Letycia escreveu o livro após conviver, durante o mestrado, com pacientes internados por Covid-19.
Foto: acervo pessoal

Como conscientizar pessoas além dos números? Esse foi um dos questionamentos que levaram a mestranda em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS, Leticya Simone Melo dos Santos, a compilar relatos de sua experiência ao lado dos pacientes internados com coronavírus no livro Covid-19: O que os olhos não veem.

A pesquisadora estuda sobre o coronavírus, tentando caracterizar as células do sistema imunológico dos infectados e testando um protocolo de tratamento com óxido nítrico, um gás que já é utilizado para tratar alguns problemas pulmonares e que o Food and Drug Administration (FDA – órgão semelhante à Anvisa dos Estados Unidos) também liberou seu uso emergencial durante a pandemia. Apesar de não estar na linha de frente do combate à pandemia, os três meses de convivência com os pacientes em internação serviram de inspiração para criar o livro.

Inicialmente, a estudante escreveu seus relatos em forma de diário, para desabafar. Como ela conta, sempre gostou de escrever, mas nunca tinha achado algo que a tocasse ao ponto de querer compartilhar com outras pessoas. A pandemia foi o que motivou esse compartilhamento: ela gostaria de fazer com que quem não vivencia a pandemia de perto diariamente – como profissionais da saúde e pesquisadores – conhecessem melhor essa realidade.

A mestranda também escreve para que familiares dos pacientes, que não podem acompanhá-los de perto, se sintam consolados: “Se eles pudessem ler, pensei que poderiam ver que os profissionais de saúde, na sua maioria, se importam e fazem o máximo que podem para cuidar e auxiliar no que for preciso. Senti que esse era também o meu papel no hospital, além da pesquisa”, conta Leticya.

O livro Covid-19: O que os olhos não veem está disponível para venda na versão e-book pela Amazon e, em breve, será possível adquirir o exemplar físico pelo mesmo site.

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Foto: Pavel Danilyuk/Pexels

Pele hidratada, mais uma conferida no cabelo ou na maquiagem e pantufa nos pés: assim se inicia a rotina de muitas pessoas que precisaram se adaptar à pandemia da Covid-19. Mesmo com a instabilidade econômica e o distanciamento social, o mercado de beleza teve crescimento e ganhou ainda mais espaço no carrinho de compras de jovens. Isso é o que mostra a pesquisa Mercado de beleza durante a pandemia, realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos. 

“Os consumidores passaram a fazer compras mais conscientes, com marcas que dialogam com os seus valores e são ativas nas mídias sociais. Além disso, as pessoas continuaram consumindo por compreender a importância do autocuidado para a produtividade do dia a dia”, explica Vitória Petry, estudante do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda que liderou a pesquisa. 

Investindo na autoestima  

Em todas as etapas do estudo a maioria dos/as participantes respondeu que considera produtos estéticos como um investimento que vai além de um mero capricho. Para o público analisado, entre 16 e 30 anos, as questões estéticas, de saúde mental e autocuidado se sobressaem. Para 83% das pessoas entrevistadas, as aquisições não são consideradas um gasto, como relatou na pesquisa Thaísa Zilli, estudante de Publicidade e Propaganda: 

“Estou fazendo um curso de autoconhecimento e investindo em mim em todos os sentidos, inclusive em estética”. 

As médias de frequência de compra e de valor gasto se mantiveram em comparação a antes da pandemia e também obtiveram aumentos significativos para alguns públicos. A maioria segue consumindo pelo menos uma vez por mês. Ou seja, as pessoas controlam os gastos, mas não deixam de se cuidar. 

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Pesquisa Mercado de Beleza na pandemia / Imagem: Reprodução

Apesar disso, o número de compras mensais caiu 12% e a quantidade de pessoas que passaram a comprar menos de uma vez por mês aumentou 16%. Já o ticket médio (valor médio de vendas no período) se manteve de R$ 50 a R$ 150. 

O professor e publicitário Ilton Teitelbaum, supervisor da pesquisa, conta que o ato de comprar também é um mecanismo de recompensa.Os consumos por autoindulgência (para compensar sentimentos negativos) e de vingança (comprar itens de desejo, em vez de produtos essenciais, para suprir o período de contenção de gastos) se concretizaram durante a pandemia”, destaca. 

Mesmo com o desafio, o docente conta que as empresas ainda têm muitas oportunidades: “apesar da queda no poder aquisitivo, as marcas precisarão se adaptar aos aspectos emocionais que envolvem o processo de compra e buscar caminhos que lhes permitam seguir presentes na vida das pessoas”. 

Jovens influenciáveis, mas com responsabilidade social 

Entre as tendências, está a de seguir digital influencers. Nas entrevistas, 82% relataram que eram altamente suscetíveis a seguir recomendações feitas por microinfluenciadores. O público mais jovem, de 16 a 18 anos, é o que se mostra mais inclinado a manter os mesmos hábitos e com mais disposição para gastar mais. 

