Representantes da reitoria da PUCRS e da direção da Rede Divina Providência estiveram reunidos para a formalização do convênio. Crédito: Renata Knorst | Rede Divina Providência

Representantes da reitoria da PUCRS e da direção da Rede Divina Providência estiveram reunidos para a formalização do convênio. Crédito: Renata Knorst | Rede Divina Providência

Em convênio assinado nesta segunda-feira (25), a PUCRS soma forças ao conceito de maternidade humanizada, segura e resolutiva presente no DNA de atuação das irmãs da Rede de Saúde Divina Providência. A finalidade do convênio firmado entre as instituições católicas é estabelecer e regulamentar um programa de cooperação acadêmica nas áreas de atuação e interesse comuns, iniciando pelo campo de prática na área obstétrica.

Conforme o cronograma, já a partir de junho os estudantes de graduação e residência das escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida podem iniciar as questões operacionais de inserção em campo. Como o convênio abrange dois hospitais da Rede em Porto Alegre, o Divina Providência e o Independência, segundo o pró-reitor de Graduação e Educação Continuada da PUCRS, Ir. Manuir Mentges, a médio prazo outras áreas poderão ser incluídas para práticas de outros cursos da universidade.

“Acreditamos que o desenvolvimento das pessoas tem forte conexão com nosso propósito de cuidado amoroso à vida. Neste contexto, esta parceria com a PUC, entidade que comunga de valores comuns aos nossos, faz todo o sentido, pois nos permite ampliar o impacto positivo de nossas ações, contribuindo para o enriquecimento de um ambiente estimulador da sólida formação pessoal humana e técnica, primeiramente no segmento materno infantil”, comenta o diretor de Propósito e Desenvolvimento da Rede Divina Providência, Mario Abílio Jaeger Neto.

O convênio inclui a realização de estudos e pesquisas, consultorias, conferências, publicações, realização de cursos e programas de capacitação, estágios e quaisquer outras atividades julgadas de interesse ou de conveniência pelos envolvidos nas áreas de saúde.

Segundo o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, este, que é o terceiro convênio firmado pela PUCRS com instituições hospitalares em 2020, amplia ainda mais a atuação da comunidade acadêmica nos atendimentos de Saúde da capital. “Atualmente são mais de cinco mil estudantes e profissionais da saúde em formação na PUCRS, e cada um destes convênios vai além da definição um campo de prática. Essa aproximação entre a universidade e os hospitais é, antes de tudo, um compromisso de desenvolvimento mútuo entre as instituições”, ressalta.

Reforço em diferentes áreas da saúde na capital

Além deste, outros dois convênios recentes firmados pela PUCRS com hospitais da capital visam ampliar os campos de prática de profissionais de saúde em formação em 11 cursos de graduação e pós-graduação, além de qualificar os atendimentos à população e unir forças em pesquisas de alto impacto.

Com a Santa Casa, o propulsor é o projeto de desenvolvimento do Centro de Medicina Fetal desta instituição, que envolve toda a linha de cuidado na área materno-infantil e, com maior ênfase, às complexidades. Já o convênio firmado com o Hospital Restinga e Extremo-Sul (HRES) prevê atuação conjunta no setor de internação e emergência pediátrica. Eles se somam ao termo de cooperação para ensino já existente com a Secretaria Municipal de Saúde, que envolve os hospitais de Pronto Socorro (HPS) e Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV).

Para atuações específicas das escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida, há ainda um convênio com o Grupo Hospitalar Conceição e outros 200 convênios com diferentes entidades e espaços de atenção à saúde em Porto Alegre.

Foto : Carlos Saldanha

Foto : Carlos Saldanha

Com a pandemia do Covid-19, a área da saúde ganhou atenção em todo o mundo. São inúmeros os desafios para encontrar soluções que ampliem o atendimento à população, qualifiquem a formação de profissionais da área, melhorem a gestão das estruturas médico-hospitalares e promovam pesquisas inovadoras. Em Porto Alegre, uma parceria inédita entre instituições tradicionais busca superar esses desafios. Nesta quarta-feira, 13 de maio, foi assinado o convênio entre a PUCRS e a Santa Casa de Misericórdia com o propósito de unir forças e ampliar alternativas para a população. A parceria envolve projetos em quatro grandes frentes de atuação: ensino, pesquisa, gestão e inovação.

