Salão de Atos

Foto: Bruno Todeschini

Porto Alegre recebe, nesta terça-feira, 5 de novembro, uma nova estrutura totalmente modernizada para grandes eventos: o Salão de Atos da PUCRS. A reabertura ocorre às 21h com o espetáculo Claros Breus, de Maria Bethânia. Após o show, a cantora receberá o troféu Mérito Cultural da Universidade. Os ingressos para o show já estão esgotados.

A revitalização representa uma importante entrega da Universidade para a esfera cultural e artística da cidade. Palco de importantes eventos, o local conta agora com um ambiente renovado em estética e funcionalidade, com equipamentos de ponta, tecnologia de vídeo, som e luz de última geração, conforto acústico e térmico e acessibilidade total. “O espaço poderá receber mais de mil e seiscentas pessoas e está preparado para atender eventos e espetáculos de diferentes formatos”, afirma Ana Paskulin, gerente de Negócios da Universidade.

Inspiração internacional

As obras tiveram início em junho, com o objetivo de adequar o espaço às necessidades de acessibilidade, conforto e qualidade acústica. A equipe de arquitetos e engenheiros da PUCRS, responsável pela obra, buscou inspiração em vários locais pelo mundo que usufruem das melhores práticas. A principal veio do Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles (EUA). Também contaram com consultorias técnicas externas de projetos na área teatral e acústica. Mas toda a execução foi realizada pelos profissionais da Instituição.

Modernização em cada detalhe

Salão de Atos

Foto: Bruno Todeschini

O projeto foi feito visando o atendimento ao público e a flexibilidade para multiuso, qualificando a edificação tecnicamente. Entre as novidades, haverá três cabines de tradução simultânea, uma sala de operação de áudio e vídeo lateral e uma house mix central (local rebaixado, no meio da plateia, onde os equipamentos de som e o operador ficam instalados). Contará ainda com uma prévia estrutura fixa de som, de vídeo e de iluminação para a operação de eventos, mas possibilitando que, em shows de bandas ou espetáculos teatrais, por exemplo, possam ser instalados equipamentos provisórios próprios. Por fim, telas retráteis ficarão disponíveis para serem acessadas nas laterais em frente à plateia, com projetor no teto.

A reforma começou pela cobertura, que ganhou robusto isolamento acústico, e foi além, estendendo inovações à toda estrutura interna. Foram substituídos o forro, o piso, as poltronas, as cortinas do palco, o revestimento das paredes e o sistema de luz e de som. A tubulação de cabos e de fios ficou subterrânea. Portas acústicas vedam a passagem de som, melhorando o conforto acústico interno. Os camarins também foram modernizados e ampliados. Os corredores centrais ficaram mais largos, facilitando o trânsito dos espectadores. Duas rampas ligam a plateia direto ao palco permitindo o acesso dos cadeirantes que não precisarão mais entrar pelos bastidores.

Sobre o show

“Claros Breus” vem com muitas canções novas, outras inéditas na voz da cantora, músicos que tocam com ela pela primeira vez, e também nova direção musical e arranjos. Neste novo show, Bethânia quis fazer diferente, mostrar as músicas inéditas ao público antes de registrá-las em disco. Dentre as músicas inéditas estão canções de artistas como Adriana Calcanhoto (“A Flor Encarnada”), Chico César (“Luminosidade” e “Águia Nordestina”) e Roque Ferreira (“Música, Música”). Bethânia apresenta também canções inéditas na sua voz como “O Universo na Cabeça do Alfinete” (Lenine/ Lula Queiroga), “Sinhá” (Chico Buarque/João Bosco), entre outras, além de incluir o samba-enredo da Mangueira, campeão do carnaval deste ano, “História pra Ninar Gente Grande” (Tomaz Miranda, Deivid Domênico, Mama, Márcio Bola, Ronie Oliveira, Danilo Firmino e Manu da Cuíca,), mesclados com versos de Mario de Andrade dedicados a Carlos Drummond de Andrade (“O Poeta Come Amendoim”), um excerto de “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar, e o poema “Quero Ser Tambor” do moçambicano José Craveirinha.

