Dia Mundial do Urbanismo

Foto: Camila Cunha

Responsável por moldar parte importante da cultura e história da sociedade, arquitetura pode ser um verdadeiro universo a explorar. A primeira coisa que quem deseja atuar nessa área precisa saber é: há muitas possibilidades no mercado para esses profissionais. Abrangendo temas como paisagismo e urbanismo, a Arquitetura é intrínseca ao caminhar da humanidade e, obviamente, o progresso da tecnologia também se faz presente e influente neste campo do conhecimento. 

Camila Fujita, professora e integrante da comissão coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica da PUCRS contextualiza:  

“Os avanços científicos e tecnológicos recentes têm influenciado tanto a forma de pensar como fazer e experienciar a arquitetura, por meio da interação em ambientes virtuais e de realidade aumentada, de novos softwares de criação e gerenciamento, de tecnologias e da automação para a construção civil, bem como das tecnologias da informação e comunicação aplicadas às cidades e aos espaços públicos, dentre muitos outros.” 

Inovações tecnológicas traçam novos caminhos para a área 

Assim como em tantas outras áreas do conhecimento, a arquitetura entra em uma nova era, na qual novas tecnologias modificam cada vez mais tanto o trabalho de arquitetos/as quanto ambientes projetados por esses profissionais. A coordenadora do curso, Maria Alice Medeiros Dias, elenca como importantes e inovadoras as tecnologias relacionadas à modelagem 3D, realidade aumentada, automação residencial e nanotecnologia. 

De acordo com a pesquisadora, que tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase no Projeto de Espaços Livres Urbanos, ferramentas de modelagem tridimensional possibilitam maior eficiência, economia e integração à execução de projetos de casas e edifícios. Um exemplo de inovação nessa área é o Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, em português. Trata-se de uma metodologia que estabelece diretrizes e parâmetros para melhorar o fluxo de trabalho em áreas como Arquitetura, Engenharia, Administração Economia e Ciência da Computação. O BIM geralmente é comportado por softwares de modelagem como o Autodesk Revit e o Graphisoft Archicad. 

Foto: Jonathan Heckler

A automação residencial modifica a forma como o ser humano interage com os ambientes e equipamentos à sua volta. Além disso, a realidade aumentada tem se mostrado útil em transações no mercado imobiliário e a nanotecnologia vem contribuindo para a descoberta de materiais inovadores e mais sustentáveis. “A arquitetura se transforma na mesma medida que o conhecimento e a tecnologia, pois tudo e todos necessitam estar e interagir em algum lugar, seja esse real e/ou virtual”, diz. 

Outro tema constante, cuja incorporação ao trabalho dos arquitetos já se mostra como um passo natural, é o metaverso. Isso se deve ao fato de que a proposta de integração entre os ambientes real e virtual já é algo presente no cotidiano da profissão por meio do crescente uso de recursos computacionais.  

“Nesta nova camada de experiências da realidade, em qualquer que seja a oportunidade de negócio ou desenvolvimento de serviços será necessário trazer referências espaciais de lugares e ambientes, oportunizando a participação do arquiteto e urbanista. Temos, inclusive, egressos do curso que já estão atuando nesta área”, comenta Maria Alice. 

Um curso que prepara para um mercado repleto de novidades 

Em constante atualização, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica é composto de uma nova e atual matriz curricular que inclui muitas das novas transformações tecnológicas e mercadológicas. Entre as reflexões e atividades propostas estão uma maior integração e aplicação dos conhecimentos por meio de aulas e práticas nos diversos ateliês do curso, laboratórios, além de viagens de estudo, vivências com profissionais do mercado e aproveitamento de ambientes de aprendizagem dentro e fora do Campus. O ensino, sobretudo nos ateliês de projeto, ocorre essencialmente por meio de metodologias ativas que buscam dar conta de transmitir as melhores práticas da atualidade e realizar um acompanhamento próximo e atento ao desenvolvimento do/da estudante.  

As professoras explicam que os próprios edifícios e espaços abertos do Campus da PUCRS servem como verdadeiras aulas práticas nas áreas de arquitetura, paisagismo e urbanismo. Além de tudo isso, o curso de graduação oportuniza aos alunos viagens de estudo, que são essenciais para a construção de repertório profissional. Nessas viagens, estudantes visitam especialmente patrimônios edificados do Rio Grande do Sul, com o acompanhamento de professores especialistas na área. 

