Manter uma rotina de sono nas férias é importante não só para as crianças mas também para os adultos. / Foto: Pexels

Durante os primeiros meses do ano, é comum que estudantes tentem aproveitar ao máximo o tempo de lazer antes do ano letivo começar. De folga da rotina escolar, eles acabam passando mais tempo acordados e virando a noite para assistir a filmes ou jogar videogame, por exemplo. No entanto, manter uma rotina de sono nas férias é importante e traz benefícios não apenas para crianças e adolescentes, mas também para os pais 

É preciso ficar alerta: segundo especialistas, a falta de uma rotina regular de sono pode atrapalhar o desenvolvimento dos estudantes. Segundo Magda Nunes, médica neurologista infantil do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (Inscer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS, o sono é um ciclo biológico que funciona num padrão de 24 horas e o ideal é seguir esse padrão para evitar alterações no nosso organismo.  

“Como não temos os marcadores de levantar, ir à escola e fazer as atividades, as crianças e os adolescentes acabam dormindo mais tarde e também acordando mais tarde. Então o que se recomenda é que, pelo menos uma ou duas semanas antes do final das férias, já se comece a tentar voltar ao normal, ao ritmo de sono e horários de acordar e de dormir durante a semana.”  

Além de um mau desenvolvimento, um sono irregular pode causar alterações nas funções do organismo, o que pode acarretar um mau funcionamento de hormônios relacionados a questões metabólicas, como o hormônio da fome e o da saciedade. Uma má qualidade do sono também pode levar a sintomas perceptíveis em crianças e adolescentes, como alterações de humor, irritabilidade e desatenção.  

Como retomar a rotina de sono? 

A professora Magda Nunes ressalta que é importante cuidar para que a alimentação não seja muito pesada à noite para não atrapalhar a rotina de sono. / Foto: Bruno Todeschini

Para estabelecer e manter uma boa rotina de sono, é importante seguir alguns passos. De acordo com Magda, a chamada “higiene do sono” começa já na alimentação. “O ideal é evitar alimentos gordurosos e muito pesados durante a noite. Também é importante evitar bebidas com cafeína, como alguns chás, achocolatados e refrigerantes.”  

Além da alimentação, é importante começar a preparar o ambiente para o descanso após o jantar, diminuindo as luzes e ruídos externos. Fatores como um quarto limpo, arejado, em uma boa temperatura – nem frio demais nem quente demais, e uma cama bem-organizada também fazem parte desse processo. Para crianças e especialmente adolescentes, o uso das telas acaba sendo o grande “vilão” de uma noite mal dormida.  

“Quando falamos de telas, falamos de celular, televisão e computador. O recomendado é que, para crianças pequenas, esse uso de telas seja limitado durante o dia e que, durante a noite, os pequenos fiquem no mínimo duas horas longe das telas antes da hora de ir para a cama. Já para adolescentes, esse período tem que ser pelo menos de meia hora antes do horário do sono”, finaliza a professora.  

Qual a quantidade de sono ideal para cada faixa etária?  

Além de estabelecer a rotina também nas férias, pais e responsáveis precisam estar atentos ao tempo de sono de cada criança e adolescente. A recomendação da Cartilha da Semana do Sono 2020, que segue as orientações da organização internacional National Sleep Foundation, varia conforme a idade. Para os mais novos, entre 3 e 5 anos, o recomendado é de 10 a 13 horas de sono. Dos 6 aos 13 anos, a média já diminui – a indicação é de 9 a 11 horas de sono. Para os adolescentes entre 14 e 17 anos, a orientação é dormir entre 8 e 10 horas. 

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Foto: Cottonbro Studio/Pexels

Durante os primeiros meses do ano, é comum que estudantes tentem aproveitar ao máximo o tempo de lazer antes do ano letivo começar. Ficando fora da rotina escolar, eles acabam passando mais tempo acordados e virando a noite para assistir filmes ou jogar videogame, por exemplo. No entanto, manter uma rotina de sono nas férias traz benefícios não apenas para crianças e adolescentes, mas também para os pais. 

