Manter uma rotina de sono nas férias é importante não só para as crianças mas também para os adultos. / Foto: Pexels

Durante os primeiros meses do ano, é comum que estudantes tentem aproveitar ao máximo o tempo de lazer antes do ano letivo começar. De folga da rotina escolar, eles acabam passando mais tempo acordados e virando a noite para assistir a filmes ou jogar videogame, por exemplo. No entanto, manter uma rotina de sono nas férias é importante e traz benefícios não apenas para crianças e adolescentes, mas também para os pais 

É preciso ficar alerta: segundo especialistas, a falta de uma rotina regular de sono pode atrapalhar o desenvolvimento dos estudantes. Segundo Magda Nunes, médica neurologista infantil do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (Inscer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS, o sono é um ciclo biológico que funciona num padrão de 24 horas e o ideal é seguir esse padrão para evitar alterações no nosso organismo.  

“Como não temos os marcadores de levantar, ir à escola e fazer as atividades, as crianças e os adolescentes acabam dormindo mais tarde e também acordando mais tarde. Então o que se recomenda é que, pelo menos uma ou duas semanas antes do final das férias, já se comece a tentar voltar ao normal, ao ritmo de sono e horários de acordar e de dormir durante a semana.”  

Além de um mau desenvolvimento, um sono irregular pode causar alterações nas funções do organismo, o que pode acarretar um mau funcionamento de hormônios relacionados a questões metabólicas, como o hormônio da fome e o da saciedade. Uma má qualidade do sono também pode levar a sintomas perceptíveis em crianças e adolescentes, como alterações de humor, irritabilidade e desatenção.  

Como retomar a rotina de sono? 

A professora Magda Nunes ressalta que é importante cuidar para que a alimentação não seja muito pesada à noite para não atrapalhar a rotina de sono. / Foto: Bruno Todeschini

Para estabelecer e manter uma boa rotina de sono, é importante seguir alguns passos. De acordo com Magda, a chamada “higiene do sono” começa já na alimentação. “O ideal é evitar alimentos gordurosos e muito pesados durante a noite. Também é importante evitar bebidas com cafeína, como alguns chás, achocolatados e refrigerantes.”  

Além da alimentação, é importante começar a preparar o ambiente para o descanso após o jantar, diminuindo as luzes e ruídos externos. Fatores como um quarto limpo, arejado, em uma boa temperatura – nem frio demais nem quente demais, e uma cama bem-organizada também fazem parte desse processo. Para crianças e especialmente adolescentes, o uso das telas acaba sendo o grande “vilão” de uma noite mal dormida.  

“Quando falamos de telas, falamos de celular, televisão e computador. O recomendado é que, para crianças pequenas, esse uso de telas seja limitado durante o dia e que, durante a noite, os pequenos fiquem no mínimo duas horas longe das telas antes da hora de ir para a cama. Já para adolescentes, esse período tem que ser pelo menos de meia hora antes do horário do sono”, finaliza a professora.  

Qual a quantidade de sono ideal para cada faixa etária?  

Além de estabelecer a rotina também nas férias, pais e responsáveis precisam estar atentos ao tempo de sono de cada criança e adolescente. A recomendação da Cartilha da Semana do Sono 2020, que segue as orientações da organização internacional National Sleep Foundation, varia conforme a idade. Para os mais novos, entre 3 e 5 anos, o recomendado é de 10 a 13 horas de sono. Dos 6 aos 13 anos, a média já diminui – a indicação é de 9 a 11 horas de sono. Para os adolescentes entre 14 e 17 anos, a orientação é dormir entre 8 e 10 horas. 

Leia também

Foto: Cottonbro Studio/Pexels

Durante os primeiros meses do ano, é comum que estudantes tentem aproveitar ao máximo o tempo de lazer antes do ano letivo começar. Ficando fora da rotina escolar, eles acabam passando mais tempo acordados e virando a noite para assistir filmes ou jogar videogame, por exemplo. No entanto, manter uma rotina de sono nas férias traz benefícios não apenas para crianças e adolescentes, mas também para os pais. 