 Mérito Cultural PUCRS

A honraria Mérito Cultural, prevista no Estatuto e Regimento Geral da PUCRS, simboliza o reconhecimento institucional de uma personalidade do meio cultural. O homenageado é alguém que tenha transformado a sua vida numa trajetória de defesa da cultura, enquanto instrumento de humanização e educação. Com entrega anual, o Mérito Cultural PUCRS está inserido nas diversas ações que buscam transformar a Universidade num polo cultural.

 

 

 

Foto: Camila Cara

Foto: Camila Cara

A cantora Maria Bethânia apresenta o seu novo show Claros Breus no Salão de Atos da PUCRS no dia 5 de novembro, às 21h. O evento marca a reabertura do Salão de Atos e também a entrega do Mérito Cultural PUCRS, concedido pela Universidade a personalidades que se destacam em diferentes áreas da cultura. Os ingressos começam a ser vendidos nesta sexta-feira, 4 de outubro, a partir das 12h, pelo site uhuu.com.br e na PUCRS Store (localizada no Living 360º, prédio 15 do Campus – Av. Ipiranga, 6.681 –  Porto Alegre). A comunidade acadêmica PUCRS (alunos, professores e técnicos administrativos PUCRS) tem 50% de desconto na compra do seu ingresso (confira os valores abaixo).

Sobre o novo show

“Claros Breus” vem com muitas canções novas, outras inéditas na voz da cantora, músicos que tocam com ela pela primeira vez, e também nova direção musical e arranjos. Neste novo show, Bethânia quis fazer diferente, mostrar as músicas inéditas ao público antes de registrá-las em disco. Dentre as músicas inéditas estão canções de artistas como Adriana Calcanhoto (“A Flor Encarnada”), Chico César (“Luminosidade” e “Águia Nordestina”) e Roque Ferreira (“Música, Música”). Bethânia apresenta também canções inéditas na sua voz como “O Universo na Cabeça do Alfinete” (Lenine/ Lula Queiroga), “Sinhá” (Chico Buarque/João Bosco), entre outras, além de incluir o samba-enredo da Mangueira, campeão do carnaval deste ano, “História pra Ninar Gente Grande” (Tomaz Miranda, Deivid Domênico, Mama, Márcio Bola, Ronie Oliveira, Danilo Firmino e Manu da Cuíca,), mesclados com versos de Mario de Andrade dedicados a Carlos Drummond de Andrade (“O Poeta Come Amendoim”), um excerto de “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar, e o poema “Quero Ser Tambor” do moçambicano José Craveirinha.

Também no repertório clássicos de sua obra como “Grito de Alerta”, “Sangrando” (Gonzaguinha), “Negue” (de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos), “Brincar de Viver” (Guilherme Arantes/Jon Lucien), “Pronta Pra Cantar” e “Drama” (ambas de Caetano Veloso) “Olhos nos Olhos”, “Rosa dos Ventos” (estas duas de Chico Buarque), além de “Sonho Impossível”, de Joe Darion e Mitch Leigh, em versão de Chico Buarque e Ruy Guerra, e outras que fazem parte da trilha sonora da vida de muita gente. E, para rechear o clima do show e relembrar as noites boêmias do Rio, quando os músicos atuavam em clubes e iam ouvir-se uns aos outros, tem “Sábado em Copacabana”, de Dorival Caymmi e Carlos Guinle.

O maestro baiano Letieres Leite, com quem ela trabalha pela primeira vez, assina a direção musical e arranjos, acompanhado de Jorge Hélder, contrabaixo, único parceiro de outros shows e trabalhos, Carlinhos 7 cordas, violões de 6 e 7 cordas, Pretinho da Serrinha, percussões acústica e eletrônica, e os também baianos Marcelo Galter, piano e sintetizadores, e Luizinho do JêJe, percussões acústica e eletrônica. A direção e cenário são de Bia Lessa, o desenho de luz de Binho Schaefer e Bia Lessa e o figurino de Maria Bethânia é assinado por Gilda Midani.

