A quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores e moradoras das metrópoles. A quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores e moradoras das metrópoles. 

Segundo o estudo, elaborado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a PUCRS e com o Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), quase 30% das pessoas estão vivendo em domicílios com renda per capita do trabalho inferior a um quatro do salário mínimo nas metrópoles brasileiras. 

A pesquisa também revela que a renda média regrediu ao patamar de 2012 e que a desigualdade atingiu o nível mais alto já registrado na série histórica, que utiliza dados provenientes das PNADs Contínuas, produzidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Um ano de resultados desanimadores 

Com os dados referentes ao primeiro trimestre de 2021, neste 4º boletim os pesquisadores tiveram condições de analisar o que ocorreu nas regiões metropolitanas ao longo de quatro trimestres, desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil. 

A quarta edição do Boletim Desigualdade nas Metrópoles levantou dados preocupantes sobre os efeitos que a pandemia da Covid-19 provocou, ao longo de um ano, no que diz respeito à renda e sua distribuição entre os moradores e moradoras das metrópoles. Para Andre Salata, professor da Escola de Humanidades da PUCRS e coordenador da pesquisa, os resultados são desanimadores: 

“A desigualdade alcançou seu maior nível, a renda regrediu para níveis do início da série, diminuindo especialmente entre os mais pobres, e milhares de famílias caíram para estratos de rendimento extremamente baixos. Os números que trazemos expressam o que qualquer morador destas regiões percebeu ao longo do último ano, com o aumento sensível do número de pedintes, desempregados, vendedores ambulantes e pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade”. 

Ele complementa que, em um cenário de diminuição acentuada da renda média e de uma piora substantiva na sua distribuição, o resultado não poderia ser diferente, fazendo milhares de famílias caírem para estratos de rendimentos mais baixos. 

Mais de 80 milhões de pessoas vivem nas regiões metropolitanas 

De acordo com o IBGE, aproximadamente 40% da população brasileira, ou mais de 80 milhões de pessoas, vivem em regiões metropolitanas. “O peso demográfico, político e econômico destas regiões é conhecido, assim como os enormes desafios sociais que nelas se apresentam”, ressalta o relatório. 

De acordo com os dados levantados pelo estudo, o percentual de pessoas vivendo em domicílios com renda per capita do trabalho menor que um quarto do salário mínimo, no conjunto das metrópoles, era de 20,2% no início da série histórica, em 2012. Já no primeiro trimestre de 2020 chegava a 24,5%. E, apenas um ano depois, no 1º trimestre de 2021, alcançou o patamar de 29,4%. Em termos absolutos, isso significa que em apenas um ano o número de pessoas nessa situação passou de 20.230.528 para 24.535.659. 

Maior nível de desigualdade da renda já observado 

Foto de uma metrópole

Para muitas pessoas nas metrópoles brasileiras os auxílios emergenciais têm sido de suma importância / Foto: Kaique Rocha/Pexels

Os dados mostram que no primeiro trimestre de 2021 a média móvel do coeficiente de Gini nas Regiões Metropolitanas, que mede a desigualdade de rendimentos do trabalho (quanto mais alto o valor, maior a desigualdade) atingiu seu maior valor na série histórica, chegando a 0,637. No primeiro trimestre de 2020, antes da Covid-19, a média do Gini era de 0,608. 

Conforme Salata, o aumento das desigualdades no Brasil, mais especificamente nas metrópoles, já vinha ocorrendo desde 2015. “No último ano, no entanto, há um enorme salto nessa desigualdade. Enquanto no início de 2020 os 10% do topo da distribuição de renda ganhavam, em média, 29,6 vezes mais do que os 40% da base da distribuição de renda em nossas metrópoles, agora eles ganham 42,3 vezes mais”, afirma Salata. 

Na Região Metropolitana de São Paulo, essa vantagem dos mais ricos/as salta de 31,5 para 42,5 durante a pandemia. Já na Região Metropolitana do Rio de Janeiro o número subiu de 35,6 para 74,6. Na Região Metropolitana de João Pessoa a situação é ainda mais grave: o salto foi de 50,8 para 99,8. 

Rendimento médio do trabalho caiu nas metrópoles 

A pesquisa mostra ainda, que para o estrato dos 40% mais pobres, o rendimento médio do trabalho caiu 33,4% no conjunto das metrópoles, entre o 1º trimestre de 2020 e o 1º trimestre de 2021. Para os 50% de renda intermediária a queda foi de 7,6%. E para o estrato de renda dos 10% do topo da distribuição a queda foi de 4,8%. 

Portanto, apesar de ter ocorrido redução de rendimento em todos os estratos de renda, a queda foi muito mais pronunciada para os mais pobres. Em geral, considerando todos os estratos, houve queda de 8,5% do rendimento médio no conjunto das Regiões Metropolitanas, que passou de R$ 1.423,93 para R$ 1.302,79. Essa queda fez a renda média retornar ao patamar do início da série, no ano de 2012. 

“Nesse sentido, o auxílio emergencial continuará cumprindo um papel fundamental por mais alguns meses, até que se façam sentir os efeitos do avanço da vacinação e de um eventual aquecimento do mercado de trabalho, que deveria ser induzido pelo governo”, complementa Salata. 

Confira na íntegra o Boletim Desigualdade nas Metrópoles nº 04 e acesse as tabelas e gráficos do estudo. 

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Estudantes no Living 360º, prédio 15 do Campus (2019) / Foto: Camila Cunha

Dispositivos como os smartphones se tornaram cada vez mais integrados à vida da maioria das pessoas. São diversas funcionalidades que auxiliam na realização de tarefas do dia a dia, na comunicação e na organização, por exemplo. Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 58% da população brasileira acessava à internet exclusivamente por meio do celular em 2019. 

A combinação entre internet e mobilidade gerou um novo contexto comunicativo, que pode ser batizado como “A era dos smartphones”, segundo Amanda Borges Fortes, mestre em Psicologia, e Carolina Lisboa, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Uma recente pesquisa realizada por Amanda, sob a orientação de Carolina, mostrou que o bem-estar e a regulação emocional podem estar relacionados com a utilização de smartphones de forma controlada. 

Porém, a literatura especializada também aponta prejuízos à saúde mental causados pelo  uso excessivo do celular, além de impactar no cotidiano, ao tirar o tempo para outras atividades, afetar os relacionamentos, aumentar a ansiedade e o estresse, provocar insônia, etc. Mesmo assim, Amanda destaca que a maior influência vem da parte emocional das pessoas: 

“Não necessariamente o tempo que as pessoas ficam utilizando os celulares é prejudicial para a saúde mental, mas sim os diferentes tipos de uso”. 

