curso de medicina, Gustavo Dalto, Internacionalização, prouni

Gustavo Dalto foi selecionado para uma bolsa de PhD nos EUA/Foto: acervo pessoal

A desigualdade no Brasil se agravou após o período de pandemia. E, mesmo após se recuperar do pico ocorrido nos últimos três anos, a desigualdade de renda nas metrópoles brasileiras voltou a apresentar tendência de alta, conforme pesquisa realizada pela PUCRS. Neste cenário, a esperança pode parecer longínqua – mas existe, e está na educação 

“A desigualdade faz com que a gente possa entender que nem todo mundo tem o mesmo ponto de partida. Saímos de pontos muito diferentes”, comenta Gustavo Dalto, médico graduado pela PUCRS que representa o poder transformador da educação. 

O jovem foi contemplado com bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) e pelo Ciências Sem Fronteiras, o que o permitiu que, mesmo com dificuldades financeiras, estudasse em uma universidade particular e vivenciasse uma experiência no exterior. Então, ele foi selecionado para uma bolsa de PhD nos Estados Unidos. Vale a pena conhecer essa trajetória. 

Referências que importam  

Gustavo é natural de Nonoai, município com menos de 15 mil habitantes que fica na fronteira do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nascido no interior e em uma família de baixa renda, ele sempre teve alguém em quem se inspirar nos estudos: sua mãe, Maria Doraci. O médico relembra o período em que a ajudava com os estudos enquanto ela realizava o supletivo para concluir o Ensino Médio. Na época, ela tinha cerca de 40 anos. Falecida aos 45, quando Gustavo tinha apenas 12 anos de idade, sonhava em ser médica.  

Segundo Gustavo, ela sempre foi apaixonada por saúde: atuou como auxiliar de enfermagem e, após concluir o Ensino Básico, iniciou um curso técnico na área. Apesar de não ter se graduado, sempre incentivou os filhos a estudarem: “Para mim, a vontade dela em concluir seus estudos sempre foi uma motivação”, relembra o médico.  

Gustavo acredita que as pessoas próximas são responsáveis, de certa forma, por suas conquistas: “Eu não teria chegado até aqui se não fosse por essas pessoas, e por elas eu me mantenho onde estou. Elas foram quem eu precisava ter ao meu redor”, explica. 

Vestibular para medicina: um processo difícil  

Síntese de Indicadores Sociais, publicada pelo IBGE, aponta que apenas 36% dos estudantes que concluem o Ensino Médio em escolas públicas ingressam no Ensino Superior. Gustavo foi exceção à regra e o que possibilitou que o jovem realizasse uma graduação foi o ProUni, pelo qual obteve bolsa integral.  

À época, ele não possuía internet em casa, o que tornava difícil obter informações sobre locais em que poderia estudar:  

“Até que assisti, numa sexta-feira à noite, um documentário no Globo Repórter mostrando a PUCRS e o trabalho do professor Ivan Izquierdo com a ideia de construir o Instituto do Cérebro. Foi então que eu me interessei e descobri que a Universidade oferecia vagas em Medicina pelo ProUni”, comenta.  

Quando aplicou para a tão sonhada vaga, Gustavo estava no último ano da escola e sua rotina dificultava os estudos, já que ele trabalhava e estudava. O estudante tinha ajuda de Vera Rigo, uma professora de português que revisava suas redações. Fora isso, estudou por menos de um semestre em um cursinho preparatório. Apesar de ter se preparado praticamente sozinho, realizando exercícios e provas anteriores, a aprovação veio no mesmo ano.  

Leia também: Documentário reforça legado deixado pelo professor Iván Izquierdo 

Uma Universidade de oportunidades 

curso de medicina, Gustavo Dalto, Internacionalização, prouni

O estudante ingressou cedo na Iniciação Científica/Foto: acervo pessoal

Ensinar também é uma forma de aprender. Por isso Gustavo realizou diversas monitorias durante sua formação. Em seguida, tornou-se bolsista de Iniciação Científica no Instituto de Toxicologia e Farmacologia da PUCRS, sob orientação da professora Maria Martha Campos, por quem o estudante nutria um grande carinho: “Ela é uma das pessoas que eu mais tenho como exemplo pessoal e profissional. Para mim é uma educadora completa, que me ensinou muito mais do que ciência e, sem dúvidas é uma das pessoas mais inteligentes que eu encontrei”, relembra.  

Foi justamente por sua experiência de quase quatro anos em pesquisa que obteve sua segunda grande conquista profissional. Na época foram lançados os primeiros editais do programa Ciência sem Fronteiras, que incentivava a formação acadêmica no exterior. Como sua Iniciação Científica era em Farmacologia, ele aplicou para estudar a disciplina na Universidade de Coimbra, em Portugal, tendo sido contemplado pelo edital. Essa experiência representou um grande crescimento pessoal e profissional para o jovem, conforme explica:  

“O Gustavo que saiu do Brasil em 2012 e o Gustavo que voltou para Porto Alegre em 2013 para continuar na faculdade de Medicina eram pessoas diferentes. A internacionalização moldou quem eu sou hoje.”

Além da graduação: uma Universidade que permite crescer 

Após a formatura em Medicina, os diplomados podem optar por iniciar sua atuação como clínicos gerais ou ingressar na residência médica, na qual se especializam em determinada área. Por sua paixão em pesquisa, Gustavo desejava seguir no ramo acadêmico, mas não trabalhar não era uma opção para o jovem.  

curso de medicina, Gustavo Dalto, Internacionalização, prouni

O Hospital São Lucas da PUCRS também fez parte da história de Gustavo/Foto: acervo pessoal

Foi em meio às dúvidas que surgiu a oportunidade: a professora Maria Marta sugeriu que o jovem realizasse um mestrado sob orientação da professora Nadja Schroder (que havia sido orientada pelo professor Ivan Izquierdo). Foi esse caminho que ele optou por seguir enquanto atuava como médico no Hospital São Lucas da PUCRS. Dessa forma, conseguiu se especializar sem a necessidade de deixar de trabalhar e, depois de pós-graduado, tornou-se residente em Neurologia. 

Justamente por realizar essa escolha ele teve a chance de, mais uma vez, estudar no exterior: durante a pandemia, Gustavo foi selecionado para uma bolsa de PhD (o maior grau acadêmico existente) em Neurociências na Universidade de Wisconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos. Se um dia ele sonhou em ingressar na Universidade, sob a inspiração do professor Ivan Izquierdo, agora ele segue atuando na mesma área do mestre.  

Você também pode estudar no exterior 

Já pensou em estudar em uma Universidade em outro país? Todos os estudantes da PUCRS têm essa possibilidade através dos programas de Mobilidade Acadêmica, divulgados pelo Escritório de Cooperação Internacional. Apesar do fim do Ciência sem Fronteiras, a Universidade divulga semestralmente editais com e sem bolsa de estudos para acadêmicos que desejam vivenciar experiências internacionais. 

Além disso, desde 2020 há a possibilidade de estudar em outro país sem sair de casa: com os programas de mobilidade acadêmica virtual, você pode estudar no exterior, cursando disciplinas gratuitamente e aproveitá-las na graduação. Estudantes ProUni ou com créditos educativos podem participar de todos os programas de mobilidade oferecidos pela PUCRS.  

ESTUDE MEDICINA NA PUCRS

Escola Politécnica promove nova certificação internacional em parceria com universidades de cinco países/ Foto: Giordano Toldo

Estão abertas as inscrições para a primeira edição da certificação Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica, certificação internacional ministrada em língua espanhola, desenvolvido pela Escola Politécnica em parceria com cinco universidades estrangeiras, três da América Latina e duas da Europa. Direcionado às áreas de Arquitetura, Engenharia e Design, o curso tem como público-alvo alunos de graduação e pós-graduação com interesse na temática de sustentabilidade, profissionais das áreas de gestão ambiental, arquitetura e urbanismo, engenharias e demais áreas afins. As aulas começam no dia 22 de setembro e vão até o dia 28 de outubro. 

A certificação foi idealizada pela professora Cibele Figueira, do curso de Arquitetura e Urbanismo, e pelo professor Jacinto Almeida, do curso de Engenharia Civil. Além deles, o curso conta com a participação de professores das outras cinco instituições participantes: a professora Rocio Hidalgo, da Pontifícia Universidade Católica do Chile; o professor José Alayon, da Universidade Javeriana, na Colômbia; os professores Reina Loredo e Miguel Bartorila, da Universidade Autônoma de Querétaro, no México; o professor Antônio Antunes, da Universidade de Coimbra, em Portugal; e a professora Miriam Germeno, da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha. Cada instituição tem a cota máxima de 15 inscrições, com o objetivo de garantir a presença de estudantes de diferentes nacionalidades. 

Metodologia inovadora  

A certificação será ministrada na modalidade online ao vivo, utilizando a metodologia Collaborative Online International Learning (COIL), “Aprendizagem Internacional Colaborativa Online” em português. Desenvolvido originalmente pela Universidade de Nova York, o COIL é adotado por instituições de ensino desde 2016. “Essa modalidade tem unido docentes de diferentes partes do mundo e conectado estudantes em uma proposta internacional em formato remoto”, comenta a professora Cibele. 

Ela explica que o COIL já foi testado anteriormente pela Escola Politécnica, na área de Engenharia Química: o curso “Engineering the Future” foi coordenado do professor Allan Morcelli, juntamente com a Catholic University of America, nos Estados Unidos, durante o período da pandemia. A primeira edição teve enfoque em aplicações da biotecnologia na mitigação da fome no mundo, e a segunda edição abordou a bioengenharia na nova fase de exploração espacial, contando com participação de astrofísicos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA). 

Já o novo curso, “Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica”, terá como foco principal a sustentabilidade. A proposta do curso se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especificamente na meta número 11: cidades e comunidades sustentáveis. 

Certificação se baseia principalmente na meta de número 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU/ Foto: Giordano Toldo

“Serão apresentadas soluções urbanas para reduzir os impactos ambientais causados pela atividade humana no mundo. Os participantes terão a oportunidade de conhecer inovações em projetos e ações sustentáveis aplicadas nas comunidades, com o objetivo de promover a harmonia entre os pilares ambiental, social, cultural e econômico. O curso reúne profissionais de diferentes países e formações que apresentarão e discutirão práticas e perspectivas sustentáveis nas cidades ibero-americanas”, explica Cibele. 

A certificação será oferecida de forma online, por meio da plataforma Zoom, tendo um total de 12 encontros ao longo de seis semanas, totalizando uma carga horária de 30 horas. As aulas serão ministradas em espanhol com suporte de monitores brasileiros e cada encontro será realizado de forma simultânea, na hora local dos países de cada instituição. 

Sustentabilidade e internacionalização 

A professora Cibele conta que a ideia de criar um curso com a temática da sustentabilidade em uma colaboração internacional veio de sua própria experiência no exterior. Ela viveu durante 12 anos na Espanha, onde, além de atuar profissionalmente, fez sua pós-graduação e participou ativamente da redIALA (Investigaciones Arquitetônicas para Latinoamérica). O professor Jacinto, também criador do curso, fez o caminho inverso: natural de Portugal, ele veio para o Brasil fazer pós-graduação e também atuou profissionalmente.  

“Estas vivências nos conectaram a profissionais de distintas nacionalidades e o tema das cidades e da sustentabilidade, nos permitiu sonhar com uma maior integração entre nossas áreas de conhecimento em uma busca por vislumbrar soluções para demandas urbanas e socioambientais”, diz a professora. 

Ela destaca o papel fundamental que o Brasil exerce no contexto global para atingir metas sustentáveis no futuro, devido às suas características físicas naturais, além da importância de formar profissionais que saibam agir de forma consciente e consequente no presente. Além disso, há um grande benefício na troca de conhecimentos entre os países envolvidos no projeto: os países latino-americanos de língua espanhola são parceiros fundamentais do Brasil nesse debate, em razão da similaridade de seus contextos ambientais e problemáticas urbanas. A ideia é trazer práticas e experiências a fim de aprender com casos implementados nas cidades latino-americanas. 

“As perspectivas serão apresentadas no que se refere ao planejamento urbano e ao futuro da mobilidade almejados para o contexto ibero-americano. O curso buscará, além das aulas ministradas pelos professores, promover atividades que integrem os alunos das distintas nacionalidades. Uma das metas é aprender com experiências significativas e estabelecer conexões com profissionais e futuros profissionais interessados em projetos de impacto para o desenvolvimento sustentável”, finaliza. 

Faça sua inscrição

Curso aborda movimentos de migração entre Brasil e Portugal

Foto: Pexels

O primeiro contato dos portugueses com o Brasil foi em 1.500, quando Pedro Álvares Cabral aportou no litoral da Bahia. A imigração portuguesa foi bastante expressiva nos dois primeiros séculos da colonização, período que registrou um volume de, em média, 500 pessoas imigrando a cada ano. Seu ápice foi na primeira metade do século 20, quando essa média anual ultrapassou 25 mil pessoas.
Se você quer entender como se deram esses movimentos migratórios, analisar os percursos de vida imigrantes na jornada pré e pós migratória, e observar como foi o estabelecimento de relações entre Brasil e Portugal, inscreva-se no novo curso de extensão gratuito da PUCRS: Movimentos Migratórios e Percursos de Vida entre Portugal e Brasil. 

A capacitação acontece em parceria com a Universidade do Minho , de Portugal, e estuda os fluxos de migração ocorridos entre os séculos 17 e 20. As aulas são realizadas nas segundas-feiras, das 10h às 12h15 (das 14h às 16h15 no horário de Portugal), na modalidade online, e acontecem entre os dias 27 de setembro e 25 de outubro. A programação contará com palestrantes de ambas as instituições.  

Além de ser um curso gratuito, essa é uma chance de conhecer de perto a melhor universidade privada do Sul do Brasil. As inscrições podem ser realizadas online ou presencialmente no Centro de Educação Continuada da PUCRS, localizado na sala 201 do prédio 40.  

Saiba o que você vai aprender  

Para saber mais, acesse o site do curso Movimentos Migratórios e Percursos de Vida entre Portugal e Brasil. 

vice-reitor, jaderson costa da costa, comung, portugal, comitiva

Comitiva do Comung no Instituto Politécnico de LeiriaFoto: Divulgação

O Vice-Reitor da PUCRS, Jaderson Costa da Costa, participa de missão do Consórcio de Universidades Comunitárias do Rio Grande do Sul (Comung), em Portugal. O objetivo é conhecer os ambientes de inovação e instituições de ensino superior portugueses, realizando a conexão dos ecossistemas de ambas instituições e buscando agregar os diferentes componentes do empreendedorismo do Estado.

Costa ressalta que a missão é importante para a diluição das fronteiras no ensino superior e também para o fortalecimento das relações internacionais, em benefício à pesquisa e convênios para os estudantes da PUCRS: “Queremos ampliar as opções de estudo no exterior para os nossos alunos de graduação e pós-graduação. Um exemplo disso é a dupla titulação”, salienta.

O grupo viajou no último sábado, 18 de novembro. Já visitou o Instituto Politécnico de Leiria, onde foi recebido pelo reitor Nuno André Oliveira Mangas Pereira e pelos responsáveis por cada centro. Eles também conheceram o Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto, no município de Marinha Grande.

Na terça-feira, 21 de novembro, a comitiva esteve na Escola Superior de Artes e Design na cidade Caldas da Rainha e se deslocou até o município de Peniche, onde visitou a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar e o Centro de I&D – Formação e Divulgação do Conhecimento Marítimo, junto ao Porto de Pesca de Peniche.

Nesta quarta-feira, 22 de novembro, os representantes de universidades gaúchas seguem em agenda na Universidade do Porto, onde serão recebidos pelo reitor Sebastião Feyo de Azevedo, e conhecerão o Porto Inovação. Nesta quinta-feira, 23 de novembro, o grupo conhece o UPTEC TECH – Polo Tecnológico e Centro de Inovação. O grupo retorna no dia 25 de novembro.

Comitiva

Além do Vice-Reitor da PUCRS, Jaderson Costa da Costa, integram a comitiva o reitor da Universidade de Passo Fundo e presidente do Comung, José Carlos Carles de Souza; a reitora do Centro Universitário Metodista IPA, Anelise Nunes; o vice-reitor, presidente da Fuvates e pró-reitor de Ensino da Univates, Carlos Candido da Silva Cyrne; a reitora da Universidade de Santa Cruz do Sul, Carmen Helfer; o pró-reitor de Inovação da Universidade Feevale, Cleber Prodanov; a pró-reitora de Ensino da Universidade Feevale, Cristina Ennes; a presidente da Fundação Universidade de Cruz Alta, Enedina Silva; o coordenador executivo do Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul, Enor Tonolli; a reitora da Universidade Feevale, Inajara Ramos; a reitora da Universidade da Região da Campanha, Lia Quintana; a reitora da Universidade de Cruz Alta, Patricia Bianchi; a coordenadora de Graduação do Centro Universitário Metodista IPA, Patricia Treviso; e o pró-reitor de Administração da La Salle, Renaldo de Souza.

* Com informações do site www.comung.org.br