feira do livro de porto alegre, edipucrsNo mês de novembro que celebra os seus 70 anos de história, a PUCRS programou diversas atividades, abertas ao público, relacionadas à literatura e à música durante a 64ª Feira do Livro de Porto Alegre. São 23 lançamentos de obras da Editora Universitária da PUCRS (ediPUCRS). Também ocorrem a apresentação do Coral da PUCRS e leituras dramáticas. A programação completa está neste link. O evento acontece de 1º a 18 de novembro.

A editora oferece ao público obras de diversas áreas do conhecimento, como história, saúde, administração, psicologia, entre outros. O desconto é 30% e conta também com a seleção de livros especiais por R$ 8,00 (um livro), R$ 10,00 (dois livros) e R$ 12,00 (três livros). Localizada na barraca 12, a editora vai atender das 12h30min às 20h30min (dias úteis e domingo) e das 10h às 20h30min (sábado).

Em comemoração aos aniversários de 70 anos da PUCRS e 30 anos da ediPUCRS, no dia 9, somente na livraria da editora, no prédio 41 no Campus da Universidade, todos os livros estarão com 70% de desconto e, de outras editoras, por 30%.

Todos os livros da ediPUCRS estão disponíveis na livraria do prédio 41 do Campus (Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre) ou por meio do site livrariaedipucrs.pucrs.br. Mais informações pelo telefone (51) 3320.3523.

 

Diversas atividades culturais

No dia 2 acontece a palestra No rastro do autor: literatura e entrevistas com escritores do RS. Na ocasião, estarão o autor do livro Utopia, resistência e perda do centro: a literatura brasileira de 1960 a 1990, Giovanni Ricciardi e o presidente da Fundação Theatro São Pedro, Antônio Hohlfeldt. O evento ocorre no auditório Barbosa Lessa no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.

Para o dia 9, a atração é a apresentação Mulheres em Canções, com o Coral da PUCRS e a cantora Nani Medeiros no Teatro Carlos Urbim. O evento conta com um repertório popular destacando compositoras e intérpretes mulheres.

Entre os dias 16 a 18, ocorrem leituras cênicas sobre o livro Guerra de Urina e outra atividade que vai reunir 13 escritoras mulheres que foram autoras de 13 obras de dramaturgia, do coletivo As dramaturga.

 

Confira a agenda completa: 

 

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS

15h30min

Educação Coempreendedora: histórias de um projeto-piloto, com os autores Gladis Falavigna, Silvana Coberllini e Bento Duarte da Silva

19h30min

Governanaça, Risco e Conformidade GRC: Siga este Conselho, com o autor Rubens Salavador Bordini

19h30min

Utopia, resistência, perda do centro: a literatura brasileira de 1960 a 1990, com os autores Giovanni Ricciardi e Antônio Hohlfeldt

16h30min

Qual é o Sentido?, com o autor Luciano Marques de Jesus

19h30min

Guerra de Urina, com o autor Altair Martins

17h30min

Empreendedorismo Feminino – Protagonistas em Ação Organizadoras, com as autoras Ionara Rech, Leticia Hoppe e Maiara Monteiro

19h

Lobo de Óculos – Trilogia Onírica, com a autora Carina Corá

Bolo no Casamento e Aero Plano, com o autor Dedé Ribeiro

Histórias de uma mala só, com a autora Elisa Lucas

Dog Day e Diálogos nas folhas em branco, com a autora Fernanda Moreno

Mergulho cego em piscina vazia, com a autora Jéssica Barbosa

Telefones úteis em casos de emergência, com a autora Jéssica Lusia

Quem é você?, com a autora Lourdes Kauffmann

Duas Vezes Dramática, com a autora Natasha Centenaro

Em um tempo aberto e Camille no exílio, com a autora Patrícia Silveira

Mulheres pessegueiro, com a autora Patsy Cecato

Duas histórias e um programa de TV, com a autora Stella Bento

Virginias, com a autora Virgínia Schabbach

Lacatumba, com a autora Viviane Juguero

14h30min

Auxiliando o Cuidador de Idosos, com os autores Newton Luiz Terra, Anelise Crippa Silva e Nair Mônica Ribascik do Nascimento

15h30min

Primeiros Socorros para Portadores da Doença de Alzheimer, com os autores Claus Stobäus, Luciano Eifler, Newton Luiz Terra e Paulo Viana

16h30min

Futebol de Campo Adaptado para Idosos, com os autores Newton Luiz Terra e Pedro Augusto Krieger Terra

17h30min

Temas de Geriatria e Gerontologia para a comunidade, com os autores Newton Luiz Terra, Ibrahim Clós Mahmud, Valéria Baccarin Ianiski.

 

OUTRAS ATIVIDADES

17h30min às 18h50min

– Palestra No Rastro do Autor:  literatura e entrevistas com escritores do Rio Grande do Sul (Mario Quintana, Moacyr Scliar,  Caio Fernando Abreu, Lya Luft, Luiz Antonio de Assis Brasil, Armindo Trevisan, Charles Kiefer, Sinval Medina, Tânia Jamardo Faillace), com Giovanni Ricciardi e Antônio Hohlfeldt

19h

– Coral da PUCRS convida Nani Medeiros em “Mulheres em Canções”

18h às 19h15min

– Leitura cênica: Guerra de urina – o texto dramático na contemporaneidade, com Altair Martins, Antonio Hohlfeldt e Charles Frozza

16h30min às 17h30min

– Palestra Protagonistas de nossas vidas – Incharge, com Ionara Rech, Letícia Hoppe e Maiara Monteiro

14h às 18h

– Abertura sobre a publicação dos livros e o coletivo As dramaturga, com Antonio Hohlfeldt

14h30min às 16h – Ato 1

Leitura cênica: Lacatumba, com Viviane Juguero; Quem é você?, com Lourdes Kauffmann, e Bolo no casamento / Aeroplano, com Dedé Ribeiro

16h20 às 18h – Ato 2

Leitura cênica: Diálogos nas folhas em branco / Dog day, com Fernanda Moreno; Mulheres Pessegueiro, com Patsy Cecato; Duas vezes dramática, com Natasha Centenaro, e Em um tempo aberto, com Patrícia Silveira

