Entre os dias 21 e 23 de setembro, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) promove o Simpósio Mundo em Movimento: Democracia, Direitos Humanos e Prevenção da Violência, em parceria com a Fulbright e com o Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt). Entre os palestrantes estará o professor Peter Beattie, da Michigan State University (EUA), selecionado para a Cátedra Fulbright em Democracia, Direitos Humanos e Prevenção da Violência na PUCRS. Além dele, pesquisadores de áreas afins radicados em instituições como California State University (EUA), Universität Bonn (Alemanha) e York University (Canadá) integrarão a programação do simpósio. 

O evento científico envolve temas transversais de vários Programas de Pós-Graduação da Universidade, com foco no tema Mundo em Movimento do Projeto PUCRS-PrInt e nas questões sociais e históricas relacionadas à temática Democracia, Direitos Humanos e Prevenção da Violência, incluindo migrações, escravidão e reconciliação.  

O Simpósio é gratuito para professores, estudantes e comunidade em geral e as inscrições devem ser realizadas neste link. O primeiro dia do evento acontece em formato presencial no Auditório do Prédio 50 da PUCRS e os dois dias seguintes serão conduzidos online pela plataforma Zoom. As palestras serão conduzidas em inglês ou português, sem tradução. Participantes receberão certificação. Dúvidas e mais informações sobre o evento podem ser direcionados para o e-mail [email protected] 

Programação 

21 de setembro – Auditório do Prédio 50 

14h: Abertura 

14h10: Palestra A Sequência de Reformas Ligadas aos Direitos Humanos: Punição Corporal, A Pena de Morte, e Escravidão no Brasil e nos Estados Unidos no Século XIX (Prof. Peter Beattie, Michigan State University, Fulbright) 

14h50: Comentários Professora Claudia Fay  (PUCRS) 

15h: Intervalo 

15h30: Palestra Fields of Fire: Emancipation & Resistance in Colombia (Prof. Louis Esparza, California State University, Los Angeles, Fulbright Interdisciplinary Network) 

16h30: Comentários Professores Rodrigo Azevedo e Emil Sobottka (PUCRS) 

17h10: Exibição do documentário Infância Falada – Produzido pelo Prof. Hermílio dos Santos (PUCRS) 

18h30: Encerramento  

  

22 de setembro – Online via Zoom 

14h: Abertura 

14h10: Palestra Reconciliation. Conflict Transformations in Social Orders (Prof. Stephen Connerman, Universität Bonn) 

14h50: Comentários Professores Roberto Pich e Luis Rosenfield (PUCRS) 

15h: Mesa de debate com docentes e pesquisadores 

15h45: Encerramento 

  

23 de setembro – Online via Zoom 

14h: Abertura 

14h10: Palestra Da violência e mobilidade forçada gerada pelo escravismo a democratização do arquivo: O caso de Angola (Prof. José Carlos Curto, York University) 

14h50: Comentários Professores Marçal Paredes (PUCRS) 

15h: Mesa de debate com docentes e pesquisadores 

15h45: Encerramento 

Entre os dias 3 e 7 de outubro acontecerá o 23º Salão de Iniciação Científica (SIC) da PUCRS, o encontro que visa proporcionar o intercâmbio de conhecimento e resultados das pesquisas desenvolvidas pelos/as bolsistas de Iniciação Científica em projetos orientados por pesquisadores. As inscrições estão abertas até o dia 12 de setembro através do link. Na PUCRS, muitos/as estudantes se envolvem com projetos de pesquisa com professores e alunos/as de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento. A oportunidade proporciona a conexão com a pesquisa científica, explorando na prática diferentes métodos, assuntos e possibilidades.

A universidade conta com a participação de diversos/as estudantes de graduação, que se destacaram ao longo de sua trajetória em grupos e laboratórios de pesquisa. Saiba de que forma o Programa de Iniciação Científica influenciou na jornada profissional e acadêmica de alguns destes alunos:

Foco no ramo profissional

Guylherme Rodrigues Selli / Foto: Matheus Gomes

O estudante da Escola de Humanidades Guylherme Rodrigues Selli desenvolveu o projeto Ambientes de inovação e sinergia: inteligência geoespacial aplicada à captação e mapeamento de talentos na PUCRS, que recebeu a Premiação de Trabalho Destaque na última edição do SIC. O aluno se destacou desde os primeiros semestres do curso, quando foi convidado por um dos seus professores de sala de aula para ingressar na iniciação científica como bolsista. Atualmente, Guylherme está em seu último semestre e participou do programa por dois anos. De acordo com o estudante, esta oportunidade permitiu que ele conhecesse ainda mais sua área.

“Graças ao contato que tive com a pesquisa, pude conhecer ainda mais na prática quais são as possibilidades que tenho profissionalmente na minha área. Com isso, consegui definir meu foco no ramo de Agronomia, Agronegócio e Tecnologia, depois de aprender mais sobre utilizar softwares e desenvolver autonomia ao longo destes anos na Iniciação Científica”, destacou o aluno.

Contato com profissionais de diferentes áreas

Pedro Antonio Fiori / Foto: Matheus Gomes

Pedro Antonio Fiori, estudante da Escola de Direito, também recebeu o reconhecimento de Trabalho Destaque no SIC 2021, com o projeto Trabalho e Previdência em situação de calamidade – altos estudos em tempos de emergência sanitária por Covid-19. O aluno conta que seu interesse com a pesquisa existe desde o início da faculdade, quando resolveu buscar por conta própria se envolver com a iniciação científica. Nesta busca, entrou em contato com a professora Denise Pires Fincato, que logo se tornou sua orientadora. Desde 2020 envolvido com o Programa, o estudante desenvolveu diversos projetos relacionando as leis trabalhistas e a pandemia de Covid-19, sempre em contato com outros colegas e profissionais da área.

“A experiência da Iniciação Científica proporciona o contato próximo com o professor e com outros colegas que estão no mestrado e doutorado. Essa aproximação proporciona bastante aprendizado de desenvolver projetos com pessoas que já atuam profissionalmente na área, tudo isso estando na graduação, por isso se torna uma experiência rica e única que a PUCRS oferece”, ressaltou o estudante.

Conhecer novas possibilidades

Júlia Maria Kuhl da Silva / Foto: Matheus Gomes

A aluna da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Júlia Maria Kuhl da Silva se destacou por sua atuação com o projeto Efeitos da berberina sobre os déficits cognitivos e comportamentais induzidos por crises convulsivas em peixe-zebra. A estudante ingressou na iniciação científica através de uma colega de turma que avisou de uma oportunidade para bolsista de iniciação científica. Sem conhecer muito sobre a área científica, a aluna resolveu ingressar no programa, participando por mais de três anos em diversos projetos de pesquisa, com orientação da pesquisadora Carla Denise Bonan. Nesta trajetória, Júlia pôde trabalhar com colegas de variadas áreas e projetos em diferentes campos da Biologia.

“A Biologia é uma área muito ampla, tem diversos nichos diferentes do que fazer. Essa experiência me ajudou muito a definir o que eu gosto, conhecer novas áreas e explorar diferentes possibilidades. Além disso, trabalhar com colegas engajados e que se apoiam faz toda a diferença para desenvolver o espírito de equipe e autonomia que vão fazer diferença profissionalmente”, comentou a estudante.

Envolvimento com a rotina de pesquisa

Arthur Angonese / Foto: Matheus Gomes

O aluno Arthur Angonese, da Escola de Medicina, desenvolveu o projeto Identificação dos Mecanismos e das Alterações Celulares pela Infecção com SARS-CoV-2 – Um estudo In Vitro. Seu interesse na área de pesquisa veio desde sua infância por influência familiar do seu pai, que desenvolve estudos na área de Tecnologia. Com isso, o estudante buscou a iniciação científica desde seu primeiro momento na graduação, quando encontrou a oportunidade de atuar como bolsista do programa no Laboratório de Biologia Molecular, com a orientação da pesquisadora Denise Cantarelli Machado. Desde então, Arthur se envolve há mais de dois anos em atividades de pesquisa com outros pesquisadores da área.

“Com a iniciação científica pude me aproximar dessa rotina de pesquisa, escrever artigos, conviver com colegas da área e ter aproximação com áreas e professores que me incentivam diretamente. Com essa experiência ficou muito claro que eu quero seguir nessa área de ciência e docência”, finalizou.

 

O 23º Salão de Iniciação Científica (SIC) da PUCRS acontece do dia 3 a 7 de outubro e as inscrições estão abertas até o dia 12 de setembro neste link. O encontro busca proporcionar o intercâmbio de conhecimentos e dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelos bolsistas de Iniciação Científica em projetos orientados por pesquisadores. Além de promover a divulgação da pesquisa no âmbito da graduação da Universidade e da comunidade científica e acadêmica em geral, o evento também incentiva a participação dos alunos de graduação em programas de Iniciação Científica.

Com a iniciação científica, estudantes de graduação podem atuar em projetos de pesquisa com professores de diferentes áreas do conhecimento. É uma oportunidade de se conectar ainda mais com a pesquisa científica, explorando diferentes métodos e assuntos.

Em sua 23ª edição, os trabalhos apresentados no SIC serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: qualidade do resumo, domínio do conteúdo, contribuição para o desenvolvimento da pesquisa, clareza/objetividade na exposição oral do trabalho, utilização adequada do tempo de apresentação, adequação das respostas aos questionamentos da banca avaliadora. Todos os trabalhos que obtiverem a nota máxima cinco serão considerados Trabalhos Destaque e receberão um Certificado. Os melhores Trabalhos Destaque por Grandes Áreas serão selecionados seguindo os critérios descritos no Regulamento. Os vencedores serão anunciados no evento de Premiação.

Alunos e alunas da PUCRS, assim como externos vinculados a bolsas institucionais da Universidade têm isenção no valor da inscrição. Para os demais estudantes de outras instituições de ensino, o valor da inscrição é de R$ 100, com um limite de inscrições.

Acesse o site para se inscrever e conferir a programação e demais informações sobre o evento.

Destaque na pesquisa

Na última edição do evento, em 2021, o estudante da Escola de Direito Guilherme Schoeninger Vieira recebeu destaque com o trabalho Limites à jurisdição frente a ‘questões políticas’: o STF e os casos de suspensão de nomeações de Ministros de Estado, orientado pelo professor Eugênio Facchini Neto. Com seu envolvimento foi realizada uma análise sobre o tema do controle judicial de atos essencialmente políticos e seus limites, utilizando ferramentas do Direito Comparado, baseando-se na experiência jurídica de outros países.

Como estudante da graduação da PUCRS, Guilherme ressaltou a relevância da Iniciação Científica em sua trajetória acadêmica: “A oportunidade se trata de um espaço autêntico de pesquisa que ocorre sob a orientação de excelentes professores da Universidade. Nesse sentido, convido todos os colegas a buscarem informações sobre essas ricas oportunidades de estudo”, reforça.

biblioteca

Foto: Bruno Todeschini

As primeiras editoras universitárias do mundo foram criadas na Inglaterra, nas Universidades de Cambridge (1534) e Oxford (1586), sendo ainda hoje consideradas símbolos de distinção e qualidade da produção acadêmica desenvolvida por essas instituições ao longo dos seus quase cinco séculos de existência. Esta informação foi apresentada na pesquisa Formação e produção acadêmica: o papel das editoras universitárias, do pesquisador e professor da Escola de Humanidades Luciano de Abreu, que também atua como editor-chefe da Editora Universitária da PUCRS (EDIPUCRS). 

A EDIPUCRS, criada em 1988, se destaca por sua atuação na publicação de obras de relevância científica, cultural, social, literária e didática em diversos campos do conhecimento. Atualmente vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ), a editora tem como objetivo disseminar e divulgar livros e periódicos científicos sobre temas contemporâneos e resultantes de pesquisas acadêmicas em diversos formatos.   

Em sua pesquisa, Abreu propõe uma reflexão sobre o papel e o sentido acadêmico de uma editora universitária em relação ao projeto institucional de formação, produção e divulgação científica, que se constituem nos eixos de ensino, pesquisa e extensão das universidades brasileiras, tendo como base o processo de constituição da EDIPUCRS. “O papel da EDIPUCRS como editora universitária está se consolidando em sintonia com a Universidade na busca pela redefinição de forma mais integrada e transversal os seus modelos de formação e produção científica nos diversos campos do conhecimento”, destaca o editor-chefe. 

Editoras universitárias no Brasil 

No Brasil, em contraponto ao contexto europeu, as editoras universitárias têm uma história bem mais recente. As primeiras editoras universitárias surgiram em 1961, nas Universidades de Brasília (UnB) e de São Paulo (USP), justamente para assumir um papel mais ativo e integrado às universidades e seu projeto político, de formação e produção acadêmica. Desta forma, como explica Abreu, as editoras universitárias foram surgindo no Brasil para desenvolver, por meio da sua política editorial, um projeto intelectual de preservação do pensamento humano. 

Biblioteca, livros, estante

Foto: Gilson Oliveira

Em sua pesquisa, o professor cita algumas concepções sobre as atribuições de editoras universitárias, como formação do autor, fomento à produção do conhecimento, apoio ao ensino e à pesquisa, produção de séries didáticas, e de preenchimento de lacunas em áreas carentes de bibliografia, se aproveitando para isso da sua facilidade de acesso aos estudos e pesquisas de professores de todas as áreas do conhecimento.  

Com o exemplo da EDIPUCRS, Abreu explica que os títulos publicados englobam temas muito variados, incluindo assuntos como história política, social e cultural europeia e do Brasil, história da arte, formação de professores, avaliação, currículo e internacionalização da educação, educação inclusiva, literatura, envelhecimento e cuidados com idosos, dentre outros.  

Atuação da EDIPUCRS 

A editora publica livros nos formatos digital (e-pub) e impresso sob demanda (POD: print-on-demand), além de diversos periódicos, relatórios e diversos outros produtos institucionais, anais de eventos e cartilhas com a possibilidade de impressão sob demanda, estando disponíveis para comercialização em plataformas digitais como Amazon, Google, Saraiva e Apple, por exemplo. Dentre os títulos de destaques estão Entendendo o funcionamento do Cérebro ao longo da vida, desenvolvido pelos pesquisadores Jaderson Costa da Costa, Magda Lahorgue Nunes e Draiton Gonzaga Souza; A América Latina na Era do Fascismo do professor Antônio Costa Pinto; Enciclopédia Brasileira de Educação Superior (2 vol.) de autoria da pesquisadora Marília Morosini e Percursos de Inovação Pedagógica: ensaios investigativos da prática docente, realizado pelos pesquisadores Adriana Justin Kampf e João Batista Siqueira Harres.  

Abreu pontua também que a PUCRS conta com uma Política Editorial criada de acordo com as necessidades e características das diversas áreas de pesquisa da Universidade. De acordo com o docente, os processos de publicação passam por qualificação e internacionalização do seu Conselho Editorial, rigorosa avaliação por pares de todas as suas publicações, criação de um novo conceito editorial de divulgação do conhecimento científico produzido na instituição em linguagem mais simples e acessível ao público leigo, além da publicação de obras literárias de todos os gêneros, inclusive literatura infantil, que terá o seu primeiro título lançado ainda nesse ano. No caso dos periódicos, estão sendo desenvolvidas diversas ações para ampliar sua circulação e índices de citação e de impacto das revistas atualmente editadas pela Universidade. 

Saiba mais sobre a EDIPUCRS e suas publicações  

 

PUCRS estabelece convênio com a German Sport University Cologne

O pesquisador Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã

Nesta semana a PUCRS recebeu a visita do diretor do Centro de Estudos Olímpicos da German Sport University Cologne, Stephan Wassong, da Alemanha. O objetivo da visita foi a assinatura de um convênio de cooperação entre a instituição alemã e a PUCRS por meio do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS. Como um dos principais especialistas na área de Estudos Olímpicos, o pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã. 

O visitante foi recebido no Salão Nobre da Reitoria pelo vice-reitor Ir. Manuir Mentges, que celebrou a cooperação entre PUCRS e a única universidade na Alemanha dedicada exclusivamente ao mundo do esporte e da ciência do exercício. Estiveram presentes no encontro a professora co-líder do GPEO Alessandra Scarton, o professor e gestor de Relacionamento e Negócios do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) Leandro Pompermaier, a coordenadora executiva interina do Escritório de Cooperação Internacional professora Carla Bonan, além do professor Todt.  

Stephan Wassong é professor titular da German Sport University Cologne, onde é diretor do Instituto de História do Esporte e do Centro de Estudos Olímpicos. O docente também é presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin e, desde 2015, membro da Comissão de Educação Olímpica do Comitê Olímpico Internacional. Com sua vinda, o professor também conheceu o Centro de Estudos Europeus e Alemães com recepção do pesquisador da Escola de Humanidades Roberto Pich, além de visitar o Living 360º, a Biblioteca Central Ir. José Otão e o Tecnopuc.

Estudos Olímpicos em destaque 

Todt atuará em um dos programas de estudo mais prestigiados na área de Estudos Olímpicos do mundo, que conta com o apoio do Comitê Olímpico Internacional. Na PUCRS, o docente coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS, que desenvolve pesquisas interdisciplinares há mais de 20 anos na área e alinha seu trabalho no âmbito Olímpico com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que desde 2008 tem sua sede na PUCRS. Esta linha de pesquisa e trabalho, tem permitido estabelecer relações e o reconhecimento de instituições como a ONU, o Vaticano e o Comitê Olímpico Internacional.  

PUCRS estabelece convênio com a German Sport University Cologne

O pesquisador Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã

Nesta semana a PUCRS recebeu a visita do diretor do Centro de Estudos Olímpicos da German Sport University Cologne, Stephan Wassong, da Alemanha. O objetivo da visita foi a assinatura de um convênio de cooperação entre a instituição alemã e a PUCRS por meio do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS. Como um dos principais especialistas na área de Estudos Olímpicos, o pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Nelson Todt foi convidado a contribuir como líder do Módulo Ética, Valores e Educação Olímpica, no mestrado em Estudos Olímpicos da instituição alemã. 

O visitante foi recebido no Salão Nobre da Reitoria pelo vice-reitor Ir. Manuir Mentges, que celebrou a cooperação entre PUCRS e a única universidade na Alemanha dedicada exclusivamente ao mundo do esporte e da ciência do exercício. Estiveram presentes no encontro a professora co-líder do GPEO Alessandra Scarton, o professor e gestor de Relacionamento e Negócios do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) Leandro Pompermaier, a coordenadora executiva interina do Escritório de Cooperação Internacional professora Carla Bonan, além do professor Todt.  

Stephan Wassong é professor titular da German Sport University Cologne, onde é diretor do Instituto de História do Esporte e do Centro de Estudos Olímpicos. O docente também é presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin e, desde 2015, membro da Comissão de Educação Olímpica do Comitê Olímpico Internacional. Com sua vinda, o professor também conheceu o Centro de Estudos Europeus e Alemães com recepção do pesquisador da Escola de Humanidades Roberto Pich, além de visitar o Living 360º, a Biblioteca Central Ir. José Otão e o Tecnopuc.

Estudos Olímpicos em destaque 

Todt atuará em um dos programas de estudo mais prestigiados na área de Estudos Olímpicos do mundo, que conta com o apoio do Comitê Olímpico Internacional. Na PUCRS, o docente coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRS, que desenvolve pesquisas interdisciplinares há mais de 20 anos na área e alinha seu trabalho no âmbito Olímpico com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que desde 2008 tem sua sede na PUCRS. Esta linha de pesquisa e trabalho, tem permitido estabelecer relações e o reconhecimento de instituições como a ONU, o Vaticano e o Comitê Olímpico Internacional.  

A PUCRS, por meio do núcleo de pesquisa Human Factors and Resilience Research (HFACTORS), iniciou um projeto com profissionais da área da saúde em Porto Alegre. O objetivo é identificar questões relacionadas a bem-estar, saúde mental e segurança a partir da percepção desses profissionais, que estão entre os que mais sofrem de esgotamento no ambiente de trabalho. 

Apesar de não haver perguntas relacionadas à pandemia de Covid-19, os resultados do estudo deverão ser impactados por esse contexto e mostrar, de alguma forma, como essa área foi afetada. A meta é que aproximadamente 500 pessoas do setor da saúde, que atuem em hospitais, respondam a questionário com uma série de variáveis, como liderança, carreira e autocuidado. A pesquisa inicia sendo aplicada com os funcionários do Ernesto Dornelles, em um segundo momento sendo aplicada no Hospital São Lucas da PUCRS e posteriormente ampliada para outras instituições hospitalares da Capital. 

“Essa pesquisa está sendo realizada justamente em um momento de pandemia que é um importante estressor. É um momento histórico que estamos vivendo, de imprevistos e de incertezas”, observa uma das pesquisadoras envolvidas Maria Isabel Barros Bellini, que é professora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS. 

Segundo a pós-doutoranda do HFACTORS Fernanda Xavier Arena, os profissionais da saúde já têm um índice elevado de esgotamento. “A pandemia aumentou ainda mais o sofrimento”, acrescenta. 

Nesse sentido, a pesquisa também observará a presença de práticas de autocuidado, as quais servem de estratégia para lidar com o estresse causado pelo trabalho. Uma revisão de pesquisas sobre o assunto mostrou que atividades de lazer, esporte, atenção plena e meditação, por exemplo, reduzem o risco de desenvolvimento da síndrome de Burnout, que o esgotamento decorrente de estresse crônico no local de trabalho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

As pesquisadoras consideram que, durante a pandemia, alguns espaços que funcionavam como locais de interação, atividades e lazer foram fechados, o que contribuiu processos de sofrimento e isolamento. “Com o agravamento dos sintomas, vem a importância do autocuidado como uma das formas de enfrentamento”, ressalta Bellini. 

De forma geral, o estudo trará um panorama, a partir de múltiplas variáveis, sobre a relação dos trabalhadores com o seu trabalho. “Queremos entender um pouco mais a relação que os trabalhadores têm com seu trabalho e sobre o próprio contexto desse ambiente e desse trabalho realizado”, explica a doutoranda Daniela Boucinha, psicóloga que também faz parte da equipe. 

A pesquisadora informou que o objetivo é também investigar a influência que a liderança exerce sobre as questões relacionadas a bem-estar, saúde mental e segurança. “Queremos saber da relação entre líderes e liderados”, disse Boucinha. 

Entre os benefícios da pesquisa, Arena, que é assistente social e tem doutorado em Psicologia, observa que, a partir do conhecimento das percepções dos trabalhadores, é possível elaborar alternativas. Segundo ela, o conhecimento das condições de trabalho auxilia no aprimoramento das práticas de autocuidado, o que também impacta na melhoria das condições de trabalho na otimização do atendimento prestado. 

A pesquisa conta ainda com a professora de Psicologia da PUCRS Manoela Ziebell de Oliveira e com a pós-doutoranda Lidiany de Lima Cavalcante e tem característica interdisciplinar. O grupo de trabalho se ampara na experiência de projetos desenvolvidos desde 2014 com abordagem de Fatores Humanos e Engenharia de Resiliência no setor de óleo e gás. Por demanda externa, agora expande sua atuação para o segmento da saúde. 

Sobre o HFACTORS 

O Human Factors and Resilience Research (HFACTORS) é núcleo vinculado à Escola Politécnica da PUCRS, em parceria com a Escola de Negócios, formado por profissionais de diferentes formações, como Engenharia de Resiliência, Sociologia, Serviço Social, Psicologia, Engenharia, Mídia e Gestão do Conhecimento. A equipe estuda e desenvolvendo soluções, principalmente de segurança, em sistemas sociotécnicos complexos. O que vincula todos os pesquisadores do núcleo é a abordagem de Fatores Humanos a qual observa a interação do homem com o ambiente de trabalho, incluindo os fatores ambientais e organizacionais. A Coordenação Geral do HFACTORS está sob a responsabilidade do Prof. Dr. Eduardo Giugliani.

NT Solar, Energia, Fotovoltaico, Energia Solar

Módulo fotovoltaico / Foto: Bruno Todeschini

Desde 2017, no Brasil, verificou-se um crescimento exponencial da instalação de sistemas fotovoltaicos e a previsão para 2050 é que 40% da potência elétrica instalada no País seja de sistemas fotovoltaicos. O uso de Energia Solar proporciona diversos benefícios econômicos e ambientais e segundo pesquisadores da PUCRS, se boa parte da população instalar sistemas fotovoltaicos em casas e empreendimentos, além da redução nas contas de luz, a poluição também diminuiria.  

Neste contexto, os pesquisadores da Escola Politécnica e coordenadores do Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da PUCRS, Adriano Moehlecke e Izete Zanesco, são responsáveis pelo projeto de pesquisa e desenvolvimento FINEP 0130/21 intitulado Desenvolvimento de Células Solares Bifaciais PERC com Difusão de Dopantes e Passivação Formados com Processo Inovador, aprovado na Chamada Pública MCTI/FINEP/AT Materiais Avançados e Minerais Estratégicos 2020. A iniciativa de pesquisa também tem como autores a pesquisadora Nara Regina de Souza Basso, o funcionário do NT-Solar, Moussa Ly, e alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da Escola Politécnica.  

Em busca de maior eficácia na conversão de energia solar em energia elétrica 

O objetivo do estudo é desenvolver as células solares feitas com silício bifaciais, capazes de converter a irradiância solar incidente nos dois lados, assim o uso deste material proporcionará uma maior potência elétrica produzida com a mesma área de uma célula solar. Além disso, proporcionará também o avanço da tecnologia de fabricação de lâminas de silício mais finas, com técnicas de passivação das superfícies. Passivação é o nome dado a um processo que consiste na adição de camadas de outros materiais às superfícies das células.  

No projeto desenvolvido pelos pesquisadores da PUCRS também será utilizado um método para passivação das superfícies das células solares bifaciais com o óxido de grafeno, tornando possível aumentar a eficiência de conversão da energia solar em energia elétrica. A iniciativa visa desenvolver um processo de produção de células solares de silício para reduzir o custo de produção e de uso em módulos fotovoltaicos. Zanesco e Moehlecke explicam que a redução do custo do processo está focada na difusão dos dopantes boro e fósforo na mesma etapa térmica, realizada em forno compacto desenvolvido com tecnologia nacional.  

Células Solares

Foto: Bruno Todeschini

A fase atual do projeto se encontra na construção do forno compacto com a empresa Fornos Sanchis e da câmara de quartzo, onde serão processadas as lâminas de silício, produzida pela empresa ActQuartzo. Neste forno, será realizada a difusão de fósforo e de boro nas lâminas de silício, que é uma etapa da produção de células solares. 

A energia solar no Brasil 

Os pesquisadores destacam que atualmente, no País, ainda existem poucas empresas de montagem de módulos fotovoltaicos com células solares importadas e o mercado está crescendo com base na importação e, por conta disso, o desenvolvimento de tecnologias de produção de células solares e recursos humanos é essencial para o estabelecimento de fábricas de células solares no Brasil.  

Além disso, com o crescimento da indústria de energia solar, milhares de novos empregos são gerados todos os anos. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o setor gerou 130 mil novos empregos no Brasil entre 2012 e 2019.   

Sobre o NT-Solar 

Único centro de pesquisa e desenvolvimento na América Latina projetado para desenvolver e caracterizar células solares e módulos fotovoltaicos em escala piloto, o Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar) da Escola Politécnica da PUCRS atua realizando projetos envolvendo células solares, módulos fotovoltaicos e sistemas fotovoltaicos, com a coordenação dos professores Adriano Moehlecke e Izete Zanesco.   

O NT-Solar também integra os laboratórios do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Escola Politécnica da PUCRS, primeira graduação presencial na área, que promove o estudo em energias limpas e sustentáveis, com o objetivo de contribuir na criação e desenvolvimento de soluções inovadoras e não poluentes.

mulheres na ciênciaFruto da parceria entre a PUCRS, UFRGS e King’s College London (KCL), o site Mulheres na Ciência reúne a trajetória de pesquisadoras das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Com o objetivo de inspirar e incentivar mais mulheres nessas áreas, mulheres cientistas das três instituições contam sobre sua formação, áreas de pesquisa e opiniões sobre a importância da presença feminina na ciência.

Para a coordenadora do projeto na PUCRS Fernanda Bueno, doutora e mestre em Ciências Biológicas, as jovens têm se interessado cada vez mais pelos desafios e necessidades da sociedade atual, porém a participação igualitária das mulheres na ciência ainda precisa vencer muitos desafios.

“No Brasil as mulheres ainda não crescem em posições de destaque na mesma proporção que os homens, assim, este é outro desafio que temos que enfrentar, sobretudo nas áreas STEM. Penso que devemos estimular os jovens talentos que se interessam por essas áreas, e proporcionar às jovens a possiblidade de desenvolverem as suas habilidades para seguir nessa fascinante carreira de cientista”, reforça.

Equilíbrio e inclusão

Aline Pan, conta que foi na graduação de Física que surgiu o convite para participar de um grupo de pesquisa em energia solar, área pesquisada pela professora desde então. “A diversidade permite que surjam um ‘dividendo de inovação’, o que converge em equipes mais inteligentes e criativas, abrindo a porta para novas descobertas e soluções, ao ampliar os pontos de vista. É urgente colocar a ciência, a tecnologia, a engenharia e a energia na voz das mulheres já que desejo uma mudança social, política, econômica e energética para um modelo justo e sustentável”.

Para a pesquisadora Abigail Tucker, da King’s College London, diversidade no STEM é importante, permitindo que diferentes vozes sejam ouvidas, com novos pensamentos e diferentes perspectivas. “Gostaria que as jovens pesquisadoras soubessem que é possível ter filhos, trabalhar meio período e ainda se dar bem no seu trabalho. É um equilíbrio difícil, mas vale a pena o esforço. Eu acho ótimo que esquemas no Reino Unido como Athena SWAN estejam agora por perto para ajudar a apoiar as mulheres na pesquisa e eu tenho sido agraciada com mentores muito encorajadores”, relata.

Para a britânica Andrea Streit, que também integra a coordenação do projeto, as mulheres podem trazer uma perspectiva única para a ciência, muitas vezes, promovendo abordagens colaborativas e solidárias. “Em vários cargos de liderança, promovi o equilíbrio de gênero e a inclusão para superar obstáculos para que a ciência acadêmica proporcione um ambiente aberto para as gerações futuras”, finaliza a professora.

Acompanhe

O site do projeto também apresenta dados sobre mulheres na ciência no Brasil e no Reino Unido, além de abordar o Programa de Mentoria conduzido pela PUCRS e UFRGS em parceria com a KCL. Conheça outras trajetórias e saiba mais sobre a presença feminina nas áreas STEM.

programa hangar

Foto: Matheus Gomes

Nesta terça-feira, dia 21, chegou ao fim a primeira edição do Programa Hangar, iniciativa liderada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae RS). O programa visa apoiar doutores/as e doutorandas/as na transformação de pesquisas em produtos e/ou negócios. Na primeira edição do programa, 19 participantes de diferentes Programas de Pós-graduação da PUCRS integraram os encontros que aconteceram entre abril e junho.

No evento de encerramento no Living 360°, 10 projetos participaram do Pitch Day, apresentando suas ideias de negócio para uma banca avaliadora. O primeiro lugar foi conquistado pelo pesquisador Leandro Astarita, com o StreptoC, um consórcio de bactérias promotoras do crescimento vegetal, em específico, plantas de milho, que visa reduzir o uso de fertilizantes sem perder produtividade. O vencedor receberá passagem aérea e ingresso para o principal festival de inovação e empreendedorismo global, o Web Summit, em Portugal.

O segundo lugar ficou com o negócio BioSima – Medicina Regenerativa, apresentado pelo pesquisador Eduardo Rolim, abordando produtos diagnósticos e terapêuticos baseados em sinalização exossômica. Já no terceiro lugar esteve o BeeDetec, exibido pela doutoranda Jenifer Ramos, propondo um kit portátil para detecção de agrotóxicos em abelhas.

A banca foi formada por Simone Stülp (Secretária adjunta da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS), Gustavo Moreira (Especialista em Inovação – Gerente de Projetos no Sebrae/RS) Ernani Costa (Diretor Executivo da Marcha Empresa de participações e investimentos), Marcelo Bortolini (Diretor da Diretoria Desenvolvimento Científico e Tecnológico da FINEP) e Daniel Pimentel (Diretor de Universidades e Transferência de Tecnologia na Consultoria Emerge).

programa hangar

Foto: Matheus Gomes

Para o diretor de pós-graduação Luiz Gustavo Leão Fernandes a conexão entre a pesquisa, inovação e mercado é fundamental. “Essa iniciativa está alinhada com tendências mundiais e possui um imenso potencial de impacto e transferência de conhecimento da academia para a sociedade”, adiciona.

Sobre o Hangar

O Programa Hangar foi dividido em quatro trilhas com o objetivo de auxiliar o/a pesquisador/a empreendedor/a na trajetória de desenvolvimento do negócio. Entre os conteúdos que fizeram parte do cronograma estiveram temas como cenário tecnológico, ideia de negócio, propriedade intelectual, investimentos regulatórios e negócios.

Para a gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc Flávia Fiorin, o Programa Hangar está diretamente conectado a um movimento global de aproximação da pesquisa com o mercado que amplia as fontes de fomento voltados à geração de negócios inovadores baseados em ciência e tecnologia. “O Hangar é uma oportunidade para pesquisadores explorarem a conexão seus projetos de pesquisa ao mercado. No contexto de negócios, as chamadas ‘Deep Techs’ representam hoje um potencial de ampliação do impacto positivo gerado pelo conhecimento e tecnologias desenvolvidos na pesquisa”.

Confira a galeria dos vencedores:

Nelson Todt no revezamento da Tocha Olímpica

Professor Nelson Todt carregando a Tocha Olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016/Foto: Bruno Todeschini

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 tiveram, pela primeira vez, um número de atletas mulheres participando da competição quase igual ao masculino. A edição também foi marcada pela inédita participação de uma atleta transgênero em uma categoria feminina. Celebrado nesta quinta-feira, 23 de junho, o Dia do Atleta Olímpico, foi criado em homenagem à fundação do Comitê Olímpico Internacional, em 1894. A data também tem como objetivo promover o movimento olímpico em todo mundo, incentivando a prática esportiva.

Apesar de, normalmente, o foco das olimpíadas estar voltado às competições, diversas questões sociais permeiam a prática dos esportes. O coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da PUCRS e presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que tem sede na Universidade, Nelson Todt, explica a importância dos Jogos para a visibilidade diferentes temas.

“Os Jogos Olímpicos são o maior evento esportivo do mundo e ele reflete todo o contexto social exterior a ele. Com isso, ao abordar questões sociais em um evento de tamanha dimensão, é dada uma atenção maior a essas problemáticas”.