É preciso ficar alerta: para especialistas, a falta de uma rotina regular de sono pode atrapalhar o desenvolvimento dos estudantes. Segundo a médica neurologista infantil do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (Inscer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS Magda Nunes, o sono é um ciclo biológico que funciona num padrão de 24 horas e o ideal é seguir dentro desse padrão para evitar alterações no nosso organismo. 

“Como a gente não tem aqueles marcadores de levantar, ir à escola e fazer as atividades, as crianças e os adolescentes acabam dormindo mais tarde e também acordando mais tarde. Então o que se recomenda é que, pelo menos uma ou duas semanas antes do final das férias, já se comece a tentar voltar ao normal, ao ritmo de sono e horários de acordar e de dormir durante a semana.” 

Além de um mau desenvolvimento, a falta de sono regular pode causar alterações nas funções de organismo, o que pode acarretar um mau funcionamento de hormônios relacionados a questões metabólicas, como o hormônio da fome e o da saciedade. Uma má qualidade do sono também pode levar a sintomas perceptíveis em crianças e adolescentes, como alterações de humor, irritabilidade e desatenção. 

Como retomar a rotina de sono? 

Professora Magda Nunes/ Foto: Bruno Todeschini

Para estabelecer e manter uma boa rotina de sono, é importante seguir alguns passos. Para Magda, a chamada “higiene do sono” começa já na alimentação. “O ideal é evitar alimentos gordurosos e muito pesados durante a noite. Também é importante evitar bebidas com cafeína, como alguns chás, achocolatados e refrigerantes.” 

Além da alimentação, é importante começar a preparar o ambiente para o descanso após o jantar, diminuindo as luzes e ruídos externos. Fatores como um quarto limpo, arejado, em uma boa temperatura – nem frio demais nem quente demais, e uma cama bem-organizada também fazem parte desse processo de higiene. Para crianças e especialmente adolescentes, o uso das telas acaba sendo o grande “vilão” de uma noite mal dormida. 

“Quando falamos de telas, falamos de celular, televisão e computador. O recomendado é que para crianças pequenas esse uso de telas seja limitado durante o dia e que, durante a noite, os pequenos fiquem no mínimo duas horas longe das telas antes da hora de ir para a cama. Já para adolescentes, esse período tem que ser pelo menos de meia hora antes do horário do sono”, finaliza a professora. 

Qual a quantidade de sono ideal para cada faixa etária? 

Além de estabelecer a rotina também nas férias, pais e responsáveis precisam estar atentos ao tempo de sono de cada criança e adolescente. A recomendação da Cartilha da Semana do Sono 2020, que segue as orientações da organização internacional National Sleep Foundation, varia conforme a idade.  

Para os mais novos, entre 3 e 5 anos, o recomendado é de 10 a 13 horas de sono. Dos 6 aos 13 anos, a média já diminui – a indicação é de 9 a 11 horas de sono. Para os adolescentes entre 14 e 17 anos, a orientação é dormir entre 8 e 10 horas.

Leia também: Sonhando demais ou dormindo de menos? Entenda os efeitos da pandemia no sono

rotina de aulas, vida no campus

Hoje, dia 28 de julho, é o último prazo para as rematrículas da graduação. / Foto: Giordano Toldo

Você sabia que hoje é o último dia para realizar a sua rematrícula na PUCRS? Para contribuir com uma volta às aulas organizada e tranquila, reunimos cinco dicas para quem está voltando para o cotidiano das aulas no Campus.

1. Faça uma retrospectiva

O primeiro semestre de 2022 foi cheio de desafios. Pense sobre quais estratégias funcionaram melhor para você conseguir concluir suas tarefas e como aplicá-las novamente. Essa dinâmica também pode dar pistas de como aprimorar o que não funcionou muito bem. 

É importante lembrar da relação de esforço impacto: se algo precisou de muita dedicação e tempo para ser realizadocausou sofrimento e mal-estar não teve bons resultados, talvez precise ser repensado. Tanto o processo quanto o objetivo. 

