Google, Jônatas Wehrmann, Renata Vieira, Henrique Dias

Jônatas Wehrmann (E), Renata Vieira e Henrique Dias na entrega do prêmio, em Minas Gerais/Foto: Nereu Jr.

Os alunos do Doutorado em Ciência da Computação da PUCRS Henrique Dias e Jônatas Wehrmann foram vencedores da sexta edição do LARA 2018 – Latin America Research Awards, do Google. A divulgação ocorreu no Centro de Engenharia para a América Latina, em Belo Horizonte. A empresa distribuirá cerca de R$ 2 milhões entre as 26 pesquisas da América Latina que usam a tecnologia para resolver desafios da região. Entre as propostas, 17 são do Brasil, cinco da Colômbia, duas da Argentina, uma do México e uma do Peru. Saúde é um tema recorrente, com pesquisas que visam melhorar o atendimento a grávidas, auxiliar pessoas com deficiência visual ou diagnosticar câncer de maneira mais rápida.

Sistema poderá auxiliar cegos

Vencedor de três edições do LARA, Jônatas Wehrmann propôs, nos últimos anos, vários modelos de inteligência artificial (IA) capazes de compreender o conteúdo semântico de textos e imagens de forma ágil e eficiente. Os próximos passos da pesquisa consistem no aprofundamento da resolução de tarefas ainda mais complexas, as quais podem gerar, nos computadores, a capacidade de raciocinar a respeito do conteúdo de imagens e responder a questões. No futuro, o trabalho, orientado pelo professor Rodrigo Coelho Barros, poderá resultar em um dispositivo que gere, por exemplo, a descrição automática de vídeos para cegos e pessoas com deficiência visual. Jônatas diz que será viável a criação de óculos com câmera que dê detalhes do ambiente.

Os sucessivos reconhecimentos do Google estão propiciando ao doutorando ir a conferências e apresentar artigos, trocando ideias com pesquisadores de universidades e empresas pelo mundo.

Segurança e eficiência no cuidado dos pacientes

Orientado pela professora Renata Vieira, Henrique Dias se destacou com um projeto que visa desenvolver uma tecnologia com base em IA para auxiliar os profissionais de saúde que atuam em hospitais a detectarem eventos adversos em prontuários eletrônicos. Os dados iniciais são do Hospital Nossa Senhora da Conceição e incluem anotações clínicas, prescrições de medicamentos e resultados laboratoriais, chegando a 32,5 milhões de registros. Ao utilizar técnicas de processamento de linguagem natural e de aprendizagem profunda, o trabalho busca melhorar a segurança do paciente e a eficiência dos cuidados com a saúde.

“O prêmio do Google é selo de relevância das pesquisas na informática e para nós, do Grupo de IA na Saúde, mostra que nosso projeto de detecção de eventos adversos tem um impacto muito importante para a área da saúde, assim como para a computação. Certamente, esse reconhecimento vai nos abrir portas para agregar mais hospitais parceiros ao nosso grupo de pesquisa”, festeja Henrique.

A professora Renata foi convidada pelo Google a integrar painel sobre machine learning. Participaram os docentes premiados que realizam pesquisas de impacto social utilizando técnicas de aprendizagem de máquina.

Revista PUCRS, Edição 185, fonética forense, reconhecimento de voz, gravação de voz, gravação de fala

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Ministério Público e a Polícia Federal têm investigado atos ilícitos no cenário político-partidário, tendo como um dos objetos de perícia as gravações de conversas entre suspeitos. A fonoaudióloga Cíntia Gonçalves, doutora em Letras pela PUCRS, defendeu sua tese abordando fonética forense, tema em ascensão no meio acadêmico. Perita criminal do Instituto Geral de Perícias do RS (IGP-RS), ela também atua como pesquisadora no Laboratório de Áudio e Fonética Acústica da PUCRS (Lafa), uma parceria entre os cursos de Letras, de Engenharia Elétrica e de Matemática da Universidade.

Também nesse segmento, a Informática desenvolve pesquisas com foco no reconhecimento da fala, sua decodificação em textos e recursos de inteligência artificial. Os professores Rafael Bordini e Renata Vieira têm, no momento, orientandos de graduação e de pós-graduação com projetos voltados à saúde e bem-estar. Um dos trabalhos pretende auxiliar profissionais no ambiente hospitalar, enquanto o outro visa dar suporte a pessoas cegas que vivem sozinhas.

Conheça mais sobre essas pesquisas acessando a matéria da edição 185 da Revista PUCRS.