Entre os empregos que mais tendem a crescer se encontram especialistas em IA, especialistas em sustentabilidade, entre outros. / Foto: Foto: Envato Elements

Quais são as profissões do futuro? Com a velocidade das transformações tecnológicas e o avanço da inteligência artificial, essa dúvida se torna cada vez mais comum. Além disso, com tantas funções antes exercidas exclusivamente por humanos agora sendo automatizadas, muitas pessoas se perguntam como atingir o sucesso profissional nesse novo cenário. 

Listamos algumas profissões que estão ganhando destaque e se tornando mais relevantes nesse cenário. Confira os principais caminhos possíveis e como enfrentar os desafios para aproveitar as novas possibilidades que surgem. 

Qual o panorama do mercado de trabalho hoje? 

O mercado de trabalho tem passado por diversas transformações e desafios. O avanço tecnológico acelerado, a automação e a inteligência artificial estão presentes no dia a dia das pessoas, e isso gera muitas dúvidas e inquietações. É o que diz o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral: Quase um quarto dos empregos (23%) deverá mudar nos próximos cinco anos, com um crescimento de 10,2% e um declínio de 12,3%. De acordo com as estimativas das 803 empresas pesquisadas para o relatório, os empregadores estimam que 69 milhões de novos empregos sejam criados e 83 milhões eliminados entre os 673 milhões de empregos correspondentes ao conjunto de dados. 

Nesse cenário, os profissionais que acompanham as tendências do mercado, que investem em educação continuada e que estão dispostos a adquirir novas habilidades têm maiores chances de obter o almejado sucesso na sua trajetória profissional. 

Quais são as 5 profissões do futuro? 

É claro que algumas profissões vão se destacar nesses novos cenários, enquanto outras podem até desaparecer, é algo natural. O Relatório sobre o Futuro dos Empregos também atesta que “embora a tecnologia continue a representar desafios e oportunidades para os mercados de trabalho, os empregadores esperam que a maioria das tecnologias contribua positivamente para a criação de empregos”. 

Listamos as profissões que devem se destacar nos próximos anos. Confira: 

1) Cientista de dados 

Os cientistas de dados são considerados os profissionais do futuro. Em um mundo digitalizado, a quantidade de informações geradas é impressionante — em cerca de seis minutos, são gerados 9,1 mil terabytes de dados! Logo, a necessidade de extrair insights valiosos desses dados é fundamental para as empresas se destacarem no mercado. 

Nesse cenário, o curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial da PUCRS se destaca. Por meio de um ensino amplo, consistente e fundamentado em um currículo inédito, ele capacita os profissionais para exercerem atividades nos mais diversos segmentos profissionais. 

“Análise de mídias sociais, de sentimentos (por exemplo, como uma marca está sendo percebida pelo público), de imagens para diagnósticos médicos e processamento de textos na área jurídica são algumas atuações possíveis para os graduados em Ciência de Dados e Inteligência Artificial. Além disso, o profissional dessa área pode atuar em conjunto a setores que vêm crescendo muito no mercado de trabalho, como o agronegócio e a saúde”, destaca o coordenador do curso, Daniel Callegari. 

2) Engenheiro de energias renováveis 

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A PUCRS conta com painéis solares instalados no Centro de Demonstração em Energias Renováveis, e o espaço é destinado à capacitação de estudantes. / Foto: Bruno Todeschini

Com a crescente preocupação global em relação às mudanças climáticas e a necessidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, a demanda por profissionais qualificados na área está em constante ascensão. O Brasil, inclusive, está entre os 10 países que mais geram energia solar. Esse cenário, por si só, já mostra como esse é um dos cursos para o futuro nos quais vale a pena ficar de olho. 

A PUCRS foi pioneira entre as universidades do Sul a criar um curso de Engenharia de Energias Renováveis, preparando os alunos para trabalhar nas áreas de infraestrutura de transporte dos vetores energéticos, produção e uso de energia, e gestão e comercialização de energia. O coordenador do curso, Odilon Duarte, destaca a estrutura da Escola Politécnica: 

“A PUCRS conta com toda a infraestrutura necessária para fornecer o melhor aprendizado aos alunos e alunas. Temos mais de 38 laboratórios disponíveis na Escola Politécnica, e destes, 12 são voltados para energias renováveis, muitas contam, inclusive, com reconhecimento internacional. Ou seja, já temos in loco toda a estrutura para a aplicação dos estudos”. 

3) Tecnólogo em Comunicação Empresarial 

Saber como se comunicar com os consumidores e com os diversos públicos de uma marca, organização ou projeto é cada vez mais importante para a sociedades. Afinal, entender o que eles pensam e sentem é essencial para o sucesso de um empreendimento. Nesse contexto, o curso de Comunicação Empresarial da PUCRS surgiu como uma ideia inovadora, sendo fundamentado nas necessidades do mundo moderno. Nele, os alunos são preparados para atuar como estrategistas de comunicação, auxiliando os negócios a alcançarem novos patamares. 

“Qualificamos os profissionais para que liderem a comunicação e os relacionamentos de marcas e organizações. Com tudo que aprendem nas aulas, estão preparados para melhorar a forma das empresas se relacionarem, inclusive lidando com crises midiáticas”, pontua Rosângela Florczak, da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos). 

4) Bacharel em relações internacionais  

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Vitor Colombo é aluno de Relações Internacionais da PUCRS e em 2023 realizou um intercâmbio para a Alemanha por meio do Programa de Mobilidade Acadêmica. / Foto: Giordano Toldo

Viver em um mundo globalizado tem seus desafios, sendo as relações entre os países a espinha dorsal de uma sociedade interconectada. As nações tecem laços, criando pontes de cooperação e entendimento, dessa forma, a diplomacia e o diálogo tornam-se ferramentas poderosas. Neste contexto, a atuação dos profissionais de relações internacionais é fundamental. Eles são os responsáveis por gerenciar essa complexa teia de interações, assegurando que as decisões tomadas beneficiem a todos. 

Se você busca uma carreira com impacto real e deseja ser parte dessa busca por harmonia e avanço coletivo, essa é uma das profissões para o futuro. Ao cursar a graduação em Relações Internacionais na PUCRS, você terá acesso a todo conhecimento necessário para analisar e interferir em diferentes cenários e terá diversas oportunidades de trabalho, tanto na esfera pública quanto na privada. 

De acordo com Teresa Marques, coordenadora do curso, essa área está em expansão: 

“O crescimento do campo permite diversas possibilidades de inserção internacional. A globalização torna o mercado mais dinâmico e potencializa a importância de pessoas com as competências necessárias para auxiliar organizações a atuarem nesse cenário”. 

5) Tecnólogo em produção audiovisual 

A produção audiovisual vai além de simplesmente registrar imagens e sons. Em uma era dominada pelo conteúdo visual, a capacidade de tecer narrativas impactantes se destaca como uma estratégia fundamental para construir sentido no mundo. Não se trata apenas de operar uma câmera, mas sim sobre entender profundamente a história, a técnica e o contexto de cada tomada. E o setor, em constante transformação, anseia por profissionais bem-preparados. 

Nesse contexto, investir no curso de Produção Audiovisual da PUCRS é essencial para adquirir conhecimento e se posicionar de maneira competitiva em um mercado em crescimento. Portanto, se você aspira uma trajetória de sucesso e deseja estar na vanguarda, a formação na área é um passo fundamental.  

“Na última década vimos um crescimento muito forte do audiovisual em todos os tipos de tela. Os smartphones se tornaram meios de acesso a múltiplos conteúdos, os serviços de streaming se multiplicaram, entre muitas outras novas formas e plataformas de consumo audiovisual. Por conta do acesso a esses novos canais, decidimos remodelar esta formação para preparar os futuros profissionais e capacitá-los para o desenvolvimento de produções para todos os formatos, abrangendo filmes, séries e conteúdos diversos”, destaca a coordenadora do curso, Helena Stigger. 

Como escolher a sua carreira desde já? 