É preciso ficar alerta: para especialistas, a falta de uma rotina regular de sono pode atrapalhar o desenvolvimento dos estudantes. Segundo a médica neurologista infantil do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (Inscer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS Magda Nunes, o sono é um ciclo biológico que funciona num padrão de 24 horas e o ideal é seguir dentro desse padrão para evitar alterações no nosso organismo. 

“Como a gente não tem aqueles marcadores de levantar, ir à escola e fazer as atividades, as crianças e os adolescentes acabam dormindo mais tarde e também acordando mais tarde. Então o que se recomenda é que, pelo menos uma ou duas semanas antes do final das férias, já se comece a tentar voltar ao normal, ao ritmo de sono e horários de acordar e de dormir durante a semana.” 

Além de um mau desenvolvimento, a falta de sono regular pode causar alterações nas funções de organismo, o que pode acarretar um mau funcionamento de hormônios relacionados a questões metabólicas, como o hormônio da fome e o da saciedade. Uma má qualidade do sono também pode levar a sintomas perceptíveis em crianças e adolescentes, como alterações de humor, irritabilidade e desatenção. 

Como retomar a rotina de sono? 

Professora Magda Nunes/ Foto: Bruno Todeschini

Para estabelecer e manter uma boa rotina de sono, é importante seguir alguns passos. Para Magda, a chamada “higiene do sono” começa já na alimentação. “O ideal é evitar alimentos gordurosos e muito pesados durante a noite. Também é importante evitar bebidas com cafeína, como alguns chás, achocolatados e refrigerantes.” 

Além da alimentação, é importante começar a preparar o ambiente para o descanso após o jantar, diminuindo as luzes e ruídos externos. Fatores como um quarto limpo, arejado, em uma boa temperatura – nem frio demais nem quente demais, e uma cama bem-organizada também fazem parte desse processo de higiene. Para crianças e especialmente adolescentes, o uso das telas acaba sendo o grande “vilão” de uma noite mal dormida. 

“Quando falamos de telas, falamos de celular, televisão e computador. O recomendado é que para crianças pequenas esse uso de telas seja limitado durante o dia e que, durante a noite, os pequenos fiquem no mínimo duas horas longe das telas antes da hora de ir para a cama. Já para adolescentes, esse período tem que ser pelo menos de meia hora antes do horário do sono”, finaliza a professora. 

Qual a quantidade de sono ideal para cada faixa etária? 

Além de estabelecer a rotina também nas férias, pais e responsáveis precisam estar atentos ao tempo de sono de cada criança e adolescente. A recomendação da Cartilha da Semana do Sono 2020, que segue as orientações da organização internacional National Sleep Foundation, varia conforme a idade.  

Para os mais novos, entre 3 e 5 anos, o recomendado é de 10 a 13 horas de sono. Dos 6 aos 13 anos, a média já diminui – a indicação é de 9 a 11 horas de sono. Para os adolescentes entre 14 e 17 anos, a orientação é dormir entre 8 e 10 horas.

Leia também: Sonhando demais ou dormindo de menos? Entenda os efeitos da pandemia no sono

Cirurgia de Parkinson

Foto: Hospital São Lucas/Divulgação

Cerca de 1% da população acima de 65 anos possui Doença de Parkinson, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Essa condição é ocasionada por uma degeneração de células responsáveis por produzir uma substância chamada dopamina, que realiza a comunicação entre neurônios. Sua falta ocasiona os principais sintomas do Parkinson: tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações tanto na fala quanto na escrita. 

Pensando em melhorar a vida desses pacientes, Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) agora oferece a Deep Brain Stimulation, uma cirurgia para os portadores da doença. Nela, são implantados eletrodos para modular os estímulos elétricos nas regiões afetadas pelo Parkinson. Com isso, o paciente pode manter seu desempenho motor por mais tempo.  

Quem pode fazer a cirurgia?  

A Doença de Parkinson não possui cura, entretanto, o uso de medicamentos é capaz de manter a vida do paciente mais estável. “A maioria das pessoas responde bem aos medicamentos nos primeiros anos e depois o remédio começa a causar complicações, provocando distúrbios de movimentos em decorrência da medicação”, explica o neurocirurgião do HSL Paulo Petry Oppitz. Nesses momentos, os médicos podem precisar aumentar a dose dos medicamentos e, em alguns casos, isso já não é suficiente para controlar os sintomas de forma satisfatória: é aí que entra a cirurgia.  