Mérito Cultural PUCRS

A honraria Mérito Cultural, prevista no Estatuto e Regimento Geral da PUCRS, simboliza o reconhecimento institucional de uma personalidade do meio cultural. O homenageado é alguém que tenha transformado a sua vida numa trajetória de defesa da cultura, enquanto instrumento de humanização e educação. A entrega do troféu é anual.

Serviço

Show Claros Breus- Maria Bethânia
5 de novembro, às 21h
Salão de Atos da PUCRS
Ingressos a venda a partir de 4/10, às 12h pelo site uhuu.com.br e na PUCRS Store (localizada no Living 360º, prédio 15 do Campus – Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre)
Valores:
Plateia baixa: R$ 600
Plateia alta: R$ 400
Mezanino: R$ 200
A comunidade acadêmica PUCRS (alunos, professores e técnicos administrativos PUCRS) tem 50% de desconto na compra do seu ingresso.

 

 

 

 

fernanda montenegro, medalha mérito cultural

Fernanda Montenegro recebe homagem das mãos do reitor Ir. Evilázio Teixeira / Foto: Camila Cunha

“Eu amo a PUCRS.” Essa frase, dita por uma espectadora na saída do Salão de Atos na noite de terça-feira, 2 de outubro, expressa um pouco o que foi a presença da atriz Fernanda Montenegro na Universidade. Um clima de emoção e contentamento tomou conta das mais de 1.500 pessoas que presenciaram a homenagem. Enquanto alguns exaltavam a dupla que ela fez com o maior dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues, na leitura dramática de seus escritos, outros apenas sorriam – e não escondiam os olhos marejados. O espetáculo e o reconhecimento integram a programação que celebra os 70 anos da PUCRS.

Aplaudida de pé por seis vezes, Fernanda saiu do Salão de Atos com o troféu Mérito Cultural da PUCRS depois de ler umas palavras de Albert Camus. “O ator é o que mais percebe, entre os homens, que tudo deve morrer um dia. (…) Torna-se um ansioso viajante das almas. Ilustra a verdadeira arte de que não existem fronteiras entre quem quer ser e é.” Narrou uma fábula de um velho sapateiro que pediu uma audiência com o reitor de uma poderosa universidade para ensinar a fazer sapato na instituição. “Eu me sinto um pouco sapateiro. Entrei para a universidade, essa estrutura imensa de saber. E ele não teve plateia. Ser ator é uma profissão abstrata. Fazemos mal e bem. Às vezes deixamos a vida lá fora. Vou guardar para sempre esse momento. Nunca esperei isso”, afirmou a atriz.

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Atriz emocionou a plateia com a leitura dramática de Nelson Rodrigues / Foto: Camila Cunha

O reitor Ir. Evilázio Teixeira, ao entregar o troféu, destacou que Fernanda Montenegro, com sua arte e vocação, oferece novos saberes e mais beleza, esta vista como “potência amorosa ao tocar o coração e o espírito”. Na apresentação do prêmio, a atriz Deborah Finocchiaro lembrou que, quando a PUCRS nascia como universidade, há 70 anos, Fernanda já trilhava seus passos para a cultura. “Aprendemos com ela o rito de sensibilidade que remove os cascos e nos salva do habitual descaso do que está ao redor. (…) Viver com arte é chegar ao outro, transformando o sofrimento em sublimação.”