Com tantas opções e caminhos a considerar, é normal se sentir um pouco confuso. Apresentamos algumas dicas, compartilhadas por Manoela Ziebell, professora do Curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, para ajudar você nesse processo. Confira: 

1) Explore suas paixões e interesses 

cursos para o futuro

O Relatório do Futuro do Trabalho estima que 69 milhões de novos empregos sejam criados. / Foto: Envato Elements

Mergulhe no que você ama e no que sente prazer em realizar. Pense em atividades que tragam empolgação e satisfação pessoal. Seja experimentando diferentes áreas ou realizando projetos pessoais, essa exploração inicial pode ajudar a descobrir quais atividades te motivam genuinamente. Dessa forma, você estará mais próximo de encontrar uma carreira alinhada aos seus valores e aspirações. 

“Importante conseguir diferenciar aquilo que nos interessa e aquilo no que que somos bons. Essas coisas, evidentemente, vão ser aquelas em que vamos ter os melhores resultados”, ressalta Manoela. 

E atenção: não escolha um dos cursos para o futuro apenas pensando no retorno financeiro. Antes disso, veja se as suas habilidades e interesses se alinham com essas novas profissões. 

2) Reflita sobre suas habilidades e talentos 

Além das paixões, é válido reconhecer suas habilidades e talentos naturais. Todos temos aptidões específicas que nos destacam em determinadas áreas. 

“Acho que a melhor forma de alguém entender quais são as suas habilidades é experimentando coisas diferentes. A competência requer habilidade e também requer ação. Tornar-se bom em alguma coisa implica que essa coisa seja feita repetidas vezes e de formas diferentes para que tenhamos fluência”, destaca Ziebell. 

Portanto, faça uma lista das suas habilidades e considere como elas podem ser aplicadas profissionalmente. Às vezes, o talento que você menos espera pode abrir portas para boas oportunidades. 

3) Pesquise sobre o mercado de trabalho 

Uma vez que você tenha uma ideia das áreas que despertam o seu interesse e das suas habilidades, é hora de pesquisar o mercado de trabalho. Explore as tendências, as demandas do mercado e as possibilidades de crescimento em cada área. 

“O mercado de trabalho muda relativamente rápido, cada vez mais rápido. Então, observar de que forma nós e o mercado mudamos, e o que fica estável no mercado são estratégias que podem nos ajudar a pensar”, pontua a professora. 

Além disso, pesquise sobre os cursos para o futuro, converse com profissionais atuantes, leia relatos de carreira e esteja atento às mudanças tecnológicas e sociais que podem impactar o futuro. 

4) Não tenha medo de experimentar 

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Desde 2019, a PUCRS Carreiras já realizou mais de 32 mil contratos de estágios, impulsionando jovens no mercado de trabalho. / Foto: Giordano Toldo

Uma forma eficaz de ter clareza sobre a sua escolha profissional é vivenciar diferentes experiências. Faça estágios, trabalhos voluntários ou projetos freelancers para entender como é trabalhar na área que você está considerando. Dessa forma, você pode obter insights valiosos e ainda consegue construir uma rede de contatos profissionais. 

“Uma boa sugestão é que possamos experimentar até aquelas coisas que nunca pensamos. Que não nos restrinjamos àquelas experiências que são dadas, que são fáceis, que sempre achamos que íamos querer, que possamos estar mais abertos a outras experiências que talvez, sozinhos, nós não pensássemos”, afirma Manoela. 

5) Considere o equilíbrio entre vida pessoal e profissional 

Por fim, é fundamental considerar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional ao escolher sua carreira. Avalie se a área que você está considerando oferece flexibilidade, horários compatíveis com seus objetivos e a possibilidade de conciliar trabalho e vida particular de forma saudável. 

“É preciso auto-observação. É preciso se conhecer, e é preciso entender as situações para conseguir fazer uma conciliação daquilo que é importante para nós, com nossas características, com as oportunidades que se apresentam. É conseguir enxergar mais claramente como distribuímos o nosso tempo, um recurso finito. Então, para podermos dedicar diferentes papéis, precisamos organizar um pouco a nossa vida. Então, às vezes, visualizar o tempo ajuda”, ressalta a professora. 

Agora que você já conhece alguns dos principais cursos para o futuro, é hora de agir! Escolha aquele mais adequado ao seu perfil e interesses pessoais e profissionais. Além disso, invista constantemente na sua educação e não tenha medo de se reinventar sempre que for necessário. Lembre-se de que você é o protagonista da sua carreira. 

Gostou deste conteúdo? Aproveite para conhecer os cursos da PUCRS e comece a trilhar a sua jornada rumo ao sucesso profissional! 

Rosângela Florczak, decana da Famecos, comenta sobre o futuro da comunicação/ Foto: Giordano Toldo

A chegada de tecnologias cada vez mais sofisticadas vem ditando tendências no mercado de trabalho, nas mais diversas áreas. Entre as mais impactadas está, sem dúvida, a da comunicação e aquelas que envolvem a criatividade: em meio a novidades como metaverso e ChatGPT, os profissionais desse mercado precisam estar atentos às novas possibilidades de atuação. Mas como se tornar esse profissional de um futuro que já começou? Conversamos com a professora e decana da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da PUCRS, Rosângela Florczak, para responder essa e outras questões sobre o mercado dos cursos da área da comunicação, das artes e do design. 

Tendências e novidades do mercado 

Recursos tecnológicos, principalmente envolvendo inteligência artificial, vêm crescendo e ganhando importância tanto no debate público quanto na vida de profissionais – seja para fazer uma revisão de texto ou para ajudar na composição de imagens. Segundo Rosângela, ao mesmo tempo que esses recursos surgem no universo dessas profissões, há também uma redescoberta e uma revalorização da área por parte da sociedade.  

“Para mim, a maior novidade, acima dos recursos técnicos, é esse novo olhar de entender que um profissional cuja função social é baseada na criatividade, na construção de estratégias e conteúdos, tem um valor e representa um segmento econômico importante para a sociedade. Então eu vejo que nunca tivemos tanto espaço, e um espaço valorizado”, pontua. 

Além das tendências para o mercado da comunicação em geral, cada área específica possui suas particularidades. Os coordenadores dos cursos de Comunicação Empresarial, Produção Audiovisual, Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Design da Famecos comentam sobre as principais perspectivas de cada área. 

Para Denise Pagnussat, coordenadora do curso de Comunicação Empresarial, as perspectivas para os futuros profissionais são promissoras. As relações de diálogo entre as organizações e os seus públicos de interesse oferecem aos profissionais de comunicação uma atuação mais estratégica nas tomadas de decisões de negócio”. A docente cita as principais áreas de destaque dentro da Comunicação Empresarial: comunicação estratégica e relacionamento com públicos de interesse como governos, ativistas, comunidades; reputação, gestão de crise, sustentabilidade; estratégias digitais e inteligência competitiva. Essas áreas se entrelaçam e ajudam as organizações a serem protagonistas em seus setores de atuação.  

Novas tecnologias impactam diretamente diversas áreas da comunicação/ Foto: Eduardo Seidl

Os bons ventos também sopram na área de Produção Audiovisual, mercado que apresenta cada vez mais possibilidades de inserção – é o que diz o coordenador do curso, Fabiano Grendene. Ele afirma que as pessoas nunca consumiram tanto conteúdo audiovisual de forma espontânea. Para ele, todos somos seres audiovisuais e potenciais realizadores.  

“Com a relação cotidiana do audiovisual em constante evolução, a profissionalização da área não passa só por grandes produções de conteúdo para cinema, TV ou séries; ou comerciais para publicidade e institucionais, mas inicia também em uma nova base, centrada em conteúdo artístico, comercial, social e de entretenimento para as redes sociais, com uma demanda inesgotável e crescente”, comenta. 

Já o que o mercado de Publicidade e Propaganda precisa é de profissionais estratégicos, capazes de articular criatividade e eficiência. “A Covid-19 e o distanciamento social vividos em 2020 e 2021 evidenciaram ainda mais a importância da comunicação e da publicidade. As marcas precisaram se reinventar, e o mercado publicitário acompanhou essa transformação”, aponta a coordenadora do curso, Marcia Christofoli. Atualmente, as marcas precisam de propósitos que vão além de preços e descontos, se quiserem efetivamente alcançar um público que é cada vez mais engajado e preocupado com questões sociais.  