É uma geração conhecida por ser crítica, exigente, dinâmica e que muda de opinião toda hora. Segundo o estudo, essas são algumas das principais implicações mercadológicas: 

“As empresas que souberem se comunicar com transparência, sustentabilidade e diversidade cultural tendem a se destacar entre os jovens”. 

Outra reivindicação, que não é de hoje, é a por marcas mais coerentes. O público quer que as empresas se preocupem com o meio ambiente, tragam visibilidade para homens e mulheres na indústria de cosméticos, estejam atentas aos problemas sociais, tenham mais diversidade de pessoas nas campanhas e sejam empáticas com temas sensíveis, como a pandemia. 

Comprar com facilidade e agilidade 

Mesmo que muitas pessoas ainda prefiram comprar nos sites das lojas, essa é uma escolha menos frequente entre jovens, segundo dois levantamentos citados na pesquisa. A Technavio, empresa de relatórios de pesquisa de mercado, afirma que o social commerce (ou compras a partir de redes sociais) deve aumentar cerca de 34% até o final de 2021. 

Já a agência Accenture prevê que esse canal deve ser um dos mais importantes para a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). “Dos entrevistados, 69% disseram que gostariam de comprar diretamente por meio das mídias sociais e 44% usam redes como Facebook, Instagram e Twitter para encontrar informações sobre produtos”, destaca a empresa. 

Brasil é o 4º maior mercado de beleza do mundo 

Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, o Brasil é o maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. O País movimenta pelo menos U$$ 30 bilhões, ficando atrás apenas do Japão, da China e dos Estados Unidos. 

A supervisora de vendas de um dos maiores conglomerados de beleza do Brasil, conta no estudo que as vendas não foram impactadas pela pandemia, com exceção das lojas das cidades do interior dos estados: vendemos até mais do que no ano passado”. 

Tecnologia e concorrência internacional 

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Foto: Pexels

Contudo, as marcas internacionais ainda são vistas como melhores e mais consumidas. Mesmo com o alto valor de produtos do exterior, eles não deixam de estar entre os mais vendidos. A pesquisa destaca que para mostrar os seus diferenciais, é importante que as empresas nacionais invistam em tecnologias como realidade virtual, inteligência artificial e outros recursos que melhorem a experiência dos usuários. 

Nem online nem offline: a vida no all-line 

Durante a pandemia, as vendas online alavancaram 300% para algumas lojas. Mesmo assim, consumidores/as relatam sentir falta da experiência física, enquanto outros/as dizem ter receio de voltar a experimentar algo que já foi usado, por medo de contaminações. 

Depois da pandemia o comportamento all-line, hábito de consumir tanto pelos meios digitais quanto presencialmente, ganhou força. Sobre a preferência, as pessoas alegam que consomem: 

A psicóloga Susana Gib explica no estudo que o público deve comprar cada vez mais em casa: “a pandemia fortaleceu a compra pelo meio digital. É claro que as pessoas ainda sentem falta de olhar o produto, tocar, comparar. Mas a tendência é essa. 

Mapeando tendências de comportamento 

O estudo foi elaborado pelos/as estudantes Eduarda Friedrich, Larisse Alves, Tamires Fetter, Victoria Bossle e Vitória Petry, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, de agosto a novembro de 2020. 

Em sua etapa qualitativa, contou com um grupo focal com seis mulheres e oito entrevistas em profundidade com homens e mulheres. Depois, na fase quantitativa, foram 204 respostas válidas a uma coleta feita por meio de questionário online. 

Se você quer criar e investigar novas narrativas, conheça as graduações em Comunicação da PUCRS e comece a estudar ainda em 2021. 

Curtiu este conteúdo? Confira também os impactos da pandemia na moda e as novas formas de consumir conteúdo que ganham espaço durante o período. 

Programa de atividades remotas de pesquisa recebe inscrições

Foto: Unsplash

Estudantes internacionais agora têm a oportunidade de integrar atividades remotas de pesquisa na PUCRS. O programa que já recebeu 29 estudantes de nove países presencialmente para atividades em laboratórios, centros e grupos de pesquisa agora foi adaptado para oferecer uma experiência de pesquisa sem que o estudante precise deixar seu país de origem.  

A iniciativa é coordenada pelo Escritório de Cooperação Internacional da PUCRS e atualmente conta com 13 oportunidades nas mais variadas áreas do conhecimento. Confira a relação de vagas. 

Para participar, o estudante deverá ser maior de 18 anos, regularmente matriculado em uma universidade parceira da PUCRS no exterior em graduação ou pós-graduação e cumprir os requisitos específicos do projeto escolhido, que consta na relação de vagas. 

Inscrições podem ser feitas até junho 

O programa tem duração mínima de um mês e o estudante poderá combinar o formato de participação e a rotina no projeto com seu coordenador. As atividades acadêmicas são de caráter voluntário e os estudantes receberão um certificado de participação ao fim do programa. 

As inscrições vão até o dia 26 de junho de 2021 e as atividades estão previstas para acontecer ainda neste ano. Dúvidas e mais informações sobre as oportunidades podem ser direcionadas para o e-mail [email protected].

Projeto Herdeiras: as consequências da exploração dos povos negros e indígenas

Mulheres indígenas brasileiras lutam contra a violência / Foto: ONU Brasil

Quem são e como vivem as mulheres brasileiras descendentes de povos historicamente explorados? A partir de narrativas biográficas, os projetos Herdeiras Negras e Herdeiras Indígenas contarão as histórias de três gerações de mulheres negras de regiões com economia originalmente escravagista e de mulheres indígenas de diferentes etnias após o contato com outras civilizações não-indígenas. 

Os estudos são liderados pelo professor Hermílio Santos, coordenador do Grupo de Pesquisa em Narrativas Biográficas do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS (PPGCS). Ambos foram contemplados pelo edital de financiamento da Fapergs/BPA-PUCRS e o estudo da herança da escravidão concorre a um edital da DFG, instituição alemã de fomento à pesquisa. 

O professor Steve William Tonah, do Departamento de Sociologia da University of Ghana, na África, abordará o panorama global, como a riqueza das culturas das nações africanas e a captura forçada de pessoas negras no período anterior à abolição. 

Uma das principais referências internacionais no desenvolvimento da análise reconstrutiva de narrativas biográficas também participará do estudo: a professora Gabriele Rosenthal, da Universität Göttingen, na Alemanha. 

Questões sociais e étnico-raciais de impacto global 

3º Seminário Juventudes Negras e Políticas Públicas 2017

Seminário Juventudes / Foto: Camila Cunha

O projeto Herdeiras Negras investigará a memória da escravidão e da economia canavieira, em Olinda (PE); da exploração de diamantes, em Diamantina (MG); e de charque, em Pelotas (RS). Queremos mostrar o ponto de vista dessas mulheres que experienciam as consequências do longo período de escravidão que aconteceu nessas regiões entre os séculos 14 e 19”, explica o pesquisador. 

Já o projeto Herdeiras Indígenas acompanhará mulheres das etnias Kaigangue e Xokleng e Bóe-Bororo (no Rio Grande do Sul, com contato iniciado há mais de 100 anos), Panará e Enawenê-nawê (com 40 anos de contato) e Yawalapiti e Kamayurá (em torno de 80 anos de contato), todas do estado de Mato Grosso. O objetivo do estudo é entender como mulheres de diferentes etnias interpretam e vivenciam o contato com a cultura não-indígena. 

Promovendo o acesso ao conteúdo científico 

Projeto Herdeiras: as consequências da exploração dos povos negros e indígenas

Foto: Reprodução

Os resultados das pesquisas, que ainda estão em desenvolvimento, serão transformados em uma série documental de acesso livre. A produção contará com a parceria de curadoras como Watatakalu Yawalapiti, uma das lideranças do movimento de mulheres indígenas no Xingu, em Mato Grosso. 

Estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado do PPGCS, em sua maioria bolsistas, criaram duas páginas online com materiais próprios e curadoria de conteúdos audiovisuais e bibliográficos sobre os temas dos projetos. Confira: Herdeiras Indígenas e Herdeiras Negras. 

O grupo também recebe participantes de outras cidades e países, como o Padre Talis Pagot, doutorando da Pontificia Università Gregoriana, em Roma. 

Os povos indígenas contam suas histórias 

No dia 17 de junho, o professor Hermílio mediará o evento Povos indígenas por eles mesmos, com representantes de sete etnias indígenas. O bate-papo é uma oportunidade para que o grupo compartilhe experiências para além da visão acadêmica, propondo reflexões sobre os distintos contextos e experiências indígenas no País. 

O Dia da Pessoa Indígena 

Popularmente conhecido como o Dia do Índio, o dia 19 de abril marca a data do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, que aconteceu em 1940, no México. O encontro teve o propósito de discutir pautas a respeito da situação dos povos indígenas nas Américas e reuniu diversas lideranças do movimento. 

Leita também: Estudo analisa impacto do contato com outras civilizações na população indígena 

Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus - Alternativa de exame possibilita diminuir custos e ter resultados mais rápidos

Foto: Divulgação/InsCer

Ingressar na pesquisa é o sonho de muitos estudantes. Para isso, há diversas opções: na graduação, é possível ingressar na Iniciação Científica; após formado, os programas de pós-graduação são a principal opção. O trabalho de um pesquisador pode ser realizado em diferentes áreas e contextos e não precisa ficar restrito ao laboratório ou a pesquisas de campo. Na verdade, os cientistas precisam de um bom referencial teórico para que possam desenvolver tanto a argumentação como a parte prática das suas pesquisas. Além disso, é possível ser cientista em todas as áreas do conhecimento, pois há linhas de pesquisa muito diferenciadas. 

Pensando nisso, o professor da Escola de Ciências de Saúde e da Vida e coordenador de Iniciação Científica da PUCRS, Júlio César Bicca-Marques, preparou algumas dicas para quem tem o sonho de realizar pesquisas: 

  

  1. Mantenha a curiosidade

A curiosidade de descobrir como o mundo funciona é essencial para qualquer cientista, esteja ele(a) interessado(a) em entender pequenos detalhes do nosso cotidiano ou os grandes enigmas do universo. Se você silenciou a sua curiosidade, reviva aquela criança que perguntava um “por quê” atrás do outro. Adicione muitos “como”, “quando”, “onde”, etc. e esse espírito questionador lhe permitirá fazer indagações científicas cada vez mais complexas. Manter a chama da curiosidade acesa lhe ajudará a entender por que a melhor ciência é aquela que dá algumas respostas e abre um leque mais amplo de novas perguntas e dúvidas.  

O ditado “quanto mais sei, mais sei que nada sei” resume bem a vida de cientista. O físico brasileiro Marcelo Gleiser usa uma ilha como metáfora do nosso conhecimento e o perímetro de oceano à sua volta para representar o desconhecido. Quando nossa ilha do conhecimento é pequena, seu entorno é restrito e só conseguimos ter ciência de um pouquinho do que não sabemos. À medida que expandimos nossa ilha do conhecimento, seu perímetro também aumenta, fazendo-nos perceber como ainda temos muito a aprender. E, assim, podemos passar a vida inteira fazendo ciência, aprendendo e mantendo viva a nossa curiosidade. 

  

  1. Encante-se com sua pesquisa e vibre com suas descobertas

Você se divertirá fazendo ciência se estiver encantado, apaixonado pela sua pesquisa. O encantamento pelo tema de sua investigação tornará o exercício (permanente) de revisão da literatura mais prazeroso. Essa afinidade também lhe ajudará a valorizar cada progresso e descoberta.  

  

  1. Seja determinado e persistente

    Iniciação Científica possibilita contato com a pesquisa durante a graduação - Alunos interessados podem integrar o programa ainda em 2020

    Foto: Bruno Todeschini

Seguir criteriosamente todas as etapas do método científico com seriedade e rigor requer determinação e persistência. A ansiedade, por outro lado, não combina com a pesquisa científica. É necessário ter paciência para desenvolver o estudo e para aguardar a época de colher os frutos do seu investimento. Alguns resultados podem ser obtidos em pouco tempo, enquanto outros podem exigir anos de dedicação.  

Se você estiver encantado e vibrando com seus avanços, como falamos na dica anterior, isso não será tão difícil quanto pode parecer à primeira vista. Determinação e persistência também são características necessárias para que você vença os momentos de frustração com eventuais erros e resultados negativos. A identificação de problemas metodológicos, por exemplo, é um importante aprendizado. Também esteja ciente de que resultados negativos oriundos de investigações metodologicamente robustas e rigorosas também são muito valiosos. 

  

  1. Cultive seu espírito crítico

A ciência avança porque não nos satisfazemos com o conhecimento que dispomos. Portanto, ser crítico para questionar os paradigmas vigentes é essencial para retroalimentar a sua curiosidade e auxiliar a pensar de forma alternativa. Cientistas com conhecimento profundo do seu tema de pesquisa, com senso crítico apurado e mente aberta têm maior probabilidade de promover avanços significativos de suas áreas de atuação.  

Exercitar a autocrítica também é essencial na vida científica para que você não caia na armadilha de ter um apego irracional às suas hipóteses de pesquisa. Trate-as como elas são: explicações possíveis para o(s) fenômeno(s) de interesse que precisam ser testadas. Portanto, não tenha nenhum receio em descartar aquela hipótese em que você acreditava durante a elaboração do projeto de pesquisa e que não recebeu suporte de seus resultados. Um ditado que criei há quase duas décadas durante um seminário de graduação sintetiza bem como usar o espírito crítico nas suas atividades científicas: “seja crítico, muito crítico, mas comece por você mesmo.” 

  

  1. Domine a língua portuguesa e alguma(s) língua(s) estrangeira(s)

A ciência depende de uma comunicação eficiente. Dependemos de trabalhos científicos bem escritos e com ideias claras para podermos entender qual é a fronteira do pensamento do nosso tema de pesquisa para propormos novas perguntas. O mesmo vale se você estiver assistindo a uma palestra ou aula. O(A) apresentador(a) precisa expressar bem o conhecimento para que você possa acompanhar o raciocínio.  

Uma comunicação clara e adaptada a cada público-alvo também é essencial para promovermos a popularização do conhecimento científico e, assim, vencermos os perigos do obscurantismo e do negacionismo em nossas sociedades. Como a ciência não conhece fronteiras, sua linguagem é internacional. Portanto, invista no(s) idioma(s) mais importante(s) na sua área de atuação. 

