Galeria a Céu aberto: novo site apresenta referências e detalhes das obras - Espaço educativo explora saberes e ideias concebidas por cada artista por trás dos muraisO Instituto de Cultura da PUCRS apresenta o mais novo site Galeria a Céu Aberto, que reúne conteúdos sobre os murais artísticos distribuídos pelo Campus da Universidade. Além de expor imagens e vídeos das obras, foram desenvolvidos textos especialmente para o espaço online, que permite que o público conheça mais sobre os artistas envolvidos no projeto. 

Também é possível encontrar referências e inspirações por trás de cada uma das três obras realizadas até o momento. O site está dividido em seis seções, com uma navegação intuitiva para quem deseja explorar e conhecer mais sobre os conceitos, detalhes dos murais, informações sobre cada profissional e seus trabalhos artísticos. 

Galeria a Céu Aberto é um projeto iniciado em 2017, que teve o primeiro mural finalizado em 2019, pelo artista Kelvin Koubik. Também conta com as obras de Paula Plim e Renan Santos. Os três murais estão localizados na Rua da Cultura e na Escola de Humanidades. 

Segundo o diretor do Instituto de Cultura, Ricardo Barberena, a ideia é que seja criado pelo menos um novo mural a cada ano, com a proposta de inserir ainda mais arte e humanismo na vida diária de quem anda no Campus.  

Para saber mais acesse o site oficial do projeto.

O artista Renan Santos (à direita) e a sua arte no prédio 8 / Foto: Camila Cunha

Mais cores, grafismos, significados, histórias e cultura no Campus da PUCRS. O público que circular pela Universidade pode admirar dois novos murais artísticos de grande escala, de autorias dos artistas Renan Santos e Paula Plim. Desenvolvido pelo Instituto de Cultura da PUCRS, o projeto Galeria a Céu Aberto iniciou com a obra do artista Kelvin Koubikconcluída no final de março de 2019. Na ocasião, esse grafismo teve como inspiração a missão da Universidade e o Museu da Ciência e Tecnologia (MCT), com localização na parte leste do Prédio 6, em frente à Rua da Cultura.  

O projeto Galeria a Céu Aberto vai inserir, em cada um dos três murais, placas de identificação (inclusive em Braile) e QRCodes, que vão remeter ao site desta iniciativa, ainda a ser lançado. A proposta é ser um espaço de aprendizado com conteúdo sobre os murais, com leituras de imagens das obras, textos sobre os artistas, vídeos de processos de criação e detalhes de como foram construídas as artes do Campus.  

Inspiração no humanismo clássico e contemporâneo  

Com 304 metros quadrados de dimensão, a obra de Renan Santosestá situada em uma das paredes do Prédio 8, da Escola de Humanidades“Sempre gostei de trabalhos em pequena escala, fazer pequenos desenhos em que alguns detalhes precisavam ser feitos com lente de aumento sempre foi uma diversão pra mim. Mas, atualmente, a satisfação maior está em trabalhos de grandes proporções, sair do ateliê para trabalhar em uma parede na rua tem sido muito gratificante”ressalta o artista. 

No lado esquerdo do mural, uma lebre representa o humanismo clássicoO grafismo faz referência aos artistas do Renascimento italiano, Michelângelo e Botticcelli; bem como a obra infantil Alice no País das Maravilhas. É possível também perceber semelhança de posição do corpo com a escultura “O Pensador, do francês Auguste Rodin; bem como uma pilha de livros que referem aos escritores Esopo, Dante Alighieri, Charles Baudelaire e Fiodor Dostoiévski.  

Já no lado direito, a garça é o humanismo contemporâneoAs referências são: o Deus Egípcio Thoth (pela figura representada por uma ave, que simboliza a escrita e o conhecimento), a roupa vestida pela garça é alusiva às três Graças de Sandro Botticelli e os pés descalços, que representam a leveza e o voo alto. Em um dos braços do grafismo estão os livros que mencionam as escritoras contemporâneas Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura, e Clarice Lispector, que completaria seu centenário em 2020.  

Referências da cultura pré-colombiana  

Ao lado palco principal da Rua da Cultura, a artista Paula Plim desenvolveu a sua obra no Prédio 5, com a dimensão de 64 metros quadrados. Considerando a vasta e diversa cultura do continente latino americano e a impossibilidade de contemplar todas as culturas existentes na região, Paula optou em focar a pesquisa em uma única cultura marcante.   