No Jornalismo, o mercado lida com uma crescente circulação de informação e, ao mesmo tempo, desinformação, como afirma o coordenador do curso, Deivison Campos.  Uma das principais funções de um jornalista é filtrar, fazer a curadoria das informações para entregá-las ao seu público. “Selecionar o que importa e dar uma forma adequada e acessível para conferir visibilidade a informação trabalhada pode ser aplicada em diferentes áreas profissionais tradicionais e em estruturação. Dessa forma, o jornalismo revigora sua função social e se mantém como uma profissão e área determinantes para a sociedade e para a democracia”, destaca. 

O futuro do Design, conforme a coordenadora Claudia Nichetti, está diretamente conectado com a evolução tecnológica e com as mudanças das necessidades de empresas e consumidores. Entre os principais pontos de atenção para os profissionais em termos de futuro da área estão: inteligência artificial e análise de dados; soluções para o meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas; design emocional; serviços de design e experiência do usuário.  

“É importante que os profissionais do design estejam atentos a essas tendências e busquem aprimorar suas habilidades e conhecimentos para se destacarem no mercado de trabalho. Além disso, é fundamental que os designers sejam capazes de se adaptar às mudanças e inovações que surgem constantemente, mantendo-se sempre atualizados e preparados para lidar com novos desafios”, pontua. 

O comunicador como mediador da sociedade 

Profissional da comunicação é um mediador das relações da sociedade/ Foto: Eduardo Seidl

No mundo, o cenário de hiperinformação e evolução da tecnologia torna o profissional da comunicação mais necessário do que nunca. O principal papel, segundo Rosângela Florczak, é mediar as relações da sociedade. “A gente nunca aprendeu tanto, nunca teve tanto acesso a tudo. Mas também há muita informação equivocada, muita bolha, muita gente se fechando, muita polarização, fundamentalismo retornando”, pontua.  

O papel da Universidade, segundo ela, é construir com os estudantes da área a visão desse papel de mediadores, seja em qual ramo da comunicação no qual escolherem atuar. Muitas vezes pode haver receio, principalmente por parte das famílias dos estudantes, quanto à escolha pela carreira na área, com relação às possibilidades de empregabilidade e remuneração. No entanto, a decana ressalta que há muitas novas oportunidades. “Hoje, em qualquer organização é preciso haver estratégias de relacionamento, produção de conteúdo, informação confiável, , portanto, precisa-se de comunicação e de criatividade. Então há muitas vagas em lugares novos e boas remunerações”. 

Mas quais habilidades um profissional precisa ter para garantir seu lugar no mercado? Para Rosângela, além das competências técnicas, é fundamental que os futuros comunicadores tenham um olhar inquieto diante do mundo e que o veja como um espaço de transformação. É preciso que eles tenham apreço pelo conhecimento, pela informação, por sair de dentro de suas bolhas. Também é importante construir repertório, seja através de filmes, livros, músicas, boas conversas com profissionais inspiradores, relacionamento em sala de aula e na universidade e até viagens. 

“A nossa grande missão como profissionais de comunicação, de artes, de tudo isso que tem aqui dentro da Famecos, é dar sentido para as coisas. A sociedade depende da gente para fazer suas leituras de mundo”, declara a docente. 

Famecos é o lugar para quem quer fazer a diferença na comunicação

Quando se trata de formar um profissional da comunicação e prepará-lo para o mercado de trabalho, a Famecos se destaca por seu portfólio rico em cursos de graduação, pós-graduação e extensão, além de estar dentro de um ecossistema completo de inovação que permite a junção de muitas possibilidades em um só lugar. Rosângela destaca o percurso formativo aberto, que permite que os alunos descubram e se encontrem com suas principais áreas de interesse. “O estudante pode fazer esses movimentos laterais, ele pode circular pelos cursos para ir compondo sua formação”. Além disso, a conexão com o mercado de trabalho é outro ponto forte da escola.  

O mercado está toda hora aqui dentro, nós trazemos profissionais para a sala de aula. Hoje, além do professor pesquisador, temos um perfil de professor que está crescendo aqui dentro da Famecos, que é aquele professor que também está no mercado, vivenciando as rotinas do dia a dia da comunicação. E isso é uma porta de entrada para o aluno que já faz seu networking durante as aulas”, destaca a decana. 

Em termos de estrutura, a Famecos possui um grande conjunto de laboratórios e estúdios, entre eles: estúdios de TV, de rádio, de fotografia e um laboratório de design. Confira: 

Por fim, Rosângela dá um recado para quem quer estudar comunicação na Famecos: 

“Quem está pensando em cursos de comunicação, arte e design, precisa vir nos conhecer. Aqui temos um lugar para pensar o mundo, para conviver com a diferença, com a diversidade. É uma escola que cuida muito da sua comunidade. Então as pessoas se sentem muito à vontade aqui dentro. É um lugar de vida, não é um lugar só de vir para a sala de aula estudar. É um lugar para vir conhecer, andar por aqui e se identificar com o espaço e as pessoas. A Famecos é um bom lugar para construir o futuro profissional e entrar no mercado em que se deseja.” 

Estude Comunicação na PUCRS

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Imagem de divulgação do longa-metragem “Além de Nós”

Com tantas opções de filmes e séries para assistir nos serviços de streaming, escolher entre as novidades recém-lançadas e a lista de espera se tornou uma questão que pode tomar algum tempo e gerar indecisão. Para ajudar, separamos cinco produções realizadas no Tenopuc Tecna, o Centro de Produção Audiovisual da PUCRS, que fica no Tecnopuc Viamão. Confira:

Além de nós (longa-metragem)

Produzida pela Atama Filmes e com direção de Rogério Rodrigues (Kalanga – Cidade das Bicicletas), o filme acompanha uma extensa viagem, começando por Bagé. Estrelado por Thiago Lacerda e Miguel Coelho, o longa começa sua história após Leo, personagem de Miguel, perder o emprego e presenciar a morte de seu pai, Leopoldino (Clemente Viscaíno). Este Longa foi finalizado pela equipe da KF Studios, no Tecnopuc Tecna.

DR4G0N (série)

A série de comédia “dr4g0n” foi a primeira produção original Globoplay sobre E-Sports, em parceria com a Casa de Cinema de Porto Alegre. A trama conta a história de uma família que decreta falência e passa a ter seu sustento atrelado à equipe de E-Sports dos filhos. O time é administrado por Ana Paula, a irmã mais velha, e tem como principal jogador o filho mais jovem, Daniel, ou dr4g0n, um “gênio incontestável” do game, mas que não consegue desenvolver relações pessoais.

A série rodou nos estúdios do Tecnopuc Tecna na transição primeiro para o segundo semestre de 2022.

Placa-Mãe (longa-metragem)

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Divulgação da série de animação “Placa-mãe”

Uma Robô chamada Nadi adquire cidadania e como cidadã ela ganha o direito de adotar duas crianças. Em um mal-entendido durante a adoção, David, o garoto, foge com medo de sua irmã Lina perder o sonhado lar. Enquanto David lida com os perigos da cidade, Nadi tenta encontrá-lo.

O filme foi finalizado no Estúdio de Mixagem do Tecnopuc Tecna

Chef Jack (longa-metragem de animação e desenho)

Chef Jack e Leonard irão cruzar as Ilhas Culinárias para completar as provas da “Convergência de Sabores”, a maior competição gastronômica do mundo e tentar vencer seus concorrentes.

O longa do estúdio mineiro de animação Immagini passou pelo nosso Estúdio de Mixagem para finalização.

O Abraço (The Embrace, longa-metragem)

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Cena de divulgação do longa-metragem “O Abraço”

Uma caçada de cervos entre pai e filho carrega o peso de uma tradição familiar. Porém, sua intrusão perturba o equilíbrio da floresta e desperta a força oculta que a protege. O curta-metragem produzido e dirigido por Gabriel Motta foi gravado na Hungria e premiado no 50º Festival de Cinema de Gramado na categoria Melhor Fotografia.

O projeto foi finalizado nos espaços de Edição de cor e imagem + Estúdio de Mixagem do Tecnopuc Tecna.

Ficou com vontade de atuar nos bastidores das produções do Tecna?