Para auxiliar que as pessoas saibam como utilizar os dispositivos de forma apropriada, aumentando a sensação de felicidade, a socialização e evitando danos à saúde, as pesquisadoras prepararam algumas orientações úteis sobre o que a ciência diz à respeito do tema. E uma boa notícia: não há contraindicações, pode ler pelo celular! 

1. O problema não é o “quanto”, mas sim o “para quê”

O impacto que os smartphones causam na saúde mental vai depender do tipo de uso. O problema aqui não é somente “o quanto” se usa, mas sim “para quê” (motivação). O dispositivo pode ser usado de forma a promover a qualidade de vida e a saúde, por exemplo para auxiliar no controle de hábitos, como no incentivo à prática de atividades físicas e técnicas de relaxamento. 

2. Estabelecendo momentos para o uso do celular

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Uso do celular também pode ter aspectos positivos / Foto: Camila Cunha

O ideal é não recorrer aos celulares a qualquer instante: “Precisamos entender que o momento em que usamos o smartphones também vai representar um uso saudável ou não”, explica Amanda. Por exemplo, em um almoço em família, em que todos estão reunidos à mesa, não é adequado usar o celular para fins de trabalho ou até mesmo para se conectar com algum amigo que está longe. 

“Devemos sempre nos remeter a um famoso paradoxo referente às pessoas estarem fisicamente presentes, mas ausentes devido ao uso dos smartphones”, relembra Carolina. Para um uso saudável, cuide também o momento em que irá usar os smartphones. O tempo de uso pode ser um dos maiores fatores de risco e precisa de ainda mais atenção no momento em que muitas pessoas estão trabalhando e estudando a distância. 

“Qual seria o tempo adequado? Não sabemos. Mas as pessoas podem se questionar quanto tempo estão dedicando a cada uma das suas atividades de sua vida e, se esse comparativo não for equilibrado, temos um problema”, reforça Amanda.

3. Compartilhando o uso

Se uso do celular for necessário, como muitas vezes a presença das pessoas é exigida, compartilhe o uso que irá fazer. “Me desculpem, vou precisar atender esta ligação”, “olhem que legal esse vídeo que eu assisti”, ou “estou apenas combinando isso com o meu colega, em seguida largarei o celular”. Dependendo do contexto e do momento, é interessante que você possa falar sobre o uso que está fazendo para que a pessoa que está com você não se sinta ignorada ou desrespeitada. 

4. Evite o uso automático

Isso acontece quando não se tem um objetivo evidente e específico para usar o smartphone, percebendo certa perda de controle com relação a essa tecnologia. É o chamado uso “passivo”. Dessa forma, acaba não se percebendo a passagem do tempo e coisas importantes são deixadas de lado (seja conversar com sua família, trabalhar, estudar ou até mesmo dormir e descansar). 

Geralmente, o uso automático é acionado para driblar alguma emoção negativa (tédio, tristeza, frustração) ou até mesmo alguma situação difícil (solidão, desconforto em conversas difíceis, etc). A maneira como as pessoas lidam com as suas emoções pode influenciar na forma de usar a tecnologia. 

5. Precisa ser agora?

Antes de pegar o seu smartphone, faça-se três perguntas: “por quê?”, “para quê?” e “precisa ser agora?”. Ao responder, certamente as funcionalidades disponíveis serão aproveitadas de formas melhores. 

Portanto, o desafio é fazer um uso controlado da tecnologia, já que os smartphones estarão cada vez mais presentes no dia a dia da população. Aceitar isso e entender quais as formas de usá-los sem ter prejuízos é uma tarefa fundamental dos dias atuais. “A tecnologia deve ser usada ao nosso favor. A gente no controle e não com as tecnologias nos controlando”, pontua Carolina. 

Ambas as pesquisadoras integram o Grupo de Pesquisa Relações Interpessoais e Violência – Contextos Clínicos, Sociais, Educativos e Virtuais (Rivi), onde o estudo foi desenvolvido.

Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus - Alternativa de exame possibilita diminuir custos e ter resultados mais rápidos

Novo teste identifica pessoas negativas para Covid-19/Foto: Divulgação/InsCer

Os institutos da PUCRS geram impacto e beneficiam diferentes setores da sociedade com ações, projetos e serviços. Entre eles estão o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), que durante a pandemia ocasionada pela Covid-19 tiveram uma atuação marcante. Mais uma vez, a Universidade mostra sua relevância em momentos de crise, buscando soluções para problemas complexos. Conheça algumas iniciativas dos Institutos da PUCRS no combate à pandemia. 

Um olhar para a terceira idade 

Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) se dedica a ações interdisciplinares relacionadas ao envelhecimento humano. Para isso, são realizadas pesquisas que contam com laboratórios e com um corpo docente altamente qualificado A Universidade Aberta para Terceira Idade (Unati), que busca promover o envelhecimento saudável e com autonomia, também faz parte do IGGFoi nessas duas frentes que esse instituto atuou diante os desafios pandêmicos. 

Visando acompanhar, durante o período de um ano, idosos em idade avançada e com saúde vulnerável provenientes do SUS, o IGG está desenvolvendo a pesquisa Marcadores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e moleculares para a identificação de idosos com risco de infecções graves pela Covid-19. Coordenada pelo diretor da instituição, Douglas Kazutoshi Sato, ela foi contemplada pelo edital PPSUS da Fapergs e é realizada em parceria com o Hospital São Lucas.  

Leia também: Projetos de Pesquisa da PUCRS vão contribuir com o SUS no Rio Grande do Sul 

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Foto: Camila Cunha/PUCRS

Com esse estudo, a instituição espera compreender de que forma esses idosos são afetados pela Covid-19, como o sistema imunológico deles responde às vacinas e à infecção pelo vírus e identificar marcadores para outras infecçõesA partir dos resultados dessas análises poderão ser realizadas ações de combate ao coronavírus, como a criação de protocolos clínicos específicos para o manejo da doença nessa população, o incentivo para a criação de políticas públicas de saúde voltadas à proteção do idoso no SUS, especialmente os que estão sujeitos a quadros mais graves da doença, e contribuições com o plano nacional de prevenção de infecções e vacinação em idosos 

Outra pesquisa de destaque também foi realizada pelo professor Sato, em parceria com a Universidade de Keio, em Tóquio. Denominado Hábitos comportamentais de japoneses, descendentes e não descendentes de japoneses diante da pandemia pela Covid-19o projeto está tendo seus dados analisados, mas indica que diferenças comportamentais e culturais podem ter contribuído para a discrepância no número de contaminações ao comparar ambas as populações. O estudo foi realizado por meio de um levantamento de dados pela plataforma Qualtrics e participaram dele 4.704 indivíduos, 2.685 do Brasil e 2.019 do Japão. O objetivo é de que essa pesquisa possa auxiliar na revisão das medidas profiláticas adotadas em pandemias, identificando hábitos comportamentais preventivos que contribuem para a preservar a saúde. 

Além disso, através da Unati, o IGG promoveu conteúdos, lives e cursos voltados aos idososincluindo eventos gratuitos. Essa é uma maneira de fornecer conhecimento a esse público, além de facilitar a interação com outras pessoas da mesma faixa etária, o que é de extrema importância durante a pandemia para auxiliar no cuidado à saúde mental do idoso. 

Ações que impactam no cotidiano 

Já o InsCer atua em duas frentes: na pesquisa e na assistência. Para oferecer o melhor resultado à população em cada uma delas, conta com um time de neurocientistas renomados internacionalmente e oferece exames de imagem com tecnologia de alto nível. Suas ações durante a pandemia foram voltadas, principalmente, a problemas cotidianos, como as dificuldades de aprendizado de crianças em idade de alfabetização sem atividades presenciais nas escolas, diagnósticos de casos suspeitos de Covid-19 e alterações neurológicas e psicológicas causadas tanto pelo isolamento social quanto pela contaminação pelo coronavírus. 

Já no começo da pandemia no Brasil, em abril de 2020 o Laboratório de Biologia Molecular e Imunologia do InsCer passou a oferecer exames RT-PCR – responsáveis por detectar a infecção pela Covid-19 durante o período sintomático da doença – com resultado em 24h para empresas, escolas e pessoas físicas. Mais tarde, disponibilizou o teste RT-PCR Fast, com resultados que saem em 4h, de acordo com janelas específicas durante o dia. Todos os laudos são emitidos em português, inglês e espanhol. Além disso, também foi oferecida a coleta domiciliar do exame, no intuito de auxiliar no diagnóstico de quem não tem a possibilidade de sair de casa, como idosos acamados, por exemplo.  

Saiba mais: InsCer oferece diferentes opções de exame RT-PCR para Covid-19 

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Até dia 30 de junho é possível participar da pesquisa do InsCer sobre o sono na pandemia/Foto: Shutterstock

Enquanto isso, pensando na realidade de ensino remoto, a qual impediu crianças de frequentarem presencialmente instituições de ensino, o Instituto desenvolveu o aplicativo Graphogame, um jogo educacional que tem como objetivo auxiliar crianças de 4 a 9 anos no processo de alfabetização. Ele chegou no Brasil por meio do Ministério de Educação, em iniciativa conduzida pelo pesquisador do InsCer, Augusto Buchweitz 

Por fim, o Instituto do Cérebro, que é referência em pesquisas sobre questões relacionadas à Neurociência, também se destacou na área durante a pandemia, liderando três importantes estudos sobre o assunto:  

Além disso, pesquisas relacionadas ao coronavírus realizadas pela instituição foram publicadas em revistas internacionais. 

Conheça outras ações da PUCRS no combate à PANDEMIA

Essa é a última de uma série de matérias que compilam ações da Universidade no combate à pandemia.  

Leia também: PUCRS contra a Covid-19: estudantes e professores desenvolvem ações 

Conheça iniciativas que visam auxiliar e dar protagonismo aos povos indígenas

Foto: Pixabay

Mais de 150 povos indígenas já foram infectados pela Covid-19, com 55.667 casos confirmados até a data de hoje, 18 de junho, de acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). No entanto, essa não é a única realidade que preocupa essas populações: disputas pelas terras, violência e dificuldades econômicas estão entre os problemas enfrentados pelos indígenas na atualidade.  

A partir das realidades vivenciadas por esses povos, estudantes e professores da Escola de Humanidades da PUCRS desenvolveram ações que têm os povos indígenas como protagonistas. Confira duas delas: 

Tecnologia aliada à prevenção 

Por meio de um projeto de extensão, o Núcleo de Estudos em Cultura Afro-brasileira e Indígena (Neabi) da PUCRS, ligado ao programa de Pós-Graduação em História, desenvolveu a iniciativa Tecnologia UV-C no auxílio ao combate à pandemia de Covid-19 em aldeias indígenasEssa ação visa capacitar agentes de saúde que atuam em comunidades das etnias Potiguara, Gavião, Tabajara e Tubiba Tapuya, no Ceará, a utilizarem um equipamento de luz ultravioleta, denominado UV-C INFO, na esterilização de ambientes 

Essa tecnologia é produzida pela Hüttech, empresa que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) e que realizou doações do equipamento para que pudesse ser utilizado nas comunidades. Sua ação consiste na quebra das ligações de DNA e RNA de fungos, vírus e bactérias pela radiação ultravioleta, esterilizando o ambiente. Dessa forma, o ar e as superfícies que contém uma boa iluminação para a ação do UV-C INFO ficam livres desses microrganismos que podem ser nocivos ao ser humano.  

O professor Edison Hüttner, um dos responsáveis pelo projeto, explica que essa iniciativa é importante pois os povos indígenas estão suscetíveis a diferentes enfermidades. “Não apenas o coronavírus acomete essas populações, mas bactérias e fungos, também. Por isso, disponibilizamos essa tecnologia aos agentes de saúde, para que as comunidades indígenas pudessem lutar contra a Covid-19, atuando na prevenção de forma mais efetiva”. 

Povos Indígenas por eles próprios 

Reunindo representantes de oito etnias indígenas (Kaigang, Xokleng-Konglui, Kaiapó, Boe Bororo e Terena, Suiá, Yawalapiti e Puyanawa) de quatro estados diferentes (Acre, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Pará), o Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e o Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA), realizou o evento Povos Indígenas por eles Próprios no dia 17 de junho.  A mediação do foi realizada pelo professor Hermílio dos Santos.

Na ocasião, o cacique Moritororeu Boe Bororo, do Mato Grosso, iniciou sua apresentação realizando uma saudação em sua língua nativa e relembrando o multiculturalismo dos povos indígenas brasileiros. Essa população não é homogênea e isso ficou nítido no evento, visto que cada etnia participante possuía uma língua própria pertencente a diferentes troncos linguísticos, como Pano, Aruak, Bororo e Jê. A resistência cultural desses povos também foi um dos assuntos abordados no encontro. 

Além disso, foi discutida a disputa pela terra, uma das principais lutas desses povos na atualidade. A ideia do encontro era observar a perspectiva indígena sobre esses temas, por isso, representantes de alguns dos povos do território indígena do Xingu puderam abordar a questão da extração ilegal de madeira na região, apresentando, além de dados, suas vivências e explicando a importância da relação dos indígenas com a terra em que habitam. Um relatório da ONU de 2018 já demonstrava que as regiões habitadas pelos nativos preservam mais o meio ambiente. 

Por fim, foram abordadas características culturais específicas das etnias participantes do evento e suas perspectivas futuras em relação a seus povos.  

Em breve, esse e outros encontros que discutiram questões indígenas com a presença desses povos, receberão legendas em língua inglesa e serão divulgados para acesso de todos os interessados.  

Estudo para compreender perfil do estudante da PUCRS ouviu mais de 1,4 alunosCom o objetivo de atender a constante necessidade de inovação e as possíveis mudanças que ocorrem no perfil e nas percepções de universitários dos cursos de graduação da Universidade, a Rede Marista realizou a pesquisa Quem é o estudante da PUCRS? A elaboração do estudo é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Identidade Institucional (PROIIN), com coordenação do Grupo de Pesquisa do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista.

Para o pró-reitor de Identidade Institucional, Ir. Marcelo Bonhemberger, a pesquisa possui relevância em nível acadêmico e institucional, pois é um importante subsídio de apoio a todas as unidades acadêmicas e de gestão que possibilita a compreensão do estudante nas suas particularidades: “Aliado à formação humano-cristã e às exigências da atualidade, o relatório da pesquisa apresenta um conjunto de dados que vêm subsidiando estratégias e ações institucionais apoiadas no Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade”, destaca.

O relatório completo da pesquisa está disponível para download.

Percepções diante dos resultados

A pesquisa objetiva acompanhar longitudinalmente, em um período de cinco anos, as variações dos dados sociodemográficos, socioeconômicos, educacionais, culturais e comportamentais da população de graduação da PUCRS. O estudo foi desenvolvido por meio de metodologia mista, predominantemente quantitativa, com a questão final aberta acolhendo sugestões dos participantes. 1486 estudantes com idade a partir de 18 anos participaram da pesquisa.

Segundo o assessor do Observatórios Juventudes PUCRS/Rede Marista, Luiz Gustavo Tessaro, “vivemos um momento histórico extremamente fluído e cheio de incertezas, acentuadas pela pandemia da Covid-19. O caráter longitudinal da pesquisa, além de poder auxiliar a Universidade a compreender os impactos desse evento sanitário, parece adequado também como forma de acompanhar a dinamicidade das mudanças de nosso tempo”.

Confira alguns destaques da pesquisa

Das sugestões de melhorias dos serviços e qualificação do ensino, as respostas descritivas apontaram para seis categorias globais: pedagógicas, socioculturais, estruturais, econômicas, saúde e bem-estar e comunicação.

Alcance da pesquisa

No primeiro semestre de 2021, os dados do relatório vêm sendo compartilhados com diferentes instâncias acadêmicas, como colegiados da reitoria e pró-reitorias, decanos e coordenadores administrativos, professores e técnicos da PUCRS.

Para a coordenadora do Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, Patrícia E. de Lima Teixeira, é interessante acentuar os espaços em que o relatório vem circulando e provocando reflexões e ações: “Destacamos o Foro sobre el Pacto Educativo Global, organizado pela Pontificia Universidad Javeriana de Bogotá; e o Seminário Interno de Avaliação da Iniciação Científica da PUCRS, no qual a pesquisa foi apresentada pelo estudante da Escola Politécnica Fredi Henrique Kunzler”.

O estudo demonstra o quanto o universitário pode se engajar como protagonista no contínuo processo de aperfeiçoamento dos espaços que ocupa. “Com essa divulgação queremos contribuir com a necessária difusão de estudos relacionados ao perfil de estudantes universitários, ampliando o conhecimento de seus contextos, percepções e cenários, para melhor problematizarmos e atuarmos em promoção e garantia de direitos ao acesso e permanência dos/as jovens no ensino superior”, avalia Patrícia.

Para o segundo semestre de 2021, está previsto um novo período de aplicação do questionário, o que proporcionará o acompanhamento e comparativo das respostas durante o período de pandemia.

Confira o relatório completo da pesquisa

Pesquisadores estão desenvolvendo atividades de atividades de P&D visando gerar resultados teórico-empíricos e implicações práticas no fortalecimento da resiliência e da cultura de segurança na indústria petrolífera brasileira / Foto: Pixabay

Todos os setores precisaram adaptar estratégias para sobreviver à pandemia da Covid-19. Os pesquisadores envolvidos com a segunda fase do projeto Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás (O&G) estão realizando atividades de P&D (pesquisa e desenvolvimento) visando gerar resultados teórico-empíricos e implicações práticas no fortalecimento da resiliência e da cultura de segurança na indústria petrolífera brasileira. Paralelamente, no âmbito de tais iniciativas, foi criado um núcleo de pesquisa na Universidade que utilizará o conhecimento acumulado sobre o assunto para auxiliar outros tipos de organizações e indústrias. 

O núcleo de pesquisa Human Factors and Resilience Research (HFACTORS), vinculado à Escola Politécnica, é formado por uma equipe interdisciplinar que busca desenvolver modelos e tecnologias para orientar programas de fatores humanos e tornar as instituições mais resilientes. As técnicas podem ser usadas em vários setores da economia, como a aviação e a saúde, por exemplo, e também podem contribuir com a gestão de cidades e estados, entre outros. 

Durante workshop realizado em abril, ocorreu o lançamento do website oficial do núcleo. Mais de 60 pessoas, entre pesquisadores da PUCRS e representantes da indústria de O&G que estavam reunidas para avaliar resultados e discutir sobre temas ligados ao projeto, puderam conhecer a página com informações sobre fatores humanos no mercado de óleo e gás e também em outras indústrias onde esses conhecimentos podem ser aplicados. O portal ainda contará com vídeos curtos, notícias e textos informativos a respeito de pesquisas, eventos e publicações da área.  

Fatores humanos e resiliência 

O termo “Fatores Humanos” geralmente é entendido como fatores que influenciam o comportamento no trabalho, afetando o desempenho, a segurança e a saúde do trabalhador. Entretanto, este é um conceito que vai muito além, pois inclui uma compreensão sistêmica da relação interativa entre pessoas, trabalho e artefatos. Trata-se de um campo de pesquisa interdisciplinar com importantes contribuições teóricas e práticas, com enfoque nos elementos sistêmicos que condicionam o desempenho humano em diversos contextos.  

Já o conceito de resiliência está relacionado à capacidade de tomar medidas específicas, robustas e de transformação face a eventos inesperados e que apresentam potencial comprometedor para a sua sobrevivência. Nesse sentido, a resiliência se refere a capacidade de ajustar a maneira como as coisas são feitas. 

Mas qual a relação de resiliência e fatores humanos? Para o professor da Escola de Negócios Éder Heriqson, que integra o projeto, pensar nesses conceitos em uma atuação mútua pode ser vantajoso em diversos sentidos:  

“A resiliência em fatores humanos se orienta como uma abordagem sistêmica de estudo dos condicionantes da performance humana e das capacidades concretização de respostas frente aos enfrentamentos emergentes de residuais de incerteza e risco, promovendo habilidades não-técnicas tais como a tomada de decisão, a coordenação e a liderança para o gerenciamento de erros e ameaças”.  

Esta fala, além de explicar o elo entre os dois conceitos, mostra a importância de estudá-los e repensar sua atuação conjunta para desenvolver soluções em ambientes de trabalhos de risco. 

Em ação para melhorias 

O projeto, desenvolvido pela PUCRS em parceria com a indústria de O&G, é realizado por uma equipe interdisciplinar com mais de 40 pesquisadores. Na primeira fase do projeto, entre 2017 e 2019, os pesquisadores estiveram em unidades offshore voltadas às atividades de exploração e produção de petróleo e gás no litoral brasileiro, entrevistando trabalhadores e observando operações críticas para propor melhorias na área de segurança. A atual fase, entre 2019 e 2022, foi totalmente realinhada ao momento de enfrentamento à Covid-19, potencializando atividades online e ainda prevê trabalho de campo em plataformas offshore na mesma região. 

Todo o conhecimento acumulado servirá para outros projetos a serem realizados por parte do HFACTORS. A trajetória deste projeto tem contribuído para a formação de graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutores em várias áreas do conhecimento.

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Foto: Bruno Todeschini

Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, diversas ações de combate à Covid-19 foram desenvolvidas pelas Escolas da PUCRS. Preocupados com a saúde física, mental e emocional da população, estudantes e professores atuaram tanto na linha de frente do tratamento da doença como nos bastidores – fomentando a geração de conhecimento, se opondo à desinformação e buscando formas de se fazer presente nesse momento tão difícil para todos 

O vice-reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, ressalta que, desde o começo do período pandêmico, a Universidade deu respostas aos problemas causados pela Covid-19, seja por meio de pesquisa aplicadaadaptações no modelo de ensino, participação nos testes da vacina Coronavac no Hospital São Lucas ou pela criação de projetos inéditos nas Escolas  

Sobre a relevância de a Universidade se relacionar com a cidade e comunidade em que está inseridaIr. Manuir destaca que PUCRS tem um importante compromisso com toda a sociedadeTudo aquilo que se ensina, que se pesquisa e que se inova, deve ir ao encontro da sociedade. Se por um lado temos diversos projetos que trazem as pessoas à Universidade, como a Clínica da Odontoo Centro Vila Fátima e o InsCer, também levamos a PUCRS para a comunidade por meio da participação em comitês estratégicos do Poder Público e participação no processo de vacinação da população. Essa relação não é apenas importante, ela é essencial para manter viva a missão para qual a Universidade é chamada a exercer nos tempos atuais”, complementa.  

Abaixo, você confere algumas ações lideradas pelas Escolas de Comunicação, Artes e Design – Famecos, de Humanidades, de Ciências da Saúde e da Vida e de Direito. Na próxima semana, traremos as iniciativas das Escolas de Medicina, de Negócios e Politécnica. Nessa série, já foram abordadas também as iniciativas dos laboratórios do Tecnopuc.

Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos 

jornalistas

Foto: Shutterstock

O compromisso do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é levar informação sobre a Covid-19 à comunidade. É por isso que os estudantes do Editorial J, laboratório convergente do curso, criaram uma newsletter semanal, enviada todas as sextas-feiras por Whatsapp (para se inscrever e receber as atualizações, basta entrar no grupo)com as principais notícias da semana relacionadas ao coronavírus. Nesse ano, o principal enfoque da news são as atualizações em relação à vacinação. Além disso, os estudantes desenvolvem uma thread semanal no Twitter do J para compartilhar relatos de profissionais que estão atuando na linha de frente.  

Já no curso de Design os estudantes desenvolveram dois protótipos, sob orientação de seus professores, para auxiliar no cotidiano da população. O primeiro deles foi o projeto Mask Case, vencedor do Prêmio Bonancini de Design. Essa criação surgiu da identificação da dificuldade de armazenamento das máscaras de proteção individual no dia a dia, em atividades como comer em um restaurante, por exemplo.  

O resultado foi um compartimento de máscaras que permite guardá-las sem que elas sejam contaminadas. O Mask Case está em código aberto, ou seja, sem propriedade intelectual, permitindo que qualquer um possa produzi-lo, sendo necessária apenas uma impressora 3D para realizar sua confecçãoAlém disso, em parceria com o Tecnopuc, os estudantes desenvolveram um dispenser de álcool gel e medidor de temperatura.  

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Eclipse / Foto: Divulgação

Durante o isolamento, o entretenimento ganhou um papel importante na vida de todos. Nesse sentido, o curso de Produção Audiovisual conseguiu, apesar das restrições, entregar oito filmes à comunidade em 2020. Nesse semestre, mais oito devem ser produzidos sendo que, destes, já foram iniciadas as gravações de dois. As produções são realizadas no TECNA 

O curso de Relações Públicas, por sua vez, abordou com frequência o tema comunicação na pandemia: foram realizadas lives sobre o assunto por meio da plataforma Zoom, contando com convidados e audiência de todo o Brasil. Além disso, em janeiro de 2021 houve uma oficina de verão sobre Atendimento ao Cliente: crise e gestão em tempos de pandemia. Ainda em 2020/2, os estudantes do  semestre do curso criaram projetos voltados para organizações e empresas, orientando sobre posicionamentos de comunicação e relacionamento com seus públicos neste período de pandemia.  

