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Foto: Bruno Todeschini

Atualmente, no Rio Grande do Sul, RS 40% das famílias não autorizam a doação de órgãos após o falecimento do seu familiar. As principais razões relatadas são desconhecimento do desejo do falecido, descontentamento com o atendimento hospitalar e a não compreensão da morte encefálica. Para desfazer mitos sobre o tema e conscientizar a população sobre a importância de se avisar a família, ainda em vida, da opção de ser um doador, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) lançou na última sexta-feira, 6 de setembro a campanha para a doação de órgãos Meu Legado Salva. Durante a abertura do evento, o diretor médico do Hospital, Saulo Bornhorst, ressaltou o orgulho de apoiar essa importante causa também como um transplantado: “Há 12 anos, recebi a oportunidade de ter uma nova córnea. Agradeço muito e sei o quanto a minha vida melhorou a partir desse marco”, ressaltou. A programação teve apresentações do Grupo Tholl, exibição do documentário Meu Legado Salva– com depoimentos de transplantados e de famílias que autorizaram a doação de órgãos- e da peça teatral Começar Outra Vez.

Peça Começar Outra Vez aborda a doação de órgãos

A peça, encenada pelos atores Kely Nascimento e Robson Vellado, conta a história das muitas dificuldades que ocorrem na rotina de uma família pelo desconhecimento da vontade um do outro. A apresentação ressalta a importância do diálogo, do tempo doado e das muitas formas de doação em vida. Kely foi casada com o ator Northon Nascimento, que esperou anos por um coração. “Quando escutei aquele novo coração pulsando no peito dele, senti que tudo era possível, senti o recomeço. Esse coração pulsou por quatro anos, até dezembro de 2007. Depois da morte de Northon, comecei com a peça, passando essa mensagem e reforçando a importância da doação de órgãos”, ressaltou Kely.

HSL teve aumento no número de doações de órgãos em 2018

O HSL é o hospital privado de Porto Alegre com o maior número de notificações e doações de órgãos. Até o mês de julho, registrou um aumento de 60% nas notificações de mortes encefálicas e 30% nas doações de órgãos, quando comparadas ao mesmo período de 2018. A campanha tem também um site próprio, também lançado no evento.

A Organização de Procura de Órgãos do HSL (OPO 2), tem uma equipe dedicada a capacitar equipes médicas e assistenciais para falar sobre o tema e acolher os familiares nesse momento que é decisivo para salvar vidas.  A entidade também tem auxiliado a Central de Transplantes do RS na realização dos cursos de capacitação de morte encefálica aos médicos do corpo clínico, o que além de ser requisito para a realização do diagnóstico de morte encefálica promove a atualização e a discussão de todo o processo da doação de órgãos. Desde 2011, o trabalho da OPO 2 já concretizou 550 doações.

Confira as fotos do evento:

2019_09_02-DoacaoOrgaos(907X551)O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) lança na próxima sexta-feira, 6 de setembro, a partir das 18h10min, a campanha para a doação de órgãos Meu Legado Salva. A ideia é conscientizar a população sobre a importância de se avisar a família, ainda em vida, da opção de ser um doador, além de desfazer mitos e informar sobre o tema. O marco inicial da campanha será celebrado com a peça teatral Começar Outra Vez, com os atores Kely Nascimento e Robson Vallado, em uma sessão com entrada franca no teatro do prédio 40 da PUCRS. As inscrições, gratuitas, estão disponíveis pelo link. Haverá também apresentações do Grupo Tholl e exibição do documentário Meu Legado Salva, com depoimentos de transplantados e de famílias que autorizaram a doação de órgãos.

O HSL é o hospital privado de Porto Alegre com o maior número de notificações e doações de órgãos. Até o mês de julho, registrou um aumento de 60% nas notificações de mortes encefálicas e 30% nas doações de órgãos, quando comparadas ao mesmo período de 2018. A campanha terá também um site próprio, que será lançado também no dia 6 e contará com relatos e esclarecimentos a respeito da doação. “A morte é previsível, mas nunca é esperada. Por isso, é importante conversar com os familiares sobre o desejo de ser doador de órgãos, pois são eles os responsáveis em autorizar a doação quando acontecer o falecimento. Certamente, a decisão em consentir tende a ser mais confortável quando as famílias conhecem o desejo de ser doador para ajudar outras pessoas”, esclarece o enfermeiro Dagoberto Rocha, da Organização de Procura de Órgãos do HSL (OPO 2), responsável em identificar os potenciais doadores.

O diretor médico do Hospital, Saulo Bornhorst, teve a experiência de receber uma nova córnea há 12 anos. O médico lembra da importância desse episódio na sua trajetória e relata que o transplante devolveu plenamente sua visão, possibilitando o exercício da medicina, a paternidade e todas as relações sociais de forma plena e saudável. “Na época, esperei a córnea por 2 anos. Foi um momento difícil, pois trabalhava na emergência e tinha dificuldade de me adaptar com as lentes de contato que utilizava. Tive o privilégio de receber o transplante. Sei que é muito difícil para o familiar que perde alguém que ama. No entanto, essa decisão pode salvar vidas”, reforça.

Doação de órgãos no RS

Atualmente no RS 40% das famílias não autorizam a doação de órgãos após o falecimento do seu familiar. As principais razões relatadas são desconhecimento do desejo do falecido, descontentamento com o atendimento hospitalar e a não compreensão da morte encefálica.

A Organização de Procura de Órgãos do HSL (OPO 2), tem uma equipe dedicada a capacitar equipes médicas e assistenciais para falar sobre o tema e acolher os familiares nesse momento que é decisivo para salvar vidas.  A entidade também tem auxiliado a Central de Transplantes do RS na realização dos cursos de capacitação de morte encefálica aos médicos do corpo clínico, o que além de ser requisito para a realização do diagnóstico de morte encefálica promove a atualização e a discussão de todo o processo da doação de órgãos. Desde 2011, o trabalho da OPO 2 já concretizou 550 doações.

Sobre a peça Começar Outra Vez

A peça tem um texto leve e divertido, que foi aos palcos pela primeira vez em setembro de 2007 com o ator Northon Nascimento e sua esposa, Kely. Atualmente, conta com Kely Nascimento e Robson Vellado no elenco. A história de Adão e Eva conta as muitas dificuldades no dia a dia de uma família por um não conhecer a vontade do outro. A importância do diálogo, do tempo doado. Das muitas formas de doação em vida para que no final seja falado sobre doação de órgãos e tecidos. Para falar sobre a doação, Kely Nascimento apresenta no final um breve texto poético e sensível – UM CORAÇÃO QUE TAMBÉM ERA MEU, contando sobre os quatro dias de espera pelo coração de Northon. Em cartaz há 11 anos, o texto foi produzido para que as pessoas possam compreender e ser tocadas pela grandeza e urgência da doação.

Peça Começar Outra Vez

Quando: Dia 6/9, às 18h10min, no teatro do prédio 40 da PUCRS
Entrada franca
Inscrições antecipadas pelo link
Texto: Kely Nascimento
Direção: Robson Vellado
Elenco: Kely Nascimento e Robson Vellado