multiplicadores_da_cidadania

Foto: Divulgação

A Mobis, organização de impacto social sem fins lucrativos instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), promove um programa gratuito de formação de educadores: o Multiplicadores da Cidadania. O propósito é levar experiências de aprendizagem em cidadania ao maior número de estudantes da educação básica. Como? Formando, conectando e apoiando uma rede de educadores, os principais agentes de transformação na área. Para realizar a inscrição, basta acessar o site https://www.mobis.org.br/multiplicadores.

Com o Programa, o participante terá uma formação gratuita com especialistas em Ciência Política e Economia; receberá um kit com todas as peças e materiais de apoio do Jogo Ágora, certificados de participação na oficina e o título de Multiplicador da Cidadania da Mobis. As inscrições ocorrem até o dia 8 de novembro de 2019. A equipe da Mobis conta com Pedro Martins, diplomado em Publicidade e Propaganda pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, atuando na área de Comunicação e Marketing, e Paula Lopes, aluna da especialização de Finanças, Investimentos e Banking (FIB), no setor administrativo-financeiro.

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Oficina Trilha Empreendedora, ministrada por Karin Keller
Foto: Bruno Todeschini

Empreender e fazer o bem. Foram essas as principais premissas do 2º Ideação – Encontro de Empreendedorismo e Inovação, promovido pelo Idear e pelo Escritório de Carreiras de 14 a 16 de maio. Com o tema Qual o mundo que você quer construir?, o evento explorou iniciativas empreendedoras e sociais através de oficinas e painéis com profissionais de diferentes corporações, organizações e iniciativas. Com o apoio do Programa de Voluntariado Marista e do Sebrae/RS, participaram as empresas Sistema B, Natura, Meu Copo Eco, Tremarin, Tecnopuc, Dobra, Projeto Camaleão, Mobis, Loop Bike Sharing, Klavo, Volunteer Vacations, Aiesec e Câmera Causa.

Fazendo a diferença além das fronteiras

Um dos destaques da programação foi o painel Quero fazer a diferença: oportunidades e desafios de projetos sociais, que encerrou o Ideação. A atividade fez parte do 6º Salão da Graduação, organizado pelo Grupo PET Psicologia. As iniciativas apresentadas no último painel tinham em comum a responsabilidade social. Além da vontade de fazer a diferença, o que levou todos os convidados a iniciarem negócios foi o sentimento de inércia frente aos problemas sociais.

Mariana Serra, Volunteers Vacation

A criadora do Volunteers Vacation, Mariana Serra, defende que quatro perguntas devem nortear o processo de inovação: Qual é meu sonho? Posso mudar o mundo? O que me move? O que eu sei fazer? Formada em Relações Internacionais, o cargo que ocupava em uma empresa grande não era o suficiente para a mudança que sonhava em fazer. “Lia notícias sobre guerras e países em condições precárias e me perguntava: o que estou fazendo sentada aqui?”. Decidiu, então, passar um período em um dos lugares afetados. Sem encontrar uma empresa de viagens que permitisse a realização de trabalhos voluntários aliados a férias, Mariana resolveu oferecer o serviço por conta própria. Aos 27 anos, saiu do emprego formal, foi para o Iêmen e desenvolveu a Volunteers Vacation. Hoje com 32 anos, ela avalia a decisão com entusiasmo. “Para empreender, tem que fazer”, aconselha.

Monique Furlan, AIESEC

Monique Furlan, de 24 anos, passou pelos mesmos questionamentos. No que denomina “crise dos 20”, a então estudante de Relações Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) passou a se questionar a respeito dos rumos que a vida estava tomando. Foi aí que encontrou o intercâmbio voluntário da Aiesec, organização não-governamental que possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional de estudantes através de programas de trabalho em equipe, liderança e intercâmbio. Em 2014, resolveu ir para Poznan, na Polônia. Em meio ao trabalho voluntário, encontrou pequenas maneiras de inovar, embarcando em “micro missões” de acordo com as dificuldades que encontrava. “Minha função era dar aulas de inglês para turmas de educação infantil em escolas públicas. Mas, na segunda semana, percebi que, mais do que isto, precisava falar com elas sobre a realidade em que elas viviam. Os sonhos de vida delas eram muito pequenos em relação ao que poderiam conquistar”, relembra. Depois disso, foi para Mendoza, na Argentina, onde trabalhou com pessoas em situação de rua. Acabou embarcando na missão de ajudar a empoderar as mulheres que encontrava pelo caminho. Hoje, Monique é voluntária na AIESEC em Porto Alegre.

Gustavo Spolidoro, Câmera Causa

O professor do curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos Gustavo Spolidoro apresentou a terceira iniciativa. “Eu também enfrentei uma crise, a crise dos 40”, brincou. “A questão é como nos relacionamos com esta fase”. Assim surgiu o Câmera Causa. Voltado a escolas municipais, o projeto visa apresentar ferramentas para o desenvolvimento de produções audiovisuais com celulares. Já foram 7 edições no primeiro semestre de 2018: em Canoas, Viamão, Alegrete, Caxias, Uruguaiana, Passo Fundo e Bento Gonçalves. Ao todo, participaram cerca de 100 alunos. São 16 horas de aula em que teoria e prática se misturam – os voluntários apresentam técnicas de filmagem e edição e incentivam os alunos a desenvolverem seus próprios vídeos. “É o celular contando histórias de vida. Foram 40 vídeos produzidos na primeira etapa do projeto, e estimulamos que eles publiquem nas redes sociais. Todos podem ter acesso às histórias deles”, conclui.

Jaquelini Debastiani, Voluntariado Marista

Jaquelini Debastiani, agente de pastoral do Centro de Pastoral e Solidariedade PUCRS, apresentou o Programa de Voluntariado da Universidade para a plateia. Formada em Produção Audiovisual, ela conta que também enfrentou um dilema: como unir causas sociais com a comunicação e com o cinema? Foi assim que, durante a graduação, entrou em contato com o programa e se tornou voluntária. “Experiência é aquilo que nos atravessa e modifica. Os alunos que participam do Voluntariado acabam desenvolvendo seus próprios projetos de empreendedorismo dentro das instituições”, conta. Ela também elenca questões cruciais na hora de definir os tipos de voluntariados que podem ser feitos em diferentes regiões: Por que a comunidade existe dessa forma? Qual o meu impacto? O que vai/não vai mudar? Interessados em participar do Programa de Voluntariado Marista podem conferir mais informações neste link.

Mobis, Educação, cidadania, startup

Foto: Rhaynne Lopes

A educação para a cidadania não faz parte do currículo de Ensino Básico brasileiro – nem como disciplina, nem como conteúdo obrigatório. É com o objetivo de transformar essa realidade que a Mobis, startup sediada no Tecnopuc, acaba de lançar uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar recursos e construir uma plataforma web inédita no Brasil. A plataforma agregará materiais didáticos e ferramentas de ensino de educação para a cidadania que poderão ser utilizadas por professores, escolas e organizações que tenham a educação como foco.

Segundo Diana Engel Gerbase, diretora executiva da Mobis, em 2015, a organização fez sua primeira atuação em campo, produzindo 50 horas de material didático em educação para cidadania, em parceria com a Escola Estadual Florinda Tubino Sampaio, em Porto Alegre. “A ideia agora é continuar fazendo parcerias para o desenvolvimento de novos conteúdos e disponibilizá-los gratuitamente para qualquer professor do País. Além disso, queremos abrir a plataforma para que os profissionais da área possam compartilhar seus materiais didáticos e tornar essa troca ainda mais rica”, explica a idealizadora da Mobis.

Ela acrescenta que a educação para a cidadania é um termo amplo que inclui conhecimentos sobre política, direito constitucional, economia, administração pública, além de habilidades para a vida em sociedade. Ainda conforme Diana, todos os anos o Brasil forma 2,1 milhões de estudantes no Ensino Médio que chegam à vida adulta sem conhecimentos e habilidades básicas para participar de um sistema político que depende fortemente deles para que funcione de modo mais satisfatório. “Nos EUA, por exemplo, existem iniciativas como o iCivics, que todo ano auxilia mais de 150 mil professores no ensino do funcionamento da democracia. Precisamos preencher essa lacuna por aqui também”, completa.

Quem quiser contribuir com a causa, pode acessar a página da campanha no site de financiamento coletivo www.benfeitoria.com/mobis.