O que faz uma boa liderança? Professoras da PUCRS explicam quais habilidades são essenciais para uma boa liderança. / Foto: Pexels

O mundo do trabalho vem passando por diversas transformações, especialmente nos últimos anos. Com o avanço da tecnologia, flexibilidade de horário e ambientes de trabalho mais humanizados, lideranças precisam acompanhar essas mudanças para se adaptarem aos novos tempos e reter talentos. Para colaboradores, ter uma boa liderança impacta diretamente na permanência da empresa. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), em 2022, quase a metade das demissões em 2022 foi voluntaria e entre os motivos para deixar a empresa aparecem baixa qualidade do clima organizacional, falta de um plano de carreira, entre outros. 

Sendo assim, apenas ocupar um cargo de liderança não é o suficiente. É preciso que líderes estejam conectados com suas equipes, que muitas vezes são multidisciplinares, para que o desenvolvimento profissional de cada colaborador esteja alinhado com as expectativas de cargo. Mas o que significa ser uma boa liderança? Como líderes podem identificar pontos fortes em suas equipes? Quais ferramentas são necessárias para melhor lidar com times diversos? Conversamos com duas professoras da PUCRS para entender como boas habilidades de liderança podem tornar colaboradores mais produtivos.  

Os desafios da liderança 

Antes de tentar imitar modelos de liderança já estabelecidos, cada líder deve entender exatamente qual equipe está sob seu comando. Times multidisciplinares são caracterizadas por indivíduos com diferentes percepções, conforme a sua formação e experiências vivenciadas. Para a professora da Escola de Negócios da PUCRS Claudia Cristina Bitencourt, se por um lado as diferenças estimulam importantes aprendizados para os participantes, por outro podem gerar algumas dificuldades de comunicação e integração, justamente por trazerem outros pontos de vista.  

“Cabe ao líder construir junto com a equipe um propósito comum, considerando essas diferenças para gerenciar possíveis conflitos e estimular a comunicação e aprendizado contínuo da equipe. Acredito que um dos principais desafios para os líderes é identificar o potencial de cada integrante da equipe para poder estimular o seu desenvolvimento e orquestrar a complementaridade entre as competências dos participantes dessa equipe. Nesse sentido, o feedback possui papel fundamental para estimular o desenvolvimento e reduzir a possibilidade de conflitos, integrando a equipe na busca de resultados cada vez mais efetivos, contando com o estímulo constante e valorização de cada participante.” 

Para minimizar os desafios da liderança, é importante que líderes mantenham uma comunicação clara com seus liderados, de forma que seja possível se estabelecer um canal aberto de colaboração e confiança. A partir desta comunicação, a gestão dos conflitos também fica facilitada, sendo possível abordar as divergências de forma construtiva. A Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração da PUCRS, Ana Clarissa Matte Zanardo dos Santos, explica que utilizar ferramentas para facilitar processos organizacionais podem ajudar lideranças na hora de coordenar tarefas, prazos e atribuições, permitindo uma visão mais sistêmica das atividades da equipe.  

Leia mais: Por que cuidar da autoestima é importante para a carreira? 

Antes de tudo, uma boa liderança deve saber se comunicar com seus liderados. / Foto: Pexels

“Estabelecer um canal de comunicação, sempre atentando para o volume de informações, dando a devida importância para aquilo que é compartilhado; pensar em reuniões rápidas de alinhamento para compartilhar informações e alinhar expectativas para um determinado período pode ser uma alternativa que ajuda no estabelecimento de rotinas. Pensando na capacitação da equipe, lideranças podem investir em treinamento e desenvolvimento a fim de aprimorar as habilidades dos liderados conforme as necessidades de cada um”.  

Identificando possibilidades de crescimento  

Antes mesmo de entrar em uma empresa, colaboradores já tem o primeiro contato com sua futura liderança durante o processo seletivo. Durante a entrevista, candidatos buscam a segurança de saber que estão escolhendo um lugar que ofereça oportunidade de crescimento. A pesquisa da Marca Empregadora, divulgada em 2022, mostrou que para os brasileiros, crescer na carreira é mais importante do que salário, ou seja, a progressão de carreira aparece em primeiro lugar para que colaboradores aceitem uma proposta de emprego.  

Um dos papéis da liderança é identificar pontos fortes e fracos dos seus liderados, e trabalhar suas habilidades individualmente para que os mesmos consigam se desenvolver.  Seja se informando das últimas notícias sobre seu ramo de atuação ou estudando em seu tempo livre, líderes precisam estar sempre atentos as inovações. Por serem considerados exemplos para os colaboradores, lideranças são continuamente desafiadas a estarem atualizadas. Para Claudia Bittencourt é fundamental que o líder saiba administrar o tempo do trabalho e o tempo do estudo.   

“Sendo assim, a carreira pode ser gerenciada pela empresa (com base em reais oportunidades de crescimento), pelo líder (identificando e estimulando o desenvolvimento de potenciais e competências) e pelo indivíduo (a partir do autoconhecimento e autodesenvolvimento). O desenvolvimento profissional/pessoal acaba beneficiando o indivíduo, o líder e a organização, tendo como base a satisfação, a entrega competente e os resultados atingidos.” 

Além de oferecer um ambiente onde existe a possibilidade de desenvolvimento, a liderança também precisa se preocupar com a retenção de talentos. Diante de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é comum que mesmo tendo a chance de crescimento na empresa, alguns colaboradores optem por procurar outras oportunidades. A atitude é comum no mercado, mas Ana Clarissa Matte Zanardo dos Santos alerta que se for frequente, esse comportamento pode se tornar um problema para lideranças, empresas e também colaboradores.  

“Quando a empresa ou a equipe começa a perder muitos talentos, é necessário refletir sobre a cultura e a relação que se estabelece na e entre as equipes. Para aqueles que permanecem na empresa, é importante evitar que o ambiente se torne negativo.” 

Investindo no desenvolvimento profissional  

Uma boa liderança nunca para de apreender, e a busca por conhecimento precisa ser constante. / Foto: Pexels

O caminho até a liderança costuma vir acompanhado de muitos anos de estudo, esforço e dedicação. Além de uma realização pessoal, se tornar liderança também é uma realização profissional almejada por muitos colaboradores. No entanto, se tornar líder vai muito além de títulos: cada vez mais as softs skills (habilidades interpessoais) tem tomado força no mercado. Claudia Cristina Bitencourt explica que no trabalho todos precisam dessas habilidades interpessoais, no entanto, quando falamos em liderança, ela considera três essenciais.  

Leia também: Soft skills: como desenvolver as habilidades que o profissional do futuro precisa? 

“Penso que as principias soft skills poderiam ser representadas pela habilidade de comunicação (saber ouvir, oferecer feedback e se posicionar junto a sua equipe), capacidade de percepção (que envolve capacidade de observação, sensibilidade e empatia) e carisma (capacidade de gerar confiança, mobilizar e inspirar sua equipe constantemente).” 

Seja se informando das últimas notícias sobre seu ramo de atuação ou estudando em seu tempo livre, líderes precisam estar sempre atentos as inovações. Por serem considerados exemplos para os colaboradores, lideranças são continuamente desafiadas a estarem atualizadas. Para Claudia Bittencourt é fundamental que o líder saiba administrar o tempo do trabalho e o tempo do estudo.  

“Ao pensar em educação continuada, as lideranças precisam buscar cursos que estejam alinhados com as necessidades reais de aperfeiçoamento.  Portanto, é importante considerar o tempo e flexibilidade oferecida, o reconhecimento acadêmico da instituição e valorização do diploma/certificado, a qualidade do corpo docente e o ambiente institucional onde haverá a interação e integração com outros profissionais”, enfatiza.

Estude na PUCRS

ir. evilázio teixeira

Foto: Arquivo pessoal

Entre os dias 19 e 23 de junho, o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, participa da convenção Liderar as Universidades Católicas no Século 21 – Reinventando o Ensino Superior. Sediado na Pontifícia Universidade Católica Madre y Maestra (PUCMM), em São Domingos, capital da República Dominicana, o evento é destinado a reitores, vice-reitores, decanos, diretores de departamento e programas das Universidades Católicas da América Latina.

Os participantes deste curso terão uma visão abrangente das tendências globais em Educação Superior relevantes para a América Latina. Com 25 participantes e líderes de nove países diferentes, o objetivo é poder gerenciar com mais confiança e com uma perspectiva mais profunda as oportunidades e os novos desafios da área e do mundo.