“Peçam tudo, menos que renuncie à atrocidade dos meus dramas”

Por uma hora e meia, Fernanda Montenegro deu voz às dores e angústias do “anjo pornográfico” e “autor e jornalista inconveniente”, como o próprio Nelson Rodrigues se via. Sob o som da ária da ópera de Leoncavallo, começou a leitura contando como ele se tornou carioca, vindo com a família de Pernambuco. Narrou seu fascínio pelo amor e pela morte, suas posições políticas, a fome depois que a Revolução de 30 empastelou o jornal da família Correio da Manhã, o episódio em que comeu feijão escanteando uma barata, a luta contra a tuberculose (e os tratamentos nos sanatórios) e as tragédias pessoais (presenciou inclusive o assassinato do irmão na redação do diário Crítica e teve o filho Nelsinho preso e torturado durante o regime militar). Nelson revela sua primeira Vida como ela é, a vivência como repórter policial, quando “em três meses, você adquire a experiência de um Balzac” e se torna íntimo dos defuntos, a apoteose que alcançou com Vestido de noiva, a censura de Álbum de família, “uma peça suicida”, que passou 21 anos encarcerada, e de Toda nudez será castigada. “Peçam tudo, menos que renuncie à atrocidade dos meus dramas”, clamou na voz de Fernanda.

A atriz deu sentido às frases do teatrólogo usadas até hoje: “Toda unanimidade é burra”, “A experiência da fome é importante para o autor e o revolucionário. Não acredito neles bem alimentados”, “O amor não morre. Se acaba, não era amor” ou “Todo autor é autobiográfico”. A leitura terminou com Nelson relatando os oito meses em que Fernanda, “musa sereníssima”, ligava para a redação pedindo que ele escrevesse uma peça para seu grupo, o Teatro dos Sete. “Subi no meu prestígio quando entreguei Beijo no asfalto, uma história do amor derrotado.” Pôde então dar sua grande contribuição ao teatro brasileiro. A insistência de Fernanda ainda rendeu Toda nudez… e A serpente.

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Foto: Camila Cunha

A leitura Nelson Rodrigues por ele mesmo é uma adaptação, feita por Fernanda, do livro homônimo organizado pela filha de Nelson, Sônia Rodrigues.

MÉRITO CULTURAL

Prevista no Estatuto e Regimento Geral da PUCRS, a distinção simboliza o reconhecimento institucional de uma personalidade do meio cultural. O homenageado é alguém que tenha transformado a sua vida numa trajetória de defesa da cultura, enquanto instrumento de humanização e educação.

“O troféu traduz um gesto de aplauso, representando a profunda admiração diante de um eminente artista da sociedade brasileira. A honraria está inserida nas diversas ações que buscam transformar a Universidade num polo cultural. Nada mais adequado do que iniciar o nosso aplauso com a maior atriz da história do nosso país”, completa o diretor do Instituto de Cultura da PUCRSRicardo Barberena.

A entrega do troféu será anual. A peça foi planejada pelo artista Bruno Salvaterra, tem 26 cm de altura e é fundida em alumínio fosco, com base em madeira.

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Público lotou o Salão de Atos para prestigiar a leitura dramática e a entrega do Mérito Cultural / Foto: Camila Cunha

 ITINERÁRIO FOTOBIOGRÁFICO

Na noite de segunda-feira, 1º de outubro, a atriz lançou o livro Fernanda Montenegro: Itinerário fotobiográfico, com textos e imagens (algumas fotos inéditas de seu acervo pessoal) que contam sobre sua carreira. As 500 páginas são divididas em onze capítulos. Lançada pelas Edições Sesc São Paulo, a obra conta com depoimentos de escritores, diretores, críticos de arte, atores e amigos. “É uma noite especial. À PUCRS, na pessoa do reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e do diretor do Instituto de Cultura, Ricardo Barberena, a minha gratidão imensa por esta noite abrigando o lançamento deste livro sobre os meus 75 anos de vida pública. Ele resulta de quatro anos de produção, que envolve teatro, cinema e televisão. Quase um século de convívio com colegas e plateia. Agradeço a Deus, meus pais, minha origem e por estar aqui com vocês”, destacou a atriz.

Confira alguns momentos da sessão de autógrafos: