pós em medicina, IPB

Foto: Bruno Todeschini

O Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde tem excelência internacional atestada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) desde a avaliação trienal de 2004-2006. Com um corpo docente qualificado e interdisciplinar, o programa se destaca pela realização de projetos de pesquisa diversificados, propiciando o intercâmbio de conhecimentos no meio científico e a aplicação dos avanços da pesquisa básica e clínica com caráter inovador em benefício da comunidade. O corpo discente é formado não apenas por médicos. Recebe até mesmo engenheiros que trabalham com o sistema de imagens médicas ou professores interessados em novas tecnologias aplicadas à saúde. As inscrições para o doutorado vão até 22 de junho.

pós em medicina, neurologia, tomografia

Foto: Bruno Todeschini

“O nosso grande diferencial é a infraestrutura da Universidade em termos de equipamentos”, sublinha o coordenador, Alexandre Padoin, citando o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer-RS), que conta, por exemplo, com PET Scan (tomografia por emissão de pósitrons) para pesquisa com animais de pequeno porte, “o que poucos lugares têm”. Parcerias com centros internacionais também permitem que sejam feitos projetos com outras tecnologias.

O Pós em Medicina e Ciências da Saúde presta consultorias a programas mais recentes, o que é muito valorizado pela Capes. Algumas das instituições que contam com esse apoio são UFRGS, Unisinos, Uniritter, Unipampa, Furg, USP, UFBA, Unesp, Inca e UFRJ.

Integração com a graduação

Todos os professores do Programa incluem alunos de graduação em suas pesquisas, além dos mestrandos e doutorandos. Uma das formas de estimular que se dediquem à investigação científica desde cedo é o programa MD PHD da Capes. Na primeira vez que participou do edital, em 2008, a PUCRS integrou quatro estudantes de Medicina ao doutorado, mediante concurso interno. Três terminaram com êxito seus trabalhos e realizaram doutorado sanduíche no exterior, sendo que Marta Hentschke recebeu o Prêmio Capes de Tese em 2015. Outros seis acadêmicos ingressaram no MD PHD desde então.

Centro busca novas terapias contra tuberculose

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Foto: Gilson Oliveira

Um dos exemplos da excelência da pesquisa realizada pelo Pós em Medicina e Ciências da Saúde e também em Biologia Celular e Molecular é o trabalho do Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional (CPBMF), que sedia o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose. No local, são buscados novos compostos menos tóxicos e mais eficientes contra a doença, que ainda tem números alarmantes. São 2 bilhões de infectados. Em 2016, houve 10,4 milhões de novos casos e 1,3 milhão de óbitos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 69.569 pessoas foram diagnosticadas em 2017 e 4.426 morreram em 2016, segundo o Ministério da Saúde. A taxa de abandono do tratamento chega a 10% no País, duas vezes além da meta da OMS.

O coordenador, Luiz Augusto Basso, diz que o CPBMF tenta acompanhar o que os melhores laboratórios do mundo fazem. Encurtar o tempo de medicação (hoje são seis meses) e eliminar as cepas resistentes são dois dos desafios. Para isso, o INCT é dividido em três partes: diagnóstico, agentes quimioterápicos e proteoma/vacinas. A PUCRS se envolve nos dois últimos. A maioria dos experimentos é feita no centro, localizado no Parque Científico e Tecnológico da Universidade (Tecnopuc).

São selecionados compostos com potencial de atividade contra a tuberculose. Das centenas de sintetizados, sobram alguns que podem funcionar e passarão para as novas etapas. E não há garantia de que terão efeito nos modelos in vivo. Os esforços da equipe incluem abordagens racional e fenotípica para identificação de compostos químicos promissores a serem utilizados no tratamento.

Análises de toxicidade e segurança dessas substâncias são realizadas em linhagens de células eucarióticas, no zebra fish, em roedores e não roedores. Essa etapa ajuda a prever o comportamento dos compostos nos sistemas mais complexos. Em paralelo aos estudos, há a tentativa de identificação do alvo desse possível novo fármaco – no hospedeiro ou na micobactéria. Nos últimos três anos, pesquisadores foram para os EUA e Inglaterra aprender novas estratégias que foram implantadas no CPBMF.

Além de Basso, professor permanente dos Programas de Pós em Medicina e em Biologia Celular e Molecular (PPGBCM), atuam no local os professores Cristiano Valim Bizarro, da Escola de Ciências, que coordena o PPGBMC, e Pablo Machado, da Escola de Ciências da Saúde, responsável pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Farmacêutica. Hoje, o CPBMF tem sete bolsistas de pós-doutorado, da Medicina e da Biologia Molecular, seis doutorandos, seis mestrandos, além de cinco alunos de iniciação científica. De formações variadas, envolvem-se da pesquisa básica à aplicada.

