Professor Ângelo Brandelli Costa

Divulgação PUCRS

O professor Ângelo Brandelli Costa, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, foi o único líder emergente escolhido no Brasil, tendo sido indicado pela Sociedade Brasileira de Psicologia, para o Global Psychology Leadershipum projeto da American Psychological Association (APA). A iniciativa reúne líderes emergentes de diversos países a fim de promover o papel da psicologia na abordagem de questões globais críticas, como mudança climática e acesso à saúde, para criar projetos que devem ser apresentados no congresso final do instituto, e definir uma agenda para a psicologia até 2025 

Brandelli conta que foi muito interessante os temas escolhidos terem sido esses, visto que já realiza diversas pesquisas sobre o acesso à saúde, estudando os grupos vulneráveis da sociedade e os malefícios que a dificuldade de acesso pode causar. Para ele, essa iniciativa é diferente do que normalmente costuma fazer, já que ao invés de ensino e pesquisa, a ideia é pensar em como constituir uma liderança em nível local que dialogue com o nível global. 

Já sobre o contato com psicólogos de outros países, o docente afirma: “a pesquisa em psicologia no Brasil historicamente se fechou muito em si mesma, os estudos eram publicados quase todos em português, há cerca de dez anos, apenas, esse cenário vem mudando e acho que conectar a psicologia do Brasil com outras partes do mundo e vice-versa é um movimento super importante porque ajuda a divulgar o que está sendo produzido aqui ao mesmo tempo em que são levadas em consideração iniciativas de outros países”, explica. 

Essa é a primeira vez em que o projeto é realizado. “É a iniciativa mais enfática da APA pensando em outras partes do mundo”, conta o professor. Em relação à expectativa com o projeto, considera ser uma honra poder representar o Brasil, trazendo visibilidade à pesquisa nacional 

Conheça o professor 

Ângelo Brandelli Costa é graduado em Psicologia pela UFRGS, especialista em Psicologia Social e em Psicologia em Saúde (CFP), mestre em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI/UFRGS) e doutor em Psicologia (PPGPSICO/UFRGS). Também foi consultor de diversas agências das Nações Unidas nos temas de saúde e população LGBT+. Atualmente é professor dos programas de pós-graduação em Psicologia, Ciências Sociais e Ciências Médicas e coordena o grupo de pesquisa sobre preconceito, vulnerabilidade e processos psicossociais da PUCRS.  

Cursos da área da Saúde reúnem ensino, pesquisa, assistência e inovação

Foto: Pexels

Existem diferentes formas de impactar a vida das pessoas e esse é um propósito compartilhado por muitos estudantes que querem ter carreiras significativas. A área da saúde, como você já deve imaginar, permite uma atuação de grande importância para a sociedade. É nesse campo que são pesquisados e desenvolvidos novos medicamentos e curas para doenças, por exemplo. E, durante a pandemia da Covid-19, o papel de profissionais da saúde que estão trabalhando na linha de frente e nos bastidores ficou ainda mais evidente. 

Saiba mais: Campus da Saúde: a vida no centro de tudo 

Com inscrições abertas para diferentes formas de seleção, os cursos da PUCRS são referência e contam com estrutura diferenciada e docentes de alto nível. Inscreva-se no Vestibular 2021 aqui para realizar a prova ou confira como aproveitar sua nota do Enem neste link. Com exceção do curso de Medicina, que fará a prova presencial, o Vestibular da PUCRS será realizado de forma online, em uma plataforma especializada. Saiba mais! 

Diferentes possibilidades de atuação 

A Escola de Ciências da Saúde e da Vida oferece dez cursos de graduação, alguns com possibilidade para a licenciatura: 

Biomedicina, Ciências Biológicas (bacharelado e licenciatura), Educação Física (bacharelado e licenciatura), Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Gastronomia, Nutrição, Odontologia e Psicologia. 

Além disso, a Escola de Medicina oferta o 2º melhor curso na área em todo o País segundo o MEC, com nota máxima no Enade, sendo o melhor entre as instituições de ensino privadas e o único do Rio Grande do Sul a alcançar nota máxima. 

Saiba mais: PUCRS é a universidade privada do Brasil com melhor desempenho no Enade nos cursos de Medicina e Enfermagem 

Estrutura completa para novas descobertas 

Além das Escolas, o Campus da Saúde da PUCRS conta com Parque Esportivo, Hospital São Lucas (HSL), Instituto do Cérebro (InsCer), BioHub, Centro de Reabilitação e, em breve, o Centro Interdisciplinar de Saúde. 

Compromisso com a comunidade 

Durante os primeiros meses da pandemia, profissionais e pesquisadores de diferentes áreas do Campus da Saúde atuaram no desenvolvimento de soluções multidisciplinarmente com Tecnopuc e as Escolas Politécnica e de Humanidades. 

Foram produzidas mais de 10 mil protetores faciais e criado um novo teste mais rápido e barato. Confira outros resultados neste link. 