Os estudantes de Publicidade e Propaganda que fazem parte do Laboratório de Pesquisa coordenado pelos professores Claudia Trindade e Ilton Teitelbaum, puderam participar de uma pesquisa qualitativa sobre as questões de mobilidade ligadas ao presente a ao futuro da Pandemia da Covid-19, desenvolvida para o Projeto Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Já nas disciplinas do curso, em Planejamento de Mídia foi realizada, em parceria com a agência Moove, uma campanha de valorização dos médicos e profissionais da saúde em meio à pandemia a ser utilizada pelo Cremers. 

Escola de Humanidades 

Populações indígenas e aldeias contra o coronavírus - No Dia do Índio, povos lidam com fontes de renda comprometidas e desafios ambientais históricos

Foto: Unsplash

O Ir. Édison Hüttner, professor do curso de História da Escola de Humanidades da PUCRS, organizou um grupo de voluntariado para auxiliar aldeias indígenas do Ceará. Participam da ação docentes e discentes do programa de Pós-Graduação em História. Por meio do projeto, foram ajudadas comunidades das etnias potiguara, gavião, tabajara e tubiba tapuya. ação visa orientar a utilização de um equipamento de luz ultravioleta (UV-C INFO) pelos profissionais de saúde indígena para a esterilização de superfícies. O aparelho foi desenvolvido pela Hüttechempresa de tecnologia de combate a pandemia de Covid-19, sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e será doado ao órgão responsável. A ação pretende:  

Escola de Ciências da Saúde e da Vida  

Estudantes vacinaram mais de mil pacientes em uma semana e seguem atuando na imunização

Estudantes atuando na imunização / Foto: Divulgação

Estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida fazem parte da equipe que atua na linha de frente no combate ao coronavírus. São eles que estão realizando a vacinação dos grupos prioritários e em uma das primeiras semanas de vacinação chegaram a imunizar mais de mil pessoasAlém disso, eles atuam nos cuidados hospitalares dos pacientes internados por Covid-19 no Hospital São Lucas da PUCRS 

Já o curso de Psicologia da Escola, por meio do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), criou um programa de acolhimento na pandemia, disponibilizando atendimento online e gratuito. Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraeso SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano, no entanto, devido à situação de crise sanitária, em 2020 o serviço teve uma pausa para adaptações entre os meses de março a agosto, retornando com capacidade de 25% em função dos protocolos sanitários. 

Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados à modalidade online e em março foi iniciado o programa de acolhimento. As inscrições para a primeira edição iniciaram no dia 19/3 e foram encerradas em 72 horas, após o alcance de 500 inscritos que esgotaram a capacidade de atendimento dessa edição 

Por fim, diversas cartilhas de conscientização sobre os mais variados temas foram desenvolvidas pela Escola: o SAPP produziu orientações sobre saúde mental e a vida a dois na pandemiasaúde mental na pandemia e violência doméstica (visando orientar profissionais a identificarem sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes), além de sugerir cuidados para a comunidade acadêmica 

Há, ainda, a força-tarefa PsiCOVIDaque surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. O grupo publicou mais uma série de cartilhas de assuntos como enfrentamento do estresse durante a pandemiaatividades físicas para realizar durante a pandemia e combate à Covid-19 para idosos. 

Dezoito estudantes do curso de Fisioterapia da PUCRS realizam estágio junto à equipe de Fisioterapia do HSL na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19 / Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

Todas as cartilhas podem ser conferidas na página sobre o coronavírus no portal da PUCRS e na página do SAPP. 

O curso de Fisioterapia, em parceria com o Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas, está auxiliando na recuperação de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. Para isso, estão utilizando tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Dessa forma, é possível realizar a retomada da força física, do controle e da coordenação motora além de aspectos lúdicos. 

Escola de Direito 

O programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais realizou uma série de conteúdos em vídeo para fornecer orientações sobre o Direito e a pandemia. As produções estão disponíveis para acesso e alguns temas abordados foram:  

Além disso, a Escola de Direito realizou a publicação de alguns livros como o Ciências Criminais e Covid-19, do professor Nereu Giacomolli e o Direito de Família no Pós-Pandemia: repercussões jurídicas no “novo normal”, desenvolvido pelo grupo de estudos Temas Atuais de Direito das Família, coordenado pelo professor Daniel Ustarroz. Para o lançamento do último, foi realizado um congresso virtual, composto por uma série de palestras, as quais ficaram salva para acesso posterior no canal do professor Daniel no YouTube 

 

Leia também: Laboratórios do Tecnopuc apoiam soluções de enfrentamento a Covid-19 

 

 

 

 

 

Desigualdade nas Metrópoles, coeficiente de Gini

Evolução da média do coeficiente de Gini no conjunto das regiões metropolitanas do Brasil / Fonte: Boletim – Desigualdade nas Metrópoles

O ano de 2020 consolidou o maior nível de desigualdade nas metrópoles brasileiras desde 2012, em relação à disparidade de rendimentos do trabalho. Este é o resultado apontado pela terceira edição do Boletim – Desigualdade nas Metrópoles, desenvolvido pela PUCRS, pelo Observatório das Metrópoles e pelo Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). O levantamento utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Segundo o estudo, para os 40% mais pobres das regiões metropolitanas brasileiras o rendimento médio do trabalho teve queda de 34,2% no comparativo entre o quarto trimestre de 2019 e de 2020. Em termos absolutos, a renda desse estrato diminuiu de R$ 237,18 para R$ 155,95. Para os 10% mais ricos, a queda de rendimentos foi de 6,9%. Como resultado, os mais ricos passaram a ganhar, em média, 39 vezes mais do que os mais pobres. Essa é a maior vantagem do topo em relação à base já verificada em toda a série histórica.  

A região metropolitana de Porto Alegre teve o pior resultado entre as metrópoles do Sul do País, com os mais ricos passando a ganhar, em média, 38,4 vezes mais do que os mais pobres. No quarto trimestre de 2020 a média móvel do coeficiente de Gini, um importante indicador de desigualdade, na metrópole gaúcha atingiu o nível de 0,625 na escala que varia de zero a um, sendo a maior média registrada desde 2012, e num patamar bem acima das demais regiões metropolitanas da região Sul. 

coeficiente de Gini mede o grau de distribuição de rendimentos entre os indivíduos de uma população, sendo o valor zero representativo de uma situação de completa igualdade, em que todos teriam a mesma renda; e o valor um a situação de completa desigualdade, em que uma só pessoa deteria toda a renda.  O estudo ainda destaca que a média móvel do indicador nas regiões metropolitanas do Brasil atingiu o nível de 0,631, sendo o pior índice da série histórica. 

Perda de renda e retrocesso 

André Salata, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos coordenadores do estudo, ressalta que a renda do trabalho da população mais pobre no final do ano passado permanecia muito abaixo do patamar encontrado antes da pandemia provocada pela Covid-19 e que a interrupção do auxílio emergencial pelo Governo Federal ampliou o quadro de pobreza.  

Desigualdade nas Metrópoles“Durante o segundo semestre de 2020, o auxílio emergencial conseguiu compensar grande parte das perdas, evitando que 23 milhões de pessoas caíssem na pobreza nas metrópoles, como verificamos no segundo boletim. Porém, o corte dos pagamentos freou a recuperação de renda e ampliou um quadro trágico de aumento da pobreza e da extrema pobreza. Sem dúvida, a interrupção do auxílio foi equivocada e não levou em consideração dados como esse que trazemos aqui”. 

De acordo com Marcelo Ribeiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador do Observatório das Metrópoles e um dos coordenadores do estudo, o retrocesso no nível de remuneração média do trabalho no Brasil foi de praticamente oito anos. “No final de 2020 houve um patamar próximo ao verificado no primeiro trimestre de 2012, quando começou a série história da PNADc. Ou seja, estamos em níveis próximos daqueles apresentados há oito anos. Esse retrocesso é decorrente da crise econômica existente no País há alguns anos e que foi aprofundada durante a pandemia. As consequências, porém, recaem principalmente sobre a população mais pobre, que além de ter baixa remuneração, é também a que mais perde”, comenta. 

Mais pobres sofrem impacto na educação 

O estudo também traz evidências de que as desigualdades têm impacto não apenas no nível de consumo e conforto das famílias no momento, como também nas oportunidades futuras de vida de crianças e jovens. Seus efeitos, portanto, são duradouros, e atingem as próximas gerações. Como indicador desses efeitos, os pesquisadores levantaram dados relativos à escolarização das crianças e jovens nos diferentes estratos de renda de nossas regiões metropolitanas. 

Os dados mostram que entre os mais pobres no Brasil, 8,8% das crianças e jovens com idade correspondente ao Ensino Fundamental, e 26,9% dos jovens com idade correspondente ao Ensino Médio, tinham escolaridade abaixo da esperada, indicando atraso escolar. No estrato dos 10% mais ricos, esses valores eram de apenas 2,7% e 4,4%, respectivamente. 

“Como a desigualdade de renda aumentou substancialmente ao longo da pandemia, com perdas muito grandes para os estratos mais baixos, haverá consequências para o sucesso escolar de crianças e jovens provenientes das famílias mais pobres num futuro muito próximo, em termos de atraso, evasão e ingresso nos níveis mais altos de ensino”, destaca Salata. 

Desigualdade nas Metrópoles

Porcentagem de jovens entre 18 e 24 anos que ingressam no Ensino Superior, por estrato de rendimento / Fonte: Boletim – Desigualdade nas Metrópoles

Com relação ao atraso escolar entre os mais pobres, novamente Porto Alegre detém o pior resultado entre as metrópoles do Sul. Os dados mostram que, nesse estrato, 15,5% das crianças e jovens no Ensino Fundamental e 38,69% dos jovens no Ensino Médio tinham escolaridade abaixo da esperada. Entre os mais ricos, porém, esses valores eram de apenas 1,23% e 1,44%, respectivamente.   

Acesso a oportunidades também é desigual 

De acordo com os dados da pesquisa, apenas 16,8% dos jovens entre 18 e 24 anos que fazem parte do estrato mais pobre do País haviam ingressado no Ensino Superior na média dos últimos quatro trimestres. Entre os mais ricos, esse valor era de 66,4%. 

Para Ribeiro, podemos estar jogando fora os ganhos que estávamos acumulando como sociedade referente às oportunidades de crianças e jovens, principalmente daqueles inseridos em famílias mais pobres. O pesquisador salienta que desde 2012 estava sendo observada redução da taxa de atraso escolar, além do maior ingresso de jovens no Ensino Superior. “Com a redução da renda familiar per capita decorrente da crise econômica e do agravamento da pandemia, essas crianças e jovens podem ser levados a abondar a escola ou a universidade e terem que trabalhar para ajudar na composição da renda familiar. Isto é, as consequências do que estamos vivendo não se restringem apenas ao momento atual, mas se referem também ao futuro das crianças e jovens”. 

Pesquisa com repercussão nacional 

Os resultados da terceira edição do Boletim – Desigualdade nas Metrópoles foram publicados pelos jornais Folha de S. Paulo e Zero Hora. A pesquisa também foi tema de uma reportagem veiculada no Jornal do Almoço, da RBS TV. 

Sobre o estudo 

A pesquisa tem como objetivo produzir um conjunto de informações relevantes acerca das desigualdades de rendimentos no interior das regiões metropolitanas do País. A publicação tem o intuito de colaborar para um debate público mais bem informado a respeito da grave situação das metrópoles brasileiras no que concerne às desigualdades sociais.    

O levantamento utiliza microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do IBGE, em especial de sua divulgação trimestral. Ao todo são analisadas 20 regiões metropolitanas: Manaus, Belém, Macapá, Grande São Luís, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Belo Horizonte, Grande Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Vale do Rio Cuiabá e Goiânia; além do Distrito Federal e da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina. 

Confira o relatório completo da terceira edição do Boletim- Desigualdade nas Metrópoles. 

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Foto: Shutterstock

Dificuldades para dormir têm afetado boa parte da população durante a pandemia provocada pela Covid-19. Entre os adultos, 70% tiveram alterações para iniciar ou manter o sono. Esse é o resultado apontado pela primeira etapa da pesquisa Como está o seu sono nessa quarentena?, realizada pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer). 

O estudo destacou que nos adultos as alterações no sono estão principalmente relacionadas às mudanças na rotina dos filhos e preocupações emocionais como ansiedade e medo. Os dados apontaram alterações no sono de 58,6% das crianças de 0 a 3 anos, 27,7% das crianças de 4 a 12 anos e 56,6% dos adolescentes. De acordo com a pesquisa, pais que têm filhos nessas faixas etárias tiveram aumento nas chances de desenvolverem problemas no sono. 

“Comparando com dados anteriores, durante a pandemia os problemas para dormir duplicaram entre adultos e adolescentes. Nas crianças de 0 a 3 anos, as dificuldades triplicaram”, afirma a coordenadora da pesquisa e vice-diretora do InsCer, Magda Lahorgue Nunes. 