14h

– Abertura sobre a publicação dos livros e o coletivo As dramaturga, com Antonio Hohlfeldt

14h30min às 16h – Ato 1

– Leitura cênica: Histórias de uma mala só, com Elisa Lucas; Telefones úteis em caso de emergência, Jessica Lusia, e Duas histórias e um programa de TV, Stella Bento

16h20 às 18h – Ato 2

– Mergulho cego em piscina vazia, Jessica Barbosa; Virgínias, com Virginia Shabbach; Lobo de óculos – Trilogia onírica, com Carina Corá, e Camille no exílio, com Patrícia Silveira

Javier Cercas, Fronteiras do Pensamento

Cercas tratou do ponto cego no romance, que dá vazão a verdades ambíguas/Fotos: Luiz Munhoz

Na noite de segunda-feira (22 de outubro), os escritores Javier Cercas e Alejandro Zambra foram os convidados do Fronteiras do Pensamento. O tema central das duas apresentações foi a literatura, suas definições e magia, a identidade como autores e a necessidade de não se calar, visto que ambos vêm de países marcados por ditaduras.

Traduzido em mais de 30 idiomas, o espanhol Cercas acredita que um romance genial carrega uma ambiguidade permanente e tem como legado ser “um antídoto contra a visão totalitária e dogmática do mundo”. As lacunas deixadas pelo escritor convidam o leitor a encontrar um labirinto e entrar a fundo em um território que só esse tipo de texto pode explorar. “O livro é uma partitura que cada um interpreta à sua maneira.”

Cercas citou três clássicos que perduram no tempo: Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, Moby Dick, de Helman Melville, e O processo, de Franz Kafka. Em comum, trazem perguntas que levam a respostas contraditórias, gerando mais complexidade. Afinal, Dom Quixote era louco? Por que Ahab está obcecado pela baleia branca, Moby Dick? Qual crime baseia o processo de Josef K.?

Javier Cercas, Fronteiras do Pensamento

Espanhol crê que bom político é o oposto do bom escritor

O mesmo ponto cego que é o centro do romance moderno aparece no premiado registro histórico Soldados de Salamina. Na obra, Cercas conta o episódio de 1939, no final da Guerra Civil Espanhola, em que Rafael Mazas escapou da morte em um fuzilamento coletivo. Por que foi poupado pelo soldado que o encontra depois? Teórico da Falange Espanhola, Mazas seria mais tarde ministro do ditador Franco.

“O bom político reduz os problemas, resolvendo-os. O bom escritor enfrenta as questões, complicando-as. O genial cria problemas onde não havia. Complicando a vida, a enriquece”, percebe Cercas.

Prosa com traços de poesia

Alejandro Zambra, Fronteiras do Pensamento

“Há um abismo entre fala e escrita no Chile”, avalia Zambra

Zambra começou referindo Cercas como um dos escritores que mais admira, “um péssimo político”. A estreia de sua carreira foi como poeta, para ele, um mito chileno. “Temos dois campeonatos mundiais e a Argentina nenhum”, brincou com a plateia, referindo-se a Pablo Neruda e Gabriela Mistral, que conquistaram o Prêmio Nobel de Literatura. “Não que as pessoas lá estejam escrevendo por todo lado, mas é algo plausível.”

Passou para a prosa em um momento de ceticismo e solidão em que nenhuma busca fazia sentido e, ao mesmo tempo, não podia renunciar à luta. De Clarice Lispector segue o conselho de desconfiar do texto. “No Chile há um divórcio entre o falado e o escrito. Muitas frases não podem estar no papel.” Zambra vê o romance como “o eco de um poema reprimido”. “Poetas chilenos se esqueceram de Neruda, mas nós, narradores, não.”

Na sua casa recebiam como brindes coleções de livros, divididas por cores. “Crescemos lendo os chilenos mortos, pois o restante estava no exílio”, conta Zambra, lembrando o período Pinochet. A partir dos anos 90, liam chilenos como estrangeiros e vice-versa. Zambra acredita que a literatura é pessoal e nacional, uma falha, uma luta.

Brasil, democracia e literatura na escola

Javier Cercas, Alejandro Zambra, Sergius Gonzaga, Fronteiras do Pensamento

Mediados por Sergius Gonzaga (C), escritores abordaram a situação brasileira

No final do evento, o mediador Sergius Gonzaga reuniu perguntas em torno do tema democracia e situação brasileira. Aos gritos de #elenão, vindos da plateia, Cercas demonstrou preocupação com as eleições presidenciais, lembrando que o país não está distante do que ocorre no ocidente, a exemplo da ascensão de Donald Trump nos EUA. “O nacional-populismo é uma máscara pós-moderna do totalitarismo dos anos 30. A história não se repete. Nós repetimos nos erros. A busca de líderes carismáticos e de culpados entre mexicanos, árabes. Não estamos conscientes dos riscos à democracia.” Zambra disse não poder crer que “alguém a favor da ditadura e contra minorias sexuais vença”.

Respondendo a outro questionamento do público, Cercas vê o termo “leitura obrigatória” como contraditório. “Ler é um prazer. Daria Júlio Verne e Stevenson para um jovem de 15 anos e não Dom Quixote.” Causou risos na plateia ao dizer que essa obra prima não ganharia o Prêmio Cervantes, pois na época era “de segunda categoria”, reforçando que literatura é entretenimento. “Não é para gente séria e professores, é para o povo.”

Zambra recomenda que os docentes escolham livros que não conheçam. “Não devem ter medo de horizontalizar o assunto, permitir o diálogo.”

Parceria cultural

A PUCRS é parceira cultural do evento. Professores, técnicos administrativos, mestrandos, doutorandos e Alumni (diplomados) da Universidade contam com 50% de desconto no pacote de ingressos para as conferências, abatimento válido também para um acompanhante. Os diplomados, para terem acesso ao valor diferenciado, devem portar a carteira Alumni na hora da compra. Informações sobre as carteiras podem ser obtidas pelos contatos da Rede Alumni. Estudantes de graduação têm meia-entrada, se portarem carteira de identificação estudantil, conforme legislação.

