 

2020_05_01-um_golpe_do_destino_para_assistir_medicina3. Um golpe do destino (1991), dirigido por Randa Haines 

O filme relata a história de um médico tecnicamente competente, porém emocionalmente distante dos seus pacientes, que é diagnosticado com câncer. A partir do momento em que necessita encarar as dificuldades do tratamento, começa a ver a importância do processo de empatia na relação médico-paciente”. 

  

 

2020_05_01-maos_talentosas_para_assistir_medicina4. Mãos talentosas (2009), dirigido por Thomas Carter 

O filme é baseado na história real de Benjamin Carson, um respeitado neurocirurgião norteamericano. Nascido em uma comunidade pobre, descreve o papel importante de sua mãe, que insistiu para que ele seguisse as oportunidades que ela nunca teve, e mostra como o estudo e a dedicação são essenciais na transformação das pessoas”. 

Indicações 3 e 4 do professor Marcelo Toneto. 

 

2020_05_01-tempo_de_despertar_para_assistir_medicina5. Tempo de despertar (1990), dirigido por Penny Marshall 

Filme com atuação primorosa e de extrema sensibilidade e empatia invulgar do ator Robin Williams, interpretando um médico neurologista comprometido com a melhora da qualidade de vida e de uma adequada elucidação diagnóstica de pacientes rotulados e tratados como catatônicos internados em um clínica psiquiátrica. Tocante, leva o espectador a uma reflexão sobre os verdadeiros e indispensáveis valores de nossas vidas, especialmente em tempos do necessário distanciamento social ao qual estamos submetidos”. 

Indicação do professor Mario Wiehe. 

Ingresse na Escola de Medicina em 2023  

Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Escola de Medicina? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 31, você pode fazer a sua clicando aqui. 

Seja por puro entretenimento ou para estudar e aprender mais sobre um tema, assistir filmes e séries é sempre uma ótima opção de lazer. Nesta edição, veremos quais produções audiovisuais são as indicadas pelos professores da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, com referências de assuntos estudados nos cursos. Confira: 

Para assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da área

Foto: Divulgação

1. Patch Adams – O amor é contagioso (1998), de Tom Shadyac 

Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade de medicina. Seus métodos poucos convencionais inicialmente causam espanto, mas, aos poucos vai conquistando todos, com exceção do reitor, que quer encontrar um motivo para expulsá-lo, apesar de ele ser o melhor da turma. 

O filme, que foi indicado ao Oscar de 1999 na categoria de melhor trilha sonora, é uma indicação do professor Eduardo Gonçalves Mota, do curso de Odontologia.

 

Para assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da área2. Quase Deuses (2004)de Joseph Sargent 

Nashville, 1930. Vivien Thomas (Mos Def) é um hábil marceneiro, que tinha um nome feminino pois sua mãe achava que teria uma menina e, quando nasceu um garoto, não quis mudar o nome escolhido. Com a chegada da Grande Depressão, ele é demitido, com a justificativa de que a preferência seria para quem precisava sustentar a família. A depressão o atinge duplamente, pois, devido à falência do banco, perdeu suas economias de sete anos, guardadas com sacrifício para cursar a faculdade de Medicina. Thomas consegue emprego de faxineiro, trabalhando para Alfred Blalock (Alan Rickman), um médico pesquisador que logo descobre que ele tem uma inteligência privilegiada e que poderia ser melhor aproveitadaBlalock acaba se tornando o cirurgião-chefe na Universidade Johns Hopkins, onde está pesquisando novas técnicas para a cirurgia do coração. Os dois acabam fazendo uma parceria incomum e, às vezes conflitante, pois Thomas nem sempre era lembrado quando conseguiam criar uma técnica, já que não era médico. 

O longa, que ganhou três prêmios Emmy, é uma sugestão da professora Clarissa Netto Blattner, do curso de Fisioterapia.

