Grupo de Estudos Olímpicos

Foto: Divulgação

Nos dias 4 e 5 de agosto, será realizado o Fórum de Estudos Olímpicos 2017 – Rio a Tóquio: Novas Oportunidades e Pesquisas, no Rio de Janeiro. Estudiosos e ex-participantes da gestão dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do ano passado vão discutir os desafios e os legados dos eventos. Participam, pelo Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO), da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da PUCRS, os professores Nelson Todt (um dos organizadores do fórum) e Alessandra Scarton, além de nove estudantes, sete de graduação e dois de mestrado, que apresentarão seis estudos.

Dentre os trabalhos, destaca-se A percepção dos expectadores dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 sobre o futuro dos Jogos Olímpicos, feito pelo GPEO em parceria com a Universidade de Kaiserslautern (Alemanha). A pesquisa teve a chancela da Federação Internacional de Pentatlo Moderno. “Foram coletadas informações que se alinham com a nova ordem de mudanças que a Agenda Olímpica 2020 do Comitê Olímpico Internacional está estabelecendo na atualidade para a renovação dos Jogos Olímpicos”, afirma Todt. Os dados foram coletados com 1.233 espectadores durante os eventos do Pentatlo Moderno nos Jogos Rio 2016. Os resultados preliminares apontam que os espectadores quando questionados sobre quais perigos ameaçam os Jogos Olímpicos nos próximos 20 anos, identificaram doping (58%), corrupção (55%) e terrorismo (58%) como grandes ameaças, sendo o último apontado como principal “motivo para não irem às próximas edições” (48%). Mais conclusões sobre a pesquisa podem ser encontradas aqui.

Outros temas dos trabalhos são os jogos na perspectiva de jornais de três países, comparação dos estados de humor de atletas de modalidades esportivas individuais e a (re)construção da identidade nacional através das cerimônias de abertura e encerramento.

Professor Nelson Todt, da Fefid

Professor Nelson Todt, da Fefid
Foto: Camila Cunha – Ascom/PUCRS

Neste momento, falar sobre os Jogos Olímpicos do Rio 2016 é muito difícil, especialmente pelos inúmeros problemas que, de forma recorrente, atrapalham a preparação brasileira para este desafio internacional, como o alto grau de corrupção do sistema político nacional e a decorrente burocracia para aprovação, encaminhamento e desenvolvimento dos projetos propostos.

Muitos pensam que, com a realização desse evento, muitos problemas do País seriam evitados e outros acabariam… doce ilusão. Até porque seria muita pretensão jogar tal responsabilidade sobre um único evento.

Entre encantamentos, expectativas positivas e dados não muito animadores, neste momento não quero entrar no mérito sobre se os jogos são bons ou ruins, quero apenas me ater ao fato de que são grandiosos.

Um evento como este merece pelo menos maior atenção, compreensão e respeito pelo seu alcance.

Apenas na Era Moderna, os jogos já duram mais de um século… ao considerarmos também os festivais pan-helênicos em Olímpia chegamos a um total de 13 séculos! Por um outro olhar, chama a atenção a audiência da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos em Londres (2012), que chegou a 3 bilhões de pessoas, ou seja quase 43% da população mundial.

Desde sua (re) criação no final do século 19, tendo Pierre de Coubertin como figura mais representativa, até os dias de hoje, o mundo Olímpico encontra-se em constante contradição. É muito cômodo criticar (até porque há motivos para isso), o difícil para muitos tem sido pensar em como tirar um bom proveito de um fenômeno inigualável como este.

É importante ressaltar que o Movimento Olímpico tem sua filosofia apoiada não apenas em uma excelente programação de atividades esportivas, mas, sobretudo na utilização do esporte como um fator de aprimoramento do homem e de sua cultura.

Esta é uma extraordinária oportunidade de mostrar que os brasileiros podem ser muito mais do que um povo simpático e alegre. É possível (e necessário) transformar a indignação de boa parcela do povo brasileiro em ações de mudança e construção… mais do que nunca precisamos de “Ordem e Progresso” para o bem-estar e melhoria da qualidade de vida daqueles que sofrem com a indiferença, desigualdade e falta de perspectivas.

Muitos se questionam sobre o legado que os Jogos deixarão para o País… penso que legado não se recebe, mas se constrói! Assim, é preciso reafirmar a ideia de que ao utilizar o esporte como instrumento de educação, é possível causar efeitos positivos na vida de muita gente.

Esta afirmativa me deixa esperançoso nesta época em que o esporte no Brasil está em evidência. Esperançoso no sentido de que muitos poderão aproveitar o momento máximo da chamada “Década do esporte no Brasil” para educar, formar pessoas melhores e felizes. Formar cidadãos pelo esporte não apenas para o sentido de sociedade, mas para um sentido de humanidade!