O grande propulsor do convênio é o projeto de desenvolvimento do Centro de Medicina Fetal da Santa Casa, que envolve toda a linha de cuidado na área materno-infantil e, com maior ênfase, às complexidades. Um espaço no qual haverá integração de futuros profissionais dos programas de residências médicas e das pós-graduações stricto e lato sensu em regime de complementariedade entre PUCRS e Santa Casa.

Espaços para práticas médicas

São mais de cinco mil estudantes e médicos em formação das escolas de Medicina e de Ciências da Vida e da Saúde da PUCRS que terão os hospitais do complexo da Santa Casa como espaços de prática. “É uma importante união de forças de instituições reconhecidas pela contribuição histórica à população gaúcha e brasileira na área da saúde. Certamente, teremos respostas mais ágeis e significativas atuando lado a lado”, afirma o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira.

A parceria envolve, pela PUCRS, o Hospital São Lucas (HSL) e as Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida, que passarão a desenvolver projetos conjuntos com a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. A Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), que tem na Santa Casa o seu hospital escola, está analisando a sua forma de participação, pois trata-se de um convênio de colaboração importante para o meio acadêmico e científico. “Em um mundo que precisa de atitudes colaborativas em busca de soluções para problemas comuns, esta parceria é uma grande notícia para a sociedade gaúcha”, afirma Antonio Kalil, Diretor de Ensino e Pesquisa da Santa Casa.

A assinatura do convênio contou com a presença de representantes da reitoria da PUCRS, da direção da Irmandade Santa Casa de Misericórdia, do Hospital São Lucas e, também, do Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler. “Os tempos que vivemos exigem de todos nós, atitudes ousadas e criativas. Certamente o convênio aqui celebrado expressa essa ousadia e criatividade. As partes envolvidas ganham com essa parceria, mas a sociedade é a maior beneficiada”, afirmou o Arcebispo.

Efeitos e benefícios da exposição à luz solar para a imunidade - Produção de vitamina D no corpo humano, em níveis adequados, pode prevenir doenças

Foto: Simon Rae/Unsplash

A radiação solar é essencial para a vida no planeta. Ficar muito tempo sem se expor à luz do sol pode acabar colaborando para o surgimento de uma série de doenças físicas e psiquiátricas, e alguns desses problemas estão relacionados à falta de vitamina D no corpo. Durante o período de distanciamento social provocado pela pandemia da Covid-19, ao ficar longos períodos em lugares fechados, além do usual, esse é um cuidado que precisar ser dobrado.

“A maior parte da vitamina D é produzida pela pele, sendo mais de 90% pela exposição solar habitual, importante para sintetizar essa vitamina. Ela é um nutriente com função de hormônio e pode ajudar a melhorar o sistema imunológico”, explica Maria Zanella, professora e coordenadora do Curso de Medicina da Escola de Medicina da PUCRS.

Alternativas para manter a saúde em dia

Além de ficar um tempo ao sol, existem outras formas de aumentar os níveis de vitamina D no sangue. “As principais fontes nutricionais de vitamina D são alimentos ricos em gordura, como ovos, peixes, leite integral, fígado, queijo, iogurte, manteiga, suco de laranja, entre outros. No entanto, a dieta sozinha raramente fornece as doses diárias recomendadas”, destaca Thais Grazziotin, também professora Escola de Medicina e coordenadora da Residência de Dermatologia da PUCRS.

As principais medidas de promoção da saúde nesse momento são a adoção de uma alimentação balanceada, manter atividades físicas regulares e a exposição solar possível dentro das atividades domésticas, como através das janelas abertas da casa (já que o vidro bloqueia o UVB). Em alguns casos, pode haver suplementação oral, sob orientação médica.

Para todos os grupos populacionais, o ideal é que a exposição ao sol ocorra até as 10h e após as 15h. Fora desse período, a incidência solar pode ser crítica para a ocorrência de doenças de pele, incluindo o câncer. “Uma dica para tomar sol de forma leve é ficar com a palma da mão virada para o sol em torno de cinco a dez minutos no máximo, em uma janela. Sentiu que a palma da mão está quente, já está sintetizando vitamina D”, conta Maria Zanella.

Consequências da falta de vitamina D

Efeitos e benefícios da exposição à luz solar para a imunidade - Produção de vitamina D no corpo humano, em níveis adequados, pode prevenir doenças

Foto: Sam Chang/Unsplash

Quando a radiação solar atinge a pele, ela estimula a produção de vitamina D. Esse hormônio ajuda na absorção do cálcio e fortalece os ossos. Algumas doenças já foram associadas à deficiência dessa substância, como o câncer, doenças autoimunes (esclerose múltipla e artrite reumatoide), doenças infecciosas (tuberculose e viroses, por exemplo), doenças neurológicas, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, diabetes e problemas na saúde reprodutiva.