A interdisciplinaridade presente na Escola Politécnica, onde também estão diferentes cursos de Engenharia, promove no curso a abordagem de temas como eficiência energética, gestão, empreendedorismo e sustentabilidade. Este último, em especial, é um tema constante no mercado atual e em toda a sociedade, – conforme ressalta Raquel Rodrigues Lima, também integrante da comissão coordenadora da graduação: 

Foto: Jonathan Heckler

“Nosso curso tem tradição na discussão deste tema e proporciona ao estudante oportunidade de explorar e aprofundar este debate. O tema da sustentabilidade urbana comparece de modo transversal, do primeiro ao último nível da graduação, por meio do ensino nas disciplinas, atividades de extensão e pesquisa, palestras e eventos promovidos”. 

Escola Politécnica é berço de projetos que visam o impacto social 

Com um longo histórico de ensino, pesquisa e extensão, o curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS está direcionado especialmente a temas como inovação social e sustentabilidade. Um exemplo é o projeto Urbanistas Contra o Corona, realizado em 2020. A ação, que reuniu professores, alunos e egressos do curso, tinha como propósito formar uma rede de apoio no Estado e produzir soluções emergenciais a fim de garantir equidade social e espacial nos espaços periféricos, diante da pandemia de Covid-19. O projeto integra uma rede nacional de instituições de ensino, de classe e outras organizações.  

Também há o projeto Service Learning, que oportuniza parcerias entre disciplinas do curso e instituições que trazem para dentro da sala de aula desafios que precisam de soluções. A disciplina proporciona a interação dos estudantes com representantes de associações de moradores, como a Associação Integração dos Anjos e a Associação de Amigos da Praça David Ben-Gurion, além das prefeituras de Guaíba, Imbé, Osório e Porto Alegre, a Câmara de Vereadores da capital e a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC). 

Em cada semestre, estudantes desenvolvem projetos e posteriormente os apresentam aos representantes das instituições parceiras. Entre os resultados já foram entregues ideias para projetos urbanos em cidades, estudos para praças urbanas e habitação social, oficinas sobre arquitetura e sustentabilidade urbana para estudantes de comunidades carentes, entre outros.   

Estude Arquitetura e Urbanismo na PUCRS

Dia Mundial do Urbanismo

Foto: Camila Cunha

Responsável por moldar parte importante da cultura e história da sociedade, arquitetura pode ser um verdadeiro universo a explorar. A primeira coisa que quem deseja atuar nessa área precisa saber é: há muitas possibilidades no mercado para esses profissionais. Abrangendo temas como paisagismo e urbanismo, a Arquitetura é intrínseca ao caminhar da humanidade e, obviamente, o progresso da tecnologia também se faz presente e influente neste campo do conhecimento. 

Camila Fujita, professora e integrante da comissão coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica da PUCRS contextualiza:  

“Os avanços científicos e tecnológicos recentes têm influenciado tanto a forma de pensar, como fazer e experienciar a arquitetura, através da interação em ambientes virtuais e de realidade aumentada, de novos softwares de criação e gerenciamento, de tecnologias e da automação para a construção civil, bem como das tecnologias da informação e comunicação aplicadas às cidades e aos espaços públicos, dentre muitos outros.” 

Inovações tecnológicas traçam novos caminhos para a área 

Assim como em tantas outras áreas do conhecimento, a arquitetura entra em uma nova era, na qual novas tecnologias modificam cada vez mais tanto o trabalho de arquitetos/as quanto ambientes projetados por esses profissionais. A coordenadora do curso, Maria Alice Medeiros Dias, elenca como importantes e inovadoras as tecnologias relacionadas à modelagem 3D, realidade aumentada, automação residencial e nanotecnologia. 

De acordo com a pesquisadora, que tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase no Projeto de Espaços Livres Urbanos, ferramentas de modelagem tridimensional possibilitam maior eficiência, economia e integração à execução de projetos de casas e edifícios. Um exemplo de inovação nessa área é o Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, em português. Trata-se de uma metodologia que estabelece diretrizes e parâmetros para melhorar o fluxo de trabalho em áreas como Arquitetura, Engenharia, Administração Economia e Ciência da Computação. O BIM geralmente é comportado por softwares de modelagem como o Autodesk Revit e o Graphisoft Archicad. 

Foto: Jonathan Heckler

A automação residencial modifica a forma como o ser humano interage com os ambientes e equipamentos à sua volta. Além disso, a realidade aumentada tem se mostrado útil em transações no mercado imobiliário e a nanotecnologia vem contribuindo para a descoberta de materiais inovadores e mais sustentáveis. “A arquitetura se transforma na mesma medida que o conhecimento e a tecnologia, pois tudo e todos necessitam estar e interagir em algum lugar, seja esse real e/ou virtual”, diz. 

Outro tema constante, cuja incorporação ao trabalho dos arquitetos já se mostra como um passo natural, é o metaverso. Isso se deve ao fato de que a proposta de integração entre os ambientes real e virtual já é algo presente no cotidiano da profissão por meio do crescente uso de recursos computacionais.  

“Nesta nova camada de experiências da realidade, em qualquer que seja a oportunidade de negócio ou desenvolvimento de serviços será necessário trazer referências espaciais de lugares e ambientes, oportunizando a participação do arquiteto e urbanista. Temos, inclusive, egressos do curso que já estão atuando nesta área”, comenta Maria Alice. 

Um curso que prepara para um mercado repleto de novidades 

Em constante atualização, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica é composto de uma nova e atual matriz curricular que inclui muitas das novas transformações tecnológicas e mercadológicas. Entre as reflexões e atividades propostas estão uma maior integração e aplicação dos conhecimentos por meio de aulas e práticas nos diversos ateliês do curso, laboratórios, além de viagens de estudo, vivências com profissionais do mercado e aproveitamento de ambientes de aprendizagem dentro e fora do Campus. O ensino, sobretudo nos ateliês de projeto, ocorre essencialmente por meio de metodologias ativas que buscam dar conta de transmitir as melhores práticas da atualidade e realizar um acompanhamento próximo e atento ao desenvolvimento do/da estudante.  

As professoras explicam que os próprios edifícios e espaços abertos do Campus da PUCRS servem como verdadeiras aulas práticas nas áreas de arquitetura, paisagismo e urbanismo. Além de tudo isso, o curso de graduação oportuniza aos alunos viagens de estudo, que são essenciais para a construção de repertório profissional. Nessas viagens, estudantes visitam especialmente patrimônios edificados do Rio Grande do Sul, com o acompanhamento de professores especialistas na área. 

A interdisciplinaridade presente na Escola Politécnica, onde também estão diferentes cursos de Engenharia, promove no curso a abordagem de temas como eficiência energética, gestão, empreendedorismo e sustentabilidade. Este último, em especial, é um tema constante no mercado atual e em toda a sociedade, – conforme ressalta Raquel Rodrigues Lima, também integrante da comissão coordenadora da graduação: 

Foto: Jonathan Heckler

“Nosso curso tem tradição na discussão deste tema e proporciona ao estudante oportunidade de explorar e aprofundar este debate. O tema da sustentabilidade urbana comparece de modo transversal, do primeiro ao último nível da graduação, por meio do ensino nas disciplinas, atividades de extensão e pesquisa, palestras e eventos promovidos”. 

Entre os eventos mais recentes relacionados a essa temática está o Congresso Internacional: Sustainability the City and Society 2023, promovido pelo curso de Arquitetura e Urbanismo em conjunto com a Escola Politécnica, Escola de Humanidades, Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA – PUCRS/UFRGS), Departamento Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR/UFRGS). O congresso corre entre 19 a 21 de outubro de 2023, no Campus da PUCRS. 

Escola Politécnica é berço de projetos que visam o impacto social 

Com um longo histórico de ensino, pesquisa e extensão, o curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS está direcionado especialmente a temas como inovação social e sustentabilidade. Um exemplo é o projeto Urbanistas Contra o Corona, realizado em 2020. A ação, que reuniu professores, alunos e egressos do curso, tinha como propósito formar uma rede de apoio no Estado e produzir soluções emergenciais a fim de garantir equidade social e espacial nos espaços periféricos, diante da pandemia de Covid-19. O projeto integra uma rede nacional de instituições de ensino, de classe e outras organizações.  

Também há o projeto Service Learning, que oportuniza parcerias entre disciplinas do curso e instituições que trazem para dentro da sala de aula desafios que precisam de soluções. A disciplina proporciona a interação dos estudantes com representantes de associações de moradores, como a Associação Integração dos Anjos e a Associação de Amigos da Praça David Ben-Gurion, além das prefeituras de Guaíba, Imbé, Osório e Porto Alegre, a Câmara de Vereadores da capital e a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC). 

