IV Congresso Direitos Humanos e Migrações Forçadas: xenofobia, refúgio e transnacionalidade

Foto: Suad Kamardeen/Unsplash

Após ter participado da Cátedra de Neurociências da Comissão Fulbright, organização internacional vinculada aos governos do Brasil e dos Estados Unidos, agora a PUCRS recebeu uma nova cátedra em Democracia, Direitos Humanos e Prevenção da Violência (Fulbright Distinguished Scholar Award in Democracy, Human Rights and Violence Prevention). A iniciativa consiste em uma bolsa para um/a acadêmico/a norte-americano/a sênior com significativo reconhecimento em sua área de atuação e que tenha interesse em desenvolver atividades de pesquisa e ensino na pós-graduação da PUCRS.

Trata-se de uma oportunidade para aprofundamento de relações de colaboração com pesquisadores/as e instituições americanas, que pode contribuir de forma significativa para a internacionalização dos Programas de Pós-graduação da Universidade.

Sobre a bolsa

O bolsa incluirá tópicos relacionados a lei, justiça e direitos humanos, oportunidades para minorias em representatividade e os impactos da violência na saúde mental, desenvolvimento social e diversidade cultural. As inscrições vão até o dia 15 de setembro de 2021.

A bolsa prevê a estadia do/a acadêmico/a na PUCRS por um período de três a quatro meses. A primeira data de início possível é 1º de julho de 2022 e a última data de término possível é 30 de setembro de 2023.

Os/as candidatos/as devem ser cidadãos/ãs norte-americanos/as (podendo ter dupla cidadania), ter título de Ph.D. ou equivalente e uma trajetória acadêmica reconhecida. A bolsa está aberta para aqueles que trabalharam na qualidade de professor titular ou pesquisador por mais de sete anos. O processo de candidatura se dá através da página da Fulbright, na qual estão disponíveis mais informações sobre o processo. Saiba mais clicando aqui.

Foto vencedora do prêmio em 2020, de Edgar Kanaykõ Xakriabã

Estão abertas as inscrições para o 10º Prêmio de Fotografia – Ciência & Arte, que tem como objetivos fomentar a produção de imagens com a temática de Ciência, Tecnologia e Inovação,; contribuir com a divulgação e a popularização da ciência e tecnologia e ampliar o banco de imagens do CNPq, em consonância com as determinações expressas na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei 13709, de 14 de agosto de 2018).  

Podem se inscrever estudantes tanto de graduação (maiores de 18 anos) e pós-graduação, docentes e pesquisadores. As inscrições podem ser realizadas até as 18h do dia 29 de abril de 2021 pelo site. 

  

O prêmio se divide em duas categorias entre as quais é preciso escolher no momento da inscrição 

1 – Imagens produzidas por câmeras fotográficas: ambiente natural e antrópico.  

2 – Imagens produzidas por instrumentos especiais (ópticos, eletrônicos e eletromagnéticos): lupa, microscópio, microscópio eletrônico, telescópio, imagem de satélite, raios-x, ultrassom, ressonância magnética, endoscópio, colposcópio, PET Scan e tomografia computadorizada. 

O prêmio será de R$ 8 mil para o primeiro colocado, R$ 5 mil para o segundo e R$ 2 mil para o terceiro. Além disso, o/a vencedor/a de cada categoria receberá passagem aérea e diárias para participar da 73ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá em julho de 2021, em data e local a serem definidos. Mais informações sobre o regulamento podem ser conferidas no site oficial do concurso. 

 

Educação impulsiona Porto Alegre como uma das melhores cidades para empreender no País

Foto: Bruno Todeschini

Porto Alegre está entre os 10 melhores municípios para quem quer empreender no Brasil. Isso é o que mostra a última edição do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), mapeamento que analisa o ambiente de negócios do País e que avaliou os 100 maiores municípios. Dentro dessa realidade, a PUCRS oferece um ecossistema de empreendedorismo, inovação e tecnologia com estrutura completa para a capital gaúcha, além de liderar diferentes ações de fomento ao tema. 