“Vivemos em um mundo transbordante em todos os sentidos, e a Universidade de hoje não é a mesma de ontem. A pandemia, as novas tecnologias, as demandas cambiantes no mercado laboral, tensões políticas e econômicas, o estado mental da população, entre outros são fatores, irão exigir uma reorientação dos professores”, destaca Ir. Evilázio.

O curso foi desenvolvido para contribuir no desenvolvimento e prosperidade das instituições católicas, trazendo formas de criar roteiros claros e flexíveis para que as lideranças mantenham um olhar visionário, inspirador e focado, apesar dos desafios e dos processos de mudança.

Nestes cinco dias de retiro, serão abordados tópicos como O futuro do ensino superior no mundo pós-pandemia; Planejamento estratégico e gestão da mudança; Equidade e inclusão; Internacionalização nas universidades católicas; Novas dinâmicas de ensino e aprendizagem; Integração de novas tecnologias; Treinamento abrangente; Graduados preparados para o mundo do trabalho hoje e amanhã; e Relação com o meio ambiente.

Confira alguns artigos do Ir. Evilázio Teixeira:

educação para o serviço

Luis Carlos Gutiérrez, Vigário Geral / Foto: Diego Freitas

Nesta quinta-feira, dia 5 de maio, a PUCRS foi palco da palestra Liderazgo en la misión: innovación, pasión e identidad, ministrada por Luis Carlos Gutiérrez, Vigário Geral do Instituto Marista. O evento contou com a presença do Ir. Evilázio Teixeira, reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, Vice-Reitor, Ir. Deivis Alexandre Fischer, Provincial da Província Marista Brasil Sul-Amazônia, e demais líderes da instituição. 

Durante a palestra, Gutierrez refletiu sobre as formas de desenvolver a liderança nos espaços educacionais, como nos ensinos Básico e Superior. De acordo com ele, é urgente um olhar atento e empático sobre as novas gerações, de forma que sejam estimuladas a busca incessante por conhecimento e a capacidade de adaptação.

“Precisamos desenvolver nas escolas, na universidade, no Instituto e no mundo a capacidade de liderança. Mas, como? Incentivando as novas gerações a desenvolverem novos líderes”. 

Gutiérrez aprofundou a temática em entrevista realizada pela Rede Marista. Confira!

1) O que significa a expressão Educação para o serviço?

Eu acredito que, quando falamos de Educação e Serviço, falamos de um aspecto fundamental da vida cristã e da imagem de Jesus. Nesse sentido, também da imagem de São Marcelino Champagnat: um homem inquieto socialmente, religiosamente, culturalmente, e que decidiu fazer uma mudança que teve grande significado para a sociedade do seu pequeno entorno – que depois se converteu em um amplo grupo de pessoas ao redor do mundo.  

Essa educação para o serviço, portanto, vai ajudar a conectar a formação pessoal, e, ao mesmo tempo, a estabelecer pontes com a comunidade no entorno, fazendo com que o indivíduo desenvolva competências sociais e projetos inovadores que tragam benefícios para a humanidade.  

Para isso, é necessária uma abordagem a partir de uma liderança para o serviço. É uma liderança capaz de escutar, que tem uma missão e uma visão antecipada, que sabe ensinar com as coisas, que tem um forte valor empático sobre as pessoas e a realidade, e que aposta no desenvolvimento comunitário em suas diferentes expressões. Que consegue curar e cuidar das relações e isso, por fim, vai ajudar a desenvolver um compromisso com o serviço e com o cuidado das pessoas.  

2) Como o Ensino Superior pode contribuir para essa missão educativa?  

Para mim, a universidade cumpre um papel fundamental de criar um diálogo entre os componentes formação pessoal dos(as) estudantes, projeção de futuro no campo profissional e experiência adequada e valiosa em um espaço acadêmico. Paralelo a isso, há a responsabilidade de criar um espaço de interação entre os elementos de diálogo social – como pôr em diálogo as sociedades locais com a universidade, como pôr em diálogo as ideias de inovação, desenvolvimento e empreendedorismo, como pôr em diálogo a transformação política que há nos espaços. Então, essa combinação universidade, governo, empresa, comunidade e por último, mas não menos importante, a questão religiosa e eclesial/religiosa social. Desse modo, a universidade cria esse espaço adequado para essa interação e ajuda a desenvolver um ambiente de transformação da realidade global.   