A ideia é identificar as lições aprendidas para conseguir ter mais produtividade e manter a saúde e o bem-estar durante os próximos meses.

2. Planeje o seu semestre

Você já planejou as disciplinas que vai cursar? Quanto trabalho e estudo elas demandam? Já conversou com colegas de outros semestres ou com professores/as para saber mais sobre as cadeiras? Esse é um exercício que pode ajudar a organizar os estudos a agenda de forma a atender suas expectativas, além de auxiliar a obter bons resultados. 

Visualizar o que você quer fazer evita que algo “se perca no tempo”. Uma dica é adotar os planners em papel ou online.

3. Aproxime-se dos colegas

Há evidências científicas que mostram a relevância da socialização para a saúde e o bem-estar dos seres humanos. Por isso, procure estar em contato com a turma, criando laços e conexões com os colegas.

Trocar experiências sobre como vocês estão lidando com os desafios da graduação, mas principalmente sobre as conquistas nesse período, é um passo importante que traz a sensação de dever cumprido, mesmo com pequenas vitórias.

4. Recombine seus horários 

É importante reorganizar a rotina e os horários, considerando tempo de deslocamento, por exemplo. Você pode utilizar sua agenda para se planejar nesse sentido, além de incluir lembretes de tarefas pessoais que são importantes.

5. Busque flexibilidade

Siga cuidando da sua saúde mental, física e emocional, atentando aos pequenos sinais e lembrando que não há nada de errado em não se sentir bem sempreBusque flexibilidade no seu planejamento e na sua rotina. Assim, sempre que algo não sair como planejado, será fácil programar a rota. Se precisar de ajuda, busque os nossos serviços de acolhimento especializado, como o Núcleo de Apoio Psicossocial e o Centro de Apoio Discente.

Portal de Matrículas: confira como utilizar 

Caso tenha dúvidas sobre a utilização do Portal, acesse os tutoriais da plataforma. 

ÚLTIMO DIA PARA REMATRÍCULA DA GRADUAÇÃO

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Foto: Piqsels

Há uma ideia de que existe uma sobrecarga de atividades neste período de distanciamento social. Algo que vem sendo relatado por muitas pessoas, inclusive pelos estudantes que vivenciam experiências de ensino remoto. Para Maristela Vieira, coordenadora Pedagógica de Educação Contínua da PUCRS, o planejamento e a estruturação das atividades de ensino e de aprendizagem, que visam o equilíbro da carga cognitiva, tem aspectos centrais que devem ser observados pelos próprios alunos.

“É preciso exercitar a autonomia e a autodisciplina, que são competências fundamentais e que requerem um bom investimento de energia, uma vez que são exigidas também nas mais diversas esferas do mundo social e do mercado de trabalho”, comenta Maristela.

Algumas recomendações podem ser utilizadas para auxiliar àqueles que necessitam de apoio neste processo de autogerenciamento e organização. Confira o que a coordenadora pedagógica indica:

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Foto: Piqsels

Construa as suas rotinas

Algumas práticas podem ajudar os estudantes em sua rotina durante os estudos. A professora do curso de Pedagogia, Rosane Zimmer tem algumas dicas. Confere:

E ainda complementa: “compartilhe o amor e a escuta, fortalecendo os laços de pertencimento para que se possa voltar mais paciente, mais seguro, mais fortalecido emocionalmente para poder continuar a aprender”.

Um apoio psicológico

Durante este período de isolamento social, o Núcleo de Apoio Psicossocial é uma ajuda aos estudantes que encontram dificuldades, pois orienta sobre os cuidados com a saúde mental e seus impactos nos processos de ensino e aprendizagem. O acolhimento é feito por profissionais da Psicologia, com apoio da equipe multidisciplinar a partir das áreas de Serviço Social, Pedagogia e Psiquiatria.

O serviço é gratuito para os estudantes da Universidade. Os contatos podem ser feitos pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (51) 98300-3778 e (51) 98334-6418.