 

Dica bônus: currículo Lattes

Iniciação Científica possibilita contato com a pesquisa durante a graduação - Alunos interessados podem integrar o programa ainda em 2020

Foto: Camila Cunha

A elaboração de um currículo Lattes é essencial para qualquer pesquisador. Diferente do tradicional curriculum vitae, entregue a possíveis contratadores por quem está procurando um emprego, o Lattes é um currículo para a área acadêmica. No currículo Lattes é registrada a trajetória acadêmica de professores/pesquisadores e estudantes brasileiros ou estrangeiros que atuam no Brasil, por isso é considerado fundamental para quem tem interesse em ingressar e crescer na área. No entanto, o preenchimento do currículo pode gerar dúvidas. Por isso, o PUCRS Carreiras trouxe também algumas dicas: 

Você também pode se inscrever na oficina de Currículo Lattes do PUCRS Carreiras que acontece no dia 19/4. 

Leia também: Currículo Lattes: passo a passo para aprender a utilizar a plataforma 

 

Dê o primeiro passo para sua carreira de pesquisa 

Se você deseja se envolver com pesquisa científica, mas não se identificou com as habilidades descritas acima, não tem problema. Todas elas podem ser cultivadas e desenvolvidas. Para começar, que tal se inscrever nas Oficinas de Iniciação Científica? As atividades são gratuitas, abertas ao público e acontecem ao longo do ano. 

 

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

Estudo, trabalho, contato com a família e amigos, entretenimento e notícias. Durante a pandemia provocada pela Covid-19, essas foram situações que se tornaram cada vez mais digitais em toda a sociedade. Em um contexto de distanciamento social, estar conectado passou a ser um dos principais recursos para realizar as atividades do dia a dia.  

Entre os jovens, um dos públicos mais presentes nas redes sociais e na internet, a pandemia modificou hábitos de consumo de conteúdo. É o que aponta uma pesquisa realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que investigou o comportamento de pessoas de 16 a 34 anos que residem em de Porto Alegre e na região metropolitana. 

“O consumo de conteúdo, atualmente, ocupa uma parte fundamental no cotidiano das pessoas, especialmente as da faixa etária estudada no projeto, e as mudanças que temos passado em relação a isso são notórias, destaca o professor Ilton Teitelbaum, que orientou a pesquisa. 

Leia também: 73% dos jovens acreditam que a convergência entre virtual e físico é positiva 

A aluna Rita Karasek, uma das responsáveis pelo estudo, ressalta que a investigação contribui para informar sobre as mudanças de forma simultânea à pandemia. “Estamos passando por um momento inédito e histórico para todos e por isso, ainda escasso de pesquisas. A partir dos dados, também podemos entender quais conteúdos estão sendo mais consumidos e como o isolamento está afetando outros pontos, como a saúde mental dos entrevistados. 

Mais conectados, porém seletivos 

De acordo com a pesquisa, mais de 68% dos jovens permanecem conectados de quatro a 12 horas por diae 12% dos entrevistados afirmaram passar mais de 12 horas na internet diariamente. As redes sociais são responsáveis por boa parte desse tempo. Em 2020, o Brasil saltou para a segunda posição ent

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

re os países com a população que mais acessa esses sites e aplicativos, com média de 3h34min por dia. 

Utilizar a internet para mais finalidades durante a pandemia também contribuiu para o maior consumo de conteúdos digitais. Dados do estudo realizado pela Famecos destacaram que cerca de 71% dos jovens se consideram heavy users, ou seja, usuários muito ativos. Porém, 63% dos entrevistados apontam que gostariam de consumir conteúdo com menor frequência no contexto pós-pandemia. 

A perspectiva, no entanto, é de um aumento constante, com cada vez mais pessoas consumindo uma variedade maior de conteúdos digitais em diferentes formatos. Apesar dessa estimativa de crescimento, o estudo ressalta que produtores e marcas devem pensar estrategicamente no conteúdo que oferecem, pois a tendência é de um público cada vez mais crítico e seletivo. 

“O digital permite escolha. E os algoritmos permitem direcionamento e customização. Isso significa que cada pessoa pode consumir o que deseja e o que gosta, na hora que melhor lhe pareça, onde se sinta mais confortável. Esse é o lado bom. O lado ruim é que isso reforça o comportamento em ilhas, o que forma bolhas e afasta cada vez mais as pessoas do convívio com o contraditório. A não ser que elas desejem e busquem saber o que acontece no mundo dos que pensam diferente delas”, comenta Teitelbaum.    

Domínio do conteúdo audiovisual  

Outra tendência apresentada pela pesquisa é o crescimento no consumo de vídeos, principalmente os de menor duração. O estudo demonstrou que no período de distanciamento social, os vídeos rápidos são o formato de conteúdo mais consumido por quase 45% dos jovens. 

Segundo Teitelbaum, os vídeos rápidos tiveram crescimento durante a pandemia principalmente por serem uma alternativa à tensão do momento. “Uma das maiores realidades da pandemia chama-se TikTok. Ele cresceu justamente por ser ‘democrático’ e servir como um conteúdo mais leve, muito oportuno em um momento de tensão coletiva, analisa.   

Séries, filmes e vídeos também são destaque entre os conteúdos que os entrevistados desejam manter ou aumentar o hábito de consumo após a pandemia. Para atender a essa demanda, o público espera que haja um crescimento da oferta desse tipo de conteúdo entre as opções do mercado. 