Cuidados importantes ao ficar no sol

Não existe nenhum protocolo de uso da exposição solar como fonte confiável de reposição de vitamina D, porque seus resultados são imprevisíveis. A radiação ultravioleta produz efeitos prejudiciais, como o aumento de risco de câncer de pele e o fotoenvelhecimento cutâneo, processo que torna a pele espessada, áspera e manchada. Por isso, a proteção solar com o uso de filtros e demais medidas de fotoproteção são importantes na redução da produção de radicais livres, alterações morfológicas e carcinogênese.

Quando há exposição solar habitual, a síntese de vitamina D não é prejudicada pela aplicação do protetor. O metabolismo dessa vitamina é complexo e depende de individualidades como extensão da pele em contato com a luz, quantidade de melanina, fototipo e dose de radiação ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). As ondas UVB tendem a desencadear uma maior produção de vitamina D, mas também têm mais chances de causarem queimaduras e risco de câncer de pele. Já as ondas UVA, mais longas, também aumentam o risco de câncer de pele e são as principais envolvidas no envelhecimento precoce da pele. Ambas provocam dano no DNA das células e efeitos cumulativos na pele.

Vitamina D e a Covid-19

Efeitos e benefícios da exposição à luz solar para a imunidade - Produção de vitamina D no corpo humano, em níveis adequados, pode prevenir doenças

Foto: Jerry Wang/Unsplash

Até o momento, não existem evidências científicas suficientes para afirmar que a ingestão de vitamina D tenha efeito preventivo ou curativo em relação à Covid-19. O uso excessivo de vitamina D pode levar a complicações graves, especialmente renais. Existe coincidência de fatores de risco para Covid-19 e para hipovitaminose D, não sendo possível determinar que níveis baixos de vitamina D sejam um fator de risco independente ou que haja qualquer benefício de suplementação irrestrita de vitamina D para prevenção de Covid-19.

Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda a manutenção da adesão à restrição social, reforço às medidas de higiene e testagem sistemática de sintomáticos e seus contatos como forma de prevenção a novos casos da Covid-19.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) lançou uma Nota de Esclarecimento, onde afirma “total repudio às recomendações para uso de altas doses de colecalciferol (vitamina D3) como estratégia de otimização de imunidade frente ao novo coronavírus (COVID-19)”.

laptop, celular, mercado de trabalho

Foto: Pixabay

Um grupo de bolsistas do  Programa de Educação Tutorial (PET), do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, juntamente com seus colegas de aula, decidiu desenvolver uma série de vídeos sobre o coronavírus. Segundo eles, o sentimento de querer ajudar as pessoas a encontrar formas de lidar com as angústias e incertezas causadas pela pandemia era algo frequente. Foi assim que os conteúdos começaram a ser divulgados nas redes sociais do PET, abordando temas como saúde (física e mental) e autocuidado 

Vamos produzir vídeos sobre a perspectiva da pandemia na saúde coletiva, sobre os atravessamentos desse cenário nos contextos do trabalho, sobre estratégias para manutenção da saúde mental nesse momento atípico, dentre outros”, explica Milena Gelain, estudante do curso e bolsista do PET.  

Importância social 

Lidar com a saúde mental durante o isolamento social é um grande desafio, principalmente em um contexto de pandemia global, conta Milena. O confinamento, muitas vezes, expõe as pessoas a uma maior vulnerabilidade, ressaltando aspectos relacionados a ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, independentemente de existir algum histórico de transtorno mental ou nãoFrente a tudo que estamos vivenciando, o projeto transmite informações e cria estratégias com profissionais e diferentes abordagensressalta a estudante. 

Ao normalizar a rotina, o grupo pretende voltar com as atividades fixas que foram suspensas por causa da quarentena, mas não descartam a possibilidade de reformulação do projeto para abordar outros assuntos.  

Assuntos atuais para conscientizar a população 

O próximo vídeo do projeto, que será postado nesta sexta-feira, 1 de maio, fala sobre o impacto do coronavírus no funcionamento das empresas e dos trabalhadores. Os principais assuntos serão as questões referentes ao modelo de home office e as demissões em massa, dois tópicos bastante comentados na mídia ultimamente. 

Outros vídeos já abordaram dicas de técnicas e estratégias que podem ser utilizadas em prol da saúde mental, e impactos de medidas restritivas e do isolamento social. 