Monitorando a aprendizagem

Uma opção de apoio aos estudantes, no caso os de graduação, é o Programa de Monitorias PUCRS, que facilita no aprendizado de conteúdos de disciplinas dos cursos. Nesse programa, também aberto aos alunos da PUCRS, o estudante monitor ajuda com os conteúdos das disciplinas, identificando as dificuldades específicas como, por exemplo, a aplicação e compreensão de conceitos, interpretação de texto e redação, levando os colegas a entenderem o raciocínio, ajudando-os na construção da autonomia acadêmica. Já o professor responsável participa do processo de seleção e fornece subsídios necessários ao monitor para o bom andamento da atividade de monitoria.

Para saber mais sobre o programa, o contato é pelo e-mail [email protected].

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Falar sobre o contexto atual é fundamental para tranquiliza-las / Foto: Andrea Piacquadio / Pexels

As mudanças na rotina ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) têm impactado pessoas de todas as idades. E se, para adultos, assimilar tantas informações e adaptações pode ser uma tarefa difícil, para crianças não é diferente. Com o fechamento das escolas, muitas delas têm passado os dias em casa com a família. E explicar para elas o contexto atual é fundamental para tranquiliza-las, ao mesmo tempo em que se deve monitorar a quantidade e o tipo de informações que estão recebendo. Com programas de televisão transmitindo notícias sobre o assunto durante praticamente todo o dia, encontrar esse equilíbrio pode ser desafiador.

Para a professora Juliana Tonin, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, pesquisadora da PUCRS, coordenadora do LabGim, Laboratório de Pesquisas da Comunicação nas Infâncias, a reorganização das atividades escolares e profissionais aconteceu de maneira brusca, e as crianças, hoje, já têm muitas informações sobre o assunto e estão compreendendo esse cenário da maneira como podem, mediadas pelas compreensão de seus cuidadores ou pares, mesmo virtualmente. “Um bom critério para conversarmos com elas é procurar identificar duas dimensões da situação: a do adulto e a da criança. O efeito da quarentena na rotina dos adultos é diferente do causado na rotina das crianças. E temos de tentar, antes de tudo, identificar e compreender essa diferença.  Podemos explicar e informar a partir do que compreendemos como sendo de interesse da criança, a partir do que a impacta diretamente”, destaca.

Essa comunicação é importante para crianças de todas as idades – inclusive para os bebês. Juliana comenta que os bebês compreendem seus contextos e precisam de informações sobre o que está acontecendo ou deixando de acontecer, tanto quando os adultos. Um bebê que deixa de ir repentinamente para sua creche ou escola precisa também de discurso, de informações, para poder organizar essa experiência dentro de si e sentir-se amparado.  “Além disso, é preciso deixar claro que essa situação não é algo que está sendo sofrido exclusivamente pela criança, mas, sim, algo que atinge o coletivo, uma condição nova pela qual todos estão passando no momento”, pontua a professora.

Consumo de informação deve ser monitorado

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Momento é favorável para que todos se questionem sobre equilíbrio no consumo de informação / Foto: Vidmir Raic / Pixabay

Com as famílias em casa e os programas de TV transmitindo notícias sobre o Covid-19 ao longo do dia, ficar atento ao consumo de informações das crianças é fundamental. Para a pesquisadora, o primeiro passo para que as elas não tenham acesso a uma quantidade exagerada de notícias é o adulto parar de fazer isso. Assim como há orientações sobre como as crianças devem ser informadas, também existem recomendações para os adultos, sobre como evitar passar muito tempo nas redes sociais, desligar o celular durante períodos do dia, não assistir televisão o tempo todo e acessar apenas informações de fontes seguras. O momento acaba sendo favorável para que todos possam se questionar sobre formas de autocontrole e equilíbrio no consumo de informação – servindo de exemplo para as crianças.