Para mim, uma das coisas que penso, se decidimos desenvolver pessoas para o serviço, então a universidade deveria apontar esse aspecto no caminho formativo, certo? Em outras palavras: é necessário curricularizar certos valores transversais em todo o processo educativo. Se o serviço pode ser aplicado a processos, em que se aprende através das disciplinas, como ler, compreender e propor mudanças nos processos de liderança, como forma de liderança das pessoas e como isso pode ser transferido ao desenvolvimento de iniciativas, empresas, eu acredito que será um serviço extraordinário.   

Eu também acredito ser necessário fazer um trabalho intenso, porque, obviamente, a sociedade é diversa e há muitas ideologias competindo ao mesmo tempo. Desde as mais marcadas por um individualismo, onde tudo praticamente se refere ao acúmulo de bens e benefícios pessoais, até outras posições. Então, como a universidade consegue juntar tudo isso e criar um sentido crítico de entrar em diálogo com as diversas posições e promover o que é próprio do sentido universitário e de uma comunidade maior. Então, eu penso que a partir desse ponto a universidade tem um importante e poderosa atuação.   

educação para o serviço

Foto: Diego Freitas

3) Como podemos nos conectar com a missão educativa marista no nosso dia a dia, nas salas de aula e nos corredores da universidade?

Em primeiro lugar, uma liderança para o serviço significa um interesse verdadeiro pelas pessoas. Aqui não entra competência, conhecimento, cargo, mas sim há uma intuição honesta em cuidar das pessoas e permitir que se desenvolvam.  

Por exemplo, quando caminha pelos corredores, você pode encontrar ambientes mais humanos ou mais descuidados, pode encontrar ambientes mais cordiais ou mais frios, pode encontrar, nos corredores, notícias como premiações ou pode encontrar notícias de pessoas que estão ajudando a sua comunidade, de programas de voluntariado, etc. Então, tudo isso tem a ver com uma cultura existente em sala de aula, com a forma como ensinamos e com a forma como a universidade conversa com a sua comunidade. 

Também uma universidade pode ter muitos programas, muitas formas de interagir com a comunidade a partir do serviço – programas de bolsas, de interação, de voluntariado, de auxílio à comunidade local. Então, essa inquietação de serviço vai se desenvolvendo progressivamente em experiências que põem as pessoas para viver essa “educação para o serviço” no seu cotidiano.  

4) O que o mundo pós-pandemia nos apresenta como desafio para essa educação para o serviço? E como oportunidade?

A pandemia mostrou ao mundo o quão efetivo pode ser um microrganismo, como um vírus. E quantas fatalidades ele pode causar. Ao mesmo tempo, com quanta rapidez a ciência pôde reagir a um tipo específico de vírus. E que consequências traz para um ambiente que vinha em uma escala crescente de um mundo globalizado em que os centros de produção estavam mudando completamente e que a posto à prova como as dependências de uns países com outros são cruciais para resolver tudo isso.  

Então, por outro lado, nos abriu uma nova dimensão porque a pandemia fez com que entrássemos nas casas dos alunos, professores, ou seja, foi construído uma ideia muito diferente do que significa aprender na universidade, comunicar-se com os outros, acabou com relações em muitos espaços, tivemos um momento de isolamento muito cruel, tivemos muitas mortes, descobrimos as formas diferentes de liderar o mundo para enfrentar isso, o papel das mulheres se destacou muito mais do que o dos homens em muitos lugares.   

A pandemia despertou uma introspecção profunda em muita gente e em outros despertou também as grandes perguntas sobre a existência. Eu acredito que este aspecto tanto pelo “que somos, que fazemos, como nos relacionamos, o que é importante na vida, que coisas que pensávamos que não aconteciam, mas que podem acontecer”. Eu acredito que foi aberta uma nova sensibilidade. Por isso, devemos tratar de capturá-la em sua sabedoria e projetá-la para o futuro.   