Para reservar (no máximo dois ingressos), é preciso ligar para o telefone (51) 4020-2050 ou enviar um e-mail para [email protected], informando nome completo, telefone e modalidade de desconto. O pagamento e a retirada das entradas são feitos no dia da conferência, na bilheteria do Salão de Atos da UFRGS.

A próxima conferência do Fronteiras do Pensamento, em 19 de novembro, terá um novo debate especial com o cientista político e historiador Mark Lilla e o filósofo Luiz Felipe Pondé. O evento ocorre no Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110), às 19h30min. O mundo em desacordo: democracia e guerras culturais é o tema da temporada de 2018.

 

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Foto: Bruno Todeschini

Considerada a mais avançada na América Latina em termos tecnológicos, a Biblioteca Central Ir. José Otão completa, em 2018, 40 anos desde a sua fundação, e 10 anos desde a sua grande reforma. Além do ambiente moderno e acolhedor, foi adotado e aprimorado, ao longo desses anos, um inovador e eficiente sistema de gerenciamento e consulta. O público acadêmico pode usufruir de empréstimos e acessar, de forma gratuita, mais de 1, 5 milhão de itens de informação pelo sistema de descoberta Omnis, que inclui livros, teses, dissertações e publicações do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), entre outros. A bibliotecária Débora Kraemer de Araujo, coordenadora do local, destaca a evolução da informação e conhecimento. “Há 20 anos, não se imaginava acessar um livro online. Hoje saímos da Biblioteca e, com o celular ou o tablete, é possível acessar as publicações. Esse benefício é fantástico!”, ressalta a gestora.

Item de destaque na avaliação Capes dos programas de Pós-Graduação da Universidade, a Biblioteca, que recebe em média mais de 30 mil pessoas por mês, funciona de segunda a sexta-feira, das 7h35min às 22h50min, e aos sábado, das 7h35min às 17h30min. O seu acervo, composto também por materiais multimídia, está dividido em quatro grandes áreas: Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas, localizadas no 2º andar, e Ciência e Tecnologia e Linguagens e Artes, localizadas no 3º andar. O acervo relacionado ao curso de Medicina está localizado na Biblioteca da Escola de Medicina, no 3º andar do Hospital São Lucas da PUCRS, e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h35min às 20h.

Serviços

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Foto: Gilson Oliveira

A Biblioteca Central Irmão José Otão atende à comunidade universitária – estudantes de Graduação e Pós-Graduação, alunos de extensão, professores e pesquisadores, técnicos administrativos -, assim como funcionários do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), PUCRS Alumni (diplomados) e à comunidade em geral. Cada categoria é abrangida com uma gama diferente de serviços gratuitos nos setores de ensino, pesquisa e extensão, cobrindo todas as áreas do conhecimento e contribuindo para a formação técnica, científica e pessoal. Além do acervo de itens de informação, a Biblioteca ainda oferece acesso gratuito à internet, notebooks e computadores e treinamentos, entre outros serviços.

Treinamentos e capacitações

Para orientar a comunidade sobre o uso dos serviços da Biblioteca, regularmente são oferecidos treinamentos presenciais, programados ou sob demanda, através do Programa de Capacitação de Usuários (PCU).  Também são oferecidos treinamentos on-line pelos fornecedores de bases de dados, livros eletrônicos e periódicos. Os cursos abrangem desde as normas e regulamento da Biblioteca Central até a normalização de trabalhos acadêmicos e pesquisas no Portal de Periódicos da Capes e plataforma de e-books.

A estudante de mestrado em Ciências Criminais e diplomada em Direito pela Escola de  , Maria Alice Severo, conta que realizou alguns pequenos cursos para qualificar a sua busca por conteúdo. “É tanto material que as vezes a gente fica perdido, e quer achar algo mais específico. As pessoas que trabalham ali são muito bem capacitadas e te ensinam os detalhes para a pesquisa ficar mais refinada”, comenta a mestranda. Os treinamentos sob demanda devem ser solicitados pelos professores através de formulário existente neste link, através do e-mail [email protected] ou pelos telefones (51) 3320.3586 ou (51) 3320-3696.

Acervo

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Foto: Camila Cunha

O acervo é composto por diversos itens e informação. Além das quatro grandes áreas de conhecimento, há também os acervos especiais, literatura de lazer, literatura infantil, livros falados, normas técnicas e o acervo de Obras Raras, com mais de 5 mil títulos do século 17 ao 19.

 Empréstimos e digitalizações

A Biblioteca oferece o serviço de empréstimo para uso domiciliar para a comunidade universitária, PUCRS Alumni – mediante cadastro e taxa semestral – e alunos de outras instituições, através do Empréstimo Entre Bibliotecas. A retirada de volumes as e devoluções podem ser realizadas nos equipamentos de autoatendimento ou no Balcão de Empréstimo do andar térreo da Biblioteca Central e na Biblioteca da Escola de Medicina. É possível também, para a comunidade da PUCRS, solicitar empréstimos de materiais de outras instituições, assim como a obtenção de cópias de documentos de outros estabelecimentos do Brasil e do exterior, por meio dos serviços de Comutação Bibliográfica dos quais a PUCRS participa. Além disso, é oferecido para a toda a comunidade que frequenta a Biblioteca o serviço de scanners de autoatendimento para digitalização de imagens e textos para fins acadêmicos.

Apesar do crescente uso de materiais digitalizados para leitura, alguns cursos demonstram mais interesse pelas versões físicas, como é o caso do Direito. “Sou uma pessoa muito clássica, gosto de papel, e a maioria das pessoas do Direito também, então se eu puder, vou sempre optar por um livro físico”, explica Maria Alice. A mestranda ressalta também a possibilidade de solicitar a compra de livros físicos que não constam no acervo. ” Às vezes é extremamente rápido, é questão de uma semana, dez dias. Então isso é maravilhoso para nós, do Direito, porque fazemos a maior parte da pesquisa em bibliografia, e em determinadas sitauções precisamos de uma versão mais atualizada ou uma muito antiga”, afirma.