Como muitas escolas estão enviando atividades online para os alunos, é preciso entender que as crianças têm, assim como os adultos, uma relação muito positiva com as tecnologias. “Existe um lado promissor, funcional e positivo que torna tudo mais prático e viabiliza a execução de muitas coisas. Esse reconhecimento é muito importante. Mas existe um outro lado que é o das relações inadequadas, dos diferentes tipos de abusos e violência,  do consumo de conteúdos e presença em ambientes digitais não permitidos para sua faixa etária”.  As formas de garantir que as crianças façam usos seguros e positivos dessas ferramentas passa pela criação de filtros etários, pelo respeito à classificação indicativa de conteúdos e redes sociais e, acima de tudo, pelo monitoramento dos adultos, isso é fundamental”, ressalta Juliana.

Lidando com as fake news

Para crianças que já têm noção do que é uma notícia e, de alguma forma, recebem informações por elas mesmas, esse também é um momento para se falar sobre a importância de diferenciar notícias verdadeiras de fake news. Uma forma interessante de fazer isso pode ser filtrar e indicar as fontes.

Em relação às crianças menores, a professora acredita que existe uma única fonte de informação segura na qual as crianças acreditam fundamentalmente: seus responsáveis: “Quando estamos perto de crianças muito pequenas, precisamos nos filtrar muito. Devemos garantir que não estejamos contaminados por fake news. Devemos buscar uma avaliação criteriosa de conteúdos que consumimos e disseminamos para que possamos realmente exercer a nossa função de ser uma fonte de informação confiável e de cuidado para a criança”.

Saiba mais: 5 dicas: como checar informações na internet

É preciso ter espaço para tudo

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Experiência pode ser de aprendizado / Foto: Andrea Piacquadio / Pexels

Não deixar que o tema “coronavírus” tome conta do cotidiano pode se tornar uma preocupação para os adultos. E, como toda a rotina está sendo afetada pela pandemia, é normal que o assunto acabe pautando as famílias. “Acredito que o melhor a fazer é permitir diferentes espaços na rotina, diversificar o dia”, comenta Juliana.

Se a criança está angustiada, entristecida, frustrada ou com medo, por exemplo, é importante que ela possa ter espaço para se expressar e que seja validada nesses sentimentos. Falar a ela frases do tipo “não chora”, por que está triste?”,  “não precisa se sentir assim” é o mesmo que dizer para ela não sentir o que está, de fato, sentindo. “A criança precisa ter espaço, ser ouvida, reconhecida, mesmo em sua tristeza. Que vem e vai. Assim como a alegria, o riso, eles vêem e vão. A criança precisa ter espaço para sua relação com a escola, para explorar algum brinquedo ou brincadeira que goste muito, criar uma receita nova ou mesmo para encontrar algum passatempo enquanto sua família está por perto, mas trabalhando”, destaca a professora

Espaço para tudo: trabalhar, conversar, brincar, sentir, descansar, estar presente, estar próximo. “Essa experiência de quarentena nos devolve aos nossos lares, nos faz retornar ao nosso essencial. E, nesse essencial, reencontramos nossas crianças. Não estamos tendo outras alternativas além de nos olharmos, nos sentirmos e nos compreendermos, fazendo coabitar tudo que é nosso. Pode ser uma experiência de muito aprendizado. Ter e dar espaço para tudo, inclusive para o medo, para a angústia e para a tristeza que possam surgir nas vivências desse momento de crise sanitária que estamos vivendo”, conclui Juliana.

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Rotina atípica causada pelo isolamento necessita de novos hábitos / Foto: Pexels

Um dos métodos adotados pela PUCRS como medida de proteção contra o coronavírus foi o de suspensão das aulas presenciais. Todos os cursos de graduação e pós tiveram suas atividades adaptadas para a modalidade online, através da plataforma Moodle, com ferramentas exclusivas para esse tipo de metodologia.

Apesar das aulas preparadas pelos professores serem pensadas para esse cenário, a rotina atípica causada pelo isolamento necessita de cuidados diferenciados e novos hábitos. “É natural que demore um tempo até conseguirmos nos organizamos melhor no tempo, entendermos em que períodos do dia rendemos mais e se adaptar aos novos horários”, destaca Manoela de Oliveira, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, psicóloga, especialista em Processos Psicossociais.