Para além dos longas e curtas-metragens, documentários e séries, a Produção Audiovisual está presente na vida das pessoas também em podcasts, novelas, vídeos para a internet, entre outros. Para formar os mais diversos profissionais que fazem isso acontecer – como roteiristas, produtores, diretores, sonoplastas, entre outros -, a graduação de Produção Audiovisual da PUCRS prepara seus/suas alunos/as para atuar como protagonista na indústria criativa.

Com um currículo que acompanha as transformações mundiais e a evolução tecnológica, desde o primeiro semestre da graduação os estudantes entram em contato com atividades práticas que vão auxiliar os/as acadêmicos/as a planejar suas carreiras de acordo com as suas preferências.

Para quem deseja se aprimorar, a PUCRS oferece a especialização de Práticas Audiovisuais: Entretenimento e Conteúdo, promovida pela Escola de Comunicação, Artes e Desing – Famecos, está com inscrições abertas. Voltado para profissionais de diversas áreas, o curso possibilita conhecer e aplicar técnicas criativas para produzir vídeos de entretenimento e informação. Durante a pós-graduação, os estudantes têm a oportunidade de ter contato com a estrutura do Tecnopuc Tecna, ampliando o conhecimento dos novos formatos de conteúdo e compartilhamento digitais e desenvolvendo um repertório com diversas técnicas em vídeo.

Quem poderia ser melhor referência para indicar filmes e séries do que os/as próprios/as profissionais da Produção Audiovisual e de outras áreas da comunicação? Por isso, docentes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que sabem tudo sobre os bastidores por trás das câmeras, prepararam sugestões de obras para você aprender mais sobre os assuntos estudados na escola. Prepare a sua pipoca e fique de olho na programação:  

Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno 

A série busca examinar grandes momentos do cinema brasileiro, incluindo alguns títulos argentinos e um uruguaio. 

“Assistindo à série, não só temos a chance de rememorar ou conhecer instantes antológicos da filmografia brasileira, mas também penetramos nos corações e mentes de diretores, atores e críticos. Uma aula de cinema! Comece pelo episódio sobre Pixote e vá passeando por outros filmes incontornáveis, como Cidade de Deus e Central do Brasil. É um convite para rever os filmes, respirar audiovisual e pensar o Brasil”. 

Indicação do professor Fabiano Grandene, do curso de Produção Audiovisual. 

Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich 

A primeira temporada da série da Netflix aborda a arte, ciência e filosofia do design. O objetivo da obra é ilustrar como o design influencia diversos aspectos de nossas vidas. Os episódios, disponíveis no YouTube, contam com a participação de Paula Scher (designer gráfica)Cristoph Niemann (ilustrador)Platon (fotógrafo)Tinker Hatfield (designer da Nike), Ralph Gilles (projetista de automóveis)Ilse Crawford (designer de interiores) e Es Devlin (arquiteta de cenários). 

No curso de Design trabalhamos desde o primeiro semestre com temas reais, como móveis e brinquedos para a infância. Indico, especificamente, o episódio da designer Cas Holman (segunda temporada), com sua original concepção de brinquedos infantis, desde os seus esboços iniciais até a negociação e fabricação de seus projetos por grandes empresas chinesas. O episódio mostra sua metodologia de trabalho e suas origens, resultado de uma infância feliz e livre no interior americano. Inspiração para criar de objetos e brinquedos infantis inusitados, que estimulam a imaginação. 

Indicação do professor Marcelo Martel, dos cursos de Design. 

La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar 

Nove ladrões são liderados por um Professor para realizar o maior roubo do século na Casa da Moeda da Espanha. 

Embora a série já seja bem conhecida, eu que trabalho com a disciplina de Gestão da Conta Publicitária, indico as duas primeiras temporadas. É uma verdadeira aula sobre gestão, formação de equipes, papel do atendimento publicitário, relacionamentos, conflitos, visão estratégica e planejamento. 

Indicação da professora Márcia Christofoli, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Scandal (2012), de Shonda Rhimes Scandal (2012), de Shonda Rhimes 

Ao deixar a posição de diretora da comunicação da Casa Branca para se dedicar a sua própria empresa de gestão de crises de imagem, Olivia Pope descobre que não deixou o passado para trás. 

Pensei em alternativas referentes às questões e expectativas da área de Relações Públicas, mas que também impactam de uma forma geral outros setores. Scandal fala sobre as relações interpessoais e de poder a serviço dos interesses individuais, muito mais do que a serviço da coletividade. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg  

The Washington Post, da proprietária Kat Graham, é um jornal local que pretende lançar suas ações na Bolsa de Valores para ganhar fôlego financeiro.  

Quando o New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado. A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee (editor-chefe) e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa. 

O filme fala sobre Jornalismo e é indicado com 4,5 estrelas pelo Adoro Cinema. 

Mad Men (2007), de Phil Abraham Mad Men (2007), de Phil Abraham 

A série mostra Nova York nos anos 1960. Após sair do mundo das grandes agências de publicidade, através da rotina do protagonista (Don Draper) percebe-se as relações do cotidiano e as mudanças sociais e morais dos Estados Unidos na época. 

“É minha série favorita. Toda narrativa é vivida no cotidiano de agência de propaganda nas décadas de 1960 e 1970. Gosto da estética, dos conflitos comportamentais e da busca por ideias”. 

Indicação do professor Vinícius Mano, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Fyre Festival (2019), de Chris Smith Fyre Festival (2019), de Chris Smith  

A maior festa que nunca aconteceu é um documentário que conta como um megaevento luxuoso em uma ilha particular no Caribe se tornou um desastroso fiasco, na versão dos próprios organizadores. 

“É uma abordagem mais específica, mas extremamente interessante para quem trabalha com eventos, sobre o que não fazer e como não deixar a ambição sobrepor-se a tudo. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

Ingresse na Escola de Comunicação, Artes e Design em 2023  

Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Famecos? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 31, você pode fazer a sua clicando aqui. 

mulheres na ciência, pesquisadora

Foto: Bruno Todeschini

Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, diversas ações de combate à Covid-19 foram desenvolvidas pelas Escolas da PUCRS. Preocupados com a saúde física, mental e emocional da população, estudantes e professores atuaram tanto na linha de frente do tratamento da doença como nos bastidores – fomentando a geração de conhecimento, se opondo à desinformação e buscando formas de se fazer presente nesse momento tão difícil para todos 

O vice-reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, ressalta que, desde o começo do período pandêmico, a Universidade deu respostas aos problemas causados pela Covid-19, seja por meio de pesquisa aplicadaadaptações no modelo de ensino, participação nos testes da vacina Coronavac no Hospital São Lucas ou pela criação de projetos inéditos nas Escolas  

Sobre a relevância de a Universidade se relacionar com a cidade e comunidade em que está inseridaIr. Manuir destaca que PUCRS tem um importante compromisso com toda a sociedadeTudo aquilo que se ensina, que se pesquisa e que se inova, deve ir ao encontro da sociedade. Se por um lado temos diversos projetos que trazem as pessoas à Universidade, como a Clínica da Odontoo Centro Vila Fátima e o InsCer, também levamos a PUCRS para a comunidade por meio da participação em comitês estratégicos do Poder Público e participação no processo de vacinação da população. Essa relação não é apenas importante, ela é essencial para manter viva a missão para qual a Universidade é chamada a exercer nos tempos atuais”, complementa.  

Abaixo, você confere algumas ações lideradas pelas Escolas de Comunicação, Artes e Design – Famecos, de Humanidades, de Ciências da Saúde e da Vida e de Direito. Na próxima semana, traremos as iniciativas das Escolas de Medicina, de Negócios e Politécnica. Nessa série, já foram abordadas também as iniciativas dos laboratórios do Tecnopuc.

Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos 

jornalistas

Foto: Shutterstock

O compromisso do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é levar informação sobre a Covid-19 à comunidade. É por isso que os estudantes do Editorial J, laboratório convergente do curso, criaram uma newsletter semanal, enviada todas as sextas-feiras por Whatsapp (para se inscrever e receber as atualizações, basta entrar no grupo)com as principais notícias da semana relacionadas ao coronavírus. Nesse ano, o principal enfoque da news são as atualizações em relação à vacinação. Além disso, os estudantes desenvolvem uma thread semanal no Twitter do J para compartilhar relatos de profissionais que estão atuando na linha de frente.  

Já no curso de Design os estudantes desenvolveram dois protótipos, sob orientação de seus professores, para auxiliar no cotidiano da população. O primeiro deles foi o projeto Mask Case, vencedor do Prêmio Bonancini de Design. Essa criação surgiu da identificação da dificuldade de armazenamento das máscaras de proteção individual no dia a dia, em atividades como comer em um restaurante, por exemplo.  

O resultado foi um compartimento de máscaras que permite guardá-las sem que elas sejam contaminadas. O Mask Case está em código aberto, ou seja, sem propriedade intelectual, permitindo que qualquer um possa produzi-lo, sendo necessária apenas uma impressora 3D para realizar sua confecçãoAlém disso, em parceria com o Tecnopuc, os estudantes desenvolveram um dispenser de álcool gel e medidor de temperatura.  

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Eclipse / Foto: Divulgação

Durante o isolamento, o entretenimento ganhou um papel importante na vida de todos. Nesse sentido, o curso de Produção Audiovisual conseguiu, apesar das restrições, entregar oito filmes à comunidade em 2020. Nesse semestre, mais oito devem ser produzidos sendo que, destes, já foram iniciadas as gravações de dois. As produções são realizadas no TECNA 

O curso de Relações Públicas, por sua vez, abordou com frequência o tema comunicação na pandemia: foram realizadas lives sobre o assunto por meio da plataforma Zoom, contando com convidados e audiência de todo o Brasil. Além disso, em janeiro de 2021 houve uma oficina de verão sobre Atendimento ao Cliente: crise e gestão em tempos de pandemia. Ainda em 2020/2, os estudantes do  semestre do curso criaram projetos voltados para organizações e empresas, orientando sobre posicionamentos de comunicação e relacionamento com seus públicos neste período de pandemia.  

Os estudantes de Publicidade e Propaganda que fazem parte do Laboratório de Pesquisa coordenado pelos professores Claudia Trindade e Ilton Teitelbaum, puderam participar de uma pesquisa qualitativa sobre as questões de mobilidade ligadas ao presente a ao futuro da Pandemia da Covid-19, desenvolvida para o Projeto Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Já nas disciplinas do curso, em Planejamento de Mídia foi realizada, em parceria com a agência Moove, uma campanha de valorização dos médicos e profissionais da saúde em meio à pandemia a ser utilizada pelo Cremers. 

Escola de Humanidades 

Populações indígenas e aldeias contra o coronavírus - No Dia do Índio, povos lidam com fontes de renda comprometidas e desafios ambientais históricos

Foto: Unsplash

O Ir. Édison Hüttner, professor do curso de História da Escola de Humanidades da PUCRS, organizou um grupo de voluntariado para auxiliar aldeias indígenas do Ceará. Participam da ação docentes e discentes do programa de Pós-Graduação em História. Por meio do projeto, foram ajudadas comunidades das etnias potiguara, gavião, tabajara e tubiba tapuya. ação visa orientar a utilização de um equipamento de luz ultravioleta (UV-C INFO) pelos profissionais de saúde indígena para a esterilização de superfícies. O aparelho foi desenvolvido pela Hüttechempresa de tecnologia de combate a pandemia de Covid-19, sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e será doado ao órgão responsável. A ação pretende:  

Escola de Ciências da Saúde e da Vida  

Estudantes vacinaram mais de mil pacientes em uma semana e seguem atuando na imunização

Estudantes atuando na imunização / Foto: Divulgação

Estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida fazem parte da equipe que atua na linha de frente no combate ao coronavírus. São eles que estão realizando a vacinação dos grupos prioritários e em uma das primeiras semanas de vacinação chegaram a imunizar mais de mil pessoasAlém disso, eles atuam nos cuidados hospitalares dos pacientes internados por Covid-19 no Hospital São Lucas da PUCRS 

Já o curso de Psicologia da Escola, por meio do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), criou um programa de acolhimento na pandemia, disponibilizando atendimento online e gratuito. Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraeso SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano, no entanto, devido à situação de crise sanitária, em 2020 o serviço teve uma pausa para adaptações entre os meses de março a agosto, retornando com capacidade de 25% em função dos protocolos sanitários. 

Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados à modalidade online e em março foi iniciado o programa de acolhimento. As inscrições para a primeira edição iniciaram no dia 19/3 e foram encerradas em 72 horas, após o alcance de 500 inscritos que esgotaram a capacidade de atendimento dessa edição 

Por fim, diversas cartilhas de conscientização sobre os mais variados temas foram desenvolvidas pela Escola: o SAPP produziu orientações sobre saúde mental e a vida a dois na pandemiasaúde mental na pandemia e violência doméstica (visando orientar profissionais a identificarem sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes), além de sugerir cuidados para a comunidade acadêmica 

Há, ainda, a força-tarefa PsiCOVIDaque surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. O grupo publicou mais uma série de cartilhas de assuntos como enfrentamento do estresse durante a pandemiaatividades físicas para realizar durante a pandemia e combate à Covid-19 para idosos. 

Dezoito estudantes do curso de Fisioterapia da PUCRS realizam estágio junto à equipe de Fisioterapia do HSL na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19 / Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

Todas as cartilhas podem ser conferidas na página sobre o coronavírus no portal da PUCRS e na página do SAPP. 

O curso de Fisioterapia, em parceria com o Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas, está auxiliando na recuperação de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. Para isso, estão utilizando tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Dessa forma, é possível realizar a retomada da força física, do controle e da coordenação motora além de aspectos lúdicos. 

Escola de Direito 

O programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais realizou uma série de conteúdos em vídeo para fornecer orientações sobre o Direito e a pandemia. As produções estão disponíveis para acesso e alguns temas abordados foram:  

Além disso, a Escola de Direito realizou a publicação de alguns livros como o Ciências Criminais e Covid-19, do professor Nereu Giacomolli e o Direito de Família no Pós-Pandemia: repercussões jurídicas no “novo normal”, desenvolvido pelo grupo de estudos Temas Atuais de Direito das Família, coordenado pelo professor Daniel Ustarroz. Para o lançamento do último, foi realizado um congresso virtual, composto por uma série de palestras, as quais ficaram salva para acesso posterior no canal do professor Daniel no YouTube 

 

Leia também: Laboratórios do Tecnopuc apoiam soluções de enfrentamento a Covid-19 

 

 

 

 

 

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Eclipse / Foto: Divulgação

Mesmo com a pandemia e a necessidade de distanciamento social, o curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos) não deixou de produzir conteúdo. Durante o segundo semestre de 2020, estudantes de diferentes semestres realizaram curta metragens exibidos em sessões públicas realizadas pelo Youtube e com posterior debate na plataforma Zoom. Ao todo, oito filmes participam da exibição.

Fabiano Grendene de Souza, coordenador do curso e professor da disciplina de Realização V, na qual foram produzidos três dos oito filmes, conta que a exibição online não era realizada antes da pandemia, mas que foi a maneira encontrada pelo curso para continuar promovendo eventos de integração com a comunidade. Entretanto, mesmo tendo sido proposto em momento emergencial, esse modelo trouxe benefícios. Fabiano acrescenta que uma importante característica dessa modalidade é a democratização de opiniões sobre o processo de produção dos filmes; enquanto nos eventos presenciais, normalmente, as falas sobre o filme são monopolizadas pelos diretores, nos debates realizados pelo Zoom, toda a equipe participa, trazendo diferentes visões sobre a produção.

Cristiane Mafacioli, decana da Famecos, por sua vez, pontuou que durante a pandemia o setor audiovisual foi bastante prejudicado, inclusive as grandes produções e, por isso, comemora muito a produção desses filmes que apenas foram gravados quando os protocolos de segurança do governo estadual permitiram. Ainda, segundo ela, foi um grande aprendizado tanto para os profissionais, quanto para os estudantes que enfrentaram esse desafio, mostrando que não há barreiras intransponíveis. Por fim, demonstrou sua gratidão a todos os professores, alunos e técnicos que trabalharam em torno de um objetivo comum, fazendo com que essas produções fossem possíveis.

Novas soluções para novos desafios do audiovisual

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: A Cidade É Ela / Foto: Divulgação

Fabiano acredita que produzir filmes é, em condições normais, um desafio, mas que produzir com a necessidade de distanciamento social, esse desafio se torna ainda maior. Apenas os filmes de conclusão de curso, produzidos pelos formandos, foram gravados presencialmente com equipes de 15 a 20 pessoas. Para isso, a PUCRS disponibilizou EPI’s, além de uma higienista para cuidar da profilaxia do local; os estudantes, por sua vez, precisaram realizar algumas mudanças no roteiro de seus filmes a fim de respeitar a necessidade de distanciamento social e, além disso, realizaram escalas para os momentos de alimentação da equipe. Todos os protocolos exigidos pelo governo estadual foram seguidos e, como comenta o coordenador do curso, houve muito profissionalismo no set de filmagem.

As demais disciplinas – de segundo e quarto semestres -, para as quais os alunos produziram seus curtas, foram realizadas na modalidade online. Alunos de quarto semestre produziram animações, evitando a necessidade de gravações presenciais, enquanto os estudantes de segundo semestre optaram por realizar documentários, gravados, com exceção de um deles, na casa dos estudantes, sem encontros presenciais. O resultado dos filmes foi, como destaca Fabiano, muito positivo.

A primeira sessão de apresentações ocorreu no dia 9 de dezembro, com a exibição das animações Despertar do Eclipse, de Patrícia Cristiane, e Fatale, de Julio Carissini. Participaram do debate os cineastas Otto Guerra e Frederico Pinto. Produzir animações em seis meses é um trabalho que exige muita entrega e profissionalismo, comenta Fabiano, que relata ter sentido muitas emoções durante as apresentações ocorridas.

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Mikaela / Foto: Divulgação

As expectativas do coordenador em relação aos filmes é alta. No dia 10 de dezembro ocorreu a segunda sessão de apresentações na qual foram exibidos três documentários produzidos por estudantes do segundo semestre. “É muito interessante ver que os alunos, os quais tiveram praticamente todo seu ensino realizado na modalidade online, aprenderam e estão colocando em prática seus conhecimentos”, comenta, não dispensando elogios aos estudantes: “os três têm em comum um olhar afetivo por seus personagens e acho que eles conseguiram entender que fazer documentário, cinema é ter um olhar humanista para a vida, é uma turma muito vigorosa”. Nessa data, foram exibidos os filmes Aurum, de Victor Sartori; A Cidade é Ela, de Giulia Tomasini, e Aqui Dentro, de Gabriel Messias.

Os filmes apresentados na última sessão de exibição são os de conclusão de curso, para os quais houve uma grande produção prévia. Os estudantes de Produção Audiovisual têm duas disciplinas para iniciarem as produções dos filmes antes de sua gravação, ocorrida no último semestre do curso, ou seja, começaram a elaborar os filmes exibidos um ano antes de exibi-los ao público. Os filmes a serem exibidos em 15 de dezembro são Sophia, de Marcela Maldonado Ruiz; Aliena, de Pedro Spieker, e Mikaela, de Guilherme Pacheco.

Fique por dentro da programação

Todas as sessões são realizadas de maneira virtual e síncrona, transmitidas pelo YouTube, sempre às 19h. Confira os links para assistir às sessões e aos debates abaixo:

As mulheres brasileiras estão fazendo história no cenário audiovisual. Cada vez mais elas assumem não apenas o protagonismo das narrativas em frente às câmeras, mas também os bastidores de séries produzidas no Brasil

No dia 9 de setembro, das 18h às 19h30, no canal da PUCRS no YouTube, a Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) promove uma conversa sobre protagonismo das mulheres na indústria criativa. As convidadas são Camila Groch e Janaína Fischer. 

Camila é produtora executiva de séries, filmes e conteúdo, entre eles Coisa Mais Linda (Netflix), Modo Avião (Netflix) e Cheiro do Ralo. Janaína é diretora e roteirista, atuou em Todas as Mulheres do Mundo (Globoplay), Doce de Mãe (Rede Globo) e Vida de República (Canal Futura).  

Para participar é preciso se inscrever neste link e aguardar as orientações de acesso.  

Representatividade 

Em 2014primeira vez em que se obteve dados sobre gênero no cinema brasileiro, as mulheres dirigiram apenas 10% dos filmes lançados comercialmente em salas de exibição. Segundo o último levantamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine)em 2018 as mulheres foram responsáveis pela direção de 22% dos títulos. Um aumento considerável, mas que ainda exige mais: as obras dirigidas por mulheres concentraram apenas 12% do públicoou seja, elas ainda não estão na direção dos filmes de maior bilheteria.  

O potencial da indústria criativa 

Em 2017, apenas no Rio Grande do Sul, a economia criativa empregou formalmente 130.079 profissionais. Os dados do Departamento de Economia e Estatística mostram que, no Estado, o setor cultural e a indústria da criatividade empregam mais do que as tradicionais fábricas calçadistas e automobilísticas.  

Este é um dos motivos pelos quais o curso de pós-graduação em Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais da PUCRS pretende promover uma ampla visão do mercado audiovisual local e nacional. Pensado para potencializar a atuação de profissionais das diferentes áreas da indústria criativa como produtores, gestores, realizadores e roteiristas, está com inscrições abertas até o dia 1º de outubro, quando iniciam as aulas.  

Segundo o coordenador do curso, professor Eduardo Wannmacher, além de aprender com professores que são referência no mercado audiovisual nacional e internacional, os estudantes têm a possibilidade de interagir com espaços de trabalho, como o Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul (Tecna/PUCRS).  

Ele explica que o debate sobre a produção em séries está presente no curso pois o formato assumiu protagonismo no mercado audiovisual, tanto por parte dos produtores quanto do público. “As plataformas de streaming apresentam conteúdos e formatos que demonstram a cultura de consumo na atualidade. Essa é a oportunidade dos roteiristas e realizadores formatarem projetos, de acordo com as tendências de produção, no Brasil e no mundo”, ressalta. 

Fazendo séries brasileiras: a perspectiva das mulheres em frente e atrás das câmeras 

Convidadas 
Camila Groch, Produtora Executiva de Coisa Mais Linda/Netflix 
Janaína Fischer, Roteirista de Todas as Mulheres do Mundo/Globoplay  

9 de setembro, das 18h às 19h30, no canal do Youtube da PUCRS.  

Inscrições: https://lp.rlkpro.com/l/mbom5aABF1187 

 

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Em 19 de junho é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro / Foto: Bruno Todeschini

Neste período de isolamento social, ir ao cinema é uma das atividades de lazer que mais está fazendo falta para os amantes da sétima arte. A sala escura e a tela em branco diante de poltronas ocupadas por indivíduos – que estarão diferentes quando subirem os créditos – já deixa saudades nos corações cinéfilos. Ao mesmo tempo, a televisão de casa se torna cada vez mais requisitada, proporcionando momentos de imersão em uma realidade diferente, em uma história nova ou no conforto de um clássico capaz de fazer esquecer, por 90 ou 120 minutos, as angústias da vida.

Não à toa, os cine drive-in ressurgiram com força neste mês. Além de arte que inspira e encanta espectadores, o cinema é um mercado importante, que emprega cerca de 300 mil profissionais e movimenta significativamente a economia no Brasil. “É uma atividade geradora de trabalho e renda, com produtos que não têm data de validade, comercializados via licenciamento a qualquer tempo”, diz o professor João Guilherme Barone, docente do curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS.

Um registro da história e reflexo da sociedade

Hoje, 19 de junho, é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro. A data se refere ao ano de 1889, quando ítalo-brasileiros registraram as primeiras imagens em movimento no Brasil. E, desde então, o cinema nacional passou por diversas fases, acompanhando e se adaptando às mudanças de formato – das bitolas super-8 à digitalização – e da sociedade, enfrentando momentos críticos para a liberdade de expressão e passando e passando por períodos com políticas públicas mais estruturadas e favoráveis à área nas duas últimas décadas.

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Assim, não é errado dizer que o cinema ajuda um pouco a contar a História. Para Barone, ele é um reflexo da sociedade:

“Acredito que a capacidade de representar a sua história, com maior ou menor quantidade de filmes ou ênfases em determinados períodos, é um indicativo da força da indústria audiovisual de um país”.

O professor acredita que, no Brasil, existe uma memória relativamente acessível através do cinema, embora ainda incompleta, se comparada com as cinematografias de países como França, Alemanha, Itália e Estados Unidos. “Algumas lacunas existem. Talvez nos faltem ainda mais filmes sobre a formação do Brasil, considerando os primeiros três séculos após o descobrimento. Nessa periodização, algumas questões estão ainda em pauta, como a situação dos povos indígenas, a escravidão, as consequências da exploração da natureza, as crises e conflitos do Império e da República etc.”.

Cinema em tempos de streaming: novas possibilidades de circulação

Atualmente, as produções audiovisuais encontram no streaming novas possibilidades de circulação. Para Barone, esses serviços são decorrência dos avanços tecnológicos que começaram com a revolução digital, ainda em 1990. “Anteriormente, a circulação da obra cinematográfica estava restrita à sala de cinema, ao mercado de home video (com as locadoras) e à televisão (aberta ou por assinatura)”. Agora, com a liberdade de se assistir a um filme em casa, independentemente da programação de uma emissora de televisão ou da sala de cinema, o professor acredita que “há uma mudança radical no comportamento do público que vai ao cinema e que também gosta de consumir em casa”.

O cinema como espetáculo a ser desfrutado em uma sala específica para isso, segundo Barone, nunca poderá ser oferecido da mesma forma em um ambiente doméstico. “Ao mesmo tempo, há um dilema relativo ao tamanho do circuito exibidor mundial, que, com mais de 250 mil salas, ainda é insuficiente para poder lançar todos os filmes produzidos no momento certo e mantê-los em cartaz pelo tempo ideal para que todos possam assistir”, observa. No Brasil, por exemplo, os blockbusters internacionais chegam a ocupar 80% das 3.200 salas, fazendo com que filmes nacionais não encontrem lugar no circuito. “Estes poderão ser vistos no streaming, pouco tempo depois do lançamento nas salas e até quando não são lançados nos cinemas”, pontua.

O professor Carlos Gerbase aponta que, para as séries nacionais, o streaming é ainda mais interessante, uma vez que a remuneração de um produto único, como um longa-metragem, costuma ser pequena. “Ainda assim, esse mercado beneficia muitos produtos de qualidade que teriam dificuldade em encontrar seu espaço de divulgação em outros meios”, afirma.

Universidade: onde (também) se faz cinema

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Teccine foi lançado em 2003 na PUCRS / Foto: Camila Cunha

O curso de Produção Audiovisual da PUCRS foi lançado em 2003. Antes disso, tanto Barone quanto Gerbase já lecionavam na Universidade, compartilhando com os estudantes o que há anos viviam na prática. “Minha relação com o cinema começou na infância, no Rio de Janeiro, assistindo a desenhos animados e filmes de aventura, mas também através da literatura”, lembra Barone. Carioca, conta que o pai escrevia roteiros e que visitou algumas produtoras com ele na época: “Na juventude, foi inevitável me tornar um cinéfilo apaixonado”.

O professor veio para Porto Alegre em 1977, em função de uma proposta de trabalho. “Aqui, fui acolhido pela Famecos, onde encontrei um ambiente muito estimulante em relação ao cinema”. Em 1985, em parceria com Enio Staub, colega jornalista, concluiu a produção de um documentário em 16 mm sobre a violência política no Cone Sul: “O filme recebeu o prêmio de Melhor Curta Gaúcho no 13º Festival de Gramado, além de outras premiações, e eu achei que era o momento de me dedicar profissionalmente a escrever e dirigir”.

A atuação na academia vem desde 1993, sendo que, cinco anos depois, assumiu a coordenação do curso de especialização em Produção Cinematográfica da Famecos – que foi o embrião para a criação do curso superior de tecnologia em Produção Audiovisual (Teccine). “O projeto do Teccine foi uma grande experiência de aprendizado, compartilhada com o Carlos Gerbase, e até hoje é uma referência em inovação no ensino de cinema”.

Gerbase começou a se interessar por cinema quando já cursava Jornalismo na Famecos, e essa relação também se deu através da literatura. “Eu já escrevia contos quando conheci o colega Nelson Nadotti, que fazia cinema em super-8. Achei que seria interessante se pudesse contar histórias dessa forma”. Os dois, junto com Hélio Alvarez, desenvolveram o filme Meu Primo, em 1979:

“Esse filme foi muito importante pra mim. Acabou sendo a porta de entrada pro mundo do cinema e eu não parei mais”. 

Professor da Famecos desde 1981, acredita que a Universidade forma pessoas talentosas e que uma prova disso é a elevação da qualidade dos filmes produzidos no Estado. “O Rio Grande do Sul demorou um pouco a entrar no mercado da educação audiovisual, mas entrou muito bem e os resultados são evidentes”, aponta.

Cinema, ciência e tecnologia

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Estrutura do Teccna tem capacidade para receber projetos de filmagens e e oferecer todo o fluxo de pós-produção / Foto: Bruno Todeschini

Segundo Barone, a Universidade tem e terá um papel cada vez mais importante no desenvolvimento da atividade audiovisual como um todo. “É preciso relembrar que o cinema nasce como produto da ciência e da tecnologia no final do século 19. Uma câmera fotográfica capaz de registrar o movimento levou ao surgimento de um novo espetáculo público, que se transformou em mídia social e com uma dimensão industrial planetária”, recorda.

O professor destaca o Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul (Tecna), como um marco para a produção no Brasil: “É a única iniciativa de uma universidade brasileira para construir uma infraestrutura dedicada ao audiovisual, compartilhada com o mercado. O Tecna é um espaço de convergências e inovação, com ambientes tecnológicos de ponta que até bem pouco tempo eram inacessíveis à produção independente no Rio Grande do Sul e no Brasil”.

O centro, que teve sua estrutura completa inaugurada em novembro de 2019, tem capacidade para receber projetos de filmagens e oferecer todo o fluxo de pós-produção, incluindo mixagem em padrão THX para filmes, comerciais, musicais, séries, animação e games. Ao mesmo tempo, atende programas de formação regular ou de capacitação para os novos profissionais. “Certamente vai trazer muitos benefícios ao setor de produção nacional”, acredita Barone.

Ensinamentos e aprendizados que atravessam gerações

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Registro do filme Inverno preservado no acervo do Delfos / Foto: Fernando Wittboldt Rocha

Além de ser um espaço de produção cinematográfica, a Universidade também é lugar de preservação da memória. Exemplo disso são arquivos mantidos pelo Delfos. Um dos registros encontrados no acervo diz respeito ao filme Inverno (1983), de Carlos Gerbase, com Giba Assis Brasil como assistente de direção e montador. Em um provável release, consta que o filme foi dublado e sonorizado nos estúdios da Famecos. “O som do filme é muito bom, comparado com o que fazíamos nos filmes anteriores, que era na base da fita cassete em estúdios caseiros. Ali já deu pra ver que era possível brincar um pouco mais com o som. Inverno foi uma escola para mim e as lembranças que eu tenho desse período são as melhores possíveis”, conta o professor, que vê a Famecos também como sua casa.

“Acho que a gente pode falar de pelo menos quatro gerações de cineastas que tiveram sua base na PUCRS. Em mais de 40 anos, muitos cineastas tiveram suas carreiras diretamente ligadas à Universidade”, aponta.

Um dos profissionais que Gerbase considera da “segunda geração” e que atua como professor na PUCRS há 14 anos é Gustavo Spolidoro. Seu primeiro filme, Velinhas (1998), é um curta metragem de 16mm, que ganhou os prêmios de Melhor Direção em Gramado e de Melhor Filme e Direção no Festival de Brasília. “Foi aí que começou minha carreira. Um tempo depois comecei a dar aula, fiz e sigo fazendo outros filmes”. Atualmente envolvido em três produções, Spolidoro diz que o mais lhe encanta em fazer cinema é o processo:

“Pensar num roteiro, numa equipe, nos festivais… é tudo muito interessante. A alegria de fazer cinema vem daí e das relações que a gente estabelece”. 

Gerbase considera essa possibilidade do trabalho coletivo como algo muito forte do cinema. “Ele é feito coletivamente e também é assistido coletivamente, e pra mim isso foi muito importante, pois me colocou em contato com pessoas talentosas e interessantes. Além disso, eu acho muito bacana quando muitas pessoas estão concentradas em volta da mesma história. O ser humano é um animal social, então contar histórias socialmente é muito bom”. Talvez por isso as salas de cinema estejam fazendo tanta falta.

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Professor Fabiano Grendene / Foto: Cassiana Martins

Além do entretenimento, bons filmes sempre agregam culturalmente. Quem nunca se viu envolvido com um enredo, emocionado com a história de um personagem ou encantado com a produção cinematográfica?

Para quem deseja adquirir conhecimento profissional sobre o mercado audiovisual, atuando na criação em diversas áreas do setor, a especialização em Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais é a dica. E o melhor: está com inscrições abertas.

Já para quem quer entrar no clima da premiação do Oscar, que acontece no dia 9 de fevereiro e consagra as melhores obras do cinema mundial produzidas em 2019, o professor Fabiano Grendene, coordenador do curso de Produção Audiovisual da PUCRS, sugere dois indicados à Melhor Filme. Para completar as cinco dicas, obras já premiadas no Festival de Cannes. Confira a lista completa de sugestões para aproveitar o verão assistindo grandes produções do cinema:

2020_01_16-historia_casamento1. História de um Casamento, direção de Noah Baumbach (2019)

“O filme já arrebata desde a abertura fulminante. Sabemos que um casal vai se separar, mas ficamos impactados pela maneira como Baumbach inicia essa jornada: um protagonista falando do outro, geralmente de forma elogiosa. Trabalham juntos, cuidam do filho, são felizes. Ou melhor, eram”.

Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Laura Dern no Globo de Ouro. Seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme.

2020_01_16-o_irlandes2. O Irlandês, direção de Martin Scorsese (2019)

“Em mais de três horas, Scorsese faz uma reflexão sobre o tempo, as transições da vida e o fim. Em primeiro plano, há uma história de máfia, permeada por traição, sangue e culpa. Mas ainda há algo por trás, a meditação sobre o encerramento de uma fase épica no cinema, personificada por Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci e Harvey Keitel.  Em homenagem a todos eles, vale a pena ver sem interrupção”.

Dez indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme.

2020_01_16-atlantique3. Atlantique, direção de Mati Diop (2019)

“O filme mostra uma trama que se passa nos subúrbios de Dakar (cidade que costumamos associar ao famoso rali). No filme, os primeiros minutos já nos apresentam a dura realidade do local, marcado pela exploração dos trabalhadores que pegam pesado na construção e ainda não recebem salário”.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri, no Festival de Cannes, em 2019.

2020_01_16-retrato_jovem_em_chamas4. Retrato de uma jovem em chamas, direção de Céline Sciamma (2019)

“Ao mostrar o nascimento de um amor aparentemente sem futuro, Retrato de uma Jovem em Chamas capta a beleza dos instantes únicos que marcam o início de uma relação. De quebra, sublinha como a arte pode espelhar a subjetividade humana. O plano final, um dos desfechos mais poderosos do cinema recente, comprova isso”.

Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes de 2019.

2020_01_16-vida-invisivel5. A vida Invisível, direção de Karim Aïnouz (2019)

“Eurídice e Guida, duas irmãs separadas pelo machismo paterno, acabam vivendo na mesma cidade, mas nunca se encontram. Os enquadramentos elípticos valorizam não só a imagem vista, mas o que não é mostrado. O som, rico em texturas que evocam a natureza, ajuda a transformar A Vida Invisível em uma experiência sensorial”.

Prêmio de Melhor Filme na Mostra Um Certain Regard, no Festival de Cannes de 2019.

Sobre o professor

Fabiano Grendene é roteirista e diretor de cinema e televisão desde 1996, tendo realizado oito curtas-metragens e os longas-metragens A Última Estrada da Praia (2010) e Nós Duas Descendo a Escada (2015). É coordenador do curso de Produção Audiovisual e professor na especialização em Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais.

Curso de Produção Audiovisual

O diplomado em Produção Audiovisual pela PUCRS poderá atuar em roteiro, produção, direção, captação e edição de imagem e som e pós-produção, para obras de diferentes gêneros e formatos.

O curso também possui integração com o Tecna – Centro Tecnológico Audiovisual do RS, referência na produção audiovisual gaúcha. Já passaram pelo Centro cenas de cinema, filmes publicitários, séries do Netflix, conteúdos para internet e games.

Ficou interessado no curso? Ele está com inscrições abertas para o próximo semestre. Saiba mais sobre como ingressar em Produção Audiovisual.

 

Flores

Foto: reprodução

O curta “Flores”, produzido por alunos e diplomados do curso de Produção Audiovisual (Teccine), da Escola de Comunicação, Artes e Design, está marcando presença em festivais internacionais. Participou da 2ª Muestra de Cine Queer, em Bucaramanga (Colômbia), do 10º OMOVIES – LGBT Q Film Festival, em Napoli (Itália), do 6º Mumbai Shorts International Film Festival 2017, em Mumbai (Índia) e de 23 a 25 de fevereiro estará no Watersprite Film Festival, em Cambridge (Inglaterra). Ainda, foi selecionado para a 4ª Edição do Tlanchana Fest, Festival de Cine y Arte Digital, que acontecerá em Metepec, no México, de 11 a 15 de Abril. Além disso, também integrou a programação de eventos nacionais, no 10º Festival Curta Cabo Frio (RJ), na Mostra Criar na Cidade (Pelotas/RS), no 3º FFF – Festival de Filmes de Faina (GO) e no Cine MIS – Mostra de Cine Museu da Imagem e do Som (SP).

Escrito e dirigido pelos estudantes Vado Vergara e Henrique Bruch, o curta é uma realização do Teccine e da Pocilga Filmes, e conta com atuação de alunos do Teccine em diversas funções, como produção executiva, arte e produção de elenco, entre outras. As imagens foram feitas no LAB V, da PUCRS, com duas diárias na “Ocupação Violeta”. Já a edição e finalização de som e imagem duraram um ano após a formatura dos estudantes, em julho de 2016, e foram realizadas pela produtora de Vergara. “A PUCRS foi de essencial participação na trajetória do filme, desde a contribuição do conhecimento disponibilizado na formação acadêmica até a facilitação da produção de um filme, que hoje em dia está cada vez mais difícil com o sucateamento da cultura e todas as áreas sociais. Somos muito gratos pela liberdade de fazer o filme, tanto na forma quanto no conteúdo, e de poder circular um discurso sobre temas tão polêmicos na atualidade”, afirma.

Flores

Foto: Grégori Bertó

No festival Watersprite, o curta concorre na categoria de melhor cinematografia. Vado recebeu um convite para representar o filme e participar presencialmente da premiação. Ele embarca para a Inglaterra em 19 de fevereiro. “Fiquei muito feliz com reconhecimento do trabalho. O mais legal disso tudo são as possibilidades que a seleção no festival proporciona e o quanto isso pode interferir positivamente na distribuição e trajetória do filme dentro do circuito de festivais”, avalia. Dentro da programação do festival, acontecerá o evento Pitch Perfect, para o qual Vergara enviou seu próximo projeto chamado “Front”. Caso seja selecionado e vença, ele terá a oportunidade de apresentá-lo para profissionais da BBC e da Bankside Films.

O curta de 17 minutos aborda o crescimento de grandes centros urbanos e mercado imobiliário enquanto pessoas são despejadas destes espaços que estavam ociosos e acompanha o dia de dois jovens que buscam compreender a relação afetiva que os une. Um deles, artista visual, divide a moradia ocupada com uma mulher trans de 70 anos viciada em drogas e busca a realização profissional em outra cidade.

Antes do Lembrar

Antes do lembrar

Foto: reprodução

Outra produção de diplomados do Teccine também marcou presença em terras estrangeiras. O curta “Antes do Lembrar”, realizado pela produtora Pátio Vazio, de Luciana Mazeto e Vinicius Lopes, e com produção executiva de Leandro Engelke, integra a mostra Bright Future Short do Festival Internacional de Filmes Rotterdam. O evento ocorre entre 24 de janeiro e 4 de fevereiro. O filme de 20 minutos explora o ato de contar e recontar histórias em sítios arqueológicos do RS e mostra como o homem recria o mundo a sua volta.