Moléculas semelhantes ao resveratrol podem ser uma esperança para combater uma superbactéria resistente a antibióticos. Estudos pelo mundo mostram que a substância presente na uva preta e no vinho tinto tem efeito bactericida e antioxidante (impedindo a ação danosa de radicais livres, substâncias tóxicas produzidas pelo corpo). Segundo pesquisa realizada na PUCRS, a molécula também se mostra eficaz contra micro-organismos do gênero Acinetobacter, especialmente o Acinetobacter baumannii – um dos principais agentes de infecções associadas à assistência em saúde, atingindo principalmente pacientes internados em UTIs.
A professora Sílvia Dias de Oliveira, do curso de Ciências Biológicas, tem vários estudos sobre essa bactéria, enquanto André Arigony Souto, da Química, sintetiza diferentes moléculas equivalentes ao resveratrol. Os dois pesquisadores resolveram unir esforços e estão testando, desde 2014, compostos sintéticos (sintetizados em laboratório) em isolados de Acinetobacter.
Financiado pelo edital Praias – Programa de Apoio à Integração entre Áreas, da PUCRS, o projeto conta com dois alunos de iniciação científica, além de recursos para a compra de insumos. Os estudantes conduzem os experimentos e aprendem um pouco da área um do outro. Já participaram três duplas.
“Que ganho tem um aluno vendo uma sistemática diferente! Vê que a ciência é integrada, sai das caixinhas. Em outras situações, pode se dar conta de variadas possibilidades”, destaca Arigony. Natália Cézar, 21 anos, no 5º semestre do curso de Química, confirma. “Fazer parte de um projeto de pesquisa me proporciona uma vivência científica maravilhosa, pois posso pôr em prática os conhecimentos construídos na graduação, bem como adquirir novos, não somente relacionados à química, mas também à biologia, pois trabalhamos com frequência de forma interdisciplinar.”
Saiba mais sobre a pesquisa, que também incluiu experimentos associando o composto com fármacos usados nos tratamentos contra infecções, em reportagem da Revista PUCRS.