Foto: Bruno Todeschini

Fruto da parceria com o Grupo Oncoclínicas, o Centro de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS) recebeu um importante reforço em sua estrutura de radioterapia. Trata-se do acelerador linear Varian Halcyon®, aparelho de última geração com tecnologia que permite localizar e combater tumores com maior rapidez e precisão.

Fabricado nos Estados Unidos e inédito no Sul do Brasil, o novo equipamento possui o mais rápido sistema acoplado de verificação de imagens e conferência de posicionamento, tratando 100% dos casos com técnica guiada por imagens (IGRT). “Estes recursos tornam possível aliar segurança assistencial e conveniência para os pacientes”, afirma o médico radio-oncologista Fernando Obst, gestor da unidade. Imagens de alta definição realizadas no próprio equipamento de tratamento, hoje com maior rapidez, permitem visualização dos tumores e dos órgãos vizinhos à doença em poucos segundos. A tecnologia da imagem é aliada na exatidão e acurácia dos tratamentos, bem como auxilia na adoção de protocolos cada vez mais encurtados de terapia.

O Centro de Oncologia do HSL, hoje gerenciado em parceria com o Grupo Oncoclínicas, foi lançado em novembro de 2019 e conta com uma unidade de quimioterapia com nove leitos. A Unidade de Radioterapia teve toda sua estrutura reconfigurada, foi modernizada e ampliada para o dobro da área física, para atender pacientes particulares, de convênios e do Sistema Único de Saúde (SUS). Contará ainda com tomografia computadorizada dedicada para os planejamentos de radioterapia, e disponibilizará de braquiterapia.

Para o diretor-geral do HSL, Leandro Firme, o primeiro ano do Centro de Oncologia foi de grande êxito. “Conquistamos resultados muito satisfatórios dentro daquilo que acreditamos ser um atendimento de inovação e excelência, acompanhando o que há de mais moderno no tratamento de câncer no mundo. O novo equipamento é um importante acréscimo ao nosso parque tecnológico e fortalece o robusto ecossistema de saúde do Hospital São Lucas, que está em constante modernização. Sem dúvidas, irá nos ajudar muito a localizar e combater tumores com maior rapidez e precisão”, salienta.

“O lançamento do novo aparelho de radioterapia consolida a união entre uma das melhores universidades privadas do Brasil e um dos maiores e mais respeitados grupos de oncologia, hematologia e radioterapia da América Latina”, afirma André Fay, médico oncologista, responsável técnico do Centro de Oncologia no Hospital São Lucas da PUCRS. A parceria reforça a referência do centro no tratamento do câncer no Rio Grande do Sul.

Foto: Bruno Todeschini

Importância para o cenário gaúcho  

Com o anúncio da adoção desta avançada tecnologia para radioterapia de alta precisão, as duas marcas somam forças em um cenário cada vez mais desafiador quando o assunto é câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Rio Grande do Sul deverá ter 46.060 novos casos neste ano, totalizando 138,1 mil até 2022. Apenas em Porto Alegre, serão 6.440 novas ocorrências/ano, chegando a 19.320 ao fim do triênio.

O Centro de Oncologia do Hospital São Lucas da PUCRS, hoje reestruturado, é referência do centro no tratamento do câncer no Rio Grande do Sul há décadas. O Grupo Oncoclínicas é formado por 68 unidades, ao todo, no Brasil, presente em 11 estados e, recentemente, renovou a parceria com o Instituto Dana-Farber, da Universidade de Harvard, em Boston (EUA), um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer do mundo. A parceria com o centro americano acontece desde 2014, e se traduz em desenvolvimento de projetos colaborativos, transferência de conhecimento, intercâmbio de ensino e análise técnica de casos clínicos.

Live celebra novo aparelho e 1º ano de Centro de Oncologia  

A apresentação oficial do novo acelerador linear ocorrerá no dia 24 de setembro, às 19h, durante uma live do Grupo Oncoclínicas, que abordará os avanços da radioterapia no cenário oncológico. Na ocasião, também será lembrado o primeiro aniversário do Centro de Oncologia do HSL. Parceria das duas instituições, a estrutura recebeu no período mais de 32 mil pacientes. Desses, cerca de 4,2 mil receberam atendimento radioterápico.

O encontro virtual contará com o Diretor Nacional de Radioterapia do Grupo Oncoclínicas e Presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia, Arthur Accioly Rosa. Também estão confirmados o Diretor-Geral do HSL, Leandro Firme; o Diretor-Técnico do Hospital, Saulo Bornhorst; além do médico radio-oncologista Fernando Obst, gestor da Unidade de Radioterapia do complexo hospitalar.

Aberta ao público, a live pode ser acessada pelo link.

 

A doutora Alessandra Morelle, alumni da Escola de Medicina da PUCRS, com residência e doutorado no Hospital São Lucas (HSL), e o oncologista do HSL Carlos Barrios, desenvolveram o aplicativo Tummi Onco. O serviço é voltado para pacientes, clínicas e consultórios e tem como propósito acompanhar o tratamento oncológico de forma remota. Por meio da plataforma, os pacientes podem registrar diariamente seus sintomas, gerando uma notificação para a equipe médica quando há possibilidade de algum problema. Com a pandemia, a equipe da startup, instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), no Health Plus Innovation Center (uma parceria da Grow+ com a PUCRS), adaptou as funcionalidades da plataforma e lançou o Tummi Coronavírus.

Tummi Coronavírus

A plataforma online permite que o paciente realize uma triagem física (informando sintomas como febre, tosse) e emocional (onde responde 21 perguntas em relação as suas emoções – sintomas como ansiedade e estresse). De acordo com os resultados, o paciente é direcionado para uma avaliação com médico ou psicólogo online. O projeto já realizou mais de mil atendimentos. De acordo com Alessandra, “o propósito é auxiliar o país de forma humanitária”. Saiba mais clicando aqui.

Tummi Onco

Alessandra destaca que a startup começou sua história com o Tummi Onco . “Percebi que quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, precisa de uma informação qualificada e rápida. Pensei em desenvolver algo que ajudasse os pacientes mesmo remotamente”, conta. Foi assim que nasceu o Tummi, que tem o nome inspirado no Deus Inca da Medicina. Alessandra apresentou a ideia para Barros, e os dois começaram o projeto. Em 2017, a médica viajou para o Vale do Silício, onde participou de um workshop para imergir no mundo das startups e do empreendedorismo.

A CEO da Tummi, explica que quem contrata o serviço são clínicas e consultórios, que recebem o suporte da startup para instalação de um dashboard no sistema, possibilitando que o aplicativo seja disponibilizado para os pacientes. A médica também ressalta que pacientes de clínicas não cadastradas podem utilizar o serviço. “Aqueles pacientes que não estão vinculados a clínicas e consultórios também pode baixar gratuitamente o app para se autogerenciar. A partir dos dados que inserem no aplicativo, os usuários podem gerar arquivos para download e impressão para que possam levar até a sua equipe médica”, afirma.

Próximos passos 

A equipe percebeu que 11% dos pacientes que utilizam o aplicativo têm outras patologias, como hipertensão, por exemplo, mas utilizam a plataforma para acompanhar seus sintomas. A partir disso, foi desenvolvida, em parceria com doutor Carlos Eurico Pereira, uma nova função em pneumologia. “Foi quando começou a pandemia. Nós nos adaptamos rapidamente para lançar o Tummi Coronavírus, mas em breve teremos a funcionalidade de pneumologia funcionando”, complementa Alessadra.

Carlos Klein, coordenador do Biohub PUCRS, iniciativa que promove a inovação e conecta talentos e conhecimentos para gerar negócios inovadores em ciências da vida, afirma que a Tummi é uma solução digital alinhada com o futuro da medicina. “Representa uma mudança de paradigma do foco na doença para o foco na saúde do paciente. Além disso, conta com um time de empreendedores de alta qualidade e que combinam competências de diversas áreas e que faz toda a diferença na busca de soluções relevante e efetivas para a saúde”, destaca Klein.

pós em medicina, neurologia, tomografia

Foto: Bruno Todeschini

Durante o mês de outubro, as campanhas de prevenção ao câncer de mama ganham destaque nas mais diferentes mídias, assim como as mensagens de combate ao câncer de próstata em novembro. Porém, o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento de todas as variações e tipos de câncer? Graças a esse cuidado, é possível aumentar as chances de controlar a doença, assim como a qualidade de vida dos pacientes, além de favorecer a efetividade e os custos dos tratamentos.

Um dos principais aliados no tratamento dos pacientes é o profissional da área de oncologia. Esses especialistas estudam o crescimento desordenado de células, que podem resultar em câncer ou tumores, assim como seu desenvolvimento no organismo e a melhor forma de tratamento. Além disso, novas pesquisas com medicamentos e diferentes terapias são cada vez mais exploradas na busca de formas de combater o câncer. Isso é o que mostra o relatório social anual Clinical Cancer Advances 2020, divulgado pela American Society of Clinical Oncology (Asco). Entre os avanços já destacados estão as possibilidades com imunoterapia e novas tecnologias, por exemplo.

Multidisciplinaridade para um tratamento completo

Sendo uma condição médica complexa, os profissionais especializados em oncologia possuem diferentes formações. Entre eles, estão os médicos, enfermeiros e farmacêuticos. O último, por exemplo, geralmente menos associado a esse tipo de trabalho, é quem produz e mistura os remédios e químicas necessárias para o preparo da quimioterapia. Ele também atua no acompanhamento dessas medicações, de forma a amenizar possíveis efeitos colaterais para o organismo. Segundo Liamara Andrade, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, “para prevenir os erros na terapia de combate ao câncer, a multidisciplinaridade é essencial”. Inclusive, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2004, destaca a necessidade de que todos os serviços que trabalhem no combate ao câncer tenham equipes formadas por esses três profissionais para um tratamento completo e aumentar os índices de cura.

Sobre(Viver) é uma realidade

Apesar do diagnóstico muitas vezes assustar, a descoberta do câncer não é uma sentença. Na verdade, quando o tratamento acontece da forma adequada, o índice de recuperação é bastante elevado: mais da metade das pessoas sobrevivem à doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a sobrevida mediana de pacientes é estimada em 75% em casos de câncer de mama, 92% para o câncer de próstata, 60% para o câncer do colo do útero e 66% para Leucemia Linfoblástica Aguda na infância.

Aumento dos casos

Segundo uma estimativa realizada pelo Inca, o Brasil teria registrado 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019. No mundo, foram mais de 18 milhões de ocorrências em 2018, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esse mesmo estudo aponta que o tipo de câncer que será o mais comum nos próximos anos é o de pele, conhecido por ser menos letal. Os outros dez tipos de câncer mais incidentes no Brasil serão o de próstata, mama feminina, cólon e reto (câncer de intestino), pulmão, estômago, colo do útero, cavidade oral, sistema nervoso central, leucemias e esôfago.

Prevenção, detecção e tratamento no combate ao câncer

Segundo o Inca, o câncer é um conjunto de doenças, cada uma com características e fatores de risco próprios, cujo denominador comum é a reprodução desordenada de células. Sendo assim, pode ser causada por diversos fatores. A idade, histórico familiar e a exposição a propriedades do cigarro, alimentos processados e gordurosos e sobrepeso podem amplificar as chances do desenvolvimento da doença.

Novas técnicas de detecção também surgiram nos últimos anos. Recentemente, uma equipe de pesquisadores internacionais publicou na revista Science seu trabalho sobre um novo exame de sangue que pode ajudar a detectar oito tipos de câncer em uma fase pouco avançada. Além disso, o método também consegue identificar com mais certeza em qual órgão a doença está se proliferando.

Sobre o curso de oncologia farmacêutica

O curso de Oncologia Farmacêutica da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS capacita o profissional graduado em Farmácia a atuar diretamente nos serviços de tratamento ao câncer, com o diferencial de atuar já durante o curso no Hospital São Lucas da PUCRS e utilizar da simulação realística para o aprendizado prático dos casos. “Cada vez mais se necessita do profissional farmacêutico, tanto no mercado de trabalho, quanto na pesquisa de novas terapias oncológicas”, comenta Liamara Andrade. Acesse o site do curso e amplie sua área de atuação com aulas já para esse semestre.

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Inscer, medicamento, Radiofármacos, anvisa, Fludesoxiglicose, Glicocer, tomografia, oncologia, cardiologia, neurologia

Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de registrar o radiofármaco Fludesoxiglicose (18F), produzido no Centro de Produção de Radiofármacos (CPR) do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer). O produto passa a se chamar Glicocer e é utilizado em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET), em diagnósticos nas áreas de oncologia, cardiologia e neurologia. O Glicocer é um radiofármaco, ou seja, um medicamento radioativo. O InsCer possui um acelerador de partículas – o cíclotron – que produz a radiação necessária para a fabricação do radiofármaco.

De uso exclusivo em exames de imagem, o radiofármaco já vem sendo produzido no instituto desde 2014 com a permissão da Anvisa, conforme o disposto na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 66 de 09 de dezembro de 2011 e na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 70 de 23 de dezembro de 2014. Foram registradas 11 apresentações do Glicocer, que variam de uma a onze doses do medicamento. De acordo com a coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos, Louise Hartmann, o registro é um atestado da Anvisa para a qualidade, eficácia e segurança do medicamento produzido no InsCer. “Antes disso, é importante ressaltar que o CPR possui um Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), também expedido pela agência, o que reitera a qualidade dos nossos processos e produtos”, afirma.

O Glicocer é o sexto medicamento que contém como princípio ativo o Fludesoxiglicose (18 F) a possuir registro no Brasil. Além de contar com um centro de produção de radiofármacos regulamentado pela Anvisa, o instituto possui um Centro de Imagem com a tecnologia PET disponível para a realização dos exames na área de medicina nuclear. “Os radiofármacos produzidos no CPR podem ser utilizados no Centro de Imagem do próprio Instituto, permitindo ainda que nossa equipe de pesquisadores possa estudar mais a fundo doenças como Alzheimer e Epilepsia. Além disso, também estamos trabalhando no desenvolvimento de novos radiofármacos para diagnóstico de doenças como o câncer de próstata”, adianta Louise.