SAIBA MAIS
Inscrições até 22 de junho
Valor da bolsa integral Capes/CNPq
Mestrado: R$ 1.500

Doutorado: R$ 2.200

Mestres e doutores diplomados pelo Programa desde 1994
Mestres: 468

Doutores: 242

Professores titulados (doutores e pós-doutores)
30 professores (24 permanentes e 6 colaboradores) – mais de 50% têm pós-doutorado no exterior
Professores bolsistas de produtividade do CNPq
17 bolsistas docentes (68% do total) – 3 são nível 1A (o máximo)
Alunos de fora do Estado
Alunos vindos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais
Alunos de fora do País
Alunos do México, Argentina, Chile, Peru e Colômbia
Alunos em estágio pós-doutoral
14, sendo 5 bolsistas do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) e 1 bolsista do Prêmio de Tese, ambos da Capes.
Bolsas de estudo
CNPq (mestrado e doutorado)

Proex/Capes – parcial e integral (mestrado e doutorado)

Universidade de Bolonha,Universitá di Bologna

Universidade de Bolonha (Itália)
Foto: Carlo Pelagalli

Como uma das formas de internacionalização, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Escola de Direito (PPGCrim) vem orientando alunos em regime de cotutela, modalidade que permite ao estudante de doutorado realizar sua tese sob supervisão de dois orientadores, um em seu país de origem e outro em um país estrangeiro. A estudante italiana Bruna Capparelli, que no dia 10 de maio defendeu sua tese na Universitá di Bologna (Itália), optou por esse formato. Ela obteve o conceito excelente no curso de doutorado, no qual foi orientada pelos professores Giulio Illuminati e Michele Caianiello, de Bolonha, e pelo professor da Escola de Direito da PUCRS Nereu Giacomolli.

Bruna, que durante um ano estudou em Porto Alegre, explica que a escolha pela Universidade foi incentivada pela semelhança entre o ordenamento jurídico brasileiro e o italiano e também pelo prestígio do Programa de Pós-Graduação e seus professores. “Tive a sorte de ser orientada pelo professor Nereu Giacomolli, junto com a grande família da PUCRS, e fui agraciada com a possibilidade de amadurecer, de me pôr em cheque, de alimentar a minha paixão pelo direito e pela justiça, de cultivar a minha aspiração”, ela afirma. A experiência também trouxe importante contribuição no estudo da metodologia de pesquisa para a sua tese, que abordou a revelia do réu no ordenamento italiano e seus reflexos constitucionais e supranacionais.

Colaboração interinstitucional

Universidade de Bolonha,Universitá di BolognaMesmo com o fim da cotutela, ela espera poder colaborar com a relação interinstitucional entre as duas Universidades, o que, de acordo com a doutora, contribuiria para a realização de um espaço de alta formação e de pesquisa para os jovens estudiosos de Processo Penal e Ciências Criminais. “Acredito que estas relações tenham que ser cultivadas e que, por seu forte valor educativo, seria oportuno manter vivas essas preciosas ocasiões de trocas, consolidando os resultados obtidos até então, porque o alcance destes objetivos traria grandes benefícios à comunidade cientifica em geral”, conclui Bruna.

Internacionalização

A estudante italiana é a segunda a ser orientada em regime de cotutela pelo PPGCrim. O professor Giacomolli conta que a primeira ocasião foi com um aluno da Alemanha, cuja defesa ocorreu em 2017. O professor de Direito atualmente está orientando outro aluno, em cotutela com a Universidade de Pavia (Itália), o qual defenderá sua tese até o primeiro semestre de 2019. De acordo com Giacomolli, essa terceira defesa de tese em cotutela com universidades europeias mostra resultados efetivos e fortalece a internacionalização do PPGCrim.

Sobre Bolonha

A Universidade de Bolonha, fundada no ano de 1088, é considerada a mais antiga do mundo ocidental. Sua história está entrelaçada com a dos grandes nomes da ciência e da literatura, sendo ponto de referência para a cultura europeia e mundial.

times higher education, américa latina, ranking, latin americaO ranking Times Higher Education (THE) Emerging Economies University Rankings 2018 apontou a PUCRS como a segunda melhor instituição privada do Brasil entre os países emergentes. Além disso, ocupa a primeira posição dentre todas as universidades da região Sul. Os destaques da PUCRS na avaliação foram nos quesitos de Industry Income, International Outlook e Citations (Transferência de conhecimento, Internacionalização e Citações em artigos científicos).