Confira cinco dicas profissionais de como organizar os estudos nesse período:

1. Evite procrastinar: durante as semanas, a dica é observar como você está gerenciando o tempo e se, de fato, está procrastinando. Depois de entender em que momento do dia você está mais disposto, com menos demandas externas (do trabalho, da família, dos pets, entre outros) e qual ambiente é mais favorável, aí sim, você pode começar a repensar a sua rotina e buscar ter mais produtividade. Vale lembrar que adiar as atividades que devem ser feitas não faz com que elas sumam. Uma opção é fazer as coisas aos poucos, em vez de deixar que elas acumulem.

2. Tenha uma rotina tente manter uma rotina parecida com a que você tinha antes da quarentena. É importante dar continuidade aos seus hábitos, adaptando alguns conforme a necessidade e as ferramentas disponíveis, para que voltar ao cotidiano depois não seja tão difícil. Ninguém precisar sair do ritmo.

3. Teste diferentes estratégias: é possível que, para algumas pessoas, uma lista em papel e o cronômetro no celular também ajudem bastante. Outros preferem ter uma rotina mais flexível e conseguem fazer todas as suas atividades com sucesso. Existe um fator de autoconhecimento envolvido. É um bom momento para experimentar outras possibilidades.

4. Aplicativos e plataformas para organização: existem várias plataformas e aplicativos de produtividade e gestão do tempo online, como Asana e o Trello. Eles auxiliam em: 1) listar lembretes do que é preciso fazer; 2) elencar prioridades; 3) visualizar as atividades que precisam ser feitas, em andamento e concluídas. Outra sugestão é usar a técnica pomodoro, que consiste em intervalos de trabalho e de descanso.

5. Prepare sua mente para o novo formato: fique calmo e experimente as aulas devagar. Para começar, encontre um espaço tranquilo, confortável e com boa internet. Monte sua estrutura para a aula on-line e faça o teste. Nesta modalidade, você pode ter alguns ganhos, como poder rever uma parte da aula que não entendeu e consultar algum conteúdo de outra aula sem perder a matéria (fazer as pausas é bem importante).

Saiba mais: Rotina em casa: gerenciar o tempo auxilia a manter a produtividade

Autoconhecimento e protagonismo

Manoela ainda destaca que a modalidade online proporciona maior autonomia. “Os alunos podem estudar da forma como se sentem melhor com todas as aulas em um só dia, de pijama, fazendo pausa no meio do dia para descansar, entre outros benefícios. Exercitar a autonomia e a responsabilidade que vem com ela é super importante para desenvolver algumas competências que o mercado de trabalho vem buscando nas mais diferentes áreas, que são o autoconhecimento e o protagonismo”, destaca.

Sobre a docente

A principal área de estudo de Manoela de Oliveira é o desenvolvimento de carreira em diferentes etapas da vida e em contextos culturais. Atualmente, é responsável pelo Grupo de Estudos em Desenvolvimento de Carreira da PUCRS.

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Organizar uma nova rotina e fazer o possível para segui-la auxilia na adaptação / Foto: Brad Neathery-Unsplash

Com as medidas de prevenção de disseminação do Covid-19, muitas pessoas tiveram suas rotinas modificadas, passando a estudar e/ou trabalhar de forma remota. E, para quem não é acostumado com esse formato, a adaptação pode ser um desafio. A grande diferença, segundo a professora do curso de graduação e do PPG em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da VidaRochele Fonseca, está na perda de orientação e de organização de fora pra dentro da rotina padrão.

Essa mudança pode acabar prejudicando o processo cognitivo e socioemocional, dificultando o gerenciamento do tempo. Por isso, uma boa maneira de driblar esse problema é organizar uma nova rotina em casa e fazer o possível para segui-la.