Escolhi os incas, porque eles dividem em três mundos: o superior, que se comunica ao mundo terreno através do condor andino; o terrestre, que é mediado pelo puma, e o inferior, que se comunica através da serpente. Então, eu fiz esses três níveis com os animais correspondentes, além de que eles endeusavam a natureza, tinha Deus da Montanha e Deus ou Deusa do Milho, elementos da natureza que eram considerados deuses”, explica Paula sobre a sua arte.  

Entre os símbolos no mural, destaques para a figura principal do deus Viracocha, o Sol (importante para as plantações), a chuva (necessária para plantio), o arco íris (unificação do Sol e da chuva para boas colheitas), o condor (comunicação com as estrelas) e os quipos (sistema de contagem muito presente na cultura Inca).  

Como o grafismo está perto do palco da Rua da Culturaforam inseridas a flauta e o kero (copos andinos cerimoniais). Também estão representações de divindades, como Mama Killaprotetora das mulheres e da fertilidade.  

Leia também: Graffiti de mais 18 metros de altura é atração na Rua da Cultura 

 

 

 

 

Ciclio de conversas da PUCRS Cultura sobre Grafias do Humanismo

Segundo mural do Campus / Foto: Luiza Rabello

Lives promovidas pela PUCRS Cultura, ao mesmo tempo em que são desenvolvidos dois murais em grande escala na Universidade, buscam problematizar as diferentes formas de escrever as demandas do novo humanismo em tempos desafiadores. 

Trata-se de um ciclo de debates transdisciplinar com especialistas da Filosofia, Antropologia, História, Geografia e Literatura. Com esses convidados e convidadas, queremos refletir sobre a pergunta: Quais foram as grafias do humanismo moderno e quais são os contornos do novo humanismo? 

Programação

Gersem Baniwa é indígena do povo Baniwa, de São Gabriel da Cachoeira (AM), graduado em Filosofia pela UFAM e mestre em Antropologia Social pela UnB. É coordenador geral de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, diretor-presidente do Centro Indígena de Estudos e Pesquisa  e professor do curso de Licenciatura Específica em Formação de Professores Indígenas da UFAM. 

Aline Fay é coordenadora do curso de graduação em Letras Inglês da PUCRS, professora coordenadora do LAPREN Inglês/Português e professora adjunta da Escola de Humanidades. É pesquisadora colaboradora no projeto ACERTA e Neuroeducação no INSCER. Integra o grupo de professores nos cursos de pós-graduação em Gestão da Educação, Docência no Ensino Superior (EAD) e Psicopedagogia 

Norman Roland Madarasz é professor Adjunto do PPG em Filosofia e do PPG em Letras na PUCRS, onde desenvolve pesquisa no campo da Filosofia francesa contemporânea, na literatura francesa e nos estudos de gênero. Entre suas publicações, destaca-se a autoria de cinco livros, a edição e tradução de três livros de Alain Badiou para o inglês. 

Antônio de Ruggiero é professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS e Docente do Curso de Graduação em História. Os seus estudos têm ênfase em história política italiana (sec. XIX e XX) e história socioeconômica. É membro da Associação Internacional AREIA (Audioarchivio delle migrazioni tra Europa e América Latina) e da ABHO (Associação Brasileira de História Oral) e pesquisador na Rede Internacional de estudos de língua, história e cultura italiana. 

Charles Monteiro é professor Adjunto em História na PUCRS atuando nos Programas de Pós-Graduação em História e Letras (Escrita Criativa). É pós-doutor em História Social e Cultural da Arte pela Sorbonne e autor de vários livros sobre História Urbana e de artigos sobre História, Fotografia e Cultura Visual.  

Marcia Andrea Schmidt da Silva é professora na Escola de Humanidades da PUCRS e doutoranda em Ensino da Geografia na UFRGS. Tem experiência na área de Educação básica, com ênfase em Educação Popular e de Adultos, e em gestão de instituições educacionais, como diretora do Colégio Leonardo da Vinci – Beta e atualmente coordenadora e elaboradora do curso PUCRS ONLINE – A Moderna Educação. 

Fernanda Bastos é jornalista, escritora e servidora pública estadual. É mestra em Comunicação e Informação (UFRGS) e possui graduação em Letras pela UFRGS. Autora de Dessa Cor (Figura de Linguagem, 2018) e eu vou piorar (Figura de Linguagem, 2020). 

Michel Yakini é escritor, produtor cultural e arte-educador. Autor de Acorde um Verso, Crônicas de um Peladeiro e do romance Amanhã quero ser Vento (indicado pelo Suplemento Pernambuco como um dos melhores lançamentos literários de 2018). 

Altair Martins é professor da PUCRS, tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: escrita criativa, criação literária e literatura brasileira. Como escritor, publicou, entre outros, A parede no escuro (2008), Enquanto água (2012) e Os donos do inverno (2019). 

Sobre o tema 

Ciclio de conversas da PUCRS Cultura sobre Grafias do Humanismo

Segundo mural do Campus / Foto: Luiza Rabello

Em 2021, daqui a poucos dias, completam-se os trezentos anos do surgimento da primeira fábrica no mundo ocidental. Situada em Derby, na Inglaterra, a Derby Silk Mill demarca o início da construção do mundo moderno. Segundo Paul J Crutzen e Eugene Stoermer, vivemos, desde o final do século XVIII, a era do Antropoceno no qual os crescentes impactos das atividades humanas na terra e na atmosfera se fazem notar em escalas globais. 

Os impactos das atividades humanas vão continuar por longos períodos. Segundo um estudo de Berger e Loutre, devido às emissões de CO2 antropogênicas, o clima pode se afastar significativamente de seu comportamento natural ao longo dos próximos 50.000 anos. 

Diante à crítica da modernidade, cabe a pergunta: quais são os novos paradigmas para um novo humanismo do século XXI? Como poderemos transformar esse processo de destruição numa paralaxe humanista na qual a diversidade, a alteridade, a leveza, a empatia, a ecologia e a democracia estejam na pauta de um discurso de conciliação do habitar-juntos e do viver-juntos. Refundar o humanismo talvez seja uma forma de reconstruir uma maneira de partilhar a realidade com a natureza, as diferentes agendas identitárias, as epistemologias do afeto. 

Serviço 

Foto: Divulgação

No mês de novembro, dois novos murais artísticos de grande escala começam a ser produzidos no Campus da PUCRS. No dia 09 de novembro, o artista Renan Santos inicia sua pintura, de 304 metros quadrados, nEscola de Humanidades (Prédio 8) e, no dia 16, a artista Paula Plim inicia seu projeto no Prédio 5, com 64 metros quadrados, ao lado palco principal da Rua da Cultura.

Junto ao projeto artístico desenvolvido por Kelvin Koubik, em 2019, na parte leste do Prédio 6, em frente à Rua da Cultura, inspirado na missão da universidade, os novos murais passam a compor a paisagem do Campus, ampliando a diversidade de linguagens artísticas e culturais presentes na Universidade. A evolução das obras pode ser acompanhada pelas redes sociais da PUCRS Cultura (Instagram e Facebook).

O projeto é viabilizado via Lei de Incentivo à Cultura, com o patrocínio das empresas Engenhosul e Stihl, e realização da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e do Governo Federal. 

Artistas

Paula Plim nasceu em Porto Alegre (RS), em 1983. Artista e ilustradora, é conhecida por retratar um rico universo de criaturas coloridas e vegetação vibrante em suas obras. Possui graduação em Artes Visuais pela UFRGS, Comunicação Visual pela UniRitter e Comunicação Social pela PUCRS, com especialização em Publicidade e Propaganda. Atualmente, é membra do estúdio de arte Paxart, com sede em Porto Alegre, onde trabalha com um grupo de artistas que se dedicam ao desenvolvimento de projetos relacionados com a Arte Urbana. Espalhou suas obras em países como Cuba, México, Espanha, Portugal, Hungria e diversos cantos do mundo. Seu trabalho tem referências de diferentes culturas e etnias, incluindo a linguagem gráfica dos índios Kuna, dos Wycinankis poloneses, de estamparias africanas, dos papiros mexicanos, entre outros.

Renan Santos nasceu em Canoas (RS), em 1984. Ilustrador autodidata, estudou arquitetura, mas decidiu mudar sua trajetória para fazer o que realmente gostava: desenhar. Do desenho passou para a gravura em metal e da gravura passou para a pintura. Hoje em dia, trabalha nos três segmentos, mantendo sempre a mesma identidade. Já realizou, entre outros trabalhos, publicações infantis e infanto-juvenis, murais de grandes escalas, estampas de roupas e objetos, exposições e feiras de arte. Das diversas exposições coletivas que integrou, dentro e fora do Brasil, destacam-se as realizadas na Galeria Hatos, em Tóquio, na Galeria Hellion, em Portland, e na galeria Artistik Rezo, em Paris.