Espaços diversificados

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Foto: Bruno Todeschini

A Biblioteca dispõe de diferentes espaços, como as áreas do acervo e de leituraEspaço Cultural, lounge com dicas de leitura, espaço de pesquisa e produçãosalas de estudode vídeode treinamento e para pessoas com deficiência visual, sendo diversos deles abertos a qualquer pessoa da comunidade. A estudante de Engenharia Civil Gabriela Zorzo explica que, apesar das várias mesas para estudo disponíveis no saguão do prédio 30, prefere a tranquilidade das salas de estudo localizadas no 3º e 8º andares do prédio 16. “Na Biblioteca as salas são silenciosas, o que facilita muito a concentração, principalmente quando tu tens que fazer muitos cálculos”, ela explica.  Além disso, enquanto estuda nesses espaços, a aluna aproveita a possibilidade de consultar bibliografias extras e materiais de apoio com mais facilidade, sem precisar retirá-los.

Setor de Apoio à Avaliação, Pesquisa e Publicação

Em junho, a Biblioteca Central inaugurou mais um espaço com novos serviços para a comunidade acadêmica. O Setor de Apoio à Avaliação, Pesquisa e Publicação, localizado no 2º pavimento do prédio 16, tem por objetivo atender a necessidade de orientações para o desenvolvimento, a publicação e a visibilidade dos resultados de pesquisas realizadas por alunos, professores e pesquisadores da Universidade. Com essa finalidade, são oferecidos serviços com a capacitação do uso de ferramentas bibliométricas, orientações sobre onde e como publicar em revistas ou livros e o apoio no uso de métricas adotadas na produção, disseminação e uso da informação científica, entre outros.

 Acessibilidade

A estrutura da Biblioteca Central é adaptada e acessível às pessoas com necessidades especiais, incluindo equipamentos e softwares para pessoas com deficiência visual. Também está à disposição da comunidade acadêmica e externa uma sala exclusiva para atendimento de pessoas com deficiência visual, localizada no 2º pavimento. No local, existem diversos recursos de tecnologia assistiva como equipamentos, softwares de leitura de tela e conversão de texto para áudio falado, além do acervo de livros falados.

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Foto: Bruno Todeschini

Tutoriais

No canal da PUCRS no Youtube foram criadas duas playlists produzidas pela Biblioteca. A primeira, intitulada Biblioteca Central Irmão José Otão, traz vídeos rápidos e explicativos sobre como utilizar os diversos serviços oferecidos. A segunda playlist, Biblioteca Central – Normas técnicas de documentação,  esclarece questões sobre referências, citações e apresentação de trabalhos acadêmicos nos padrões ABNT, Vancouver e APA.

Bibliotecários

A Biblioteca possui 17 bibliotecários capacitados para auxiliar a comunidade no uso dos vários serviços ofertados, como pesquisas de livros, consultas de base de dados, documentação, normas, entre outras necessidades dos usuários.  A mestranda em Ciências Criminais Maria Alice Severo, conta que, apesar de frequentar o local há oito anos, às vezes tem alguma dificuldade de encontrar os livros nas estantes e precisa da ajuda dos bibliotecários. “Pedimos ajuda para as pessoas que estão ali no andar e elas são super receptivas. Isso é muito bom. Gosto bastante de todo o atendimento da Biblioteca, tanto de retorno dos livros quanto de ajuda para a pesquisa”, afirma.

Visitas guiadas

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Foto: Bruno Todeschini

As visitas guiadas, disponíveis para todos os interessados, têm como objetivo apresentar a estrutura física e os serviços oferecidos pela Biblioteca Central, orientando os visitantes sobre seu funcionamento. Em seu primeiro semestre, Maria Alice comenta, um dos professores organizou uma visita guiada para os alunos conhecerem a estrutura do espaço. “Foi disponibilizado um tour para nós com uma das responsáveis da Biblioteca para mostrar onde ficavam as estantes com os livros do Direito, com funcionam o empréstimo dos livros, reservas, como utilizar o sistema de busca.  Aquilo foi essencial para que a minha utilização fosse frequente”, afirma a estudante de Ciências Criminais.

As solicitações de agendamento podem ser feitas pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (51) 3320.3586 ou (51) 3320-3696.

Porto Alegre, 4 de junho, uma data especial. Quem circulava pelo Campus da Universidade pôde viver e experimentar diversas atividades envolvendo música, teatro, literatura e gastronomia. A arte já transpira, é a Rua da Cultura, inaugurada entre os prédios 5 e Biblioteca Central Irmão José Otão. Esta é a principal obra já entregue dentro do movimento PUCRS 360º. O ambiente é um novo polo cultural e gastronômico para a capital gaúcha e que está disponível para a comunidade acadêmica e a população em geral.

Durante o dia, alunos, professores, técnicos administrativos e pessoas que passavam pelo Campus puderam desfrutar do ambiente. Ao som de um DJ, descansaram nas redes, bateram papo nos decks e nas arquibancadas, saborearam cachorros-quentes e churros, levaram temperos da hortinha e compraram livros, artesanatos, roupas e discos.

No final da manhã, reproduzindo uma imensidão de sons, adentrou pelo pórtico da Universidade O Homem Banda, interpretado por Mauro Bruzza, da Cia1Péde2. O artista circulou pelos prédios 7, 8 e 15 até chegar à Rua da Cultura. Portando 20 instrumentos, o artista fez a alegria de muitos presentes, contanto com uma grande interação da plateia.

 

Cerimônia oficial

Já no início da noite foi o momento de descerrar a placa, que foi conduzido pelo reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice-reitor, Dr. Jaderson Costa da Costa. Semelhante às que estão pelas ruas de Porto Alegre, a placa será instalada nas entradas da Rua da Cultura.

No palco, em seu pronunciamento, o Reitor da PUCRS destacou a satisfação desta entrega, que marca as comemorações dos 70 anos de história da Universidade, sendo um novo local voltado para a cultura e o bem-estar. “É um espaço permeado por atrações e iniciativas que irão congregar todas aquelas pessoas que desejaram participar de uma intensa programação cultural que será desenvolvida sob a gestão do Instituto de Cultura da PUCRS. O campus é o lugar em que compartilhamos experiências e vivências. Por isso, a universidade está investindo em ambientes não apenas de convivências, mas de serviços, aprendizagem e cultura”, enfatizou.