Uma questão bastante levantada quando o assunto é estudar e trabalhar em casa são as distrações. Resistir à tentação de realizar tarefas domésticas em paralelo às atividades profissionais pode ser difícil estando em casa. Por isso, é importante reservar um tempo para essas tarefas e procurar conclui-las no período estabelecido para isso. “Na jornada de trabalho ou estudo, também vale a recomendação de escolher um local adequado, com menos estímulos para garantir o foco. E o uso de aplicativos de gerenciamento de tarefas e de tempo podem ajudar a assegurar que teremos momentos para não trabalhar e que veremos o resultado do trabalho acontecendo”, destaca a também professora da graduação e do PPG em Psicologia Manoela de Oliveira.

Rotina com a família

Quem vive com familiares ou divide apartamento com amigos pode enfrentar desafios ainda maiores. Conciliar os horários de todos os moradores da casa nem sempre é uma tarefa fácil. Por isso, algumas dicas são compartilhar como funciona sua rotina; deixar claro que, mesmo em casa, você segue suas atividades normalmente; e dividir as responsabilidades domésticas. “Temos que entender que a rotina de todos dentro de casa mudou e que isso tem que ser absorvido aos poucos por cada membro da família ou da casa”, explica Rochele.

No caso de pessoas com filhos em casa, esse pode ser um bom momento para desenvolver a resiliência nas crianças. Além disso, é uma oportunidade de aproximação. “Assistam a programas juntos, auxiliem nas tarefas escolares – dentro de suas possibilidades –, brinquem e leiam com e para seus filhos”, sugere a professora. Nesse momento de confinamento, também é essencial respeitar quem está próximo, entendendo que, em alguns momentos, é normal querer ficar mais recluso e quieto.

Hábitos de saúde e bem-estar devem ser mantidos

Além da rotina de trabalho e estudo, manter hábitos saudáveis é importante. Exercícios físicos e uma alimentação equilibrada são aliados na manutenção da saúde. E, para não perder o ritmo, apesar de as idas à academia não serem possíveis, buscar sites, aplicativos e vídeos com orientações para praticar atividades em casa é uma boa opção. “Uma iniciativa que tenho achado bem interessante são educadores físicos e instrutores que disponibilizam aos seus alunos rotinas de exercício online”, diz Manoela. Ela ainda cita o exemplo de professores de dança que propuseram à turma fazer uma coreografia a distância, cada um treinando em casa e compartilhando vídeos. A ideia é que, quando possam se reencontrar, dancem todos juntos. “Esse é um bom momento para exercitar a criatividade e a solidariedade”, completa.

As mesmas dicas servem para alimentação: buscar sites e páginas em redes sociais com foco em receitas simples e saudáveis, principalmente para quem não tem o hábito de cozinhar em casa. E Manoela ainda indica: “Vale a recomendação de estudar algumas dicas antes de ir ao supermercado e ter certeza de que levou todos os ingredientes necessários, a fim de evitar sair muitas vezes”.

Idosos precisam ter atenção redobrada

Por serem um grupo de risco, os idosos precisam tomar ainda mais cuidado. Como muitas pessoas nessa faixa etária mantêm atividades fora de casa, o confinamento pode ter como prejuízo o aumento de chance de perdas cognitivas, devido ao próprio envelhecimento, associado ao estresse e à redução de exercícios físicos e de convivência social. “Para que isso não aconteça, pessoas na terceira idade podem fazer ligações de áudio ou vídeo com amigos e familiares, ler muito, fazer jogos como caça-palavras e palavras cruzadas e desenvolver suas habilidades manuais, como pintura, dança e bordado”, indica Rochele.

E quando tudo isso passar?

Para evitar uma maior dificuldade de readaptação quando a situação se estabilizar, ter um bom planejamento nesse momento de isolamento é essencial. Pensando em uma organização que faça sentido agora e que também possa ser facilmente transposta para a rotina original, provavelmente essa transição será suave. “Estabelecer limites, como hora para acordar, para se alimentar, para fazer exercício, para trabalhar e/ou estudar e para dormir ajuda na organização e no rendimento em tempos de quarentena, mas é um hábito que pode ser mantido depois que a vida voltar ao normal”, conclui Manoela.