Mão, Pessoa, Remédios

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Uma pesquisa realizada na PUCRS com 626 pessoas trans alerta para uma situação grave: 66,3% das mulheres não consultam um médico para utilizar hormônios. Das 291 que responderam sobre esse tema, 39,2% compram hormônios pela internet e 27,1% conseguem com amigos ou conhecidos. “Utilizar hormônios sem monitoramento pode ocasionar problemas de saúde graves do ponto de vista cardíaco, ósseo e até oncológico”, alerta o coordenador da pesquisa e professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Humanidades da PUCRS Ângelo Brandelli Costa.

O estudo, intitulado Healthcare Needs of and Access Barriers for Brazilian Transgender and Gender Diverse People, foi realizado em parceria com os Hospitais de Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foram consultadas 626 pessoas trans de 18 a 64 anos do Rio Grande do Sul e de São Paulo, que responderam a questionário pela internet e nos hospitais citados. Entre os pontos abordados nas perguntas estavam questões relacionadas ao acesso livre a hormônios, monitoramento médico, procedimentos cirúrgicos e discriminação durante o tratamento.

Professor Ângelo Brandelli Costa

Ângelo Brandelli Costa

Os motivos para a negativa na procura por especialistas também foram abordados no estudo: 43,2% disseram evitar os serviços de saúde quando precisaram por serem trans. A maioria das pessoas, 58,7%, que afirmaram ser vítimas de discriminação durante um atendimento médico de saúde, se privaram de procura-lo quando necessário. O número cai para 17,8% quando os entrevistados não sofreram discriminação. Entre as opções do questionário estavam: profissional de saúde alegou não ter conhecimento suficiente para prestar atendimento; não utilizou o nome social da pessoa; a ridicularizou durante o atendimento. Para Brandelli, o dado é grave, porque esse público já tem problemas para acessar os serviços por motivos financeiros e por causa do desenho do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando as pessoas trans conseguem superar essas barreiras institucionais, existem as barreiras dos profissionais que as tratam com diferença e isso faz com que elas evitem buscar serviços de saúde, mesmo quando precisam”, ressaltou o professor. De acordo com ele, é preciso deixar as políticas públicas mais inclusivas e incorporar discussões sobre o tema nas formações dos profissionais de saúde.

Brandelli esclarece que o objetivo da pesquisa é expor a necessidade de abordar o preconceito no tratamento não só de pessoas trans, mas também em relação à raça e classe social, por exemplo. “Muitos profissionais podem dizer ‘eu nunca vi uma pessoa trans’, mas é possível que essa população não acesse esses serviços com receio da forma de tratamento. Então é preciso desenvolver campanhas contra essas atitudes”, propõe. Agora, o coordenador conta que está escrevendo um novo artigo sobre essa coleta de dados. O foco será o acesso aos procedimentos de HIV, como medicamentos e testes. “Esse é um dos agravos mais prevalentes nas mulheres trans, principalmente no Rio Grande do Sul, que é um dos estados com maior índice dessa epidemia”.

 

Outras descobertas

O projeto também revela que de 83 homens trans, 46 nunca encontraram um médico para prescrever hormônios, ou seja, 55,4%. Por outro lado, de 56 mulheres trans, 22 contam que nunca conseguiram um médico para receitar o medicamento, o que representa 39,3%. Em relação a procedimentos médicos, como modificações do corpo, cirurgias de afirmação de gênero, implante de silicone, entre outros, 64,2% alegam não ter dinheiro para pagar, ou seja, 278 de 433 pessoas trans. O professor Angelo diz que essas questões mostram uma discrepância. “O SUS cobriria esses procedimentos. Então por que as pessoas não estão conseguindo fazer?”, questiona ele. Entre as 102 mulheres trans que já fizeram procedimentos médicos, 76,8% optaram por clínicas privadas e apenas 18,6% por clínicas públicas. Para o professor, os números falam por si. “São questões graves que mostram a falha do sistema de saúde, que dificulta o acesso à saúde das pessoas trans”, analisa.