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Além de aprofundar os estudos em diferentes áreas da Psicologia, profissionais podem se dedicar também a atividades práticas / Foto: Pexels

Seguir carreira acadêmica, tornar-se professor ou mesmo atuar no desenvolvimento de aplicativos e softwares de intervenção. Esses são alguns dos muitos caminhos possíveis para quem realiza mestrado ou doutorado em Psicologia. 

Além de poder aprofundar os estudos nas áreas de Cognição Humana, Psicologia Clínica e Psicologia Social, profissionais que concluem a pós-graduação podem se dedicar também a atividades práticas. Por meio de assessorias e consultorias públicas e privadas, é possível contribuir para elaboração e implantação de políticas públicas e serviços em saúde, educação e assistência social. 

Com cinco linhas e 17 grupos de pesquisa, o Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS (PPGP), que está com inscrições abertas para as seleções de mestrado e doutorado até o dia 30 de outubro, possui áreas de concentração consolidadas e alinhadas à investigação de ponta de caráter interdisciplinar. “A fim de contemplar a pluralidade das áreas e os interesses de estudantes, o PPGP conta com docentes qualificados, com formação profissional e acadêmica diversificada”, destaca a coordenadora, professora Irani Iracema Argimon. 

Leia também: É possível realizar mestrado ou doutorado em área diferente da graduação? 

Uma trajetória de qualificação e possibilidades internacionais 

Um dos diferenciais da Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS é a quantidade de convênios internacionais: atualmente são nove, além de diversos intercâmbios com outras instituições, que proporcionam a submissão internacional de publicações e projetos, além de missões de estudo de discentes e de trabalhos docentes. 

Ainda em relação a alunos e professores, a coordenadora do PPGP reforça que pesquisas coletivas institucionais – além das referentes às dissertações e teses – fazem parte do dia a dia. “Os docentes são líderes de grupos de pesquisa vinculados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e muitos participam de redes de pesquisadores nacionais e internacionais”, complementa Irani. 

E a trajetória do programa segue sendo de crescente qualificação. Contando com a parceria do Tecnopuc e com os espaços clínicos do Serviço de Atendimento Psicológico e Pesquisa e do Hospital São Lucas, o PPGP se consolida como um polo de atração para alunos com intenção de seguir carreira acadêmica – bem como potencializa a inserção de seus egressos em instituições de ensino superior. 

Pesquisa analisa comportamento de idosos durante a pandemia 

Segundo a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS, a pandemia da Covid-19 fez com que professores e alunos tivessem que se reinventar e buscar dentro de si recursos ainda não percebidos. “Isso faz com que tenhamos um olhar e um comportamento de respeito e desafio. Quando esse período passar, essas experiências marcarão o acolhimento que exercitamos para viver melhor”, acredita. 

Uma das pesquisas em andamento relacionadas a esse contexto é a da professora Tatiana Quarti Irigaray. O estudo tem como objetivo identificar comportamentos relacionados à saúde adotados por idosos durante e após o período de distanciamento social.  

“Segunda a Organização Mundial de Saúde (OMS), em muitos países os idosos correm mais risco de desenvolver a Covid-19 de maneira grave. Pessoas nessa faixa etária ainda apresentam maiores níveis de estresse, pois estão cientes da maior gravidade e fatalidade em relação a outros grupos populacionais”, explica Tatiana. 

A pesquisa busca identificar como pessoas idosas adaptaram sua rotina nesse período. A partir dos resultados, a ideia seria subsidiar o desenvolvimento de intervenções psicossociais para atender esse grupo, no sentido de identificar comportamentos saudáveis que possam ser estimulados e mantidos, visando uma melhor qualidade de vida. 

“Outra possibilidade seria desenvolver materiais informativos, como cartilhas ou guias, abordando a importância de se manter hábitos saudáveis, bem como um aplicativo que auxilie os idosos na adesão e manutenção de comportamentos que promovam saúde e qualidade de vida”, conclui a professora. 

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Estudo avalia “práticas corretivas” da Psicologia em relação à orientação sexual - No Dia Mundial de Combate à LGBTfobia, confira as respostas de profissionais analisadas por pesquisador da PUCRS

Foto: Shutter Stock

Muitos profissionais da Psicologia, principalmente no Brasil, ainda consideram a homossexualidade um transtorno mental ou um desvio do que seria considerado o “normal” socialmente. Com a evolução de estudos sobre o tema, o principal resultado obtido foi a ausência de evidências empíricas para esse tipo de abordagem. Angelo Brandelli, professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e coordenador do Grupo de pesquisa sobre preconceito, vulnerabilidade e processos psicossociais da PUCRS, coordenou uma pesquisa inédita no Brasil sobre esse tema.

“De acordo com a literatura, esses profissionais frequentemente praticam intervenções que visam mudar ou reparar a homossexualidade”, explica o artigo publicado. O estudo avaliou as atitudes corretivas (AC) dos profissionais da Psicologia em relação a pacientes lésbicas, gays e bissexuais (LGB), através de um questionário online.

A análise mostrou que 29,48% dos(as) profissionais aplicam AC quando solicitado pelo(a) paciente, e 12,43% quando não, o que agravaria a situação. Ao todo, foram 692 psicólogos registrados que participaram da pesquisa.

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Vieses inconscientes e imaginário social

As investigações demonstraram que os preconceitos mais identificados nos depoimentos, para justificar a aplicação de atitudes corretivas, foram:

Como discutir sobre orientação e sexualidade

A aplicação adequada de intervenções psicológicas com a população LGB deveria se dar por meio de aceitação, apoio e o desenvolvimento da identidade sexual, destaca um trecho da pesquisa.

Pessoas que se identificam como LGB apresentam maior sofrimento psíquico e maior procura por serviços de saúde mental. Historicamente, essa evidência foi apontada como indicativo de um estado psicopatológico ligado à essas variações da sexualidade. No entanto, hoje se sabe que a piora na saúde mental destes grupos se deve a uma maior exposição, violência e discriminação por parte da sociedade.

“As variações na orientação sexual devem ser encaradas com normalidade. Sejam nos seres humanos ou nas demais espécies animais. Homossexualidade e bissexualidade são manifestações perfeitamente saudáveis da vida humana. O que deve ser curado, e ainda precisamos avançar muito na busca por este remédio, é o preconceito”, explica Brandelli.

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O que a lei diz sobre as “práticas corretivas”

Estudo avalia “práticas corretivas” da Psicologia em relação à orientação sexual - No Dia Mundial de Combate à LGBTfobia, confira as respostas de profissionais analisadas por pesquisador da PUCRS

Foto: Unsplash

Há 30 anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) removeu a homossexualidade da classificação internacional de doenças, em 17 de maio de 1990. A data ficou conhecida como o Dia Mundial e Nacional de combate à LGBTfobia. Mesmo sendo um procedimento frequentemente relatados por pacientes, a resolução 001/99 do Conselho Federal de Psicologia proíbe essas técnicas e terapias “corretivas”, consideradas equivocadas.

No início do século 20, a psiquiatria e a psicologia construíram diferentes técnicas na tentativa de curar o que na época era tido como uma doença. “Estas supostas terapias corretivas não mostraram sucesso na mudança da orientação sexual, produzindo, inclusive, extremo sofrimento. Importante ressaltar que diversas sociedades médicas e psicológicas no Brasil e no mundo proíbem a sua realização, de forma a minimizar os danos que podem causar”, ressalta o pesquisador.

Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais

O grupo de pesquisa enfatiza a importância social de estudos sobre a psicologia do preconceito, sobretudo nos modelos da cognição social e do minority stress – termo que descreve níveis cronicamente elevados de estresse que membros de grupos minoritários ou estigmatizados enfrentam.

Além disso, o projeto também avalia a relação com processos psicossociais, como educação e saúde, e promove novas atitudes em relação a preconceitos. Os principais estudos do grupo abordam os efeitos da discriminação nos processos de saúde e adoecimento, especialmente a saúde mental e a sexual.

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Sobre a pesquisa

O projeto original foi concebido por pesquisadores italianos da Sapienza Università di Roma, na Itália, com aplicação no Brasil por Brandelli. Também participaram Damião Soares, aluno de mestrado da Universidade Federal do CearáMozer de Miranda, aluno de mestrado da Universidade Federal do SergipeJean Vezzosi, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPG) da PUCRS; e os conselhos regionais de Psicologia do Distrito Federal e de Minas Gerais, que divulgaram a pesquisa nos estados.

Pesquisador é referência na área de estudos

Angelo Brandelli Costa, além de coordenar o grupo de pesquisa, é consultor das agências das Nações Unidas e tem pesquisas nas áreas de psicologia social e da saúde. A ênfase da sua área de atuação envolve temas sobre preconceito, sexualidade, gênero, HIV/Aids e saúde integral da população LGBTIQ+. É professor do (PPG) em Psicologia da PUCRS.

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Material se propõe a ser informativo e, ao mesmo tempo, acolhedor / Foto: Pexels

Informar e levar recomendações para a comunidade escolar sobre formas saudáveis de enfrentamento do distanciamento social é o principal objetivo de um conteúdo desenvolvido pelo Núcleo de Psicologia Escolar e Educacional da PUCRS. A equipe, que compõe o Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), serviço-escola do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Universidade, criou a Cartilha Conversando com a comunidade escolar durante o isolamento pelo Covid-19 – material que já está sendo enviado para instituições de ensino.