3. The GooPara assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da áread Place (2016-2020), por Michael Schur 

Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) está mortaAcontece que, após sua partida, ela foi enviada ao “Good Place” ou “Lugar Bom” –, um local de eterna felicidade destinado às pessoas que fizeram o bem durante suas vidas. Lá, todos são bons e encontram as suas almas gêmeas, com quem passarão o resto da eternidade. Mas tudo isso não passa de um acidente: Eleanor não merece estar lá. E agora, será que ela vai conseguir esconder a verdade de Michael (Ted Danson), que coordena a vizinhança, ou será eventualmente enviada ao ”Bad Place”? 

A divertida série é uma indicação da professora Tatiana Cardoso Baierle, do curso de Psicologia.

4. O Tempero da Vida (2005), de TaPara assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da áreassos Boulmetis 

Fanis (Markos Osse) é um garoto grego que vive em Istambul, na Turquia. Seu avô, Vassilis (Tassos Bandis), é um filósofo culinário que o ensina que tanto a comida quanto a vida precisam de um pouco de sal para ganhar sabor. Ao crescer, Fanis (Georges Corraface) se torna um astrofísico, que usa seus dotes de culinária para temperar as vidas das pessoas que o cercam. Ao completar 35 anos, ele decide deixar Atenas e retornar a Istambul, para reencontrar seu avô e também seu primeiro amor.  

O filme é uma indicação da professora Rochele de Quadros Rodrigues, do curso de Gastronomia.

5. Westworld (2016-), de Jonathan Nolan e LPara assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da áreaisa Joy 

Westworld é um parque temático futurístico para adultos, dedicado à diversão dos ricos. Um espaço que reproduz o Velho Oeste, povoado por androides – os anfitriões –, programados pelo diretor executivo do parque, o Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), para acreditarem que são humanos e vivem no mundo real. Lá, os clientes – ou novatos – podem fazer o que quiserem, sem obedecer a regras ou leis. No entanto, quando uma atualização no sistema das máquinas dá errado, os seus comportamentos começam a sugerir uma nova ameaça, à medida que a consciência artificial dá origem à “evolução do pecado”. Entre os residentes do parque, está Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood), programada para ser a típica garota da fazenda, que está prestes a descobrir que toda a sua existência não passa de uma bem arquitetada mentira. 

Vencedora de três prêmios Emmy, a série é uma dica do professor Samuel Greggio, do curso de Biomedicina. 

Para você que leu até aqui, dicas bônus: 

Designated Survivor (2016-2019Para assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da área), por David GuggenheimAmy Harris Jon Harmon Feldman 

O Presidente dos Estado Unidos é vítima de um bombardeio durante o discurso do Estado da União, no capitólio, e todos os outros membros do governo que estavam presentes morrem também. Tom Kirkman (Kiefer Sutherland), o secretário de habitações e desenvolvimento urbano, funcionário público de mais alto escalão ainda vivo, vira presidente do dia para noite. Uma conspiração parece se desvelar ao seu redor e ele precisa proteger sua família enquanto descobre o que está acontecendo. 

Seriado é dica do professor Fabio Rodrigo Suñé, do curso de Educação Física.

Quatro Vidas de um CachorrPara assistir: filmes e séries com temas estudados na Escola de Ciências da Saúde e da Vida - Professores indicam produções audiovisuais sobre assuntos importantes para profissionais da áreao (2017), de Lasse Hallström 

Popularmente conhecido como o “melhor amigo do homem”, filmes de cachorro são um sucesso atemporal. Neste filme, um cachorro morre e reencarna várias vezes na Terra. Embora encontre novas pessoas e viva muitas aventuras, ele mantém sempre o sonho de reencontrar o seu primeiro dono, Ethan, seu maior amigo e o grande amor de sua vida. Mas não sem passar por muitas aventuras e conhecer outros donos com diferentes estilos de vida. 

Filme emocionante sugerido pela professora Eliane Romanato Santarém, do curso de Ciências Biológicas. 

Ingresse na Escola de Ciências da Saúde e da Vida em 2023 

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