 

Perfil dos participantes

Brandelli explica que, para definir o perfil dos participantes, foram feitas duas perguntas: “qual o sexo que foi designado ao nascer?” e “como se identifica agora?”. Qualquer discordância entre os dois questionamentos inclui a pessoa no estudo. A maioria dos integrantes são homens e mulheres trans, mas também responderam ao questionário pessoas com outra identidade de gênero, por exemplo aquelas que se identificam como não binárias, agêneras, queer, entre outros. Só no Facebook do Brasil estão disponíveis 17 opções de gênero.

 

Origem da pesquisa

O professor conta que esteve no Canadá há aproximadamente dois anos e conheceu a professora da University of Western Ontario, Gretha Bauer, coordenadora de um projeto chamado TransPulse. A iniciativa é um levantamento sobre a vida das pessoas trans composto por perguntas envolvendo problemáticas enfrentadas por esse grupo. “Achamos a iniciativa importante, porque não temos muito diagnóstico da vida das pessoas trans aqui no Brasil em vários aspectos, principalmente na saúde, então adaptamos esse questionário para cá”.

Doação de Sangue no HSL

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

A equipe da Aceleradora de Métodos Ágeis, parceria entre a empresa ThoughtWorks, o Centro de Inovação Microsoft-PUCRS e Faculdade de Informática da Universidade, desenvolveu um projeto que propõe organizar e potencializar o fluxo de doações de sangue em diversos locais no Brasil. Batizada de HemoHeroes, a iniciativa foi idealizada por um grupo de estudantes da área de Tecnologia da Informação e desenvolvida em parceria com o Hospital São Lucas da PUCRS.

“Nosso objetivo é dar mais subsídios para a população sobre o processo de doação de sangue e, também, aumentar o número de doadores de acordo com a necessidade dos hospitais”, afirmam Bruna Souza e Matheus Varella, que fazem parte da equipe de desenvolvedores do programa.

Eles explicam que os doadores que quiserem integrar o banco de dados do HemoHeroes devem acessar o site www.hemoheroes.com.br e ir até a seção Quero me Cadastrar. Assim, o usuário passa a receber informações sobre doações de sangue, e é chamado conforme as demandas sobre seu o tipo sanguíneo forem surgindo. Além disso, o doador é lembrado pelo sistema quando está apto a doar sangue novamente.

O Programa Aceleradora Ágil, que está na sua 10º edição, elege um projeto a cada nova turma. Alejandro Olchik, instrutor e mentor do programa desde a sua 1ª edição com a ThoughtWorks, explica que o grupo proponente recebe mentorias e treinamentos com o objetivo de colocar sua ideia em prática. Detalhes do projeto estão disponíveis no site citado.

 

Entenda mais sobre o HemoHeroes

A aplicação busca captar doadores de sangue de acordo com a necessidade dos hospitais. Isto é, se um hospital está com déficit em um tipo sanguíneo e com excesso em outro, o HemoHeroes faz esse controle, equilibrando os bancos de sangue.

 

O nascimento da ideia

Os estudantes, criadores do HemoHeroes, são doadores de sangue e sempre vivenciaram as dificuldades dessa prática. Percebendo a falta de informação sobre o assunto, o grupo identificou que a população não é suficientemente educada sobre o tema, o que acarreta em uma perda expressiva de possíveis doadores. A proposta dos estudantes é também educar para, então, incentivar a doação.

Fachada da Incubadora Raiar

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

Raiar – Incubadora de Empresas da PUCRS seleciona empresas de tecnologia da área de saúde para integrar seu ecossistema de empreendedorismo e inovação. A inscrição deve ser feita no site da Raiar (www.pucrs.br/raiar), na palestra #VemPraRaiar – Especial Saúde. Durante o evento, que será realizado no dia 25 de novembro, no prédio 96E do Tecnopuc, no Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), serão informados os detalhes do processo seletivo, assim como o modelo de negócio e o funcionamento da Incubadora.

Após a palestra, as empresas interessadas poderão encaminhar suas propostas para que os modelos de negócio sejam analisados pela equipe gestora da Incubadora. As pré-selecionadas participarão de bancas de avaliação presencial, em dezembro. As empresas aprovadas em todas as etapas poderão efetivar o contrato de incubação com a PUCRS.