A ideia de produzir conteúdos para auxiliar a comunidade escolar surgiu durante uma reunião do Núcleo, formado por 18 estagiários de Psicologia que atuam em cinco escolas (sendo quatro da rede pública e uma escola social Marista). Supervisionado pela psicóloga Berenice Moura da Roza, o grupo busca auxiliar as escolas a lidar com os desafios que envolvem a educação, no âmbito da Psicologia Escolar e Educacional. Ao discutir o contexto de distanciamento social e a falta de contato com os alunos e com os demais sistemas das escolas, uma das equipes do Núcleo, formada por sete estagiários que atuam na escola parceira que compõe o Centro de Extensão Universitária Vila Fátima da PUCRS, no SAPP, refletiu sobre os possíveis impactos que a suspensão das aulas presenciais de forma abrupta poderia causar nos alunos.

Segundo Berenice, o grupo começou a pensar em uma forma de acessar a comunidade escolar nesse contexto. “Inicialmente, fomos inspirados em outros materiais e postagens em redes sociais, em que foram criados vídeos com cartazes e frases de afeto com a mensagem de #fiqueemcasa. Assim, partimos para esse projeto, em uma perspectiva de acolhimento, dentro dos pressupostos científicos que sustentam a formação em Psicologia”, conta. O vídeo foi enviado para uma das escolas de atuação dos estagiários e o retorno positivo estimulou que o projeto não parasse por aí.

Cartilha se propõe a ser informativa e acolhedora

Após o sucesso do primeiro material desenvolvido, o grupo decidiu produzir conteúdos semanais, no formato de cards informativos sobre saúde mental em tempos de crise. Conforme Berenice, a premissa foi a de que, além de informar, os materiais tivessem um caráter afetivo e acolhedor. “À medida que os estagiários enviavam suas produções para a supervisão, entendíamos ser prioritário criar um local para compilar tudo e que permitisse que trabalhássemos junto o material. Criamos, então, uma pasta, na qual começamos a contribuir virtualmente. Em algumas semanas, durante outra reunião de equipe, nasceu a cartilha”, conta.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Psicologia Escolar e Educacional, professora Renata Plácido Dipp, por conhecer a realidade das escolas atendidas, o grupo entende que elas têm um papel que vai além do ensino de conteúdos formais nas comunidades em que estão inseridas. “Elas são referências em formação e informação. Orientam sobre hábitos saudáveis, saúde emocional e sobrevivência, pois de alguma forma, auxiliam essas comunidades das mais variadas formas de (sobre)vivência em seus contextos”, aponta.

Recomendações vão desde hábitos de higiene até sugestões de brincadeiras

A ideia é que, com o intermédio das escolas, as recomendações da cartilha alcancem a comunidade de uma forma geral. Por isso, o material traz informações referentes a diversos assuntos, que incluem hábitos de higiene, dicas de saúde mental, sugestões de brincadeiras e até um passo-a-passo para meditar. “Para a manutenção da saúde física e mental, é essencial que todos possam estar alimentados, com acesso a informações confiáveis e que estabeleçam um diálogo entre os moradores da casa e seus vizinhos – sempre mantendo o distanciamento seguro”, destaca Berenice.

A questão do diálogo recebe uma atenção importante, uma vez que, segundo as gestoras do núcleo, entende-se que a possibilidade de falar e de escutar contribui para diminuir as angústias e inseguranças cotidianas: “Salientamos, também, que por vezes, essas práticas não são suficientes. Por isso, sugerimos na cartilha práticas de relaxamento, de respiração, assim como brincadeiras de fácil acesso para as crianças e seus familiares”. O material esclarece ainda que, se o sentimento de angústia e de ansiedade persistirem, a recomendação é procurar ajuda nos postos de saúde da região de moradia, “para que a pessoa possa receber o devido acolhimento e encaminhamento”, reforça Renata.

Material está disponível online

Assim que a cartilha foi concluída, começou a ser trabalhada pela equipe do Núcleo. Inicialmente, o link do material foi enviado para as coordenações das instituições, com o objetivo que fosse divulgado em suas redes sociais. “A proposta foi muito bem recebida por todos. Assim, também formalizamos que a equipe de estagiários de cada uma das escolas parceiras iria trabalhar, semanalmente, por meio de postagens nas redes sociais destas, um dos tópicos da cartilha”, conta Berenice. Conforme a supervisora, o objetivo é explorar mais os temas abordados e responder questões que possam surgir da comunidade escolar.

Agora, a intenção é divulgar a cartilha para o maior número de comunidades escolares do município. “Assim, entendemos ser possível avançarmos os muros das escolas, hoje sustentados pelo necessário contexto de isolamento social, como forma de preservação da saúde e da vida”, concluem. A cartilha está disponível no site do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul.

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Confira outras cartilhas desenvolvidas pela Universidade

Professores, pesquisadores e alunos da PUCRS têm se envolvido na produção de cartilhas com conteúdos relacionados ao enfrentamento da Covid-19. Saúde mental, atividades físicas e dicas para pessoas idosas são alguns dos temas desses materiais.

As cartilhas estão disponíveis neste link.