Um levantamento realizado durante o estudo apontou que em 2020 o uso da televisão para consumir streaming teve aumento de 33%. A Netflix se destaca dentre as plataformas com maior ascensão, com cerca de 16 milhões novos usuários.  

Multiplicação de lives 

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

Desde o início das medidas de distanciamento social, as lives se multiplicaram como uma alternativa de entretenimento ao vivo. O formato passou a ser um dos principais recursos para que artistas, marcas e produtores de conteúdo mantivessem o contato com o público de forma síncrona. As buscas por conteúdo ao vivo tiveram expansão de mais de 4.900% desde março de 2020. 

A interatividade entre produtores de conteúdo e o público é apontada como um aspecto importante para mais de 90% dos jovens. Os entrevistados acreditam que a construção de uma relação é um diferencial para o sucesso e aproximadamente 54% dos jovens afirmaram que interagem com produtores. 

Saúde mental impacta no consumo 

Uma das razões apontadas pelo estudo para o desejo de consumir menos conteúdo é a preocupação com a saúde mental. Entre os entrevistados, 90% dos jovens afirmaram que a pandemia afetou de alguma forma seu bem-estar emocional e mental 

Apesar do crescimento no consumo de notícias com aumento de 42% nos acessos a sites de informação –, a tendência do público jovem é consumir esse tipo de conteúdo de forma mais superficial e com menor probabilidade de pagar para receber essas informações. 

Entenda mais sobre o estudo 

A pesquisa O Universo do Consumo de Conteúdo contou com pesquisa de dados, etapa qualitativa e etapa quantitativa com mais de 200 respostas. Os dados da etapa quantitativa foram coletados de forma online, por meio de questionário, entre os dias 3 e 18 de novembro de 2020. 

Coordenado pelo professor Ilton Teitelbaum, o estudo foi realizado pelos estudantes Lucas Mucke, Marina Gonçalves, Miguel Bilhar, Nicolas Lima, Patryc Pinto e Rita Karasek. O relatório da pesquisa pode ser conferido neste link. 

Busca por roupas mais confortáveis, aumento das compras online e valorização de produtores locais. Esses são alguns dos impactos que a pandemia da Covid-19 e o consequente distanciamento social tiveram no consumo de moda, principalmente entre os jovens. Conforme a pesquisa Moda e pandemia, realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecosos hábitos de consumo vêm passando por mudanças neste período, fazendo com que as marcas também se reinventem para sobreviver no mercado.  

O estudo teve como foco jovens de 18 a 34 anos de Porto Alegre, com o objetivo de entender os hábitos de consumo desse público no momento que estamos vivendo. Orientados pelo professor Ilton Teitelbaum, os alunos e alunas ainda buscaram identificar tendências para o período que virá após o isolamento.  

Aumento nas compras online e valorização de produtos locais  

Alguns dos resultados da pesquisa mostram que a forma de comprar mudou durante a pandemia, com o crescimento das vendas online e queda no consumo offline. Por esse motivo, uma das possibilidades de recuperação dos negócios no pós-pandemia será o atendimento por aplicativos, como o próprio WhatsApp, além de provadores virtuais.  

Compras online aumentaram e compras presenciais diminuíram

Aumento das vendas online é um dos impactos da pandemia na moda

Teitelbaum acredita que o online veio para ficar e que é preciso aceitar que não há mais fronteira que o separe do offline:   

“O virtual faz parte do mundo real e vice-versa. Para as marcas, a adaptação terá que passar por entender que isso não tem volta. Faz parte do presente e fará parte do futuro”.

A busca por peças de roupas mais confortáveis também está entre os impactos da pandemia na moda. O fato de muitas pessoas passarem a trabalhar e estudar de casa incentiva que elas queiram se sentir mais à vontade. Ao mesmo tempo, isso não anula o desejo de se vestir bem. Além do conforto, os consumidores buscam peças estilosas com as quais se identificam – principalmente para vestirem da cintura para cima, parte do corpo que acaba ficando em evidência nas frequentes videochamadas de estudo, trabalho ou mesmo com familiares e amigos. 

Em relação às marcas, muitas precisaram mudar sua forma de atendimento para driblar as dificuldades impostas pela pandemia. Com isso, a conexão com o público tornou a comunicação mais humanizada.   

Em relação à valorização dos produtos locais, Teitelbaum considera uma questão complexa. Apesar de as compras de estabelecimentos regionais terem crescido, as soluções globalizadas e baratas, como o fast fashion, seguirão fortes – principalmente em um contexto de pessoas com finanças abaladas. “A oportunidade está em nichos, focados em pessoas que aceitam pagar um pouco mais por algo que lhes pareça especial, com um propósito, seja por ser customizado, seja por ser orgânico ou vegano, por exemplo”.  