Eu acredito que para a universidade, toda essa mudança metodológica, a adaptação no campo da comunicação por meios online, a utilização de aulas a distância, o modelo híbrido e tudo o que se tem descoberto. Também serviram para que nos demos conta de que podemos chegar de outras maneiras. Em alguns casos, até podemos facilitar a aprendizagem.   

vigário geral

Foto: Laísa Mendes

O que me faz pensar que, particularmente, nas regiões mais remotas onde pode ser mais difícil o acesso à universidade, talvez essas descobertas da pandemia nos fizeram abrir uma porta interessante pensando no futuro e eu acredito que isso é algo muito importante.   

Eu penso que quando terminarmos esse processo de pandemia, ou quando estivermos no fim da pandemia, eu acredito que sim, devemos nos perguntar ‘que país queremos?’, ‘que mundo queremos?’, ’como queremos colaborar?’, ‘como queremos definir nossas relações?’, ’que aspectos da nossa humanidade são mais valiosos?’    

Sobre o Vigário Geral 

Ir. Luis Carlos Gutiérrez nasceu em 1967, na Espanha. Fez os primeiros votos no Instituto em 1986 e logo foi transferido para Guatemala, onde trabalhou no colégio da região e também na Costa Rica e Porto Rico. Fez estudos universitários em Estudos Sociais e Linguagem. É licenciado em ciências religiosas e em teologia, mestre em administração e supervisão educativa e é doutor em educação.  

Foi professor em diferentes contextos e se destaca pela paixão pelo ensino, que vê como espaço de transformação, humanização e evangelização. Desde dezembro de 2013 foi provincial da América Central, além de ser membro da Comissão de Missão e Subcomissão de Educação da Conferência Interamericana de Provinciais, da qual foi coordenador do Conselho Permanente. Em 2017 foi eleito a Vigário Geral onde atua até o momento.   

Leia também: O que as organizações aprenderam com a pandemia?

Ideação, Oficina Trilha Empreendedora, idear

Confira os critérios de participação e se inscreva quarta-feira/Foto: Bruno Todeschini

Dados do Female Founders Reportda comunidade de startups brasileira, Distrito, mostram que apenas 9,8% das startups são fundadas ou cofundadas por mulheres, e muitos destes negócios não ultrapassam o estágio inicial por encontrarem dificuldades no processo de validação. Para auxiliar na transformação dessa realidade, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), com apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), desenvolveu o programa Women on the Road, que acontecerá no segundo semestre de 2021. 

O propósito da iniciativa é promover o desenvolvimento de startups em estágio inicial que sejam fundadas ou cofundadas por mulheres, além de sensibilizar futuras empreendedoras. Women on the Road deve provocar conexões que poderão gerar oportunidades de negócio entre empreendedoras do ecossistema.  

Para o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, iniciativas como esta são um investimento no futuro da região: A capacitação de profissionais nas áreas de tecnologia e de empreendedorismo para mulheres é uma ação estratégica para o desenvolvimento de nosso estado”.  

Já Leandro Pompermaierlíder do Tecnopuc Startups, explica o propósito do Tecnopuc com o programa:   

“Explorar o potencial de liderança, trabalho em equipe, inovação e solução de problemas. O Women on the Road nasce conhecendo o potencial de executivas e empreendedoras mulheres pois acreditamos que a diversidade nos negócios traduz em negócios melhores, mais robustos e é um ativo com potencial de gerar impactos socioeconômicos positivos” 

Saiba como funcionará o programa para startups fundadas por mulheres 

Women on the Road será dividido em três momentos: awarenesswomen warm-up e women on the road 

PUCRS conta com seviços que potencializam competências empreendedoras

Foto: Bruno Todeschini

Para participar, as equipes devem ser formadas por, no mínimo, duas empreendedoras, 75% da equipe precisa ser composta por mulheres e a solução inovadora proposta deve ter base tecnológica. A startup deve ser fundada ou cofundada por mulheres. 

Interessadas em participar do programa podem se inscrever pelo site Sympla.

Outras iniciativas do Tecnopuc para mulheres 

Flávia Fiorin, Gestora de Operações e Empreendedorismo do Tecnopuc, relembra algumas das ações recentes do Parque: o Women in Tech, em parceria com a HP, e o Conexão Rio-POA [Delas], em parceria com a UFRJ, mostram a responsabilidade e o compromisso que o Tecnopuc tem com a formação e com a conexão de mulheres empreendedoras. Tudo isso demonstra o compromisso em auxiliar startups que tem mulheres como fundadoras a concretizar seus negócios e, dessa forma, transformar a realidade em que pessoas do gênero feminino são minorias na liderança de empresas. 

Estamos muito felizes em contar com o BRDE para impactar a trajetória profissional de muitas mulheres. Além de auxiliar na formação, o ecossistema cria e fortalece uma rede de apoio e de crescimento para que o impacto no mercado seja real. É um movimento que busca auxiliar na transformação do dado que revela o baixo número de startups lideradas por mulheres. Queremos mudar isso através da ação, da conexão e da formação”, sintetiza Flavia.  

PUCRS Online oferece curso gratuito com Malala Yousafzai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz.

Foto: Divulgação

Malala Yousafzai ficou conhecida mundialmente após ser vítima de um atentado por defender o direito à educação para meninas em seu país, o Paquistão. Ela se tornou a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, aos 17 anos. Hoje, aos 24, é recém-graduada pela Universidade de Oxford, além de uma das principais ativistas do mundo pela educação feminina e pelos direitos humanos. Tudo isso inspirou o PUCRS Online a oferecer o curso Certificação em Liderança, Capacidade de Aprender e Resiliência, contando com a presença de Malala como uma das ministrantes.

O curso, que terá aulas liberadas no dia 23 e 25 de agosto, será realizado em dois momentos. O primeiro, com a ativista paquistanesa, será no formato talk show, com tradução em Língua Portuguesa, e vai abordar a importância da educação para o desenvolvimento profissional e pessoal. O segundo momento contará com o historiador Leandro Karnal, que falará sobre Learnability para o desenvolvimento pessoal e profissional, e com o empresário Flávio Augusto, cuja fala terá como tema Liderança, capacidade em aprender e empreendedorismo. Os participantes poderão escolher qual dessas duas aulas desejam acompanhar.

NOVIDADES E DIFERENCIAIS DA CERTIFICAÇÃO

O curso tem como novidade a possibilidade de personalizar o conteúdo conforme os interesses de aprendizagem do participante que receberá, da mesma forma, um certificado com destaque à ênfase escolhida. Para participar, de forma gratuita, basta realizar sua inscrição no site do PUCRS Online até o dia 22 de agosto. Todos os participantes receberão certificado ao fim do curso.

A diretora de Educação Continuada da PUCRS, Renata Bernardon, ressalta que a iniciativa visa debater a importância e a democratização da educação.

“A Malala tem uma contribuição indescritível para a história da educação no mundo e recebê-la para nosso projeto PUCRS Online reforça nosso comprometimento em proporcionar experiência de aprendizagem com grandes nomes. Será um momento muito oportuno para debatermos transformações sociais a partir da educação, como a democratização e maior alcance da educação”.

Alex Augusto, CEO do UOL EdTech, acrescenta que “os cursos trazem conteúdos inéditos apresentados por nomes de grande relevância em suas áreas e são desenvolvidos para entregar uma experiência única ao aluno. Nosso objetivo é proporcionar a melhor experiência, com tecnologia inovadora para que o processo de aprendizagem seja eficaz e a aprendizagem transformadora, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.”

SOBRE O PUCRS ONLINE

O PUCRS Online é um modelo de ensino da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com tecnologia e gestão de UOL EdTech, maior empresa de tecnologia para educação do Brasil. Entre os precursores na oferta de cursos de pós-graduação e MBA 100% online no país, conta com especializações e aulas com grandes mestres nacionais e internacionais.

Educação impulsiona Porto Alegre como uma das melhores cidades para empreender no País

Espaço de coworking do Tecnopuc / Foto: Camila Cunha

A aceleração da transformação digital, o crescimento das possibilidades de interação online e a necessidade de que profissionais saibam lidar com adaptações e autogestão fazem com que o mercado olhe com ainda mais atenção para habilidades específicas e soft skills. É o que explica Loraine Bothomé Muller, professora da Escola de Negócios da PUCRS e especialista em gestão e liderança de pessoas. 

Além de preparar dicas sobre quais são os “talentos” que devem estar em alta em 2021, Loraine mostra na prática qual é a diferença entre habilidade e competência: 

Ou seja, “ter a facilidade (habilidade) de falar bem pode contribuir para a competência de liderança. Assim como a competência em negociação é formada, entre outras, pelas habilidades de ouvir e articular bons argumentos, destaca a especialista.

1. Resolução de problemas complexos

Resolver significa decompor, dividir em partes sem perder a visão do todo. Para lidar com problemas complexos é preciso ter a capacidade de criar soluções que nem sempre são as mais tradicionais e levar em consideração questões variáveis.

2. Trabalho em equipe

A pandemia é um ótimo exemplo da necessidade de saber trabalhar em equipe. Migrar as principais atividades do cotidiano para a modalidade online tem suas praticidades e flexibilidades, mas também pode ser exaustivo se não houver organização e colaboração. 

É importante estabelecer acordos e rotinas com a sua equipe de trabalho, família ou quem divide as tarefas do dia a dia com você. Essa é uma forma de facilitar a comunicação e evitar conflitos ou que informações se percam entre as trocas de mensagens. 

3. Pensamento crítico e analítico

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Foto: Ketut Subiyanto/Pexels)

Não importa qual é a sua área de atuação, saber olhar para as demandas e problemas de forma crítica e analítica é essencial. Esses são critérios cada vez mais decisivos em processos de seleção, inclusive. 

Por isso é comum que cases de empresas reais sejam apresentados em dinâmicas de recrutamento em busca de soluções: para observar a capacidade analítica de cada candidato/a. 

4. Criatividade e inovação

Saiba assumir riscos calculados e explorar as oportunidades de propor ideias diferentes. Mesmo que você não se considere uma pessoa criativa, essa é uma habilidade que pode ser aprimorada. Uma boa forma de começar a pensar por outro ponto de vista é ter em mente “qual problema eu quero resolver?”.

5. Liderança de pessoas

Se engana quem pensa que apenas pessoas em cargos de gestão lideram pessoas. Essa é uma competência que complementa todas as citadas: saber liderar é importante para a entrega de projetos realizados em equipe, para identificar quais colegas têm as habilidades mais adequadas para resolver determinados problemas, assim como integrar a pluralidade das pessoas para entregar soluções mais completas. 

Essa também é uma característica atemporal que dificilmente sairá do topo da lista, mesmo com a evolução tecnológica. 

Dica bônus 

No mundo dos negócios, talento é muito importante. Mas competências e habilidades específicas são fundamentais para o sucesso. Na PUCRS você pode escolher qual caminho combina mais com seus planos e em qual área se vê trabalhando ao final da graduação.  

Descubra qual dos cursos oferecidas pela Escola de Negócios mais combina com você. 

Professor Ângelo Brandelli Costa

Divulgação PUCRS

O professor Ângelo Brandelli Costa, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, foi o único líder emergente escolhido no Brasil, tendo sido indicado pela Sociedade Brasileira de Psicologia, para o Global Psychology Leadershipum projeto da American Psychological Association (APA). A iniciativa reúne líderes emergentes de diversos países a fim de promover o papel da psicologia na abordagem de questões globais críticas, como mudança climática e acesso à saúde, para criar projetos que devem ser apresentados no congresso final do instituto, e definir uma agenda para a psicologia até 2025 

Brandelli conta que foi muito interessante os temas escolhidos terem sido esses, visto que já realiza diversas pesquisas sobre o acesso à saúde, estudando os grupos vulneráveis da sociedade e os malefícios que a dificuldade de acesso pode causar. Para ele, essa iniciativa é diferente do que normalmente costuma fazer, já que ao invés de ensino e pesquisa, a ideia é pensar em como constituir uma liderança em nível local que dialogue com o nível global. 

Já sobre o contato com psicólogos de outros países, o docente afirma: “a pesquisa em psicologia no Brasil historicamente se fechou muito em si mesma, os estudos eram publicados quase todos em português, há cerca de dez anos, apenas, esse cenário vem mudando e acho que conectar a psicologia do Brasil com outras partes do mundo e vice-versa é um movimento super importante porque ajuda a divulgar o que está sendo produzido aqui ao mesmo tempo em que são levadas em consideração iniciativas de outros países”, explica. 