A fala será conduzida por Jaqueline Maia Mânicaprofessora dcurso de Psicologia, coordenadora dos cursos de Extensão da PUCRS e gestora da Fundação Irmão José Otão (Fijo)responsável pelo Escritório de Carreiras. 

Saiba como participar 

A maioria dos convidados(as) e colaboradores dos vídeos são do curso de Psicologia, mas todos(as) são bem-vindos(as). Colegas de outras áreas, principalmente da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e da Escola de Humanidades, podem falar sobre diferentes pontos de vista”, destaca Milena. 

Quem quiser saber mais sobre o grupo e outros projetos pode acompanhar as atualizações pelo Facebook e pelo Instagram do PET Psicologia PUCRS (@petpsicopucrs). Sugestões, comentários e dúvidas podem ser enviados pelo email [email protected]. 

Manter a saúde física e mental durante a adaptação a nova rotina tem sido um dos desafios ocasionados pelo distanciamento social. Pensando nisso, o Grupo de Pesquisa Estilo de Vida e Saúde (Pevs) da Universidade lançou o e-book Estratégias interprofissionais em saúde para lidar com o período da quarentena. O material reúne informações sobre temas como alimentação, exercícios físicos, mindfulness e estratégias voltadas para a saúde de crianças e adolescentes. O e-book pode ser acessado de forma gratuita neste link.

Elaborado por professores, doutorandos, alunos de graduação, bolsistas de iniciação científica e pesquisadores associados ao grupo de pesquisa Modificação do Estilo de Vida e Risco Cardiovascular (MERC) e ao Grupo de Pesquisa em Comportamento Alimentar (GPCA), o e-book foi desenvolvido a partir de estudos das áreas de Psicologia, Nutrição, Enfermagem e Biologia.

Para a professora Ana Feoli, coordenadora do Pevs, o material é uma forma de levar para a sociedade o conhecimento científico produzido na PUCRS. “Desde que entramos em quarentena nos questionamos sobre como poderíamos contribuir com o nosso conhecimento e produções para a sociedade neste período de distanciamento social. Foi a partir de muita troca entre os integrantes da equipe, cada um com a sua expertise, porém, com um olhar interdisciplinar, que elaboramos o e-book. Nossa essência é, além de fazer e produzir pesquisa, traduzi-la e transformá-la em ações para a promoção da saúde da nossa sociedade”, comenta.

A coordenadora do Pevs ainda destaca que mesmo toda a produção do material ocorrendo de forma online houve uma grande união da equipe. “Não medimos esforços para elaborar o material em um tempo rápido, aprendendo e desenvolvendo novas habilidades, como a editoração de imagens, por exemplo. Um espírito de equipe e de pertencimento à nossa instituição, à sociedade e ao grupo de pesquisa certamente foi marcante entre nós”, afirma a professora.

Saiba mais

O Pevs também disponibiliza gratuitamente o Planner de Hábitos e o e-book Tipos de Fome: sobre a fome e como lidar com ela, entre outros. Para conhecer todos os materiais acesse o site.

Heróis da saúde, por Juremir Machado

Foto: Ashkan Forouzani/Unsplash

Há categorias que não podem parar numa pandemia. Não param nunca. Mais do que isso, tornam-se mais essenciais do que nunca. Os seus ombros suportam o nosso mundo de tanta fragilidade, medo, incerteza e desconhecimento. No hospital da PUCRS, eu acompanhei o trabalho heroico de médicos e enfermeiros da equipe do doutor Fabiano Ramos. A qualquer hora da noite, sorriam, consolavam, agiam, entregavam-se serenamente ao que estavam fazendo. Eu ficava pensando em cada um deles, moças, rapazes, tão jovens, tão corajosos, tão generosos, tão fundamentais.

Sempre penso nessas pessoas que escolhem as profissões mais difíceis. Como é complexa a natureza humana. Existem os que não sentem medo, os que se dedicam aos outros, os que exercem a grandeza moral com a tranquilidade de quem, fazendo pequenas ou grandes coisas, sabe entregar a vida ao cuidado do próximo. A emoção ainda não me permite falar dos nomes que têm me ajudado. É como se eu guardasse algo sagrado para um momento especial. Penso neles com carinho. Revejo-os por trás de suas máscaras. Lembro-me de cada palavra que me disseram, da tranquilidade, da serenidade, do conhecimento, do sentido de missão,

Sempre digo que heróis são professores, especialmente professores de ensino fundamental e médios, essas mulheres e homens que andam por este Brasil profundo levando luzes, esperanças, consolo, conselhos e informações. Devo acrescentar que o pessoal da saúde não fica atrás. Cada um que entrava no meu quarto, eu me perguntava: como teria escolhido a saúde? De onde viria? Como chegaria em casa depois de uma jornada de trabalho? Como manter a calma em tempos de tanta tensão e incerteza? No entanto, heroicos e impávidos, lá estavam eles todos os dias e noites, tendo a cada entrada de vestir roupas complicadas.