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Foto: Pixabay

Um grupo de bolsistas do  Programa de Educação Tutorial (PET), do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, juntamente com seus colegas de aula, decidiu desenvolver uma série de vídeos sobre o coronavírus. Segundo eles, o sentimento de querer ajudar as pessoas a encontrar formas de lidar com as angústias e incertezas causadas pela pandemia era algo frequente. Foi assim que os conteúdos começaram a ser divulgados nas redes sociais do PET, abordando temas como saúde (física e mental) e autocuidado 

Vamos produzir vídeos sobre a perspectiva da pandemia na saúde coletiva, sobre os atravessamentos desse cenário nos contextos do trabalho, sobre estratégias para manutenção da saúde mental nesse momento atípico, dentre outros”, explica Milena Gelain, estudante do curso e bolsista do PET.  

Importância social 

Lidar com a saúde mental durante o isolamento social é um grande desafio, principalmente em um contexto de pandemia global, conta Milena. O confinamento, muitas vezes, expõe as pessoas a uma maior vulnerabilidade, ressaltando aspectos relacionados a ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, independentemente de existir algum histórico de transtorno mental ou nãoFrente a tudo que estamos vivenciando, o projeto transmite informações e cria estratégias com profissionais e diferentes abordagensressalta a estudante. 

Ao normalizar a rotina, o grupo pretende voltar com as atividades fixas que foram suspensas por causa da quarentena, mas não descartam a possibilidade de reformulação do projeto para abordar outros assuntos.  

Assuntos atuais para conscientizar a população 

O próximo vídeo do projeto, que será postado nesta sexta-feira, 1 de maio, fala sobre o impacto do coronavírus no funcionamento das empresas e dos trabalhadores. Os principais assuntos serão as questões referentes ao modelo de home office e as demissões em massa, dois tópicos bastante comentados na mídia ultimamente. 

Outros vídeos já abordaram dicas de técnicas e estratégias que podem ser utilizadas em prol da saúde mental, e impactos de medidas restritivas e do isolamento social. 

A fala será conduzida por Jaqueline Maia Mânicaprofessora dcurso de Psicologia, coordenadora dos cursos de Extensão da PUCRS e gestora da Fundação Irmão José Otão (Fijo)responsável pelo Escritório de Carreiras. 

Saiba como participar 

A maioria dos convidados(as) e colaboradores dos vídeos são do curso de Psicologia, mas todos(as) são bem-vindos(as). Colegas de outras áreas, principalmente da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e da Escola de Humanidades, podem falar sobre diferentes pontos de vista”, destaca Milena. 

Quem quiser saber mais sobre o grupo e outros projetos pode acompanhar as atualizações pelo Facebook e pelo Instagram do PET Psicologia PUCRS (@petpsicopucrs). Sugestões, comentários e dúvidas podem ser enviados pelo email [email protected]. 

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Nós sonhamos todas as noites, e não há nada de errado nisso / Foto: Pexels

Desde que a pandemia do novo coronavírus se iniciou e, especialmente, quando o distanciamento social causado pela quarentena se tornou uma realidade, muitas pessoas têm observado mudanças no sono. Sonhar e lembrar dos sonhos – muitas vezes mais perturbadores do que de costume – com uma frequência maior do que a normal é uma delas. Outra questão bastante comentada é a dificuldade para dormir. Se você se enquadra em um desses casos, pode ter certeza de que não está só. E há explicações para isso.

Primeiramente, é importante dizer que todos nós sonhamos todas as noites – e não há nada de errado nisso. Pelo contrário. Segundo a professora da Escola de Medicina e vice-diretora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) Magda Lahorgue Nunes, sonhar é uma atividade benéfica para o cérebro, demonstrando que sua função está normal. “Existem várias teorias em relação à função dos sonhos, entre elas a de que ajudam a consolidar memórias, a regular o humor e a treinar comportamentos não apresentados quando estamos acordados”, explica.

O motivo de nem sempre lembrarmos do que sonhamos é que essa recordação depende da transferência de conteúdo da memória recente para a remota, e isso só é possível quando existe algum grau de despertar (chamado de microdespertar) após o sonho ter acontecido.

Do ponto de vista da psicanálise, sonhar também é algo positivo e até mesmo importante – principalmente em um contexto de pandemia. Conforme a professora do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Carolina de Barros Falcão, trata-se de uma atividade elaborativa, uma via por meio da qual podemos significar o que estamos vivendo.

Mas o que é o sonho, afinal?

O sonho é uma atividade mental que acontece enquanto estamos dormindo. Ele é consequência da ativação cortical que ocorre na fase REM (rapid eye movement, ou movimento rápido de olhos) do sono. Esse estágio chega após três outras fases: N1 (transição da vigília para um sono mais profundo, mas ainda leve), N2 (desconexão do cérebro com os estímulos do mundo real) e N3 (sono profundo, com descanso da atividade cerebral).

No estágio REM, o cérebro volta a ficar ativo, tanto quanto o de uma pessoa acordada. Por isso, conforme Magda, a atividade fásica que ocorre nessa fase se relaciona com a imagética visual dos sonhos, permitindo que tenhamos sonhos complexos, semelhantes a histórias. Em uma noite, podemos ter entre quatro e seis ciclos de sono, incluindo os estágios não-REM e REM, sendo que cada um deles dura cerca de 90 minutos.