Insônia pode ser consequência da quebra da rotina  

Em relação à dificuldade para dormir, Magda destaca que as mudanças na rotina podem ser um dos causadores. “Queixas de insônia estão sendo muito frequentes durante a quarentena. Isso certamente é decorrente de quebras nas rotinas, da falta de necessidade de cumprir horários, além do relaxamento nos aspectos de higiene do sono, como variações no horário de dormir e de acordar e o uso excessivo de telas”, afirma.  

Para manter a saúde do sono, apesar de todas as mudanças e das preocupações causadas pela pandemia, é importante tentar seguir uma rotina. “Ter um horário para dormir e acordar, evitar o uso de telas pelo menos 30 minutos antes de dormir, não fazer uso excessivo de álcool, optar por refeições leves à noite e evitar bebidas com cafeína podem ajudar”, sugere Magda. 

Ampliação da pesquisa sobre alterações no sono

A primeira etapa do estudo teve dados coletados entre abril e junho de 2020. Com a extensão do contexto de pandemia, foi adicionada uma segunda etapa do estudo para entender o comportamento do sono da população após mais de um ano de quarentena. 

A segunda etapa da pesquisa está aberta a todos, independente da participação na primeira fase. Para participar basta responder um questionário online, disponível até o dia 30 de junho. Nesta segunda fase, foram adicionadas questões referentes à depressão e à violência doméstica.

Dia Mundial da Educação: quem cuida de quem ensina?

Na pandemia, o trabalho de professoras e professores tem sido essencial para a continuidade do ensino / Foto: Katerina Holmes/Pexels

A pandemia impactou a vida de pessoas no mundo todo, cobrou reações imediatas das autoridades e exigiu da população força e resiliência. A área da educação também precisou se reestruturar e uma nova dinâmica de ensino ganhou espaço, expondo fragilidades e enfatizando desigualdades sociais. Durante este longo período de distanciamento social em que vivemos, já se somam 13 meses de aulas remotas, além de uma série de aprendizados e desafios enfrentados por professores e professoras, principalmente da educação básica. 

No Dia Mundial da Educação, celebrado neste 28 de abril, o contexto de dificuldade reforça a importância de ações que ampliem os investimentos em educação, valorizem os profissionais da área e democratizem o acesso aos ensinos básico, técnico e superior.  

Com o intuito de contribuir com essas reflexões, o estudo Impactos da Pandemia na Pessoa Docente, desenvolvido na Escola de Humanidades da PUCRS e coordenado pela professora Bettina Steren, junto com o seu grupo de pesquisa PROMOT (Processos Motivacionais em Contextos Educativos), identificou nuances da experiência pessoal e profissional dos professores e professoras durante esse período de crise. O grupo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS, um dos melhores do País, com nota 6 segundo a Capes, e referência internacional. 

A pesquisa ouviu mais de 200 participantes de dezenas de municípios do Rio Grande do Sul e de localidades de fora do Estado e do País, que responderam a um questionário online com 25 perguntas, em maio de 2020. O número mais expressivo de participantes é de docentes de escolas públicas (74,8%), que atuam no Ensino Fundamental (40%) e com mais de 15 anos de docência (36,6%). Eles também representam a maioria (93,6%) das instituições que adotaram o ensino remoto emergencial. 

Superando barreiras que não são físicas 

Dificuldade no uso de tecnologias, adaptação curricular, comunicação, sobrecarga de trabalho e realidade socioeconômica dos estudantes foram os desafios profissionais mais citados pelos participantes. Quando questionados sobre os desafios pessoais, os pontos que mais impactaram a atuação dos docentes foram a expectativa de atender às necessidades tanto dos estudantes e dos pais como das coordenações, e a dificuldade de cativar as turmas sem a possibilidade de contato físico proporcionado em sala de aula.  

De acordo com a pesquisadora, apesar dos obstáculos, os docentes seguem ativos buscando formas de minimizar os impactos negativos da pandemia no futuro dos estudantes – especialmente daqueles que possuem menos recursos:

“Há professores e professoras, juntamente com estudantes, buscando incansavelmente formas de manter o ensino e os processos de aprendizagem em ação. Na visão de docentes de escolas públicas e privadas, segundo dados da pesquisa, a experiência destes dois anos tem contribuído em certa medida para o desenvolvimento da autonomia dos estudantes, assim como a valorização da escola e autoconhecimento emocional”

Perspectiva de superação e aprendizado também é apontada na pesquisa 

Um ano de conquistas e reconhecimentos para a PUCRS - Universidade ganhou prêmios e se destacou em diferentes áreas

O papel da Universidade é transformar o futuro ao lado da comunidade por meio do ensino / Foto: Bruno Todeschini

Além das dificuldades, os professores da educação básica também citaram os aprendizados desse período de docência remota. Dentre os aspectos profissionais, estão o acesso a novas tecnologias e metodologias de ensino, o aprimoramento do planejamento docente e o desenvolvimento profissional. Na perspectiva pessoal, empatia, autoconhecimento, planejamento e resiliência foram os aprendizados mais citados.  

Para o pós-pandemia, Bettina ressalta que as pesquisas sobre bem-estar e mal-estar docente apontam para a necessidade de valorização profissional, representada por melhores condições de trabalho, sejam elas referentes à infraestrutura das escolas, programas de formação docente continuada, aumento salarial, ações governamentais, respeito à trajetória e escuta de cada professor e professora:

“Os estudos indicam, também, a necessidade de institucionalização de redes de apoio nas comunidades escolares em parcerias com universidades e profissionais de diferentes áreas, como apoio psicológico, rodas de conversas e metodologias ativas na resolução de problemas e construção do conhecimento.    

Dia Mundial da Educação para além do ensino superior 

Para o professor e decano da Escola de Humanidades, Draiton Gonzaga, o Dia Mundial da Educação reforça que o presente e o futuro do País passam, necessariamente, pelas mãos de docentes que contribuem para a formação de cidadãos e cidadãs. Profissionais e cidadãos do futuro dependem de educação de qualidade para dar continuidade à sua trajetória no ensino superior nas mais diversas áreas e construir o amanhã, inclusive, como professores e professoras.  

E é a base para esse futuro que é moldada coletivamente no hoje, afirma Ana Soster, decana associada da Escola de Humanidades. “A Universidade exerce um papel fundamental na formação das pessoas que sonham em ensinar. É na interação com o ensino básico e com a comunidade que fortalecemos a função social da docência e contribuímos para as mudanças. No ambiente acadêmico, aprendendo a ensinar, é que compreendemos o quanto esse processo é permanente e contínuo”, destaca.