Teixeira ainda destacou que, no segundo semestre, será concluída outra parte importante do projeto: o novo prédio 15, que reunirá num mesmo espaço diversos serviços voltados para o estudante, além de salas de aula com estrutura e metodologia diferenciadas. “Precisamos desenvolver novas formas de viver, aprender e criar o campus. E o que é a cultura senão essa união de conhecimento, arte e capacidade de criar”, disse.

Para encerrar, com chave de ouro, as festividades da inauguração, houve a apresentação de A Sbørnia Køntr’Atraka, com Hique Gomez e Simone Rasslan, ou melhor, os músicos sbornianos Kraunus e Nabiha. Uma continuidade do tradicional Tangos e Tragédias, o espetáculo, que conta com projeções de animações no telão, ofereceu muita música, artes cênicas e risos ao público.

 

Nova atração

No dia 7 junho está prevista uma nova atração para a Rua da Cultura: a ATL House. A iniciativa, que é uma extensão da Rádio Atlântida, vai unir inovação, interatividade e experiência para alunos e público externo que circulam pelo campus da PUCRS. O espaço conta com estúdio para transmissão de programas e unidades do Severo GarageCanal Café e STB Trip & Travel. Nesta data acontecerá um pocket show com atração nacional.

rua da cultura, cultura, rádio atlântida, arte, literatura, música, gastronomia, pucrs 360º, espaços de convivência, campus repensadoUm ambiente para a vivência de experiências diferenciadas de arte, literatura, música e gastronomia. Esta é a Rua da Cultura, que será inaugurada no dia 4 de junho, às 18h, no campus da Universidade. Além da cerimônia com a Reitoria, o evento contará com a apresentação de um espetáculo teatral. Esta é mais uma iniciativa do movimento de transformação PUCRS 360º.

A Rua da Cultura ainda conta com o ATL House, um hub de inovação da Rádio Atlântida com estúdio e espaços de lazer e convivência, com patrocínios do Banrisul e da Trident. A inauguração do empreendimento do Grupo RBS acontece no dia 7 de junho. Além disso, nas proximidades, estarão contemplados novas operações de alimentação e turismo no prédio 16 (Biblioteca Central Irmão José Otão), com as presenças dos empreendimentos Canal Café, Severo Garage e STB Trip & Travel.

No segundo semestre deste ano, a Rua da Cultura terá uma variada agenda com apresentações, shows e intervenções artísticas. Todas as atividades serão abertas à comunidade.

Para o final de 2018, o Prédio 15, que está em obras, vai abrigar um centro de convivência, com salas de aula modernas e moduláveis, espaço coworking, área de lazer, praça de alimentação e serviços.

PUCRS Cultura, Fronteiras do Pensamento, Fernanda Torres, literatura

Fotos: Camila Cunha

Horas antes de se apresentar no Fronteiras do Pensamento, a atriz e escritora Fernanda Torres fez um bate-papo com a comunidade acadêmica no saguão da Biblioteca Central, onde, com bom humor, leveza e inteligência, comentou sobre o momento atual, interpretado por ela como “de total absurdo”, e exaltou o papel da arte para além do engajamento político. “Nietzsche dizia que só a arte pode dar conta do absurdo. A humanidade sempre se representou desde a caverna. Quando alguém diz que a história acabou e a arte também, é seu desejo de que nada ande depois dele. Hoje é difícil. A tecnologia nos atropelou a todos. Estamos vivendo outra revolução de Gutenberg. Não sabemos os valores que virão, se haverá emprego ou casa própria. Cada um que se agarra na esquerda ou direita cairá numa falácia”, avaliou a atriz e escritora em resposta ao questionamento do diretor do Instituto de Cultura, professor Ricardo Barberena, sobre o papel da literatura em tempos coléricos.Também participou da mediação a escritora Carol Bensimon (mestre em Escrita Criativa pela PUCRS). O reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice, Jaderson Costa da Costa, prestigiaram o evento.

Mais de uma vez Fernanda se perguntou que arte é possível fazer sem ser militante, lembrando que cresceu vendo Caetano Veloso e Gilberto Gil voltando do exílio e Fernando Gabeira de sunga falando em liberdade sexual e ecologia. “Problemas graves não foram resolvidos. Voltamos à Guerra Fria e ao mundo como conheci.”

O que vislumbra de diferentes entre as duas épocas é que antes havia a ideia paternal de povo como uma entidade sofrida e passiva. “Cabia ao líder e ao intelectual conscientizá-la.” Hoje os grupos identitários podem se expressar, e Fernanda acredita que eles não querem mais que outros falem por eles. Precisam produzir seu próprio material de representação.

Cultura de massa

Fernanda Torres fala através dos seus personagens literários. No livro A glória e seu cortejo de horrores, aborda a decadência do ator Mario Cardoso, do Brasil e, em especial, do Rio de Janeiro. Ele se pergunta quem lê Tchecov ou Shakespeare andando pelo Centro e tentando salvar seu celular do pivete. “A cultura de massa venceu. Nos anos 70, um filme mainstream era Apocalipse now. Agora é Thor. Sensacional! A gente ia no cinema como lia um livro. Era Bergman, Fellini e Truffaut. Hoje são as séries.”

Crônica X romance

PUCRS Cultura, Fronteiras do Pensamento, Fernanda Torres, literatura

Carol Bensimon quis saber como é escrever crônica hoje no Brasil em comparação a 2006, quando começou. Antes Fernanda Torres não tinha medo da repercussão. Hoje pensa “50 vezes” antes de publicar se alguém não ficará ofendido. “Escrevia de forma mais livre. Agora as colunas falam mais sobre o que estamos vivendo.” E voltou a pronunciar a palavra “absurdo” para resumir a realidade.

Diferentemente do texto de jornal ou revista, o livro “quase se escreve por ele”, na sua experiência. “É uma maratona longa. A gente tem que deixar o assunto morrer para e ir ao outro lado. Quando vemos, estamos no mesmo caminho.”

Narrativas tragicômicas

Ao identificar a literatura contemporânea como “mal-humorada”, Barberena exalta a comicidade da obra de Fernanda. Mas, para ela, ser somente cômico é cair no vazio. “Meus textos são tragicômicos. Terminam numa depressão horrorosa. Sou marcada pelo Nelson Rodrigues.”