Conforme a professora Carolina, a psicologia tem muitas teorias diferentes para o sonho – algumas que coincidem mais com o olhar médico, outras que se afastam um pouco. “A psicanálise vai trabalhar com uma leitura e com um modelo de psiquismo que não descarta o corpo e o orgânico, mas que pensa que os processos psíquicos não estão apenas relacionados com os processos biológicos”, ressalta.

Para a leitura psicanalítica, o sonho é uma produção psíquica muito importante. “Temos, no sonhar, uma atividade muito privilegiada de trabalho psíquico, porque estamos ‘protegidos’ da realidade. E é por isso que podemos sonhar as coisas mais malucas que existem”, destaca Carolina.

Por que estamos sonhando mais?

Segundo a vice-diretora do InsCer, os sonhos são construídos com base em experiências remotas e em preocupações atuais. E a vivência intensa do tema coronavírus e de tudo o que essa pandemia implica pode ser uma explicação para estarmos nos lembrando mais dos sonhos. “As restrições de convívio social, a quebra de rotina, questões financeiras, o medo e a ansiedade sobre a gravidade do que está acontecendo já são motivos fortes o suficiente para sonharmos mais”, aponta Magda.

Carolina complementa dizendo que a pandemia da Covid-19 fez com que todos precisassem mobilizar suas vidas de forma muito rápida, fazendo adaptações no modo de viver e tolerando perdas muito contundentes na rotina. “Um motivo para que tantas pessoas estejam sonhando mais pode ser porque estão recorrendo a todas as possibilidades de trabalhar psiquicamente. O sonho tem sido uma forma muito importante de descarga dessas intensidades que estamos vivendo, do psiquismo encontrar uma forma de dar conta e de elaborar tudo isso”, diz.

A professora de Psicologia ainda aponta que, além dos acontecimentos atuais, na hora de se analisar um sonho e tentar entendê-lo, é preciso levar em consideração todo o contexto da pessoa que o sonhou: “Não sonhamos só por causa do coronavírus, da pandemia ou das restrições que estão impostas. Sonhamos porque essas situações de hoje tocam naquelas que já eram as nossas questões, nossos conflitos. Quando sonhamos, resolvemos essa dupla mobilização: a interna, do nosso mundo psíquico; e a externa, daquilo que nos invade – nesse caso, o tema da morte, do adoecimento”. Carolina conclui reforçando que o fato de as pessoas estarem sonhando significa que estão metabolizando as situações traumáticas que estão vivendo nesse momento de pandemia, e que isso é algo muito positivo.

Insônia pode ser consequência da quebra da rotina

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Seguir uma rotina ajuda a manter um sono saudável / Foto: Pexels

Em relação à dificuldade para dormir, Magda destaca que as mudanças na rotina podem ser um dos causadores. “Queixas de insônia estão sendo muito frequentes durante a quarentena. Isso certamente é decorrente de quebras nas rotinas, da falta de necessidade de cumprir horários, além do relaxamento nos aspectos de higiene do sono, como variações no horário de dormir e de acordar e o uso excessivo de telas”, afirma.

Para manter a saúde do sono, apesar de todas mudanças e das preocupações causadas pela pandemia, é importante tentar seguir uma rotina. “Ter um horário para dormir e acordar, evitar o uso de telas pelo menos 30 minutos antes de dormir, não fazer uso excessivo de álcool, optar por refeições leves à noite e evitar bebidas com cafeína podem ajudar”, sugere Magda.

Pesquisa vai avaliar sono da população durante a quarentena

O InsCer desenvolveu uma pesquisa para avaliar como está o sono da população brasileira durante a quarentena. O participante, de acordo com sua idade e/ou a idade de seus filhos, é direcionado a um questionário específico para fazer essa avaliação. Ao fim, será redirecionado a uma página com informações sobre como é o sono normal nas diferentes faixas etárias e receberá dicas, conforme a idade, de como dormir bem. A pesquisa está disponível neste link.

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Arte: PsiCOVIDa

Arte: PsiCOVIDa

Situações de pandemia, como a que estamos vivendo atualmente causada pelo novo coronavírus, geram impactos na vida de todos. Em um contexto de mudança de rotina, distanciamento físico, excesso de notícias e consequências econômicas e sociais, é comum que surjam sentimentos como emoções negativas, como medo, tristeza, raiva, solidão, estresse e ansiedade. Pensando nessa realidade, pesquisadores e estudantes de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS e da PUC-Campinas se uniram com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com esse desconforto emocional, dando origem à Força-Tarefa PsiCOVIDa.

O grupo surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. Para isso, os integrantes desenvolvem produtos de comunicação e orientação, como cartilhas, folhetos, minicursos e vídeos, baseados na ciência da psicologia e de áreas afins.