Saiba mais: Aliança para Inovação quer transformar a região em referência internacional no ambiente de inovação, conhecimento e empreendedorismo 

O estudo organizado pela Endeavor, rede que apoia empreendedores/as com potencial de impacto econômico e social, colocou Porto Alegre no nono lugar geral e mostra que o Rio Grande do Sul também se destaca em Inovação. A categoria leva em consideração a proporção de profissionais com mestrado e doutorado em Ciência e Tecnologia, pessoas que trabalham no setor, a média de investimentos do BNDES e da Finep, a infraestrutura tecnológica e os contratos de concessão, além de patentes, tamanho da indústria inovadora, da economia criativa e das empresas de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). 

Conforme destaca Naira Libermann, coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Inovação e Empreendedorismo (IDEAR) e professora da Escola de Negócios da PUCRS, a educação e a pesquisa são fundamentais para a aplicação da inovação: 

“Sob esse aspecto o desenvolvimento humano é um dos principais ativos da sociedade. Definidor da cultura, é a base para a formação do capital humano”. 

Saiba mais sobre a atuação do Idear, que incentiva a atitude empreendedora interdisciplinar e a inovação com impacto positivo na sociedade. 

Fomentando negócios e novas tecnologias 

Educação impulsiona Porto Alegre como uma das melhores cidades para empreender no País

Foto: Bruno Todeschini

O Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) é um ambiente de negócios inovadores que promove conexões para impulsionar o setor. Segundo o levantamento, o Estado ainda precisa de força no quesito Cultura empreendedora, que avalia questões como satisfação em empreender, apoio familiar, probabilidade de abertura de negócios, facilidade pessoal para abertura e manutenção de negócios, entre outros. 

“Baseado em um modelo de interação em rede, o Tecnopuc atua como um vetor de transformação da sociedade por meio da promoção de um ecossistema de negócios inovadores capaz conectar a quádrupla hélice – academia, governo, mercado e sociedade, em prol do desenvolvimento econômico e social da região”, explica Flávia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc, sobre o papel do Parque Tecnológico no apoio ao desenvolvimento do ambiente de negócios propício a empreender.

Para Daniely Votto, uma das fundadoras da startup 5Marias, empresa voltada para o descarte correto de resíduos, empreender é “sonhar grande desde o primeiro passo”. Graduada e mestre em Direito pela PUCRS, Daniely começou sua empresa com o empurrão do Startup Garage e hoje está sendo desenvolvida na Aceleradora Ágil. “No programa pudemos conhecer melhor o ecossistema de inovação de Porto Alegre e repensar nosso modelo de negócio. Sempre há alguém que pode nos ensinar algo e a qualificação acadêmica foi muito importante para termos maturidade nas nossas decisões. 

Transformar ideias criativas em ações concretas 

Educação impulsiona Porto Alegre como uma das melhores cidades para empreender no País

Espaço de coworking do Tecnopuc / Foto: Camila Cunha

O incentivo ao empreendedorismo acontece dentro e fora de sala de aula na PUCRS. Só em 2020 foram mais de mil estudantes conectados com o tema por meio do Track Startup, iniciativa da Universidade que oferece diferentes caminhos para quem deseja transformar novos empreendimentos em realidade. 

“É um movimento integrado de capacitação para que indivíduos e grupos possam identificar possibilidades e materializar soluções em suas áreas de conhecimento, de maneira interdisciplinar, viável e sustentável”, destaca Naira sobre a base curricular dos cursos da PUCRS, que é voltada para as práticas empreendedoras. 

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, em apenas cinco anos, 35% das habilidades consideradas essenciais hoje mudarão. Para a professora, a próxima geração de trabalhos não estará baseada somente em profissões, mas na habilidade de resolver problemas complexos e superar desafios: “Hoje não falamos em empregabilidade, mas sim em trabalhabilidade. Ou seja, profissionais assumem a responsabilidade de gerenciar o desenvolvimento das suas carreiras e transformar ideias criativas em ações concretas”. 