 

Benefícios

Aos incubados, a Raiar oferece conexão com o mercado, mentorias, espaços físicos como áreas de convivência, salas de reuniões e auditórios. Há ainda a facilitação de acesso a laboratórios, serviços especializados, bibliotecas e outros diferenciais da Universidade. As empresas também são beneficiadas com custos subsidiados, auxílio à promoção, divulgação, busca de parcerias de fomento a negócios e captação de recursos, além de suporte nas áreas de gestão, capital, design gráfico e assessoria de imprensa.

O vínculo com a Incubadora coloca as empresas em contato direto com companhias instaladas no Parque Científico e Tecnológico da Universidade (Tecnopuc), como HP e Microsoft, entre outras, formando um ambiente de interação e construindo novos espaços de inovação. Informações complementares podem ser obtidas no site da Raiar ou pelo telefone (51) 3320-3673.

Fachada da Incubadora Raiar

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

A Raiar – Incubadora de Empresas da PUCRS seleciona empresas de tecnologia da área de saúde para integrar seu ecossistema de empreendedorismo e inovação. A inscrição deve ser feita no site da Raiar (www.pucrs.br/raiar), na palestra #VemPraRaiar – Especial Saúde. Durante o evento, que será realizado no dia 25 de novembro, no prédio 96E do Tecnopuc, no Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), serão informados os detalhes do processo seletivo, assim como o modelo de negócio e o funcionamento da Incubadora.

Após a palestra, as empresas interessadas poderão encaminhar suas propostas para que os modelos de negócio sejam analisados pela equipe gestora da Incubadora. As pré-selecionadas participarão de bancas de avaliação presencial, em dezembro. As empresas aprovadas em todas as etapas poderão efetivar o contrato de incubação com a PUCRS.

 

Benefícios

Aos incubados, a Raiar oferece conexão com o mercado, mentorias, espaços físicos como áreas de convivência, salas de reuniões e auditórios. Há ainda a facilitação de acesso a laboratórios, serviços especializados, bibliotecas e outros diferenciais da Universidade. As empresas também são beneficiadas com custos subsidiados, auxílio à promoção, divulgação, busca de parcerias de fomento a negócios e captação de recursos, além de suporte nas áreas de gestão, capital, design gráfico e assessoria de imprensa.

O vínculo com a Incubadora coloca as empresas em contato direto com companhias instaladas no Parque Científico e Tecnológico da Universidade (Tecnopuc), como HP e Microsoft, entre outras, formando um ambiente de interação e construindo novos espaços de inovação. Informações complementares podem ser obtidas no site da Raiar ou pelo telefone (51) 3320-3673.

Pessoas, Pesquisadores, Vidros, Plantas, Biotecnologia

Foto: felixioncool/pixabay.com

Nesta sexta-feira, 28 de outubro, ocorre o 3º Seminário em Biotecnologia, com o tema Panorama, Inovação e Aplicação em Saúde. A atividade é promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da PUCRS. O encontro, que é aberto ao público, ocorre das 13h às 18h45min no auditório do prédio 11 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). As inscrições são realizadas no momento do credenciamento e as vagas são limitadas à capacidade do auditório. Haverá lista de presença para validação de horas complementares aos acadêmicos.

A palestra inicial sobre Biotecnologia Farmacêutica no Brasil será ministrada pelo diretor técnico e científico da Companhia Brasileira de Biotecnologia Farmacêutica (Bionovis), Thiago Rennó dos Mares Guia. O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Arthur Fett Neto abordará a biotecnologia e os imunoadjuvantes. O tema Nanobiotecnologia, Embriões e o Câncer será apresentado pelo docente da Universidade Federal de Pelotas Tiago Veiras Collares e o representante da empresa Regenera Moléculas do Mar Mário Luiz Conte da Frota Júnior falará sobre empreendedorismo. Informações complementares pelo telefone (51) 3320-3512.

Estudo aponta exageros na busca pelo corpo ideal

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

A busca por um corpo considerado ideal é cada vez mais comum entre homens e mulheres de diferentes idades. Mas, muitas vezes, para tentar atingir esse objetivo, os caminhos escolhidos são prejudiciais ao organismo. Em torno de 10% dos homens e 18% das mulheres com o Índice de Massa Corporal (IMC) considerado normal realizam, ao menos, um comportamento como uso de diuréticos, laxantes ou inibidores de apetite, vômitos forçados, jejum prolongado e exercícios físicos exaustivos com frequência para perder peso. Os dados são da pesquisa realizada pela enfermeira Sabrina Chapuis de Andrade durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da PUCRS. Das mulheres com IMC normal, índice que leva em conta o peso e a altura, 15% relataram o uso de diuréticos e laxantes. Da mesma forma, 12,2% admitiram provocar vômitos ao menos às vezes, enquanto apenas 2,2% dos homens fizeram essa afirmação.