Quero saudar esses profissionais idealistas em geral, hostilizados em alguns lugares, que escolheram cuidar de nós. Neste mundo de serviços, muitas vezes não pensamos que esse não é um serviço como outro qualquer. Deve ser mesmo uma vocação. Vi médicos e enfermeiros, homens e mulheres, jovens ou menos jovens, que carregavam sabedoria nas expressões francas e cristalinas. Eu me sentia tão desemparado. Eles me passavam tanta confiança, tanta força de presença, tanto amparo psicológico. Nessas situações, parece inevitável, há um momento em que a gente se pergunta: por que eu? Por que comigo?

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Foto: Bruno Todeschini

Os profissionais da saúde, heróis do cotidiano, pareciam me responder silenciosa e empaticamente: não importa, estamos aqui contigo para o que der e vier. Eu me sentia constrangido em incomodá-los, em tocar a campainha por um desconforto qualquer, eles liam meus pensamentos e me estimulavam a não hesitar. Imagino o combate desses heróis em todo o Brasil. Eles são os soldados na linha de frente. A luta será longa e com meios limitados. Cada ato será de valentia, de missão e de humanidade. Quantas vezes, por alguma coisa irrisória ou nem tanto, desacreditamos na humanidade. Os heróis da saúde renovaram a minha crença na humanidade, no humanismo e no humanitarismo. Meus heróis agora têm nome, profissão, rostos por trás das máscaras.

“Imagino o combate desses heróis em todo o Brasil. Eles são os soldados na linha de frente. A luta será longa e com meios limitados. Cada ato será de valentia, de missão e de humanidade.”

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Foto: Bruno Todeschini

Durante o mês de outubro, as campanhas de prevenção ao câncer de mama ganham destaque nas mais diferentes mídias, assim como as mensagens de combate ao câncer de próstata em novembro. Porém, o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento de todas as variações e tipos de câncer? Graças a esse cuidado, é possível aumentar as chances de controlar a doença, assim como a qualidade de vida dos pacientes, além de favorecer a efetividade e os custos dos tratamentos.

Um dos principais aliados no tratamento dos pacientes é o profissional da área de oncologia. Esses especialistas estudam o crescimento desordenado de células, que podem resultar em câncer ou tumores, assim como seu desenvolvimento no organismo e a melhor forma de tratamento. Além disso, novas pesquisas com medicamentos e diferentes terapias são cada vez mais exploradas na busca de formas de combater o câncer. Isso é o que mostra o relatório social anual Clinical Cancer Advances 2020, divulgado pela American Society of Clinical Oncology (Asco). Entre os avanços já destacados estão as possibilidades com imunoterapia e novas tecnologias, por exemplo.

Multidisciplinaridade para um tratamento completo

Sendo uma condição médica complexa, os profissionais especializados em oncologia possuem diferentes formações. Entre eles, estão os médicos, enfermeiros e farmacêuticos. O último, por exemplo, geralmente menos associado a esse tipo de trabalho, é quem produz e mistura os remédios e químicas necessárias para o preparo da quimioterapia. Ele também atua no acompanhamento dessas medicações, de forma a amenizar possíveis efeitos colaterais para o organismo. Segundo Liamara Andrade, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, “para prevenir os erros na terapia de combate ao câncer, a multidisciplinaridade é essencial”. Inclusive, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2004, destaca a necessidade de que todos os serviços que trabalhem no combate ao câncer tenham equipes formadas por esses três profissionais para um tratamento completo e aumentar os índices de cura.

Sobre(Viver) é uma realidade

Apesar do diagnóstico muitas vezes assustar, a descoberta do câncer não é uma sentença. Na verdade, quando o tratamento acontece da forma adequada, o índice de recuperação é bastante elevado: mais da metade das pessoas sobrevivem à doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a sobrevida mediana de pacientes é estimada em 75% em casos de câncer de mama, 92% para o câncer de próstata, 60% para o câncer do colo do útero e 66% para Leucemia Linfoblástica Aguda na infância.

Aumento dos casos

Segundo uma estimativa realizada pelo Inca, o Brasil teria registrado 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019. No mundo, foram mais de 18 milhões de ocorrências em 2018, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esse mesmo estudo aponta que o tipo de câncer que será o mais comum nos próximos anos é o de pele, conhecido por ser menos letal. Os outros dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão o de próstata, mama feminina, cólon e reto (câncer de intestino), pulmão, estômago, colo do útero, cavidade oral, sistema nervoso central, leucemias e esôfago.

Prevenção, detecção e tratamento no combate ao câncer

Segundo o Inca, o câncer é um conjunto de doenças, cada uma com características e fatores de risco próprios, cujo denominador comum é a reprodução desordenada de células. Sendo assim, pode ser causada por diversos fatores. A idade, histórico familiar e a exposição a propriedades do cigarro, alimentos processados e gordurosos e sobrepeso podem amplificar as chances do desenvolvimento da doença.

Novas técnicas de detecção também surgiram nos últimos anos. Recentemente, uma equipe de pesquisadores internacionais publicou na revista Science seu trabalho sobre um novo exame de sangue que pode ajudar a detectar oito tipos de câncer em uma fase pouco avançada. Além disso, o método também consegue identificar com mais certeza em qual órgão a doença está se proliferando.

Sobre o curso de oncologia farmacêutica

O curso de Oncologia Farmacêutica da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS capacita o profissional graduado em Farmácia a atuar diretamente nos serviços de tratamento ao câncer, com o diferencial de atuar já durante o curso no Hospital São Lucas da PUCRS e utilizar da simulação realística para o aprendizado prático dos casos. “Cada vez mais se necessita do profissional farmacêutico, tanto no mercado de trabalho, quanto na pesquisa de novas terapias oncológicas”, comenta Liamara Andrade. Acesse o site do curso e amplie sua área de atuação com aulas já para esse semestre.

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Laboratório da PUCRS avalia influência de calçado infantil na caminhada - Testes com crianças de três a nove anos avaliaram tênis que proporciona experiência de andar descalço

Foto: Luma Pimentel/ Unsplash.com

O crescimento saudável dos filhos é uma das principais preocupações dos pais e das famílias dos pequenos. A pisada influencia, por exemplo, em aspectos envolvendo a postura e o equilíbrio corporal. Testes realizados no Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física (Lapafi) da PUCRS analisaram as forças externas agem nos pés de crianças enquanto elas caminham, com o uso técnicas de pesquisa em biomecânica. Meninos e meninas de três a nove anos participaram do estudo que durou dois anos, com o objetivo de entender qual o impacto do uso de sapatos na pisada das crianças. O projeto foi encomendado pela Bibi Calçados.

Os testes realizados medem as forças de reações do solo, analisando as forças externas que agem nos pés durante a caminhada descalça e, posteriormente, com os calçados da Bibi. Esse é um dos vários parâmetros de avaliação existentes, mas foi escolhido de acordo com o objetivo do projeto, que era desenvolver um produto que não interferisse no andar das crianças. Os resultados mostraram que, do ponto de vista biomecânico, os calçados da Bibi não alteram em quase nada o caminhar e, em alguns casos, praticamente não existe interferência.

“Minha sugestão como pai é que outros pais preocupados com o crescimento dos filhos, não só em relação à qualidade dos produtos, se certifiquem e busquem informações validadas cientificamente”, explica Rafael Baptista, professor e coordenador do Lapafi. Ele indica que nesses casos, o pediatra da família ou outros especialistas sejam consultados. “Não podemos simplesmente acreditar em informações de redes sociais” complementa.

O hábito milenar de andar descalço

O uso de calçados pode influenciar a morfologia dos pés, interferindo no tamanho, altura e ângulo do arco, além da flexibilidade, por exemplo. O desenvolvimento dessas características depende de vários fatores, como peso, frequência em que se pratica atividade física, etnia e idade. Isso é o que explica a pesquisa realizada pela Scientific Reports, da Nature, o jornal científico britânico.

Embora estar descalço faça parte da evolução humana há milhões de anos, as vantagens e as desvantagens do uso de calçados para a saúde, principalmente do pé, raramente foram avaliados. Porém, o desenvolvimento motor é cada vez mais discutido na ciência, assim como os efeitos a longo prazo de estar habitualmente sem sapatos.

O Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física

Com plataformas de força, eletromiógrafo, sensor inercial e outros equipamentos, o Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física (Lapafi) da PUCRS dá suporte às aulas práticas de diferentes cursos. Pesquisas científicas são realizadas por meio do uso compartilhado dos recursos do espaço, que fica na sala 109 do Parque Esportivo.

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Foto: Bruno Todeschini

O ano de 2019 foi intenso na área da saúde da Universidade. Reconhecimentos, parcerias e projetos foram alguns dos acontecimentos marcantes, como o lançamento do BioHub, que tem como objetivo gerar inovação em saúde. Confira esse e outros destaques:

Hospital São Lucas (HSL)

Conquistas e certificações

O HSL começou 2019 recebendo o certificado de acreditado em nível diamante pela QMentum IQG International. A metodologia orienta e monitora os padrões de alta performance em qualidade, segurança, governança e boas práticas assistenciais, utilizando critérios internacionais com validação mundial. No Brasil, apenas 100 unidades hospitalares possuem este reconhecimento, e o HSL foi o pioneiro nessa certificação no Sul do Brasil.

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Foto: Bruno Todeschini

O Hospital também recebeu, pela terceira vez, a Certificação Internacional do Centro de Excelência Internacional em Tratamento Cirúrgico da Obesidade Grave e Síndrome Metabólica pela Surgical Review Corporation (SRC). O serviço de cirurgia bariátrica e metabólica é certificado desde 2012 e é conduzido por Cláudio Cora Mottin há mais de 40 anos. A equipe é formada por 60 profissionais de diferentes especialidades.

Outra premiação recebida foi o Top Ser Humano, com o case Pit Stop das ROP’S: Circuito do conhecimento – uma nova abordagem de capacitação, trabalho educativo que preparou profissionais para a Acreditação Internacional – QMentum. O projeto inclui treinamentos e ações de engajamento das equipes no intuito de promover a cultura de segurança e cuidado do paciente.

Campanha Meu Legado Salva

O ano ainda foi marcado pelo lançamento da campanha Meu Legado Salva, que destacou a importância da doação de órgãos. O HSL é o hospital privado de Porto Alegre com o maior número de notificações e doações de órgãos. A iniciativa mobilizou vários setores da sociedade.  Ao longo do mês de setembro, vídeos com depoimentos foram contando as histórias de familiares dos doadores, dos receptores e de pessoas que aguardam na fila da doação.

Parcerias

Em novembro, o HSL fechou uma parceria inédita com o Grupo Oncoclínicas para o lançamento do Novo Centro de Oncologia. A novidade marcou o início do atendimento quimioterápico do HSL a pacientes que não estão internados. A estrutura dispõe de equipe multidisciplinar para o atendimento integrado do paciente, atuando desde o diagnóstico até o cuidado continuado. A intenção é que a parceria se amplie cada vez mais, gerando novos avanços e entregas para a sociedade.

A PUCRS também assinou um convênio de cooperação entre a com o Xiangya Hospital, da China, filiado à Central South University, visando o desenvolvimento de um Centro de Cirurgia Metabólica no país asiático.

Novo diretor-geral

O HSL apresentou seu novo diretor-geral, Leandro Firme, no mês de novembro. O gestor iniciou a trajetória no HSL agregando experiência em gestão hospitalar, conquistada ao longo de 20 anos em hospitais públicos e privados, de baixa, média e alta complexidade. Firme substituiu o cargo de superintendente, com o escopo de liderança nas áreas assistencial, técnica e administrativa do HSL, subordinado à Reitoria da PUCRS.

InsCer

Projeto Zika Vírus é finalizado

Foto: Flávia Polo

Foto: Flávia Polo

O diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa; a vice-diretora, Magda Lahorgue Nunes; e a pesquisadora Graciane Radaelli estiveram em Maceió para o evento de encerramento do projeto Zika Vírus. Durante quatro anos, cerca de 50 crianças com microcefalia pelo zika vírus foram avaliadas por profissionais de diferentes áreas da saúde no InsCer, em uma parceria com o Hospital Universitário Alberto Antunes, de Maceió, e com a DiRad – Diagnóstico por Imagem. Os resultados avaliados vão servir como base para políticas públicas governamentais.

Ministros visitam o InsCer

O InsCer recebeu a visita dos ministros da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes; e da Cidadania, Osmar Terra. O único brasileiro que esteve em uma missão espacial, o astronauta Pontes demonstrou muito interesse nas pesquisas realizadas no InsCer e se disse impressionado com a atual estrutura, ao conhecer o Centro de Produção de Radiofármacos (CPR), onde está instalado o cíclotron, equipamento acelerador de partículas.