Leita também: 10 formas de empreender na PUCRS além do Campus 

Um dos maiores dilemas enfrentados por boa parte da população durante a pandemia de Covid-19 tem sido como conciliar a necessidade de sair de casa para trabalhar e a preocupação com a exposição ao risco de contaminação pelo vírus. Para entender como as condições econômicas afetam a percepção das pessoas sobre a severidade do coronavírus, pesquisadores do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) realizaram um estudo que analisa a aversão ao risco.

Segundo dados da pesquisa, o máximo de risco de contaminação pela Covid-19 tolerado pela população para sair de casa é de 38%. Ou seja, apenas quando a chance de se contaminar é de 38 em 100 as pessoas decidem finalmente ficar em casa. No entanto, quando há chance de ficar gravemente doente caso seja contaminado, a tolerância ao risco é de apenas 13%. O estudo foi realizado por meio de um questionário online, com a participação de mais de 8 mil respondentes.

“Sabemos que a escolha de sair ou não de casa vai muito além do salário, por isso perguntamos às pessoas também sobre saúde financeira, qual a chance percebida de precisar de cuidados médicos intensivos caso infectadas pelo vírus, idade, sexo, se estavam empregas e qual a área, escolaridade, se eram parte do grupo de risco, entre outras coisas”, destaca o pós-doutorando Bruno Schiavon, responsável pelo estudo e integrante o Grupo de Pesquisa em Neurociência Cognitiva do Desenvolvimento do InsCer. A pesquisa teve a orientação do professor Rodrigo Grassi, docente da Escola de Medicina da PUCRS e pesquisador do Instituto do Cérebro.

Alumni do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Schiavon aponta que a pesquisa engloba conceitos da economia comportamentalcampo que estuda os fatores psicológicos (cognitivos e emocionais), culturais e sociais que afetam as decisões dos indivíduos. Para analisar os dados, os pesquisadores combinaram diversos tipos de métodos estatísticos que permitiram identificar e predizer como todas as características combinadas aumentam ou diminuem a chance de alguém querer sair de casa para manter o seu salário.

Condição econômica impacta na percepção de risco

De acordo com o levantamento da pesquisa, pessoas com uma renda maior, com uma situação financeira confortável e mais novas são as que possuem mais tendência a querer sair de casa. No início da pandemia havia uma ideia de que as pessoas com baixo nível socioeconômico tenderiam a ignorar as recomendações de distanciamento social devido a questões econômicas e pessoais, mas vimos o contrário, comenta o pós-doutorando.

Porém, o pesquisador salienta que fatores como melhor acesso à saúde, não precisar utilizar o transporte público ou ser dono de estabelecimentos com funcionários são aspectos que podem influenciar as opiniões e percepções acerca da pandemia. “É muito importante acrescentar que este estudo tem suas limitações e que nossa intenção não é resumir um comportamento complexo a um fator apenas. Ou seja, não estamos apontando a causa única da decisão de querer ou não atender às medidas de distanciamento social”, conclui Schiavon.

A desigualdade social aumentou no Brasil durante a pandemia. É o que mostra um estudo realizado em uma parceria entre PUCRS, Observatório das Metrópoles e Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). A pesquisa inspirou uma série de reportagens, exibida no Jornal Nacional nos dias 8, 9 e 12 de fevereiro de 2021. Os pesquisadores utilizam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e publicam, trimestralmente, boletins da desigualdade. 