Sem curso universitário, diz que se sente um “queijo suíço”. “De vez em quando fecho umas lacunas.” Para isso se serve de autores como Flaubert, Machado de Assis, Thomas Mann e Dostoiévski.

Início na literatura

O teatro do improviso, com o grupo Asdrúbal, integrado por Regina Casé, e os ensaios em casa dos pais atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres foram as primeiras influências de Fernanda Torres na literatura. Com a retomada do cinema nacional, acabou escrevendo o roteiro do filme Redentor. A partir do monólogo A casa dos budas ditosos, em 2003, teve que introjetar a obra de João Ubaldo Ribeiro. “Comecei a perceber a música que o livro tinha, onde ele mudava de parágrafo ou de capítulo. Absorvi tudo na minha pele.” Então vieram os artigos e colunas em jornais e revistas. Aprendeu como reduzir as ideias. “Nunca me imaginei, achava que não tinha o direito de pensar em literatura”, confessa.

Queria lançar o livro de crônicas e pediu indicação de editora para Ubaldo. E ele:

– O meio literário é muito violento.

Então Fernando Meirelles lhe pediu que escrevesse sobre a terceira idade para a TV e entrou em contato com a Companhia das Letras, sua atual editora. Luiz Schwarcz leu um conto que viria a ser o primeiro capítulo de Fim e sugeriu que renderia um romance. O que acabou se concretizando na história de cinco amigos cariocas que relembram fases marcantes de suas vidas e acabam morrendo.  

Fronteiras do Pensamento

Às 19h45min desta segunda-feira, Fernanda Torres participará de debate especial no Fronteiras do Pensamento com o artista plástico brasileiro Vik Muniz. A programação ocorre no Salão de Atos da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110). O mundo em desacordo: democracia e guerras culturais é o tema da temporada de 2018. Depois de Fernanda Torres e Vik Muniz, até novembro, participarão outros nove conferencistas reconhecidos internacionalmente.

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Fernanda Torres é uma das mais originais e reconhecidas atrizes do teatro, do cinema e da televisão no Brasil. Com formação na escola de atores O Tablado, fez sua estreia na peça Um tango argentino, da dramaturga Maria Clara Machado, e atuou em novelas a partir da década de 1980. Em 1986, recebeu a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes pelo filme Eu sei que vou te amar, do cineasta Arnaldo Jabor. No cinema, destacou-se em Terra Estrangeira, de Walter Salles Jr. e Daniela Thomas, O que é isso, companheiro?, de Bruno Barreto, e Casa de areia, de Andrucha Waddington. Desde 2003, encena o monólogo A casa dos budas ditosos, com texto de João Ubaldo Ribeiro e direção de Domingos de Oliveira. Na televisão, com exceção de Luna caliente, adaptação do romance de Mempo Giardinelli, a maioria dos seus trabalhos foi pautada pelo humor. Em 2013, ela publicou seu primeiro romance, Fim, que vendeu mais de 150 mil exemplares e foi lançado em países como França, Holanda, Itália e Portugal. No ano seguinte, reuniu crônicas veiculadas na imprensa no livro Sete anos. E, no final de 2017, lançou o romance A glória e seu cortejo de horrores.

 

 

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

A Noite do Livro, celebrada em Porto Alegre na sexta-feira, 23, agraciou o Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em LetrasGustavo Melo Czekster, e o diplomado do curso de Criação Literária, Samir Machado de Machado, com o Prêmio Açorianos de Literatura 2017. O trabalho de registro e conservação de acervos de escritores, cineastas, jornalistas e coleções da cultura do Rio Grande do Sul, bem como promoção de atividades relacionadas à literatura, rendeu o prêmio de Relevância Cultural ao Delfos. Já Czekster e Machado de Machado conquistaram os troféus nas categorias Contos e Narrativa Longa, respectivamente. Em sua 24ª edição, a cerimônia de entrega foi realizada no Teatro Renascença, organizada pela Coordenação do Livro e Literatura da Secretaria Municipal de Cultura.

Prêmio por aclamação

O diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, professor Ricardo Barberena, destaca que “o prêmio foi concedido ao Delfos por aclamação, uma homenagem como instituição, por sua capacidade de traduzir a cultura no Rio Grande do Sul, especialmente no campo da literatura. Ele faz justiça a um longo trabalho promovido há quase dez anos por muitas pessoas, tendo em vista a preservação e a divulgação cultural no Estado”, ressalta. O docente, que também atua como coordenador executivo do Delfos, lembra que o local reúne os três elementos do sistema literário: o autor, a obra e o leitor. “Uma prática permanente é a atração de grandes nomes da literatura contemporânea, brasileiros e internacionais, o que garante o fluxo de um público heterogêneo e plural ao nosso espaço”, afirma.

2018_03_26_premio_acorianos_delfos(907x605)(bruno_todeschini)Delfos recebe grandes expoentes da literatura

Barberena acrescenta que “hoje existem mais de 50 acervos abrigados, com acesso a pesquisadores. Também recebemos mais de 50 escritores em palestras, cursos, conferências e saraus literários. Uma das principais características dos eventos que promovemos é o fato de serem abertos à comunidade, contando sempre com a presença de estudantes de Graduação, Pós-Graduação e visitantes interessados na literatura”, recorda. De acordo com o docente, o Prêmio Açorianos também representa um reposicionamento na área da cultura, no qual a PUCRS pretende atuar como novo polo na Capital.

Promoção e memória da cultura

Inaugurado em 4 de dezembro de 2008, o Delfos tem o objetivo de promover a cultura e preservar a memória ligadas à cultura gaúcha ou a escritores por meio da conservação de documentos doados ao espaço e de realização de atividades culturais. No espaço localizado no 7º andar da Biblioteca Central Ir. José Otão, é possível encontrar documentos e raridades referentes às áreas de Letras, Artes Jornalismo, Cinema, História e Arquitetura, que são preservados, acondicionados e disponibilizados a pesquisadores cadastrados. Seu acervo é composto por documentos ligados à cultura gaúcha ou a escritores, entidades ou autoridades representativas para o Rio Grande do Sul.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Não há amanhã

Gustavo Melo Czekster, 41 anos, é doutorando em Escrita Criativa pela Escola de Humanidades da PUCRS, formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS e mestre em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O escritor foi o vencedor da categoria Contos por Não há amanhã, obra com 30 narrativas que oscilam em torno da busca de um sentido. No livro, o autor trata da dúvida sobre o que anima o ser humano e dá coesão para seguir em frente. Através de narrativas nas quais o fantástico surge por entre as dobras e fissuras do cotidiano, mostra o quão próximo se estaria do delírio, da instabilidade, do medo de descobrir que a existência seria um abismo profundo.

Para Czekster, a conquista é, na verdade, um reconhecimento aos leitores, que interagem de várias formas com a história. “Um livro não existe sem leitores, e acredito que o Não há amanhã está cumprindo bem a missão que lhe era destinada: despertar dúvidas e inquietações, fazendo com que os leitores entrem nas engrenagens das suas histórias e, ao mesmo tempo em que se divirtam, também questionem a realidade que os cerca”, afirma o vencedor da categoria Contos.

Foto: Divulgação/Editora Rocco

Foto: Divulgação/Editora Rocco

Homens Elegantes

Samir Machado de Machado, 37 anos, diplomado nos cursos de Criação Literária e Publicidade e Propaganda pela PUCRS, conquistou a categoria Narrativa Longa pela obra Homens Elegantes. O fundador da Não Editora já havia sido indicado duas vezes, por O Professor de Botânica e Quatro Soldados, e foi vencedor por três vezes em categorias não-literárias, por melhor capa. “A importância para mim é que esse é o primeiro prêmio literário que ganho por meu trabalho como escritor, exatos dez anos após eu iniciar minha carreira ao ter criado a Não Editora entre, 2007 e 2018, e ele ainda vem da minha cidade natal”, afirma Machado.

Na trama, um soldado brasileiro é enviado a Londres com a missão de investigar uma rede de contrabando de livros eróticos para o Brasil, em 1760, e se deslumbra com os luxos e excessos da alta sociedade europeia. O texto foi destacado pelo incrível detalhamento dos costumes da época, e seu equilíbrio com o enredo de espionagem, que faz dele uma narrativa de ritmo vertiginoso.

Sete indicações

Na atual edição do Prêmio Açorianos a Universidade teve sete indicações de escritores, sendo que na categoria Narrativa longa, todos os concorrentes eram estudantes ou diplomados PUCRS. Confira a lista dos indicados e os títulos das obras:

Narrativa longa

Alexandra Lopes da Cunha (Doutoranda PPGL), por Demorei a gostar da Elis

Cristiano Baldi (Doutorando PPGL e professor de Letras e Escrita Criativa), por Correr com rinocerontes

Samir Machado de Machado (Alumni de Criação Literária), por Homens elegantes

Contos

Gustavo Melo Czekster (Doutorando PPGL), por Não há amanhã

Crônica

Tiago Germano (Doutorando PPGL), por Demônios domésticos

Infanto-juvenil

Marcelo Spalding (pós-Doutorando PPGL), por Liga de literatura: imaginação sem fim

Ensaio de literatura e humanidades

Renata Lisbôa (Doutora pelo PPGL), por Psicanálise, criatividade e o indizível da experiência de Manuel de Barros

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

Foto: Eduardo Beleske/PMPA

O Prêmio Açorianos

Instituído em 1977 pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através de sua Secretaria de Cultura, é uma premiação para os melhores do ano as áreas de músicateatrodançaliteratura e artes plásticas e é considerado o mais importante prêmio cultural do estado do Rio Grande do Sul.

Paris,França,Université Paris-Sorbonne,Universidade Sorbonne

Foto: paris-sorbonne.fr

A PUCRS e a Université Paris-Sorbonne promovem o Simpósio Internacional A espera/ À espera: figurações do contemporâneo – l’attente/en attente: figurations du contemporain, nos dias 6 e 7 de outubro, nas dependências da instituição francesa. O evento reunirá pesquisadores de diversas instituições acadêmicas e espaços culturais para discutir questões teóricas, necessárias para a análise das obras literárias em seu conjunto, até estudos pontuais sobre livros e autores específicos, incluindo ainda interpretações sobre o campo literário atual. A iniciativa resulta da produtiva parceria entre o Curso de Letras da PUCRS e a Université Paris-Sorbonne.

De acordo com o professor do Programa de Pós-Graduação em Letras, Ricardo Barberena, “a contemporaneidade tem sido marcada por diferentes traumas do transitar (refugiados, subalternidades sociais, minorias identitárias). Discutiremos, ao longo do Simpósio como a literatura brasileira contemporânea está dialogando com esse delicado momento de crise global”.  O docente acrescenta que “as diferentes procedências dos participantes apontam para variadas perspectivas teóricas e metodológicas em debate no encontro. Os trabalhos têm como preocupação central o fazer literário no contexto atual”, explica.

Além de Barberena, que participa do evento como organizador e palestrante, a comitiva da PUCRS é formada pelos docentes do Curso de Letras Altair Martins, Cristiano Baldi e Arthur Telló (palestrantes), os doutorandos Reginaldo Pujol Filho e Natasha Centenaro (palestrantes) e o doutor pela PUCRS e agora professor Universidade de Lile (França), Vinicius Carneiro.

Delfos, Daniel pellizzari, literatura

Foto: Renato Parada/Divulgação

Nesta quinta-feira, dia 28 de setembro, o Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural recebe o escritor Daniel Pellizzari para um bate-papo aberto ao público. A conversa, mediada por Luciele Bernardi, terá como tema a “As coisas ocultas da literatura”, e acontece no 7º andar da Biblioteca Central Irmão José Otão (Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre) às 19h30. A entrada é gratuita e a participação vale como horas complementares para alunos.

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Daniel Pellizzari é escritor, tradutor e editor. Natural de Manaus, cresceu em Porto Alegre. Sua última obra, Digam a Satã que o recado foi entendido, faz parte do projeto Amores Expressos, realizado pela RT Features e pela Companhia das Letras, e foi eleito o melhor livro de 2013 pelos leitores do jornal gaúcho Zero Hora. Além desse romance, publicou outros livros como Dedo negro com unha, Ovelhas que voam se perdem no céu e Menino de lugar nenhum. Como tradutor, já traduziu obras de autores como William Burroughs, David Mitchell e David Foster Wallace. Foi colunista de games no caderno Tec da Folha de S. Paulo e escreve sobre temas variados no blog do Instituto Moreira Salles.

Leonardo Padura

Fotos: Luiz Munhoz

O escritor Leonardo Padura mora no bairro de Mantilla, em Havana, capital de Cuba, na casa construída pelo pai há seis décadas. Como menino, andava livre pelas ruas e assistia às partidas de beisebol. “Era uma pequena vila. Tínhamos de tudo, menos funerária e cemitério. Sou uma mescla do lugar em que nasci, do território que meus avós e meus pais percorreram e do país em que viveram e de onde partiram tantos autores”, afirmou, na noite dessa segunda-feira, dia 21, na conferência do Fronteiras do Pensamento, no salão de atos da UFRGS. O sentimento de pertencimento dos cubanos é visto em poucos países do mundo, garante Padura, que tratou também de outras facetas da insularidade, “a maldita circunstância da água para todo lado”. “Venho de uma ilha, país de fronteiras líquidas, o que afeta, condiciona e determina nossa maneira de ser e existir.” O isolamento, o drama migratório e a essência cultural de Cuba foram os temas centrais da sua fala.

Andar pelo Malecón, a orla de Havana, no sentido histórico de seu desenvolvimento, de Havana Vieja ao bairro de Vedado, sentar-se no muro de 1 metro e contemplar a cidade, de um lado, e o mar, de outro, gera uma sensação contraditória devido a essa “fatalidade geográfica”. Uma forma de olhar para si mesmo e vislumbrar uma “promessa tentadora e inalcançável”, ilustra.

Ao citar a lei que vigorou por mais de 50 anos restringindo a liberdade dos cubanos de viajar, contestou o poder que decide destinos e desejos. Até 2013, só podiam deixar a ilha se tivessem uma permissão especial. Jornalistas, desportistas, artistas e soldados conseguiam licença para trabalhar no exterior. Mas a grande maioria precisava de uma carta branca para ir a outros países a convite de familiares e amigos ou devia optar por uma saída definitiva, quando perdia todos os bens e se tornava apátrida. Disse que, nessas cinco décadas, um quinto da população foi embora.

A nostalgia pela pátria perdida é uma constante de escritores cubanos de hoje ou do passado. Padura lembrou o poeta José María Heredia (1803-1839), o herói nacional e mártir da independência, José Martí (1853-1895), Guillermo Cabrera Infante (1922-2005) e Reinaldo Arenas (1943-1990). Com obras escritas a distância, não deixaram de ter o país e seus habitantes como foco.

 

Os que vão e os que ficam

Sergius Gonzaga, Leonardo Padura e Janaína de Aguiar

O professor da UFRGS Sergius Gonzaga, que atuou como mediador do evento, perguntou ao convidado sobre o drama da insularidade e as barreiras entre os grupos que vivem fora de Cuba e os que ficam no país. Padura disse preferir tratar dessa questão como resistência e não lamentação. “É preciso se fazer forte na amizade, na fidelidade e na nostalgia, alimentadas por rum e música.”

A debatedora do evento, professora Janaína Baladão de Aguiar, da Escola de Humanidades da PUCRS, retomou essa problemática. Padura reforçou que cada um tem o direito de viver onde escolher. Comentou que às vezes acredita na harmonia e em outros momentos perde a fé. Garante que ele mesmo é acusado de agente de segurança do governo cubano por querer permanecer no país onde nasceu.

 

Romance noir

Janaína perguntou ainda de onde vem a preferência do escritor pelo romance noir, um tipo de romance policial criado na década de 1930, com detetives humanizados. Padura imortalizou Mario Conde, protagonista da tetralogia Estações Havana. Contou que sempre gostou de ler esse tipo de narrativa e, como jornalista, era muito duro com os escritores do país que lançavam livros deficientes nesse gênero. “Pensei: vou fazer romances muito cubanos que não se pareçam com os cubanos.” O crime em si se torna um pretexto para revelar o lado obscuro do ser humano e os seus motores internos.

 

Realidade X ficção

Leonardo Padura

Questionado pelo público sobre os limites entre realidade e ficção em O homem que amava os cachorros, resumiu: “Quando começo o romance, sei, quando termino, não”.  O livro é narrado por um aspirante a escritor que, a partir de um encontro com um homem que passeava com seus cães, retoma os últimos anos de vida do revolucionário russo Leon Trotski e seu assassinato. Padura afirmou que procura respeitar a essência dos processos históricos. Adora assistir a Bastardos inglórios, de Tarantino, em que um grupo de judeus norte-americanos se une para combater os nazistas, mas seria incapaz de escrever algo assim, tão distante da realidade. Como romancista, lembra que há uma convenção com os leitores: “Sabem que vou contar uma mentira que parece ser verdade”.

 

Mais sobre o autor

Padura é romancista, ensaísta e jornalista. Considerado um dos melhores autores de Cuba, escreveu roteiros para o cinema e atuou por 15 anos na área do jornalismo investigativo. Agraciado pelo governo espanhol com a dupla nacionalidade, prefere continuar vivendo na ilha onde nasceu. Ganhou reconhecimento internacional com a série de romances policiais Estações Havana. A tetralogia, composta por Passado perfeitoVentos de quaresmaMáscaras e Paisagem de outono, já foi traduzida para mais de 15 países e venceu prêmios internacionais, como o Dashiell Hammet, de melhor romance em língua espanhola, e o Café Gijón, além de ter sido adaptada para o cinema e a televisão. Pelo conjunto de sua obra, recebeu o Prêmio Princesa das Astúrias das Letras e o Prêmio Nacional de Literatura de Cuba.

 

Civilização

A temporada 2017 do projeto Fronteiras do Pensamento tem como tema Civilização – a sociedade e seus valores. Com parceria cultural da PUCRS, o evento traz a Porto Alegre, até o mês de dezembro, conferencistas internacionalmente reconhecidos para abordar a busca por reconstrução, consciência e resgate de valores.