Em cada semestre, estudantes desenvolvem projetos e posteriormente os apresentam aos representantes das instituições parceiras. Entre os resultados já foram entregues ideias para projetos urbanos em cidades, estudos para praças urbanas e habitação social, oficinas sobre arquitetura e sustentabilidade urbana para estudantes de comunidades carentes, entre outros.   

Estude Arquitetura e Urbanismo na PUCRS

jogos eletrônicos, metaverso, inteligência artificial

Foto: Giordano Toldo

Nos últimos anos, a relação da sociedade com a tecnologia sofreu transformações expressivas em diversos âmbitos, como no ensino, no trabalho e nas formas de comunicação. Com o olhar para o futuro do digital, o PUCRS Pesquisa conversou, em uma matéria especial, com pesquisadores de diferentes áreas e Escolas da Universidade para entender quais serão as tendências para 2023. 

Confira o que os professores Bernardo Bueno, Marcio Pinho e Rodrigo Barros têm a dizer sobre o universo dos jogos, aplicativos, realidade virtual e inteligência artificial. 

Mercado de jogos eletrônicos avança com olhar atento à acessibilidade

Para o professor e pesquisador da Escola de Humanidades Bernardo Bueno, o setor de jogos eletrônicos cresceu muito nos últimos anos, quando muitas pessoas encontraram no entretenimento digital uma forma de alívio e distração. O docente explica que o mercado brasileiro segue avançando com uma presença internacional relevante, como nos estúdios desenvolvedores de jogos eletrônicos Aquiris e Rockhead Games, que atuam no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e realizaram lançamentos internacionais dos jogos eletrônicos Horizon Chase 2, Wonderbox e Starlit Adventures 

Para 2023, a tendência é que os jogos tenham mais acessibilidade e representatividade. Bueno explica que os estúdios estão mais atentos em oferecer opções de jogos com acessibilidade motora, visual e cognitiva, além de melhorar as condições de trabalho, profissionalismo e diversidade nas equipes. Neste ano, o professor também destaca as iniciativas voltadas para integração de jogos com criptomoedas, NFTs e o metaverso, que, mesmo não sendo muito aclamados pelos desenvolvedores, devem continuar recebendo investimentos de grandes empresas.  

Na PUCRS, Bueno coordena o Laboratório de Humanidades Digitais, que entrará em pleno funcionamento em 2023, com uma jornada de pesquisa e projetos de pesquisa colaborativos e criativos. Além disso, o Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Ficção (TECFIC), da Escola de Humanidades, é responsável por desenvolver projetos científicos buscando responder questões de criatividade computacional, para entender se a máquina também pode criar.  

No tema de Inteligência Artificial (IA), o docente destaca que, no ano passado, uma ilustração digital criada com esse tipo de ferramentas venceu um prêmio de artes nos Estados Unidos, gerando uma série de discussões online sobre a validade da arte criada por IA. Desta forma, 2023 promete maior uso dessa tecnologia na área de criatividade computacional, como visto nas ferramentas como Dall-E2, Stable Diffusion e Midjourney, que criam arte visual a partir de comandos de texto.  

Leia também: DALL-E 2: sistema revoluciona a geração de imagens e conteúdo visual

“Isso é só o começo. Veremos uma interação crescente entre IAs e seres humanos para criar todo tipo de arte. Será como um campo novo de colaboração entre as pessoas e as máquinas para expandir nossas capacidades criativas”, finalizou. 

Inteligência artificial para produção de conteúdo e inclusão social

 

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Foto: Envato Elements

Os exemplos citados por Bernardo Bueno são chamados de Foundation Models, grandes modelos de redes neurais treinados sobre quantidades massivas de dados, conforme explica o professor e pesquisador de Inteligência Artificial da Escola Politécnica, Rodrigo Barros. O docente destaca que, além dos sistemas que aprendem simultaneamente a partir de textos e imagens como o Dall-E2, existem os Foundation Models exclusivos de texto, como o GPT-3 da empresa americana OpenAI.  

Em novembro de 2022, com base em uma evolução do GPT-3, a empresa lançou o ChatGPT, uma ferramenta que permite diálogos em diversos idiomas sobre praticamente qualquer assunto, de maneira aparentemente natural, com respostas para inúmeras perguntas, além da criação de conteúdo.   

De acordo com Barros, 2023 promete diversos avanços nos Foundation Models atuais, como o lançamento do GPT-4 pela OpenAI, uma rede neural ainda maior e indica resultados mais surpreendentes. Existe também a expectativa da chegada de novos Foundation Models que lidam com modalidades de dados, além de texto e imagens, como áudio e vídeo, por exemplo.  

O docente também destaca pesquisas que estão sendo desenvolvidas no seu laboratório de pesquisa MALTA (Machine Learning Theory and Applications Lab), em particular na área de inclusão social com Inteligência Artificial. O laboratório está desenvolvendo um projeto que busca gerar modelos de redes neurais capazes de traduzir um discurso em linguagem brasileira de sinais (LIBRAS) para português, e vice-versa. Com esse estudo, os pesquisadores foram reconhecidos pelo Google com o prêmio Google Awards for Inclusion Research, que premia com 35 mil dólares os projetos de pesquisa com maior potencial de impacto social no mundo inteiro.  

Em outra pesquisa desenvolvida no MALTA, desta vez com financiamento oriundo da empresa Motorola, estão sendo projetados modelos de redes neurais capazes de reduzir disparidades de gênero, raça e classe social, questões que costumam aparecer em modelos de aprendizado de máquina treinados nos grandes volumes de dados disponíveis atualmente. 

A relação das marcas com o Metaverso 

 

jogos eletrônicos, metaverso, inteligência artificial

Foto: Giordano Toldo

Os últimos anos foram marcados por diferentes avanços e marcos nas tecnologias responsáveis por expandir o mercado de aplicações para o Metaverso. O pesquisador da Escola Politécnica Marcio Pinho destaca a mudança de nome do Facebook para Meta Plataforms, indicando os investimentos da empresa de Mark Zuckerberg na área, assim como o anúncio do Google em adquirir uma empresa de U$ 39,5 bilhões exclusivamente para financiar projetos de metaverso.  

 

O professor apresenta também outros movimentos que aconteceram no mercado de metaverso no ano passado, como as empresas Nike, Walmart e Adidas, que iniciaram parcerias com a plataforma Roblox, para criar grandes ambientes virtuais colaborativos disponíveis, como a Nikeland, já visitada por mais de 21 milhões de pessoas. Já o Walmart está prometendo realizar festivais de música virtual e jogos neste metaverso, além de oferecer mercadorias virtuais que imitam o que os clientes encontrarão nas lojas físicas. 

O ano passado também foi marcado por shows e grandes eventos no metaverso, como o Decentraland Metaverse Fashion Week, que uniu marcas como Tommy, Paco Rabanne e Dolce&Gabanna. Outro momento foi participação dos músicos Snoop Dogg e David Guetta no MTV Video Music Awards, onde os artistas controlaram avatares no metaverso por complexos sistemas de captura de movimento durante a apresentação. No Brasil, o cantor Nando Reis lançou o documentário Cordas de Aço em seu próprio ambiente virtual.   

Pinho acredita que 2023 será marcado pelo crescimento da utilização de Realidade Virtual para interação social em ambientes colaborativos, em especial em plataformas de jogos como Roblox, Decentraland, The Sandbox e Axie Infinity. Para o docente, devem surgir também novas ferramentas para traduzir o mundo real e o usuário, como sistemas de rastreamento corporal e reconhecimento de expressões, além de digitalização 3D, baseados em celulares, permitindo a mistura, sem falhas, de objetos reais e virtuais. 

“Novos sistemas de rastreamento corporal e reconhecimento de expressões permitirão interpretar o que o usuário deseja fazer de forma mais natural, precisa e não intrusiva. Sistema de rastreamento de posição baseados em redes 5G também devem se difundir, abrindo campo para aplicações de realidade aumentada em locais como estádios, parques, shoppings, teatros e casas de show”, destacou o docente.  

Por fim, no campo da Realidade Aumentada, as expansões do mercado devem acontecer graças aos lançamentos feitos por grandes empresas de óculos ou capacetes para suportar a fusão de imagens virtuais no mundo real. Exemplos como Microsoft e Magic Leap prometem focar no mercado corporativo/industrial, que exige qualidade de imagem e poder de processamento, conforme explica Pinho. Já empresas como Apple e Vuzix devem focar no mercado de consumidores finais que exige leveza, conforto, praticidade de uso e longa duração de baterias, possibilitando a utilização ininterrupta por várias horas. 

Leia também: Tendências 2023: relações sociais, cidades e mobilidade elétrica