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Pesquisadora foi eleita presidente da SBNp e nomeada membro da INS / Foto: arquivo pessoal

A professora Rochele Paz Fonseca, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, assumiu posições importantes na área de neuropsicologia recentemente. À frente do Grupo Neuropsicologia Clínico-Experimental e Escolar (GNCE), neste mês, a pesquisadora participou do lançamento de um programa novo do Ministério da Educação (MEC), que visa incentivar a leitura para crianças em ambiente familiar. Em novembro, Rochele foi eleita presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp) e nomeada membro da Science Committee da International Neuropsychological Society (INS).

Participação em programa do Ministério da Educação

No dia 5 de dezembro, Rochele participou do lançamento do novo programa do Ministério da Educação Conta pra Mim, do qual foi consultora e revisora técnico-científica. A iniciativa visa incentivar a leitura para crianças no ambiente familiar. “O programa tem por meta estimular a leitura em família com estratégias e materiais gratuitos para pais que serão mediados por educadores em encontros presenciais. Assim, a linguagem e todo o desenvolvimento cognitivo e socioemocional serão beneficiados a partir de leitura e da conversação em família”, afirma a professora.

O convite para colaborar com o programa aconteceu após a participação de Rochele como pesquisadora palestrante da 1ª Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências (Conabe), em outubro. Na ocasião, o secretário de Alfabetização do MEC, professor Carlos Nadalim, assistiu sua palestra, que teve como tema Evidências da frequência de hábitos de leitura e de escrita sobre o desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo e socioemocional, convidando-a, junto do principal responsável pelo Conta pra Mim, Eduardo Sallenave, para contribuir com a iniciativa.

“Foi uma grande oportunidade poder contribuir em nível nacional com as crianças e as famílias brasileiras com evidências de pesquisas há 12 anos conduzidas na PUCRS pelo GNCE do PPG em Psicologia”, comemora a professora.

Presidente da SBNP

Rochele foi eleita presidente da SBNp para o período de 2019 a 2021 durante a jornada da Sociedade, em São Paulo, no mês de novembro. A docente já havia sido representante regional da SBNp do Rio Grande do Sul de 2007 a 2016, promovendo ações pela neuropsicologia gaúcha. De 2017 a 2019, foi vice-presidente da sociedade, até se tornar presidente.

A SBNp foi fundada em 1988 e se propõe a estimular o desenvolvimento da neuropsicologia no país com ações baseadas em evidências científicas da prática neuropsicológica e das ciências cognitivas nos contextos de saúde e da educação.

Única mulher latino-americana na INS

O convite para ser membro da Science Committee INS surgiu após o reconhecimento do trabalho como Program Chair do 89th International Neuropsychological Society – INS Congress, que aconteceu em julho de 2019, no Rio de Janeiro. Rochele foi nomeada em novembro, tornando-se a única mulher brasileira e latino-americana na instituição.

Mariana Fontoura/Divulgação

Mariana Fontoura/Divulgação

A professora Cristiane Finger, da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), é a primeira mulher a assumir um cargo de gestão na Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Jornalista, mestre e doutora pela PUCRS, tomou posse no dia 10 de junho como segunda vice-presidente da Diretoria Executiva da entidade, fundada no ano de 1935. O novo presidente do órgão representativo da imprensa gaúcha é o também professor da Famecos, Luiz Adolfo Lino de Souza. Em entrevista, Cristiane, membro da coordenação do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCom), fala sobre o novo desafio e a importância da representatividade acadêmica e feminina em órgãos tradicionais.

Qual a sua relação com a Associação Riograndense de Imprensa e como surgiu a oportunidade de ingressar na gestão da entidade?

Sou associada desde a minha formatura, em 1985. Mas a primeira vez que estive na sede da ARI foi com o professor Antoninho Gonzales, então diretor da Famecos, quando eu ainda era aluna. Fiquei encantada! O ambiente remetia a tradição, e os jornalistas que estavam lá eram todos importantes, conhecidos, referência no jornalismo gaúcho. Depois, participei de inúmeros eventos promovidos pela Associação quando era editora regional de Jornalismo do SBT, Canal 5 de Porto Alegre. Também tive a honra de ser agraciada em alguns dos prêmios anuais de jornalismo. O prêmio ARI é o mais importante do Estado para a nossa categoria. Nos últimos tempos, já como professora, tenho sido integrante do júri deste mesmo prêmio na área do telejornalismo, valorizando os novos talentos. Agora, o convite para este desafio foi feito pelo presidente Luiz Adolfo, meu colega na Famecos, com a concordância dos membros do Conselho Deliberativo. Estes profissionais que sempre admirei acharam por bem que eu poderia ajudar. Depois de passado o susto, fiquei emocionada e muito honrada.

As lideranças femininas têm conquistado novas posições a cada dia. Estamos próximos de um equilíbrio de gêneros em funções administrativas?

Prefiro falar sobre o meu campo, o jornalismo. Já há algum tempo o número de jornalistas mulheres ultrapassou o número de homens nas redações. Também nos cursos de Jornalismo as mulheres são maioria. Mas não faz muito que as mulheres começaram a ocupar cargos de chefia nas redações. Agora, as mulheres não apenas ocupam as mais variadas funções em todas as editorias (esporte, policia, economia, política…) como também são empreendedoras em assessorias de imprensa, em empresas de novas tecnologias e assim por diante. Então, não é de se espantar que as mulheres passem também a liderar as entidades como ARI, que só existe há 82 anos porque soube se renovar.  De qualquer forma, é preciso salientar que a conquista não é só minha, mas de todas nós. Na chapa vencedora, dez outras mulheres foram eleitas para os mais diversos cargos, em outras diretorias não menos importantes. Mas penso que não devemos ocupar qualquer espaço apenas por uma questão de gênero. Por outro lado, a questão de gênero não pode impedir ninguém de ocupar qualquer espaço.

Joana Berwanger/Famecos

Joana Berwanger/Famecos

A nova gestão da ARI tem dois professores da Famecos à frente, o que indica uma aproximação da Associação e o meio acadêmico. Quais são os planos?

Sem dúvida, academia e mercado precisam trabalhar em sintonia. O jornalismo fica melhor com a reflexão da universidade. E os cursos de jornalismo também ficam mais qualificados com a experiência, principalmente do seu corpo docente, no fazer cotidiano do jornalismo.  Não é possível esperar o aluno se formar para que ele participe de uma entidade como a ARI.  É na convivência com os profissionais experientes que agregamos mais conhecimento, e é na convivência com os futuros jornalistas que encontramos as melhores práticas para vencer o desafio desta sociedade da hiperinformação, das redes sociais e da cultura da convergência. Vamos fazer uma parceria mais estreita com os jovens.

Você é Almuni PUCRS por quatro vezes. Como isso impactou em sua carreira profissional?

A PUCRS é minha casa, cheguei aqui com 17 anos, para a Graduação. Depois de formada, retornei para um curso de especialização em Estilos Jornalísticos. Logo após, para o Mestrado em Comunicação e, por fim, para o Doutorado. Neste meio tempo, recebi o convite para fazer parte do corpo docente da Famecos, e fui coordenadora do Curso de Jornalismo por seis anos.  Agora estou no PPGCOM, como professora e também como integrante da Comissão Coordenadora do Programa. Muitas vezes, quando chego neste Campus, lembro da menina assustada que há 36 anos veio de Caxias do Sul para realizar o sonho de ser jornalista. Pois bem, aqui na PUCRS eu realizei este e muitos outros sonhos. O segredo é não parar de sonhar!