Quanto mais jovem, mais consciência na hora de consumir  

A pesquisa Moda e pandemia ainda comparou as percepções de comportamento entre as gerações Y (nascidos entre os anos 1980 e meados de 1990, também conhecidos como millenials) e Z (nascidos após esse período, até o início dos anos 2000). Segundo o estudo, enquanto os primeiros são mais conectados com o status conferidos pelas peças de roupa, os jovens da geração Z estão se tornando mais conscientes em relação à moda, o que também impacta no mercado.  

A geração Z tende a querer expressar seus posicionamentos pessoais no vestuário. Por buscar um consumo com propósito, acaba abrindo espaço no guarda-roupa para marcas com mais responsabilidade ambiental e social.  

O que fica depois da pandemia?  

Busca por peças de roupas mais confortáveis é um dos impactos da pandemia na moda

A preferência por roupas mais confortáveis deve continuar depois da pandemia / Foto: Mikhail Nilov / Pexels

Algumas mudanças de hábito no consumo de moda devem permanecer mesmo após o fim da pandemia. O conforto que uma roupa proporciona, por exemplo, é algo com grandes chances de continuar sendo uma prioridade na hora de escolher uma peça.  

A busca por marcas com propósito também deve aumentar. “Vai crescer o consumo de marcas com propósito, que defendam causas não apenas na comunicação, mas em seu dia a dia. O espaço para a hipocrisia ou para mensagens vazias tende a se reduzir e, talvez, acabar”, aposta o professor.  

Comprar online é uma tendência que provavelmente será mantida pelos consumidores. Fatores como a facilidade de encontrar tudo o que se procura pela internet e o prazer em receber os produtos na porta de casa são decisivos para o aumento dessa modalidade de compra.  

Entenda como a pesquisa analisou os impactos da pandemia na moda  

O estudo Moda e pandemia contou com pesquisa de dados, pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa com mais de 200 respostas.  

A partir da pesquisa de dados, foi possível compreender as principais diferenças entre os jovens das gerações Y e Z, além de identificar três perfis de consumidores: consciente pragmático, que busca uma vida estável; conectado, que passa a maior parte do tempo na internet; e equilibrista, que busca fazer escolhas inteligentes para fazer tudo o que quer.  

A pesquisa qualitativa foi realizada com nove pessoas, sendo quatro especialistas (designer de moda, economista, psicólogo e professor) e cinco consumidores. Em relação à etapa quantitativa, realizada entre os dias 15 e 23 de novembro de 2020, o perfil dos consumidores foi majoritariamente jovens mulheres de 18 a 24 anos de Porto Alegre com renda de até R$ 5.525. 

Coordenado pelo professor Ilton Teitelbaum, o estudo foi realizado pelos estudantes Amanda Arrage, Douglas Rosa, Emily Müller, Ketlen Hoenes, Júlia Fay, Rachel Fernandes e Natália Pompeu. O relatório da pesquisa pode ser conferido neste link.

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Foto: Ole Jørgen Bratland

O Instituto do Petróleo e dos  Recursos Naturais (IPR) começa em 2021 um novo projeto de qualificação dos laboratórios para sua ampliação de serviços e para o início da produção de materiais de referência certificados (MRC). 

Esses produtos são as bases para verificação da exatidão de medições analíticas, com objetivo de garantir a confiabilidade de operações que sigam a norma da ISO/IEC 17025 (que de determina os requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração) 

O projeto intitulado como QualyLab-IPR tem o objetivo de habilitar dois pacotes de serviços em nível internacional, buscando acreditação de órgãos norte-americanos, com os seguintes enfoques:  

Segundo Felipe Dalla Vecchia, diretor do IPR, a acreditação permitirá ampliar a atuação do Instituto no cenário internacional, além de oferecer um serviço diferenciado para empresas e instituições parceiras. “A qualificação do IPR atenderá demandas de alta complexidade do mercado nacional e internacional, além de acreditar a qualidade dos ensaios realizados e qualificar ainda mais as pesquisas que são desenvolvidas”, destaca 

Ser referência internacional até 2026 

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Foto: Bo B. Randulff e Even Kleppa

Com o novo projeto o IPR busca, até 2026, “ser um dos mais importantes institutos de referência internacional em qualidade técnica em pesquisa, realização de análises laboratoriais e produção de materiais de referência certificados na área de petróleo e derivados, recursos naturais, energia e meio ambiente”, acrescenta Dalla Vecchia 

Entre os grandes diferenciais do instituto estão o amplo conhecimento técnico e científico específico, com um quadro de pesquisadores/as e técnicos/as altamente especializados/as. O IPR também conta com uma infraestrutura de ponta, equipamentos de alta complexidade e um amplo escopo nas suas áreas de atuação.  

O projeto tem um cronograma previsto para os próximos cinco anos, iniciando com a qualificação dos processos e estruturas e se preparando para a acreditação do sistema. Com isso, passa a figurar como uma importante referência no mercado nacional e internacional, alinhando seus processos com exigências de multinacionais e dos melhores centros de pesquisa do mundo. 

mestres e doutores, rede sapiensO concurso Rede Sapiens incentiva a integração da tríade universidades, sociedade e mercado e tem como objetivo valorizar o conhecimento científico produzido no Rio Grande do Sul, além de aproximar as pesquisas desenvolvidas com as empresas. Para participar, mestres/as e doutores/as interessados/as devem gravar um vídeo de até três minutos com linguagem acessível sobre os resultados de suas teses e dissertações e enviar o formulário, disponível neste link, até o dia 31 de março! 

A iniciativa do Pacto Alegre, articulada pela uMov.me Arena, conta com a curadoria da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do RS (Fapergs) e da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), com o apoio de diversas universidades gaúchas, entidades setoriais e empresas. 

O Pacto Alegre é uma iniciativa que une o poder público, a academia e a iniciativa privada em prol da inovação em Porto Alegre. O projeto teve início no ano passado, quando foi lançada a Aliança para a Inovação, uma parceria entre as principais universidades da Capital  — PUCRS, UFRGS e Unisinos  — e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. 

A PUCRS na Rede Sapiens

Confira apresentações de pesquisas que foram desenvolvidas na PUCRS:

Sobre o concurso 

A proposta da Rede Sapiens é possibilitar a aplicação prática da produção acadêmica e dar visibilidade ao desenvolvimento da ciência no Estado. Empresas interessadas também poderão entrar em contato com os/as autores/as dos trabalhos através de um formulário disponível na página de cada vídeo da vitrine. 

O grande objetivo dessa conexão é que cada pesquisa possa ser aplicada de maneira prática na vida das pessoas e das empresas. “A única forma de promover um desenvolvimento sustentável é através do conhecimento científico”, destaca Luis Lamb, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, um dos apoiadores do projeto. 

Professor da Escola de Direito é destaque em citações do STF e no Google Acadêmico

Professor Ingo Sarlet, da Escola de Direito da PUCRS / Foto: Bruno Todeschini

Duas pesquisas divulgadas nos últimos meses mostram que o professor Ingo Wolfgang Sarlet, coordenador do Programa de Pós-graduação em Direito da PUCRS, está em 8º lugar na classificação de Constitucionalistas mais citados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no controle de constitucionalidade concentrado e em 1º no ranking de Juristas mais citados no Google Acadêmico. 

Segundo Sarlet, a surpresa positiva é um incentivo: “É sempre gratificante saber que o nosso trabalho como acadêmicos e juristas é valorizado e referenciado, auxiliando tanto na produção científica de outras pessoas quanto na jurisprudência e em decisões de causas importantes. 

Conforme o advogado e a advogada que elaboraram os estudos, Daniela Urtado e Diego Kubis, as informações podem auxiliar em reflexões e produções de saberes sobre as instituições. Ambos também destacam que “o levantamento demonstra a importância do uso da ferramenta do Google para a comunidade acadêmica e pode servir de incentivo aos pesquisadores para uma manutenção mais precisa de seus perfis”. 

Como funcionam as pesquisas 

Para analisar as citações do STF, foram obtidos dados de 1 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2020 a partir de casos julgados em sede de controle concentrado de constitucionalidade, que é a prática que verifica a adequação e a compatibilidade de leis ou de atos normativos com a Constituição. 

No total, foram analisados 1.147 julgados (decisões que não cabem mais recurso), levando em consideração apenas uma citação por acórdão (a decisão do órgão colegiado, com os principais pontos da discussão) para cada autor e autora, mesmo que mais de uma obra tenha sido citada na decisão. 

O estudo considerou apenas profissionais que possuem produção acadêmica ou vínculo institucional com a área do Direito Constitucional. Ingo Sarlet ficou ao lado de nomes influentes do setor, como Gilmar Mendes (ministro do STF), Ruy Barbosa, Vicente Ráo, entre outros. 

para verificar as citações no Google Acadêmico, os nomes foram vinculados às publicações encontradas na própria ferramenta de busca, que também aceita a indexação manual de produções. O professor lidera com 21.500 citações encontradas na plataforma na área de Direito Constitucional. 

Referência nas decisões judiciais 

Com mais de 20 anos de atuação como docente na PUCRS, Ingo Sarlet conta com diversas obras e artigos publicados, que também estão entre as mais citadas pela magistratura nacional. 

Ele é o único brasileiro entre os cinco autores de obras acadêmicas e filosóficas mais citados nas fundamentações das decisões jurídicas do País, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Magistrados. As obras campeãs são A eficácia dos direitos fundamentais e Dignidade (da pessoa) humana e os direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 

Saiba mais sobre a trajetória profissional e a vivência internacional do professor. 

Estude Direito na melhor 

Ter a oportunidade de vivenciar experiências profissionais reais, aproximando a teoria das aulas à realidade do mercado de trabalho, é o desejo de quem ingressa tanto na graduação. Assim como a vontade de investigar e se aprofundar em temas da atualidade são o foco da pós-graduação. Na Escola de Direito da PUCRS são oferecidas diferentes atividades práticas e disciplinas que integram a prestação de serviços importantes para a comunidade, a preocupação com o impacto social e o desenvolvimento de habilidades técnicas e humanas. 

Saiba mais: