Professores, profissionais e estudantes de graduação em Arquitetura, Serviço Social e Direito e de pós-graduação em Serviço Social discutem questões envolvendo a cidade e o direito à moradia no Grupo de Pesquisa em Habitação de Interesse Social e Sustentabilidade (Sustenfau), do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica. Além de um palco de estudos, a Ocupação 20 de Novembro, na Rua Barros Cassal, em Porto Alegre, recebe apoio do grupo nas manifestações, nas reuniões com os militantes e nas discussões sobre o projeto de reforma do prédio.
Em março de 2016, a escritura do imóvel foi lavrada em nome da Cooperativa 20 de Novembro. Um mês depois, houve assinatura da documentação referente à requalificação do edifício, inserida no Minha Casa, Minha Vida – Entidades. Agora os moradores aguardam a liberação do início das obras, enquanto negociam com a prefeitura a concessão de aluguel social para as famílias no período em que durar a reforma.
A comunidade se tornou um símbolo dos movimentos sociais. O nome tem vinculação com o Dia da Consciência Negra e a data da ocupação inicial do prédio da Rua Caldas Júnior, em 2006. “O assentamento é emblemático, exemplificando a apropriação de um vazio urbano como ação de resistência contra-hegemônica à financeirização do habitat, aliada à emergência de um significativo protagonismo das camadas populares no exercício de sua cidadania”, avalia o coordenador do Sustenfau, Marcos Diligenti.
“A presença da Universidade dá concretude às nossas ações. O grupo nos ajudará na avaliação e diagnóstico do que é possível fazer”, afirma a coordenadora da 20 de Novembro, Ceniriani Vargas da Silva.
Assina o projeto o escritório AH! Arquitetura Humana, composto pelos arquitetos e urbanistas Paola Maia, Taiane Beduschi e Franthesco Spautz, formados na PUCRS (alumni), e por Karla Moroso. A própria cooperativa gerencia a verba da revitalização.
Conheça histórias de luta pela moradia e a cronologia da saga da 20 de Novembro na reportagem completa na edição 187 da Revista PUCRS.