A PUCRS faz a diferença na vida das comunidades há décadas por meio de serviços e projetos que levam a sua marca de credibilidade e tradição. Os milhares de atendimentos têm um duplo papel social. Ao mesmo tempo em que beneficiam a população em situação de vulnerabilidade, contribuem com a formação dos universitários. Contando com o suporte dos professores, eles vivenciam os desafios da futura profissão a partir das necessidades das pessoas.
Para os estudantes, é uma aprendizagem que serve ao longo da vida. “O contato com a realidade social toca também a dimensão humana do aluno, fundamental na formação”, constata a coordenadora do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (Sapp)/Escola de Ciências da Saúde, Roberta Monteiro. A estagiária do Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Sajug)/Escola de Direito Vitória Garbin, no 10º semestre de Direito, ilustra esse aspecto: “Eu não tinha muita noção do mundo antes de atuar na Vila Fátima. Valorizo mais o que tenho e consigo entender melhor as escolhas dos outros, sem julgamentos e preconceitos”.
Em 2020, serão 40 anos de presença da PUCRS no bairro Bom Jesus, mais especificamente na região que tem em torno de 17 mil habitantes. O Centro de Extensão Universitária Vila Fátima (CEUVF) não se resume a uma unidade básica de saúde (UBS), pois oferece uma gama de especialidades e programas. Passam pelo campo de estágio 33 professores por semestre e em média 550 alunos por semana.
Saiba mais sobre a atuação no CEUVF, no Sapp, no Sajug e na Psicopedagogia e conheça iniciativas como o Pré-Vestibular Jovem Montagne; o projeto Conexus – Conexão Social, que busca ampliar o acesso de jovens ao mercado de trabalho; e a oportunidade de ex-jovens aprendizes de trabalharem na Universidade na reportagem completa da Revista PUCRS.
Cerca de 50 estudantes participam do curso pré-vestibular Jovem Montagne, destinado a alunos em situação de vulnerabilidade social. Promovido pela Rede Solidariedade da PUCRS, os estudantes são via a Educação de Jovens e Adultos (EJA) dos colégios maristas Irmão Jaime Biazuse e Vettorello. As aulas ocorrem no Campus da Universidade (Prédio 40 – sala 814).
A proposta da iniciativa é oferecer um curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibular. Formados por voluntários, a equipe de docentes é composta por professores da PUCRS e profissionais renomados na área de curso pré-vestibular. As aulas acontecem semanalmente, no turno da tarde, com duração de maio a dezembro deste ano. São realizadas as disciplinas de português e redação, filosofia, literatura, história, matemática, física, geografia, inglês e espanhol, química e biologia.
Responsável pelo pré-vestibular Jovem Montagne, a professora da Escola de Humanidades da PUCRS, Ana Márcia Martins da Silva, destaca que a ação visa criar um ambiente de aprendizagem agradável, alegre e afetivo. “Esses jovens poderão transformar as suas vidas, realizando o sonho de ingressar no ensino superior”, enfatiza.
Segundo o idealizador da ação, o professor do programa de Pós-graduação em Letras e Escrita Criativa, Altair Teixeira Martins, esses estudantes são a essência da transformação, tanto para os mesmos como dos professores envolvidos. “Depositamos as nossas esperanças na sala de aula, um espaço nobre para partilha”, frisa.
Com a vontade de realizar o curso de Biotecnologia, Edinilson Jesus Silva do Amaral, 34 anos, aluno do Colégio Vettorello, destaca que está no caminho certo por meio da busca do conhecimento. “Estou bem motivado e orgulhoso, alimentando o meu sonho que é chegar na Universidade”, comenta.
Para Marcela Eduarda Oliveira da Silva, 18, essa oportunidade de estudo tem sido gratificante. “Está sendo muito importante esse pré-vestibular. Eu quero fazer Psicologia, porque gosto de trabalhar com as pessoas, as suas mentes”, relata.
No dia 28 de outubro de 1816, um acontecimento foi decisivo para o padre Marcelino Champagnat colocar de imediato em prática o seu sonho de fundar uma congregação de Irmãos. O jovem sacerdote foi chamado à casa de um carpinteiro em Les Palais, na França. Um rapaz de dezessete anos, Jean-Baptiste Montagne agonizava e ignorava completamente as verdades da fé. Em seguida, Champagnat foi visitar outra pessoa doente na região. Quando voltou à casa da família Montagne soube que o rapaz tinha falecido.
A falta de conhecimentos de Jean-Baptiste sobre Jesus Cristo convenceu Champagnat de que Deus o chamava para fundar uma congregação de Irmãos destinada a evangelizar os jovens, especialmente os mais abandonados. De regresso à casa paroquial de La Valla, Marcelino decidiu pôr imediatamente o seu plano em ação. Neste encontro, os dois saem modificados, Champagnat ensina a Montagne as coisas de Deus e Montagne lhe ensina que não há mais tempo a perder. Neste sentido, a experiência Montagne foi fundamental para a fundação do Instituto Marista.