Pontes e Terra se reuniram com o vice-reitor da PUCRS e diretor do Instituto do Cérebro do RS, Jaderson Costa da Costa; com o superintendente de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e professor da Escola de Medicina da PUCRS, Douglas Sato; e o coordenador de Assuntos Internacionais e Interinstitucionais, Augusto Buchweitz. Eles conversaram sobre pesquisas com células-tronco, inteligência artificial e outras desenvolvidas no InsCer relacionadas ao aprendizado infantil.

Comitiva da Holanda discute uso de dados nas ciências da saúde

Em novembro, a PUCRS recebeu a visita de uma comitiva de pesquisadores da Holanda com o objetivo principal de discutir a utilização de dados na área da saúde. A delegação esteve em uma missão a fim de entender como as principais organizações do Brasil estão trabalhando com big data nas ciências da vida e da saúde. Os visitantes participaram de uma mesa-redonda sobre o assunto com professores da Universidade.

BioHub

Foto: Bruno Todeschini

Foto: Bruno Todeschini

Em outubro, foi lançado o BioHub, iniciativa que busca impulsionar soluções e startups originados, estimular a cultura do empreendedorismo entre profissionais da saúde e promover conexões entre diversos atores, como propósito conectar talentos e conhecimento para gerar negócios inovadores nas ciências da vida. O hub é formado por mais de 80 laboratórios, 100 grupos de pesquisa, as Escolas da PUCRS, o Hospital São Lucas, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS – Tecnopuc e o InsCer. A primeira ação do Biohub foi o Health Plus Innovation Center, um espaço de coworking que conecta startups de HealthTech com hospitais, profissionais, empresas e operadoras de saúde. A iniciativa é uma parceria da Grow+ e da PUCRS.

No início de dezembro, o BioHub recebeu o prêmio Destaque em Saúde 2019, na categoria Inovação em Saúde.

Campus da Saúde

Para fechar as ações do ano, o projeto Campus da Saúde já está em andamento e prevê algumas fases com entregas relevantes. A infraestrutura de áreas como Centro Cirúrgico, Emergência, Obstetrícia, Internação, UTI Pediátrica e o Centro Interdisciplinar de Saúde serão modernizadas. Junto às reformas e adequações, serão investidos recursos na aquisição de novos equipamentos.

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Professor foi recebido pelo vice-reitor Jaderson Costa da Costa / Foto: Camila Cunha

A PUCRS recebeu nesta quinta-feira, 5 de dezembro, a visita do professor da Texas A&M University Ashok Shetty. O professor, que também é diretor associado do Institute for Regenerative Medicine da universidade norte-americana, foi recepcionado no Salão Nobre pelo vice-reitor Jaderson Costa da Costa. Na ocasião, também estiveram presentes a coordenadora executiva do Escritório de Cooperação Internacional, Carla Cassol, e a pesquisadora do Instituto do Cérebro do RS (InsCer) Gabriele Zanirati.

No encontro, o vice-reitor reforçou o interesse da Universidade e do InsCer em trabalhar em conjunto com o professor visitante. Além da recepção na Reitoria, Shetty participou de uma reunião no Escritório Internacional, onde pode conhecer um pouco mais sobre a estrutura da PUCRS. No turno da tarde, o professor ministrou a palestra Efficacy of pluripotent stem cell therapy for temporal lobe epilepsy, no Living 360º, onde abordou a eficácia da terapia com células-tronco pluripotentes na epilepsia do lobo temporal.

Nesta sexta-feira, dia 6, às 14h, o Shetty profere a palestra Promise of neural stem cell derived extracellular vesicles for improving congnitive function in aging and early Alzheimer’s disease. Não é necessário realizar inscrição prévia.

Sobre Ashok Shetty

Natural da Índia, Shetty é autor de 127 publicações e recebeu mais de 7.800 citações por seus artigos publicados. É coeditor-chefe da revista Aging and Disease e editor associado de outros seis periódicos: Frontiers in Neuroscience, Frontiers in Molecular Neuroscience, Frontiers in Neurology, Molecular and Cellile Epilepsy, Neurogenesis e Journal of Experimental Neuroscience. O laboratório do professor Shetty está interessado em desenvolver estratégias clinicamente aplicáveis ​​que sejam eficazes para melhorar a função cerebral após lesão, doença ou envelhecimento.

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