Essa é a primeira vez em que o projeto é realizado. “É a iniciativa mais enfática da APA pensando em outras partes do mundo”, conta o professor. Em relação à expectativa com o projeto, considera ser uma honra poder representar o Brasil, trazendo visibilidade à pesquisa nacional 

Conheça o professor 

Ângelo Brandelli Costa é graduado em Psicologia pela UFRGS, especialista em Psicologia Social e em Psicologia em Saúde (CFP), mestre em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI/UFRGS) e doutor em Psicologia (PPGPSICO/UFRGS). Também foi consultor de diversas agências das Nações Unidas nos temas de saúde e população LGBT+. Atualmente é professor dos programas de pós-graduação em Psicologia, Ciências Sociais e Ciências Médicas e coordena o grupo de pesquisa sobre preconceito, vulnerabilidade e processos psicossociais da PUCRS.  

Escritório de Carreiras

Foto: Arquivo – Ascom/PUCRS

O Escritório de Carreiras da PUCRS vai promover dois eventos gratuitos focados em liderança, inspiração e gestão. As atividades têm vagas limitadas e ocorrem no Campus da Universidade (avenida Ipiranga, 6681). Mais informações pelo telefone (51) 3205-3141 ou pelo e-mail [email protected].

Ações inovadoras em gestão

No dia 17 de abril, às 18h, o gerente de Engenharia da Ambev, Marcos Vinicius Scheffer, vai conversar sobre a cultura da empresa, o perfil dos colaboradores, as ações inovadoras em gestão e as oportunidades disponíveis na empresa. O evento ocorre na Sala 314 do Prédio 50 da Escola de Negócios. As inscrições podem ser realizadas neste link.

Liderança e inspiração

No dia 19 de abril, às 18h, acontece a palestra Liderança e Inspiração. As executivas convidadas vão apresentar suas trajetórias de liderança e também falar sobre algumas competências e desafios. O evento ocorre no auditório do Prédio 40 e as inscrições estão disponíveis neste link.

Na ocasião, uma das palestrantes será a diretora de Recursos Humanos da SAP Labs Latin America, Adriana Kersting. É formada em Psicologia pela PUCRS, Mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela UFRGS, com MBA em RH Estratégico pela UFRGS. Tem 26 anos de experiência em RH, com posições de gestão em empresas de grande porte nacionais e multinacionais.

A outra ministrante será a gerente de RH da SLC Agrícola, Déa Machado. Graduada em Psicologia pela PUCRS, possui mestrado em Administração e Negócios também pela Universidade, MBA em Gestão Empresarial na FGV, Pós-Graduação em Administração de Recursos Humanos na PUCRS, Formação em Coaching Ontológico Transformacional/Leader Group. Tem experiência de mais de 20 anos de experiência em RH.

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Foto: FirmBee/pixabay.com

O curso de extensão Empretec, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e promovido pela Pró-Reitoria Acadêmica da PUCRS, está com inscrições abertas. O objetivo da atividade é potencializar o comportamento empreendedor e a melhoria no desempenho empresarial, além de ampliar a visão de mundo, de liderança e de oportunidades. As aulas são direcionadas àqueles que pretendem iniciar um negócio e empreendedores que queiram potencializar os resultados da sua empresa.

Para participar, é necessário agendar uma entrevista pelo telefone (51) 3353-6065, com Camila ou Andressa. Na terça-feira, 27 de setembro, o curso será apresentado às 19h30min, em palestra com entrada franca na Faculdade de Informática, prédio 32 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). A atividade ocorre também no dia 6 de outubro, no mesmo horário, no auditório térreo da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia, prédio 50. Outras informações podem ser obtidas no site educon.pucrs.br/cursos/empretec.

As aulas ocorrem de 24 a 29 de outubro, das 8h às 18h, na sala 212 do Idear, prédio 15. Entre os temas abordados estão busca de oportunidades e iniciativa; persistência; correr riscos calculados; exigência de qualidade e eficiência; comprometimento; busca de informações; estabelecimento de metas; planejamento e monitoramento sistemáticos; persuasão; redes de contatos e independência e autoconfiança.