Ideia surgiu a partir de matéria para o site da PUCRS

Conforme conta Wagner de Lara Machado, professor da graduação e do PPG em Psicologia e um dos coordenadores gerais da FT-PsiCOVIDa, tudo teve início com uma matéria para o site da PUCRS sobre sugestões de cuidados com a saúde mental neste período de pandemia, para a qual foi convidado a ser fonte. Ele e a mestranda Juliana Weide começaram a traduzir conhecimentos teóricos em práticas, fundamentadas na Psicologia Clínica, que poderiam ser acessíveis às pessoas em situação de quarentena/distanciamento social. “Essas sugestões tinham por objetivo a regulação emocional e o controle do estresse. Pedimos uma revisão do material para a professora Sônia Enumo, do PPG de Psicologia e Ciências da Saúde da PUC-Campinas, e, como não conseguimos incorporar todas as sugestões na matéria, decidimos por dar continuidade ao projeto”, conta Machado.

Sônia incorporou mais dois alunos à equipe: Eliana Vicentini e Murilo Araújo, ambos doutorandos em Psicologia na Puc-Campinas. A equipe começou a se reunir de forma online e a conversar para alinhar a proposta. “Reconduzimos a revisão da literatura e localizamos estudos indicando estressores e estratégias de enfrentamento específicos para situações de crise, especialmente a pandemia da Covid-19. Assim, deu-se início à redação da Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia”, pontua o professor.

Cartilha pode ser utilizada por toda a comunidade

Arte: PsiCOVIDa

Arte: PsiCOVIDa

O material é dividido em três grandes seções. A primeira apresenta informações sobre estresse e seu enfrentamento; a segunda aborda a identificação de sinais que indicam que a capacidade de lidar com o estresse pode não estar sendo suficiente; e, a última, fala sobre a identificação de estressores e estratégias de enfrentamento específicas para o contexto da epidemia da Covid-19. Segundo Machado, a ideia do grupo é que, por ser um material acessível, a Cartilha seja compartilhada e utilizada não apenas por profissionais, mas por toda a comunidade neste momento de desafio.

Para o professor, o grande diferencial do material é o embasamento teórico atual, enfatizando o bem-estar psicológico e a saúde mental em tempos de calamidade. “As sugestões de enfrentamento presentes na Cartilha podem prevenir o agravamento de dificuldades no manejo do estresse e promover qualidade de vida neste contexto de pandemia”, conclui.

Material será traduzido e distribuído gratuitamente

A força-tarefa originada a partir do grupo que se reuniu para o desenvolvimento da Cartilha já conta com mais de 100 integrantes de 12 universidades, entre pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação, profissionais de diversas áreas e professores. Dividida em times de trabalho, a equipe está desenvolvendo cerca de 20 novos produtos. A Cartilha para enfrentamento do estresse em tempos de pandemia está sendo traduzida para o inglês e para o espanhol e, posteriormente, será distribuída gratuitamente por meio de universidades e entidades científicas.

Clique aqui para acessar e baixar a Cartilha

 

 

Confira o que rolou na primeira semana do boas-vindas - Programação de volta às aulas contou com shows especiais, atividades de bem-estar e mais

Boas-vindas no Campus/ Foto: Bruno Todeschini

Bem-estar e a regulação emocional podem estar relacionados com a utilização de smartphones de forma controlada. É o que mostra o trabalho inédito da mestranda Amanda Borges Fortes, do Programa de Pós Graduação em Psicologia da PUCRS. “Quanto tempo as pessoas ficam usando os aparelhos não necessariamente é prejudicial para a saúde mental, mas sim os diferentes tipos de uso”, explica.

Amanda conta que a ideia de pesquisar sobre o assunto veio da sua participação no grupo de estudos Relações interpessoais e violência: contextos clínicos, sociais, educativos e virtuais (Rivi), coordenado pela sua orientadora, a professora e pesquisadora do curso de Psicologia, Carolina Lisboa. “Geralmente os artigos publicados na área têm um viés negativo sobre o uso dos smartphones. A mídia acaba por reproduzir esse discurso e demonizam os aparelhos. A realidade é que a maioria de nós precisa deles no cotidiano”, destaca a mestranda.

O problema não são os smartphones

Para Carolina, o discurso de que “hoje em dia as pessoas não se relacionam mais” ou “todo mundo se expõe em excesso”, não é sempre verdadeiro. “É bom que as pessoas tenham a liberdade de usar seus celulares e a Amanda teve ética e dedicação para demonstrar isso”, conta. A orientadora reforça que o modelo teórico construído não diz que o uso do smartphone e das tecnologias é inofensivo, mas que, ao analisar o contexto, a maior influência vem da parte emocional das pessoas.

O fácil acesso aos smartphones são alguns dos fatores que influenciam esse fator. No Brasil, são mais de 230 milhões de aparelhos em uso, mais de um por habitante, segundo a pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV), no início de 2019. No mesmo ano, o País chegaria a ter 420 milhões de dispositivos ativos.

