De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, as mudanças climáticas antropogênicas, ou seja, aquelas causadas pelo homem, estão associadas ao aumento da emissão de gases de efeito estufa por queima de combustíveis fósseis (dos automóveis, das indústrias, usinas termoelétricas), queimadas, desmatamento, decomposição de lixo etc.
Existem fortes indícios de que o clima está de fato mudando. As décadas de 1990 e 2000 foram as mais quentes dos últimos 1.000 anos. As projeções do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que nos próximos 100 anos poderá haver um aumento da temperatura média global entre 1,8°C e 4,0°C, e um aumento do nível médio do mar entre 0,18 m e 0,59 m, o que pode afetar significativamente as atividades humanas e os ecossistemas terrestres.
Depois de participar do projeto Students 4 Change, no qual foi discutida a necessidade da implantação de laboratórios de inovação social, a PUCRS passa a integrar o projeto Climate Labs: Strengthening applied research and innovation capacities in Latin-America through co-creation labs for mitigation and adaptation to Climate Change, agraciado pelo Programa Erasmus+. O projeto busca, em última análise, construir áreas fortes e conectadas de inovação e pesquisa aplicada nas universidades, impactando nas capacidades e estratégias gerais dos países parceiros para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas.
Na PUCRS, os docentes envolvidos no projeto são Lucas Bonacina Roldan (coordenador), Edimara Mezzomo Luciano, Gustavo Dalmarco (Escola de Negócios) e Nelson Ferreira Fontoura (Instituto do Meio Ambiente da PUCRS). Ao todo, são 14 instituições envolvidas no projeto, representando o Brasil, Colômbia, Espanha, Itália, França e México.
No começo de março, uma reunião de trabalho realizada na Universidad de Caldas, na cidade de Manizales, na Colômbia, marcou o início dos trabalhos. Lucas Roldan conta que o objetivo do encontro foi conhecer os parceiros do projeto, alinhar expectativas, modelar inicialmente os laboratórios de inovação social com foco em mudanças climáticas de cada universidade e compartilhar conhecimento.
Os próximos passos envolvem um mapeamento de capacidades das universidades parceiras e a identificação de desafios relacionados às mudanças climáticas a serem abordados por cada laboratório. Logo após, será realizada uma capacitação para todos, com o objetivo de compartilhar melhores práticas (programa de incubação online) e, assim, cada universidade implementará o seu laboratório.
“Após a implementação dos laboratórios, serão realizados projetos-piloto com o objetivo de gerar impacto social positivo onde esses serão realizados. É importante salientar que todas as etapas do projeto serão desenvolvidas em conjunto com os parceiros e a troca de conhecimentos estará sempre presente”, conta Lucas.
O projeto proporciona que a PUCRS compartilhe experiência relacionadas à inovação social e às mudanças climáticas, além de ser uma ótima oportunidade para a Universidade poder fazer ainda mais pela sua comunidade, já que uma premissa do projeto é facilitar a resolução de problemas sociais a partir da pesquisa.
Em um período de três anos, o projeto espera treinar acadêmicos, estudantes e funcionários da América Latina, que formarão equipes líderes de mudança. Esses grupos projetarão e implementarão laboratórios de acordo com as necessidades, pontos fortes, desafios e características das instituições e territórios a que servem.