 

Saudações Olímpicas!

 

Nelson Todt

 

* Este artigo expressa a opinião pessoal do seu autor.

 

APUCRS recebe, no dia 13 de novembro, duas atividades sobre jogos olímpicos. O 3º Seminário de Estudos Olímpicos e Valores no Esporte colocará em pauta os megaeventos e temáticas relacionadas a educação e valores no esporte. O encontro será ministrado pelo professor daUniversidade Federal do Rio de Janeiro Lamartine da Costa, especialista na área dos estudos Olímpicos. Aberta ao público, a atividade ocorrerá das 14h30min às 16h30min, na sala 904 do prédio 81 do Campus (avenida Ipiranga, 6690 – Porto Alegre). Inscrições gratuitas pelo e-mail [email protected].

Em seguida, a Edipucrs lança a obra Pierre de Coubertin (1863-1937): Olimpismo – Seleção de Textos. O livro, apresentadopelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, pelo Reitor da PUCRS, Joaquim Clotet, e pelo sobrinho-neto de Coubertin, Geoffroy de Navacelle, possui inúmeros textos que contam como a pessoa considerada pai dos Jogos Olímpicos modernos forjou o Olimpismo e acabou desenvolvendo o mais importante evento do planeta. A edição é do presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin, Norbert Müller, e do professor da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da PUCRS Nelson Todt.

O lançamento, para convidados, ocorre das 18h às 19h, no Museu de Ciências e Tecnologia. A obra, realizada pela PUCRS em parceria com o Comitê Internacional Pierre de Coubertin, tem versão eletrônica em português disponível gratuitamente clicando aqui. Detalhes pelo e-mail [email protected].
Quem foi Pierre de Coubertin?
Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin, foi um pedagogo e historiador francês que entrou para a história por ter reestabelecido os Jogos Olímpicos na Era Moderna. Em 1894, em Paris, organizou um congresso internacional e propôs que fosse reinstituída a tradição de realizar um evento desportivo internacional periódico, inspirado no que se fazia na Grécia antiga. Na ocasião, foi decidido que os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna teriam lugar em Atenas, na Grécia, e que a partir daí, tal como na antiguidade, seriam realizados a cada quatro anos. Neste mesmo dia, Pierre de Coubertin também fundou o Comité Olímpico Internacional.

A PUCRS recebe, no dia 13 de novembro, duas atividades sobre jogos olímpicos. O 3º Seminário de Estudos Olímpicos e Valores no Esporte colocará em pauta os megaeventos e temáticas relacionadas a educação e valores no esporte. O encontro será ministrado pelo professor daUniversidade Federal do Rio de Janeiro Lamartine da Costa, especialista na área dos estudos Olímpicos. Aberta ao público, a atividade ocorrerá das 14h30min às 16h30min, na sala 904 do prédio 81 do Campus (avenida Ipiranga, 6690 – Porto Alegre). Inscrições gratuitas pelo e-mail [email protected].

Em seguida, a Edipucrs lança a obra Pierre de Coubertin (1863-1937): Olimpismo – Seleção de Textos. O livro, apresentadopelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, pelo Reitor da PUCRS, Joaquim Clotet, e pelo sobrinho-neto de Coubertin, Geoffroy de Navacelle, possui inúmeros textos que contam como a pessoa considerada pai dos Jogos Olímpicos modernos forjou o Olimpismo e acabou desenvolvendo o mais importante evento do planeta. A edição é do presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin, Norbert Müller, e do professor da Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da PUCRS Nelson Todt.

O lançamento, para convidados, ocorre das 18h às 19h, no Museu de Ciências e Tecnologia. A obra, realizada pela PUCRS em parceria com o Comitê Internacional Pierre de Coubertin, tem versão eletrônica em português disponível gratuitamente clicando aqui. Detalhes pelo e-mail [email protected].
Quem foi Pierre de Coubertin?
Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin, foi um pedagogo e historiador francês que entrou para a história por ter reestabelecido os Jogos Olímpicos na Era Moderna. Em 1894, em Paris, organizou um congresso internacional e propôs que fosse reinstituída a tradição de realizar um evento desportivo internacional periódico, inspirado no que se fazia na Grécia antiga. Na ocasião, foi decidido que os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna teriam lugar em Atenas, na Grécia, e que a partir daí, tal como na antiguidade, seriam realizados a cada quatro anos. Neste mesmo dia, Pierre de Coubertin também fundou o Comité Olímpico Internacional.