Recentemente alguns sistemas operacionais disponibilizaram uma função que permitem aos usuários monitorarem quanto tempo eles mexem no celular. Amanda conta que aquelas pessoas que não tinham utilizado a ferramenta ainda, ao estimarem o quanto utilizavam o celular, colocavam menos tempo do que elas realmente praticavam. “Elas se surpreendiam quando olhavam os dados verdadeiros, o que mostra como a percepção é falha”, acrescenta.

Nem todo mundo é feliz nas redes sociais

Uso controlado de smartphones pode gerar bem-estar mental - Pesquisa inédita de mestranda em Psicologia aborda o papel dos aparelhos na regulação emocional

Crédito: Arquivo pessoal/ Amanda Borges

“A verdade é que não existe um viés positivo e um negativo, existe o uso consciente e com cuidado”, diz Amanda. Especialista em terapias cognitivo-comportamentais, ela conta que recebe relatos frequentes em seu consultório sobre a utilização excessiva da tecnologia ou pelos motivos errados. “Quase todos descrevem que se sentem mal ao verem muitas publicações felizes nas redes sociais, como se todo mundo fosse assim o tempo inteiro”.

Os tipos de uso considerados prejudiciais são aqueles em que passa o tempo e a pessoa além de não perceber, também deixa de fazer coisas importantes. É preciso ter cuidado para que o uso não seja uma forma de lidar com emoções negativas.

Nem sempre é necessário estar conectado

Hoje o celular nos oferece diversas funções, inclusive trabalhar. “É um recurso que ajuda muito, mas mesmo assim é necessário saber diferenciar quando é um momento de trabalho e quando não é. Se não, o indivíduo pode desenvolver hábitos disfuncionais para a sua vida, porque não se pode ficar trabalhando 24 horas, todos os dias” explica Amanda.

Segundo ela, a grande sacada é fazer um uso controlado. Para seus pacientes ela orienta sempre que se façam três perguntas: “por quê?”, “para quê?” e “precisa ser agora?” antes de utilizarem o celular.

neuropsicologia, rochele paz fonseca

Pesquisadora foi eleita presidente da SBNp e nomeada membro da INS / Foto: arquivo pessoal

A professora Rochele Paz Fonseca, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, assumiu posições importantes na área de neuropsicologia recentemente. À frente do Grupo Neuropsicologia Clínico-Experimental e Escolar (GNCE), neste mês, a pesquisadora participou do lançamento de um programa novo do Ministério da Educação (MEC), que visa incentivar a leitura para crianças em ambiente familiar. Em novembro, Rochele foi eleita presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) e nomeada membro da Science Committee da International Neuropsychological Society (INS).

Participação em programa do Ministério da Educação

No dia 5 de dezembro, Rochele participou do lançamento do novo programa do Ministério da Educação Conta pra Mim, do qual foi consultora e revisora técnico-científica. A iniciativa visa incentivar a leitura para crianças no ambiente familiar. “O programa tem por meta estimular a leitura em família com estratégias e materiais gratuitos para pais que serão mediados por educadores em encontros presenciais. Assim, a linguagem e todo o desenvolvimento cognitivo e socioemocional serão beneficiados a partir de leitura e da conversação em família”, afirma a professora.

O convite para colaborar com o programa aconteceu após a participação de Rochele como pesquisadora palestrante da 1ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe), em outubro. Na ocasião, o secretário de Alfabetização do MEC, professor Carlos Nadalim, assistiu sua palestra, que teve como tema Evidências da frequência de hábitos de leitura e de escrita sobre o desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo e socioemocional, convidando-a, junto do principal responsável pelo Conta pra Mim, Eduardo Sallenave, para contribuir com a iniciativa.

“Foi uma grande oportunidade poder contribuir em nível nacional com as crianças e as famílias brasileiras com evidências de pesquisas há 12 anos conduzidas na PUCRS pelo GNCE do PPG em Psicologia”, comemora a professora.

Presidente da SBNP

Rochele foi eleita presidente da SBNp para o período de 2019 a 2021 durante a jornada da Sociedade, em São Paulo, no mês de novembro. A docente já havia sido representante regional da SBNp do Rio Grande do Sul de 2007 a 2016, promovendo ações pela neuropsicologia gaúcha. De 2017 a 2019, foi vice-presidente da sociedade, até se tornar presidente.

A SBNp foi fundada em 1988 e se propõe a estimular o desenvolvimento da neuropsicologia no país com ações baseadas em evidências científicas da prática neuropsicológica e das ciências cognitivas nos contextos de saúde e da educação.

Única mulher latino-americana na INS

O convite para ser membro da Science Committee INS surgiu após o reconhecimento do trabalho como Program Chair do 89th International Neuropsychological Society – INS Congress, que aconteceu em julho de 2019, no Rio de Janeiro. Rochele foi nomeada em novembro, tornando-se a única mulher brasileira e latino-americana na instituição.