De acordo com a neurologista Sheila Trentin, existem alguns critérios aos quais o paciente deve atender para estar apto a realizar o procedimento cirúrgico:  

Em relação a esse último critério, ela ainda explica que, mesmo nos casos mais graves de Parkinson, a medicação faz efeito. No entanto, o tempo de efeito do remédio diminui. “Existe, ainda, uma exceção que é o caso do tremor: esse sintoma pode não responder bem aos remédios e costuma ter excelente resposta à cirurgia. Inclusive, além dos pacientes com Parkinson, aqueles que possuem Tremor Essencial também podem ser beneficiados por esse procedimento”, complementa.  

Como funciona o atendimento no HSL? 

Para ter certeza de que o paciente está apto a realizar a cirurgia, é importante realizar uma avaliação médica com um neurologista, que o encaminhará para um neurocirurgião. Esses atendimentos são realizados pelo Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital São Lucas. O agendamento de consultas particulares ou por convênio podem ser realizadas através do telefone (51) 3320-3200, do WhatsApp (51) 98502-1128 ou do site do Hospital 

folhas verdes,salada,feira,feira agroecológica,orgânicos,alimento

Foto: Bruno Todeschini

Durante os últimos anos, faz parte da conduta médica para pacientes com doenças cardíacas como o infarto do miocárdio a orientação de hábitos saudáveis: não fumar, cuidar o consumo de álcool, praticar atividade física, ter uma boa alimentação… Sobre essa última recomendação, a cada ano, novos artigos científicos são publicados e fazem por vezes os médicos e nutricionistas colocarem alimentos como “amigos e vilões” da saúde. A maior parte desse conhecimento é baseado em estudos realizados nos Estados Unidos e Europa, e tem como principal desfecho a saúde cardiovascular do paciente.

Quando relacionamos dieta e doenças que acometam o cérebro, o Acidente Vascular Cerebral (AVC, ou popularmente conhecido por derrame) é o que mais chama a atenção, tanto pela quantidade de estudos que são feitos sobre esse tema como pela gravidade dessa doença, que é uma das principais causas de morte da população brasileira.

Estudo chamado Interstroke avaliou os principais riscos de desenvolver o AVC em 22 diferentes países, inclusive no Brasil

No entanto, é muito difícil relacionar uma má dieta como um fator isolado causador de infarto e AVC. Em geral, pessoas que aderem a uma dieta saudável, com pouca gordura saturada e muitos vegetais, também são não fumantes, praticam atividade física com regularidade e têm outros hábitos de vida saudáveis. Muitos artigos tentam medir o impacto de cada um desses fatores de modo isolado, para podermos mensurar de maneira mais precisa o que cada mudança vai acarretar na nossa saúde a longo prazo. Esses dados existem, entre eles um grande destaque é o estudo chamado Interstroke, que avaliou os principais riscos de desenvolver o AVC em 22 diferentes países, inclusive no Brasil.

Recentemente um artigo publicado em uma das principais revistas científicas da área da neurologia propôs avaliar o impacto que uma dieta saudável (rica em folhas verdes) tem sobre a saúde cerebral em relação à memória. Na cidade de Chicago, pessoas de 58 a 99 anos (sem histórias de doenças graves), foram divididas em dois grandes grupos: os que consumiam folhas verdes pelo menos uma vez por dia e os que não faziam esse consumo. Esses indivíduos foram avaliados durante dez anos, com aplicações regulares de testes de memória. Foi observado nitidamente um maior declínio cognitivo no grupo que não consumia folhas verdes.

Artigo publicado na revista Neurology propôs avaliar o impacto que uma dieta rica em folhas verdes tem sobre a saúde cerebral em relação à memória

No estudo, desenvolvido na Rush University, Chicago, IL, entre outros centros de pesquisa, os dois grupos eram muito semelhantes em suas características dos demais hábitos de vida, o que nos leva a pensar que algum fator determinante para acontecer ou não o declínio cognitivo envolve a dieta. Martha Clare Morris, Yamin Wang, Lisa L. Barnes, David A. Bennett, Bess Dawson-Hughes, e Sarah L. Booth, autores do artigo Nutrients and bioactives in green leafy vegetables and cognitive decline, publicado em janeiro, na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, acreditam que o papel de substâncias como o nitrato, folato, alfa-tocoferol entre outras, que estão presentes em grande quantidade nas folhas verdes, foi o grande diferencial, atuando como um neuroprotetor.

Dessa forma, além de orientar uma dieta saudável para diminuir o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, pessoas que desejam manter sua memória mais ativa, por mais tempo, também têm motivos para aderirem à dieta das folhas verdes. A dica que fica para mantermos uma memória mais saudável, portanto, é não “esquecer” a alface, a rúcula, o espinafre no prato de todo dia!

Inscer, medicamento, Radiofármacos, anvisa, Fludesoxiglicose, Glicocer, tomografia, oncologia, cardiologia, neurologia

Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de registrar o radiofármaco Fludesoxiglicose (18F), produzido no Centro de Produção de Radiofármacos (CPR) do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul – PUCRS (InsCer). O produto passa a se chamar Glicocer e é utilizado em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET), em diagnósticos nas áreas de oncologia, cardiologia e neurologia. O Glicocer é um radiofármaco, ou seja, um medicamento radioativo. O InsCer possui um acelerador de partículas – o cíclotron – que produz a radiação necessária para a fabricação do radiofármaco.

De uso exclusivo em exames de imagem, o radiofármaco já vem sendo produzido no instituto desde 2014 com a permissão da Anvisa, conforme o disposto na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 66 de 09 de dezembro de 2011 e na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 70 de 23 de dezembro de 2014. Foram registradas 11 apresentações do Glicocer, que variam de uma a onze doses do medicamento. De acordo com a coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos, Louise Hartmann, o registro é um atestado da Anvisa para a qualidade, eficácia e segurança do medicamento produzido no InsCer. “Antes disso, é importante ressaltar que o CPR possui um Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), também expedido pela agência, o que reitera a qualidade dos nossos processos e produtos”, afirma.

O Glicocer é o sexto medicamento que contém como princípio ativo o Fludesoxiglicose (18 F) a possuir registro no Brasil. Além de contar com um centro de produção de radiofármacos regulamentado pela Anvisa, o instituto possui um Centro de Imagem com a tecnologia PET disponível para a realização dos exames na área de medicina nuclear. “Os radiofármacos produzidos no CPR podem ser utilizados no Centro de Imagem do próprio Instituto, permitindo ainda que nossa equipe de pesquisadores possa estudar mais a fundo doenças como Alzheimer e Epilepsia. Além disso, também estamos trabalhando no desenvolvimento de novos radiofármacos para diagnóstico de doenças como o câncer de próstata”, adianta Louise.

O Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) realiza nesta sexta-feira e no sábado, 4 e 5 de dezembro, a 5ª Jornada Médico-Científica. A abertura oficial do evento, no dia 4 de dezembro, às 8h45min, será coordenada pelo chefe do Serviço, André Palmini, e contará com a presença de Elisaldo Carlini. Professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Carlini é um dos principais especialistas brasileiros no uso medicinal da cannabis. Ele ministrará palestra com o tema Uma Visão da Cannabis Medicinal em Neurologia: Epilepsia, Doença de Parkinson e Esclerose Múltipla.

A programação segue no dia 5 de dezembro, com mesas redondas que abordarão tópicos como diagnóstico e tratamento das doenças desmielinizantes; indicação dos canabinoides em neurologia e doença de Parkinson e parkinsonismos atípicos. Além de especialistas do HSL, participam os médicosAndré Matta, da Universidade Federal Fluminense; Marlise de Castro Ribeiro, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Vitor Tumas, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto; e Arthur Schumacher Schuh, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A iniciativa tem como público alvo médicos neurologistas e demais interessados. O evento ocorre no Anfiteatro Irmão José Otão, no 2º andar do Hospital São Lucas (avenida Ipiranga, 6690 – Porto Alegre). A entrada é franca. Outras informações pelo telefone (51) 3320-3218.