Em uma parceria entre o eMuseu do Esporte, a PUCRS, a UERJ, a Acnur, a Unesco e a Unic Rio, em agosto de 2021 foi lançada a exposição virtual Reflexões Olímpicas e Dignidade Humana, que abordou Jogos Olímpicos e inclusão através do esporte. Confira uma seleção de momentos, realizada pelo professor Todt, nos quais as questões sociais estiveram presentes no evento e saiba mais sobre a exposição virtual.

A participação feminina

Aída dos Santos

Aída dos Santos foi a única mulher da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964/Foto: Domínio Público

Os Jogos Olímpicos tiveram seu início na Antiguidade Clássica. Na época, podiam participar apenas cidadãos gregos, ou seja, homens nascidos no território que hoje conhecemos como Grécia. Nesse contexto, além de não poderem participar dos jogos, as mulheres sequer podiam estar presentes na arquibancada. Esquecida por anos, essa competição foi retomada por Pierre de Coubertin, o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Sua primeira edição, ocorrida em 1896, na cidade de Atenas, também não permitia a participação feminina. No entanto, mulheres passaram a competir na segunda edição, em 1900.

Apesar disso, apenas em 1991 se tornou obrigatória a inserção de categorias femininas em todas as modalidades esportivas. Na edição posterior a essa determinação, em 1992, menos de três a cada dez atletas eram do gênero feminino. Somente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a competição passou a ter um patamar próximo da plena igualdade de gênero. Atualmente, as mulheres representam 48,8% dos/as atletas e a expectativa é de que em 2024 a igualdade seja ainda maior.

A questão racial

Jogos Olímpicos de 1968

Tommie Smith no pódio dos 200 metros rasos/Foto: Domínio Público

Em 1968, no pódio da competição de 200 metros rasos, os atletas que conquistaram o ouro e o bronze, Tommie Smith e John Carlos, levantaram os punhos cerrados utilizando uma luva preta durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos. Esse gesto é conhecido como símbolo dos Panteras Negras, movimento afro-americano. Na época, a luta contra a segregação racial nos EUA estava em um dos seus momentos mais críticos, após o assassinato de Martin Luther King Jr. Por conta da manifestação política, que era vedada pelo Comitê Olímpico Internacional, os atletas foram penalizados.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio houve uma flexibilização dessa proibição. As manifestações políticas não serão passíveis de punição, desde que não aconteçam no pódio ou durante os eventos. Também não é permitida qualquer ação que tenha uma pessoa, país ou organização como evidente alvo. Antes mesmo da abertura oficial, protestos contra o racismo foram realizados nas competições do Futebol Feminino: jogadoras das seleções da Grã-Bretanha, Chile, Estados Unidos, Suécia e Nova Zelândia ajoelharam-se antes do início de suas partidas, um gesto que relembra a morte de George Floyd, ocorrida no ano passado.

Leia também: Diplomado da PUCRS é técnico de vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Intersexualidade e transgêneros

Dora Ratjen representou a Alemanha no salto em distância feminino em 1936. Anos após a competição, ele descobriu sua identidade de gênero masculino ou intersexo. Aos 21 anos, o atleta alterou seu nome para Heinz Ratjen.

Após a carreira no esporte, a polonesa Stella Walsh, medalhista em atletismo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, e nos de Berlim, em 1936, também teve descoberta a identidade de gênero intersexo.

Ratjen e Walsh não foram os únicos casos, outros atletas intersexo competiram em determinado gênero. A questão ainda gera controvérsia no esporte, seja por preconceito ou sob o argumento de que o desequilíbrio hormonal traria vantagens a esses competidores.

Em Tóquio, foi a primeira vez que o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu a participação de uma atleta transgênero em uma categoria feminina: a halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard. A organização determinou que quem fez a transição do sexo masculino para o feminino, e vice-versa, antes da puberdade, poderá competir na categoria desejada, sem restrições. No entanto, aqueles que realizaram a transição após esse período devem cumprir alguns requisitos. No caso de mulheres transgênero, como Laurel, é necessário comprovar que o nível de testosterona em seu sangue permaneceu inferior a 10 nanomol/litro por ao menos 12 meses antes de sua primeira competição e durante todo o período em que estão competindo.

A PUCRS e os Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos surgiram na Grécia

Foto: Pexels

O Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos, coordenado pelo professor Todt, realiza, em seu canal no YouTube, as Reflexões Olímpicas, que buscam discutir questões diversas acerca do olimpismo. Alguns assuntos abordados foram LGBTQIA+, liberdade de expressão e gênero.

Além disso, a exposição do eMuseu do Esporte conta com galerias e exposições em 3D, com entrevistas com diversas personalidades e especialistas das áreas de filosofia e estudos olímpicos. A exposição aborda os temas: Esporte e Valores, Intersexualidade, Refugiados e Liberdade de Expressão. A exposição usa como cenário os Jogos Olímpicos e Paralímpicos para tratar temas sociais, humanos e esportivos e a curadoria foi realizada pelos professores Nelson Todt, do curso de Educação Física da PUCRS, e Lamartine da Costa, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

A iniciativa é do eMuseu do Esporte, em parceria com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin (CBPC), com apoio institucional do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

É possível visitar a exposição a partir da data de lançamento acessando o site do eMuseu do Esporte.