Composta por três episódios, a série de reportagens abordou a desigualdade em diferentes aspectos: na educação, na economia e no mercado de trabalho. André Salata, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos coordenadores da pesquisa, concedeu entrevistas ao Jornal Nacional. Entretanto, como apontado por Salata, essa não é a primeira grande divulgação da pesquisa: os resultados do estudo já foram manchete de capa em importantes jornais brasileiros, o que demonstra que os pesquisadores conseguiram atingir seu propósito – romper com a “barreira” entre a academia e a sociedade, levando a público suas descobertas em uma linguagem acessível a todos 

“Infelizmente o Brasil é um país muito propício para quem trabalha com desigualdades, pois, há décadas, é um dos mais desiguais do mundo. Além disso, desde 2015, essa questão começou a se agravar, tendo sido ainda mais intensificada durante a pandemia. As desigualdades trazem diversas consequências, como a pobreza”. Explica o professor, que acrescenta ser necessário chamar atenção para esse assunto de forma que o debate público sobre a desigualdade aconteçaPara Salata, o fato de a pesquisa ter sido divulgada na TV aberta e em rede nacional demonstra que esse objetivo foi alcançado.  

O que mostram as reportagens 

Desigualdade na Educação: De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, os alunos devem dedicar, no mínimo, quatro horas diárias para os estudos. Entretanto, durante a pandemia, a média foi de 2,37 horas por dia e a desigualdade é visível: alunos de classes sociais mais altas ultrapassaram esse tempo, tendo estudado, diariamente, 3,19 horas, enquanto os mais pobres apenas dedicaram 2,04 horas ao aprendizado. Regionalmente, também há desigualdades: os alunos da região Norte foram os mais excluídos, enquanto alunos do Sudeste, de Goiás, do Distrito Federal, do Pauí e do Ceará foram os que mais tiveram tempo para dedicar aos estudos. A educação pode ser a chave para a mudança de vida das pessoas de baixa renda e a desigualdade nessa área, com a dificuldade de acesso às aulas por estudantes das classes mais baixas, causa danos muito grandes, aumentando, também, a desigualdade de oportunidades.  

Desigualdades na Economia: Além de as pessoas estarem perdendo renda, André Salata explica que sua distribuição não está sendo feita de maneira igualitária. Com a queda na atividade durante a pandemia, no período de recuperação, ricos tendem a ficar ainda mais ricos e pobres, mais pobres: os 10% mais ricos do País perderam apenas 3% de sua renda na pandemia, enquanto a quantidade perdida entre os 40% mais pobres foi de 32%, descontando o auxílio emergencial, que amorteceu o impacto e reduziu, um pouco, a desigualdade. Mesmo assim, o professor aponta que o mercado de trabalho não deve se recuperar tão rápido e que o fim do auxílio traz um cenário preocupante.  

Desigualdades no Mercado de Trabalho: Nmercado de trabalho. o cenário também é desigual: para conseguir manter sua posição social e o rendimento, é necessário ter qualificação, o que muitas vezes não é a realidade das classes sociais mais baixas, retornando ao problema da Educação desigual, aponta Salata. Após a queda causada pela pandemia, deverão se recuperar os setores financeiro, tecnológico, telecomunicações, imobiliário e parte do varejo; enquanto continuarão em queda o lazer e a hotelaria, as viagens, a alimentação, os serviços domésticos e outros serviços. Os trabalhadores informais, que não têm proteção, são os primeiros a sentir os efeitos da crise, sendo facilmente descartados pelo mercado de trabalho e, tendo as maiores perdas na renda.  

A série de reportagens pode ser conferida no site do Jornal Nacional e a pesquisa completa está disponível no site do Observatório das Metrópoles. 

Leia mais emDesigualdade social cresce nas metrópoles brasileiras durante a pandemia 

 

Estudo analisa impacto do contato com as civilizações na população indígena

Tapiris e cabanas construídas com folhas de palmeiras das espécies Aricuri ou Babaçu / Foto: CGIIRC/Funai

Eles são alguns dos povos mais antigos que existem, mas ainda se sabe muito pouco ao seu respeito. Só na Amazônia Legal, constam cerca de 115 registros de grupos indígenas que vivem em isolamento. Em parceria com profissionais, ativistas e órgãos indigenistas, o professor e pesquisador Hermílio Santos lidera ações e um estudo sobre diferentes etnias da população indígena no País, por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS (PPGCS). 

Para entender melhor as heranças do contato da população indígena com outras civilizações e o contexto dos povos isolados, Santos mantém contato com várias etnias, por meio do WhatsApp. Entre elas, as da Associação Terra Indígena do Xingu (Atix), em Mato Grosso, que representa 16 povos que vivem no território: Aweti, Ikpeng, Kalapalo, Kamaiurá, Kawaiweté, Kisêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Tapayuna, Trumai, Wauja, Yawalapiti, Yudja. 

Saiba mais: Por vídeos, professor da PUCRS se comunica com indígenas sobre história e hábitos no Brasil 

Sua pesquisa recentemente aprovada no Programa de Bolsas BPA irá estudar seis etnias, divididas em três grupos, de acordo com o período do primeiro contato: Terena e Bóe-Bororo (Mato Grosso, mais de 100 anos), Panará e Enawenê-nawê (há 40 anos) e Yawalapiti e Kamayurá (Mato Grosso, em torno de 80 anos). Serão realizadas entrevistas biográficas com três gerações de mulheres dessas etnias para entender os seus processos históricos. 

No dia 18 de março, às 16h30min, o docente mediará um encontro virtual sobre Povos indígenas isolados no Brasil. Participarão do evento José Assunção Castilhos, especialista no tema que atua na Funai e Antenor Vaz, sertanista e consultor em Sistemas de proteção para povos isolados e de recente contato na América do Sul. Para acessar, acesse o link ou utilize o ID 95413237630 e a senha 457164.  

Integração com os povos indígenas 

Estudo analisa impacto do contato com as civilizações na população indígena

Jogadores de futebol, do povo Panará / Foto: Kowpy Panará

A equipe, composta por estudantes do PPGCS, também tem elaborado ações de integração e recuperação da ancestralidade indígena. Por meio de uma das suas orientandas, que é filha de Tite, o técnico da seleção brasileira, o professor está organizando um campeonato de futebol com a Atix. “Eles gostam muito de futebol e o Tite, além de aceitar nos acompanhar, incluiu a CBF. Estamos em tratativa dos detalhes finais, mas deve acontecer após a pandemia”, explica Hermílio Santos. 

E para marcar a contribuição da cultura indígena para a sociedade brasileira, está sendo planejada uma exposição com itens que foram levados para o exterior. No século 19, o primeiro contato com os povos do Xingu foi feito pelo pesquisador e explorador alemão Karl von den Steinen, que recolheu mais de mil objetos do local. Os itens fazem parte de um acervo etnográfico em Berlim, desde 1884. 

A ideia é trazer esses objetos para serem expostos no Xingu, no Senado Federal, e aqui na PUCRS, com o apoio de curadoras como Watatakalu Yawalapiti, uma das lideranças do movimento de mulheres indígenas no Xingu”, acrescenta sobre o projeto chamado Xingu 22, que deve ser parte das comemorações do bicentenário da independência. 

Indígenas e a relação com a natureza 

Os povos isolados têm uma dependência muito maior do meio ambiente. “Se as florestas estão deterioradas, se a água fica contaminada ou se contato desprotegido com a população não-indígena, eles podem facilmente ficar doentes. O que para nós é apenas um resfriado, para eles pode ser fatal. As ameaças vêm de muito tempo, mas com a intensificação das ações irregulares e a impunidade as consequências têm sido muito mais graves”, explica o pesquisador. 

Esses povos são patrimônio da humanidade. São brasileiros, mas ancestrais e originários dessa terra, HERMÍLIO SANTOS.

Estudo analisa impacto do contato com as civilizações na população indígena

Produção de farinha na aldeia Nesepotiti / Foto: Kowpy Panará

A partir de leis indigenistas, foram criados espaços exclusivos para que esses grupos possam utilizar a terra sem deteriorá-la. Eles costumam viver como nômades ou seminômades e por isso precisam de áreas vastas. A primeira foi Massaco, em Rondônia, e existem cerca de outras 23 no País. 

Leia também: Populações indígenas e aldeias contra o coronavírus 

Onde estão os povos indígenas no Brasil 

Segundo dados divulgados pelo Instituto Socioambiental (Isa), baseados em relatórios da Fundação Nacional do Índio (Funai), apenas 28 dos registros de povos isolados foram confirmados. Além deles, o último censo do IBGE mostra que mais de 817 mil pessoas no brasil são indígenas, com 305 etnias e 274 línguas, representando apenas 0,4% da população total.  

De 1500 até a década de 1970 muitos povos foram extintos. Outros fatores como autodeclaração e a dificuldade de contato com os povos isolados também influenciam para o número ser tão pequeno. Do total, mais de 502 mil vivem em zonas rurais e 315 mil habitam áreas urbanas. 

As regiões com menor número de indígenas são a Sudeste e a Sul, enquanto a maior concentração está no Norte. O povo Tikuna, residente no Amazonas, apresenta o maior número de integrantes. 

Estudo da PUCRS analisa por que alguns pacientes desenvolvem sintomas mais graves de Covid-19

Foto: Unsplash

Apesar de serem delimitados grupos de risco para a Covid-19, pessoas que não fazem parte de nenhum deles podem precisar de internação por agravamento da doença, assim como alguns pacientes de grupo de risco podem apresentar apenas sintomas leves. Motivados por compreender o porquê disso, o Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da PUCRS, em parceria com pesquisadores da UFCSPA e da UNIVATES, encontrou uma possível resposta nos níveis de angiotensina II no sangue. A angiotensina (tanto a I quanto a II) é um polipeptídio, ou seja, um conjunto de aminoácidos, responsável, dentre outras funções, por regular a pressão arterial, como explica Léder Leal Xavier, professor de Fisiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e um dos responsáveis pelo estudo.  

O pesquisador acrescenta que a entrada do vírus da Covid-19 nas células humanas ocorre através de uma enzima que fica na membrana dessas células, chamada enzima conversora de angiotensina II (ECA2), encontrada, principalmente, no pulmão, ela é, portanto, a “ponte” para que o vírus entre no organismo. A angiotensina II, por sua vez, remove a ECA2 da membrana das células e, sem essa “porta de entrada”, diminui a quantidade de vírus que consegue, efetivamente, entrar no corpo. Na hipótese criada pelo grupo de pesquisa, pacientes que conseguem aumentar os níveis de angiotensina II durante a Covid-19, têm uma carga viral menor e ativam o sistema imune de uma forma adequada, tendo, consequentemente, melhor prognóstico. Entretanto, algumas pessoas não conseguem produzir um aumento nos níveis de angiotensina II, com isso, recebem uma carga viral elevada, e, por não ativar o sistema imune adequadamente no início da doença, podem ter sintomas mais graves. 

O estudo, que faz parte da tese de doutorado da aluna Paula Neves, do Programa de Pós Graduação em Biologia Celular e Molecular da PUCRS (PPGBCM), pode auxiliar no entendimento e possíveis tratamentos da COVID-19 e também de outras infecções por outros vírus que venham a ser descobertos e usem a ECA2 como modo de entrada no corpo humano. “É importante conhecermos a biologia básica das doenças para que depois possamos agir”, complementa Léder. 

A pós-doutoranda do PPGBCM, Andrea Wieck Ricachenevsky, por sua vez, comenta sobre a importância de unir cientistas de diferentes instituições de ensino em prol da ciência: “esses pesquisadores têm formações e especialidades distintas. Além disso, oferecem diferentes pontos de vista sobre o tema, proporcionando a multidisciplinariedade, o que é muito importante em um estudo”. 

Os pesquisadores, por fim, afirmam que o estudo é composto de teorias fisiológicas e bioquímicas sobre as respostas do corpo humano à Covid-19 e outras infecções virais e pode servir de base para estudos futuros em busca de tratamentos que atenuem os efeitos dessas doenças, mas salientam que medidas básicas como distanciamento social, uso de máscaras, vacinação e consulta ao médico em qualquer suspeita de Covid-19 são prioridades. Além disso, até o momento, o estudo não altera de forma alguma o tratamento clínico dos pacientes, visto que, por enquanto, não há um remédio “universal” para tratamento da Covid-19, e sim, diversos tratamentos para os sintomas, a serem definidos por um médico. 

O artigo completo, publicado no periódico internacional Frontiers of Immunology, pode ser conferido aqui. 

Estudo mostra o impacto de agrotóxicos no desenvolvimento das abelhas

Abelhas deformadas após contato com agrotóxicos / Foto: Reprodução

Quando as larvas de abelhas sem ferrão, conhecidas como tubuna, da espécie Scaptotrigona bipunctata recebem alimentos contaminados com inseticidas organofosforados (utilizados no combate de doenças e pragas que prejudicam a produção agrícola) o seu desenvolvimento fica comprometido. É o que evidencia o estudo realizado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS (PPG-EEB), recentemente publicado como artigo na revista internacional Environmental Pollution. 

Os resultados demonstram que produtos organofosforados, a exemplo do clorpirifós, o ingrediente ativo testado, são frequentemente usados ​​na agricultura devido ao seu amplo espectro de ação. No entanto, estes produtos são tóxicos ao meio ambiente e podem causar prejuízos em insetos não-alvo, como as abelhas, incluindo alterações no desenvolvimento resultando em deformações nos adultos”, destaca a bióloga Betina Blochtein, professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. 

Leia também: Novo sistema monitora abelhas em tempo real e promove a biodiversidade 

A pesquisa é fruto da tese da bióloga Andressa Dorneles, junto ao PPG-EEB, onde realizou seu doutorado. O estudo identificou que a exposição de abelhas imaturas a resíduos destes agrotóxicos por meio da alimentação das larvas, reduz significativamente as chances de sobrevivência. “Além dos efeitos letais, a exposição a doses menores (subletais) durante a fase larval causou deformidades e reduziu a área das asas das operárias, tornando-as menos capazes de desempenhar suas tarefas”, destaca em sua análise.   

O PPG-EEB integra grupos de pesquisa atuando em diversas áreas das Ciências da Biodiversidade, incluindo Ecologia, Biologia Evolutiva, Sistemática, Genética, Genômica, Morfologia Comparada, Fisiologia, Ecotoxicologia, Comportamento animal, Paleontologia, Biologia do Desenvolvimento e Biologia da conservação. Saiba mais sobre os próximos editais e como ingressar no mestrado e doutorado.   

Leia também: Pesquisadora da PUCRS promove a preservação dos agentes polinizadores 

Pesquisa aponta que estudar será prioridade em 2021Uma pesquisa recente realizada pelo Google mostra que 19% dos brasileiros tem planos de começar a estudar algo diferente em 2021 e 24% desejam aprender uma nova língua. Feito em outubro de 2020, com 1.000 participantes entre 18 e 64 anos de todo o Brasil, o estudo confirma o que especialistas e tendências vêm apontando sobre o futuro. A orientação para que pessoas e organizações invistam em aprendizagem nunca foi tão intensa.  

O Fórum Econômico Mundial declarou recentemente uma emergência de requalificação, pois o mundo enfrenta a perda de mais de um bilhão de empregos transformados pela tecnologia. Já faz algum tempo que é impossível ver um cenário de estabilidade pelo espelho retrovisor. A pandemia potencializou a expectativa e a urgência pelo desenvolvimento contínuo de habilidades, seja para acompanhar a velocidade da transformação em curso ou para gerenciar particularidades da vida e do trabalho de novas maneiras. 

Quem estuda na PUCRS, além de contar com a estrutura de uma das melhores universidades da América Latina, tem uma série de benefícios para dar continuidade aos projetos e sonhos. De 11 a 14 de janeiro acontece o período de rematrículas e, em um cenário de tantas mudanças, o estudante da PUCRS conta com todo suporte para investir em formação contínua: flexibilidade de pagamento da matrícula, mensalidades e parcelamento, além de benefícios exclusivos para complementar a formação e oportunidades de financiamento.

Acesse o Portal do Aluno e aproveite os benefícios da Rematrícula

 Novo ano, novas possibilidades 

Estudante, mestrado, doutorado, pós-graduação

Foto: iStock

Ao se rematricular, o estudante pode optar por cursos de extensão da PUCRS e aproveitar gratuitamente até o final do segundo semestre de 2021. Da mesma forma, é possível aprender um novo idioma. Uma série de cursos do Lexis, o Centro de Idiomas da Universidade, também está disponível para os estudantes de graduação. Para utilizar este benefício, é só enviar o voucher para [email protected] ou apresentá-lo diretamente no Centro de Educação Continuada (sala 201 do prédio 40).  

O estudante com débitos acumulados poderá negociar o saldo sem juros ou qualquer tipo de encargo. Usar crédito educativo de forma retroativa e planejar a situação financeira do próximo semestre também é possível. Para isso, é necessário agendar um horário de atendimento no Setor Financeiro pelo telefone (51) 3320-3588 ou pelo e-mail [email protected]. 

Outra possibilidade é experimentar gratuitamente por 30 dias a nova academia do Parque Esportivo. Ao optar por esse benefício, o estudante pode utilizar gratuitamente o novo ecossistema fitness equipado pela Technogym, com equipamentos de última geração. O acesso é livre de segunda a sexta-feira, conforme regras de distanciamento e saúde e, para aproveitar, basta validar o voucher até dezembro de 2021 por meio do e-mail [email protected] ou diretamente na Secretaria do Parque Esportivo (térreo do prédio 81). Mais informações pelos telefones 3320-3622 e 3320-3910.  

Aproveite o que já é seu 

Até 31 de julho de 2021 é possível complementar a formação experimentando cursos do Pós PUCRS Online gratuitamente. São cinco cursos disponíveis para cada Escola. Confira! 

Além disso, alunas e alunos da PUCRS têm acesso gratuito a todo o pacote Office 365, que inclui diversas ferramentas que facilitam os estudos e a comunicação com colegas e professores. Também contam com 5 terabytes de armazenamento em nuvem no OneDrive, a melhor forma de ter arquivos sempre à disposição e acessá-los de qualquer lugar. O pacote pode ser instalado em até 5 dispositivos (PC/Mac, smartphone ou tablet) ou utilizado na versão online. 

Confira neste link mais detalhes sobre os benefícios e o passo a passo completo de como utilizar seus vouchers. Fique atento à sua escala entre os dias 11 e 14 de janeiro. Não perca sua data! Lembre-se que, planejando com antecedência, você garante a vaga nas disciplinas e conclui a matrícula com mais agilidade.

Saiba mais: Confira possibilidades de créditos e bolsas de estudo oferecidas pela PUCRS

Imagem do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS

Foto: Bruno Todeschini

As consequências do uso de aparelhos eletrônicos é um assunto bastante estudado por cientistas do mundo inteiro. Prejuízos no sono, na postura e até mesmo na visão já foram identificados por pesquisadores. Entretanto, Amanda Borges Fontes, mestra em Psicologia pela PUCRS, demonstra em um trabalho inédito que o uso de smartphones e outras tecnologias pode ser benéfico quando usado de maneira moderada.

Na área da saúde, longe do estereótipo de cientistas que usam jalecos e andam com calculadoras, Fernanda Morrone iniciou sua carreira como pesquisadora na área de Farmácia, buscando curas mais efetivas para o câncer. Atualmente ela é diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) da PUCRS e sugere a iniciação científica aos estudantes que queiram ser cientistas, assim como ela.

A PUCRS teve mais de 2.112 projetos de pesquisa em andamento, 324 grupos de pesquisa, 111 laboratórios e 416 pesquisadores e pesquisadoras em 2020.

Para compreender melhor as pesquisas das cientistas, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 20 e 21).