A pesquisa é inédita no Brasil e contou com 27,5 mil participantes de todo o País. Os questionários foram respondidos por internautas de 18 a 55 anos por meio do site www.temperamento.com.br, que se baseia no estudo conhecido como Brazilian Internet Study on Temperament and Psychopathology (Brainstep), coordenado pelo professor da Faculdade de Biociências Diogo Rizzato Lara, orientador da dissertação. A ação mais comum entre os homens é a intensa rotina de exercícios, enquanto entre as mulheres é o jejum prolongado. Por outro lado, mulheres com o IMC normal forçam mais o vômito do que homens com IMC maior de 30, com nível elevado de obesidade. A análise dos dados identificou ainda que pessoas com maior IMC praticam de dois até seis comportamentos objetivando o emagrecimento. “Isso nos surpreendeu, pois acreditávamos que os resultados indicariam as práticas por pessoas com o índice mais baixo. Com isso, concluímos que os indivíduos não conseguem manter o peso perdido devido às consequências no organismo”, explica Sabrina.

Sabrina Chapuis de Andrade - Estudo aponta exageros na busca pelo corpo ideal

Sabrina Chapuis de Andrade
Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

Quanto ao diagnóstico, a pesquisadora percebeu que os transtornos são mais facilmente identificados em mulheres, mesmo que a vigorexia – obsessão pelo corpo musculoso – seja cada vez mais comum entre os homens. Mais de 8 mil participantes do sexo masculino relataram a realização de intensos e exaustivos exercícios físicos diariamente, por mais de três horas. “O diagnóstico ainda é complicado. Algumas vezes, mesmo tendo cinco comportamentos mais de três vezes na semana, o transtorno não é identificado. Para homens, é ainda mais difícil e apenas 30% deles com seis comportamentos são diagnosticados”, conta a enfermeira. Por haver um estigma em relação a distúrbios alimentares ocorrerem somente em mulheres, os homens são mais relutantes em reconhecer seus distúrbios psiquiátricos e buscar ajuda. Para Sabrina, os profissionais de saúde precisam estar atentos aos hábitos dos pacientes para que as atitudes não cheguem a se tornar patologias como a anorexia, bulimia e vigorexia.

A imposição de padrões de beleza pela sociedade e reforçada pela mídia são, para a pesquisadora, fatores determinantes para o crescimento de práticas inadequadas para a redução do peso. “Na internet, é possível encontrar diversas dietas restritivas, mas não existe mágica. O ideal é uma mudança de hábitos com orientação de profissionais especializados, pois o que funciona para uma pessoa, pode não dar certo para a outra”, destaca. O acesso fácil a medicamentos também facilita tais atitudes. A enfermeira alerta para as consequências com a manutenção desses hábitos. O jejum, por exemplo, pode resultar em anemia, alterações fisiológicas e imunológicas no organismo. Exercícios físicos intensos e uso de medicamentos inibidores de apetite podem ocasionar em problemas cardiovasculares.

Foto: Camila Cunha - Ascom/PUCRS

Foto: Camila Cunha – Ascom/PUCRS

O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) iniciou, nesta quarta-feira, 27 de julho, os testes que vão avaliar a eficácia da vacina contra a dengue desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e o National Institutes of Health (Estados Unidos). O Centro de Pesquisa Clínica do HSL (CPC) será o único do Sul do país a participar do estudo, que envolverá 14 centros em 13 cidades das cinco regiões nacionais. Serão 17 mil voluntários em todo o Brasil.

O início dos trabalhos no HSL foi acompanhado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele destacou que esta poderá ser a primeira vacina do mundo contra os quatro tipos de vírus da dengue e com apenas uma dose. “É um grande avanço na ciência que a gente fica muito feliz em fazer em parceria com o Rio Grande do Sul”. Se os resultados desta fase da pesquisa corresponderem ao obtido na etapa anterior, que apresentou eficácia de 80%, em um ano deve ser iniciada a produção em larga escala para aplicação na população brasileira. “A dengue, como toda doença virótica, é de tratamento muito difícil, então o caminho é a prevenção, é a vacina”, reforçou o governador.

A expectativa é de que a vacina também seja distribuída internacionalmente. “A população alvo é de 2 bilhões de pessoas. Pela primeira vez na história do país há uma inversão de tecnologia. Normalmente é norte-sul e, desta vez, é sul-norte, graças à competência do Instituto Butantan”, afirmou o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip, também presente na visita ao Hospital, assim como o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil; o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori; e o secretário Estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, entre outros.

Os visitantes foram recepcionados pelo Reitor da PUCRS, Joaquim Clotet; pelo diretor-geral e administrativo do HSL, Leomar Bammann; e pelo diretor do CPC, Domingos D´Avila. Este destacou a importância de o Centro ter sido escolhido para participar dos testes e que apresenta plenas condições de oferecer resultados efetivos no estudo proposto pelo governo de São Paulo.

Foram vacinados quatro voluntários no primeiro dia. A aplicação em dose única em humanos é a terceira e última fase de validação da vacina, que tem apresentado excelentes resultados em testes realizados em diferentes partes do mundo. Em Porto Alegre, serão recrutadas cerca de mil pessoas, que passarão pela triagem da equipe responsável e serão acompanhadas por cinco anos. Os voluntários devem ser saudáveis e possuir entre 18 e 59 anos, exceto gestantes. Para participar é necessário realizar agendamento através do telefone (51) 3320-3000, ramal 2031.

O estudo no HSL é coordenado pela pesquisadora do Instituto de Pesquisas Biomédicas (IPB) e professora da PUCRS Cristina Bonorino e pelo chefe do Serviço de Infectologia do Hospital, Fabiano Ramos. Além dos testes em voluntários, iguais aos realizados no restante do país, Porto Alegre participará de uma pesquisa sobre a resposta imune que a vacina gera no organismo, avaliando quais mecanismos imunológicos são acionados para gerar memória. Essa segunda análise será única no país e ocorrerá nos laboratórios de Imunologia Celular, do IPB, e de Imunologia do Estresse, da Faculdade de Biociências da PUCRS.

O grupo de pesquisa liderado por Cristina, com quase duas décadas de atuação, é reconhecido nacionalmente no estudo de respostas imunes a vírus e tumores e, por essa razão, conduzirá essa investigação. A escolha do HSL e da PUCRS para integrar o projeto demonstra a relevância das instituições no cenário brasileiro. “É um reconhecimento da comunidade científica pela qualidade do trabalho desenvolvido na PUCRS em imunologia, bem como pela excelência das instalações e experiência do CPC para a condução de estudos clínicos”, destaca Cristina.

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A nova edição da revista PUCRS Saúde, do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), começou a circular em julho. A completa estrutura voltada ao atendimento de cardiologia é abordada na matéria de capa, destacando o trabalho das equipes especializadas. A publicação apresenta ainda novidades em pesquisa nas áreas da cardiologia intervencionista e da neurologia; projeto de literatura e música voltado a pacientes da Psiquiatria e entrevista com o especialista canadense em suicídio e depressão Gustavo Turecki.

Produzida pelo núcleo de Imprensa do HSL, a PUCRS Saúde pode ser lida no site www.hsl.pucrs.br e também na versão impressa. Mais informações pelo telefone (51) 3320-3445 e pelo e-mail [email protected].

Ministros visitam o InsCer

Foto: Bruno Todeschini – Ascom/PUCRSIns

A noite de sexta-feira, 8 de julho, foi de excelentes notícias para o Instituto do Cérebro (InsCer), com a visita de três importantes autoridades do Governo Federal: ministros Ricardo Barros, da Saúde; Osmar Terra, do Desenvolvimento Social e Agrário; e Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, que foram recebidos pelo Reitor da PUCRS, Joaquim Clotet, e pelo diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa. Os ministros conheceram as dependências do InsCer, como o Centro de Produção de Radiofármacos, onde acessaram o cíclotron, acelerador de partículas utilizado na produção de fármacos de curta duração para os pacientes do Centro de Imagem.

O ministro da Saúde anunciou a liberação de um recurso de 10 milhões de reais para a complementação do espaço físico e equipamentos do Instituto. “Os recursos estão no orçamento e, havendo a aprovação pela área técnica, será gestionado junto com a área econômica para que se libere recursos para ampliação do InsCer”, ressaltou.

De acordo com o diretor do InsCer, o recurso será aplicado na ampliação e intensificação de pesquisas nas áreas das doenças neuropsiquiátricas, neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, das epilepsias, dos acidentes vasculares cerebrais e das doenças neuro-oncológicas, sempre com enfoque de transferir conhecimento, tecnologia e processos ao Sistema Único de Saúde. “Quem mais deve ser beneficiado com essa liberação são os pacientes que sofrem de doenças neurodegenerativas. Essa é uma área prioritária para o InsCer”, ressaltou.

O InsCer atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) através da portaria nº 1340, de 1º de dezembro de 2014. A portaria possibilita que pacientes do SUS de todo o RS, via Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), tenham acesso ao exame de tomografia por emissão de pósitrons/tomografia computadorizada (PET/CT), utilizado no diagnóstico de câncer. Este é um acesso importante e fundamental em relação à saúde pública, já que o PET é um exame complexo e de alta acurácia e tecnologia. Além disso, pacientes do Programa de Epilepsia do Hospital São Lucas da PUCRS – centro de referência no tratamento cirúrgico da epilepsia – também têm acesso à realização de Ressonância Magnética, através do SUS, no equipamento de Ressonância Magnética 3Tesla (alto campo magnético).

Silhueta, sol, pessoa

Foto: Devanath/pixabay.com

Primeiro curso de pós-graduação do Brasil a abordar as relações entre saúde, religião e espiritualidade, com enfoque totalmente acadêmico, a especialização Religiosidade e Espiritualidade na Prática Clínica recebe inscrições até 19 de agosto, pelo site educon.pucrs.br. Na modalidade a distância, a proposta do curso é fazer com que os participantes desenvolvam uma escuta qualificada para, por exemplo, realizar diagnósticos diferenciais entre experiências religiosas/espirituais e transtornos mentais. “Existe um conjunto de evidencias científicas mostrando alguns aspectos da religiosidade, como a ‘religiosidade intrínseca’, que estão associados a comportamentos saudáveis, diminuição de sintomas de depressão e alcoolismo”, afirma o coordenador da especialização e professor do curso de Psicologia da Escola de Humanidades da PUCRS, Leonardo Machado da Silva.

Segundo o professor, a religiosidade pode ser intrínseca, quando o indivíduo vivencia profundamente a sua religião, ou extrínseca, relacionada a questões sociais secundárias, não sendo uma parte central na vida da pessoa. Já a espiritualidade é mais ampla, embora possa ser vivida através das religiões, e surge a partir do questionamento referente ao sentido da existência e da vida. “Entre elas, existe uma intersecção grande, o que pode gerar uma grande confusão nas escalas (testes) psicológicas”, garante o professor. “A partir da especialização, os dois casos devem ser vistos durante as sessões de terapia como situações a serem ouvidas e levadas em consideração pelo profissional”, explica o professor.

O curso pretende levantar questões filosóficas e antropológicas dos paradigmas culturais existentes, com relação a abordagem da religião e da espiritualidade, associados à prática da ciência e ao método científico. Serão discutidos diferentes autores que trabalham com a transcendência em suas teorias, como, por exemplo, Carl Gustav Jung. Em destaque também estarão as neurociências, trazendo correlatos neurais das experiências religiosas/espirituais e discussões acerca das relações mente-cérebro.

Participam professores e pesquisadores de outras universidades e estados do Brasil, como Alexander Moreira de Almeida, que também coordena a especialização e é fundador e diretor do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, parceira da PUCRS na realização do curso. Os candidatos são selecionados a partir da análise do currículo e, a critério da Unidade, será realizada entrevista individual ou prova de seleção. Informações adicionais sobre o processo de seleção, professores participantes e assuntos abordados estão disponíveis no link educon.pucrs.br/cursos/religiosidade-e-espiritualidade-na-pratica-clinica.