O ranking engloba 378 instituições de ensino de 42 de países. O Brasil é a terceira nação com maior número de instituições, com 32. Ao todo foram considerados 50 países classificados como economias emergentes (avançadas e secundárias) ou “economias de fronteira” pela FTSE, companhia especializada em cálculo de índices e serviços correlatos de dados, em escala internacional. Entretanto, instituições de apenas 42 desses países chegaram à lista final do Top 378.

 

Indicadores e metodologia

O ranking usa os mesmos 13 indicadores de rigor metodológico de desempenho que o THE World University Rankings, examinando os pontos fortes de cada universidade em relação a todas as suas principais atividades: ensino, pesquisa, citações, transferência de conhecimento e perspectivas internacionais. A metodologia foi cuidadosamente recalibrada para melhor refletir as características e prioridades de desenvolvimento das universidades em economias emergentes. Mais peso é dado, por exemplo, à interação com a indústria e à perspectiva internacional da universidade.

O Times Higher Education é um dos mais importantes rankings do mundo e mostra, principalmente, o impacto da pesquisa realizada na Instituição por meio de citações em base de dados.

 

Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018, CRES, Marília Morosini

Foto: Bruno Todeschini

O tema Ensino Superior, internacionalização e a integração regional pautou o sexto encontro do Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018 para a Terceira Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres) – Unesco Iesalc de 2018, realizado no dia 26 de abril, no 6º andar da Biblioteca Central. A apresentação foi desenvolvida pelas O painel foi apresentado pelas professoras Marília Morosini, coordenadora do Centro de Estudos em Educação Superior (CEES/PUCRS), e Heloisa Delgado, assessora-chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), com mediação da professora Magda Cunha, coordenadora de Pesquisa da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.

Na abertura do evento, a professora Marília expôs uma panorâmica da internacionalização do Ensino Superior ao redor do mundo, com foco especialmente na América Latina. Trouxe dados sobre a evolução de jovens matriculados e comparativos com outros continentes. No caso do Brasil, mostrou que deficiências no Ensino Médio barram o avanço do Ensino Superior, algo que não ocorre em outras nações latino-americanas. Citando a edição anterior do Cres, promovida no ano de 2008, na cidade de Cartagena das Índias (Colômbia), afirmou, com base no documento final daquele evento, que é preciso fortalecer a cooperação da América Latina e do Caribe com as outras regiões do Mundo, particularmente a cooperação Sul-Sul e, dentro desta, com os países africanos. “A internacionalização na América Latina e Caribe está baseada no princípio de cooperação solidária e partilha do conhecimento, para fortalecer as capacidades científicas e tecnológicas locais”, frisou a docente. “Na medida em que nos fortaleçamos com os conhecimentos do Global Norte (Hemisfério Norte), podemos nos tornar um hub (ponto de conexão) com as redes em nosso continente”, completou.

Integração regional e internacionalização at home

Atualmente, com base em informações do Banco Mundial e da Unesco Iesalc compiladas pelo Centro de Estudos em Educação Superior da PUCRS (Cees), foi realizado um mapeamento dos estudantes internacionais pelo mundo. Mesmo sendo vista como uma questão fundamental ao desenvolvimento acadêmico, de acordo com o estudo, apenas 5,6% dos universitários no mundo usufruem da possibilidade de mobilidade. Porém, “na sociedade do conhecimento, a internacionalização é fator importante nos rankings e avaliações realizadas pelos governos” lembrou a professora.

Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018, CRES, Heloísa Delgado

Foto: Bruno Todeschini

A Europa e os Estados Unidos permanecem como os principais destinos dos estudantes, mas o cenário mudou nos anos 2000, incluindo países como Austrália, China e Índia entre as preferências. A América Latina, porém, tem participação muito pequena nesse cenário. A professora também destacou um movimento surgido na União Europeia: a internacionalização at home (em casa), na qual o universitário passa a ter experiências como ensino a distância ou o currículo torna-se mais internacional. O estudo online e de bibliografias além das fronteiras é fundamental nesse contexto, segundo Marília Morosini. De acordo com a painelista, os aspectos global, regional, institucional, além da interculturalidade, devem ser bem observados pelas IES ao promoverem a internacionalização. Para o caso das latino-americanas, reforçou a necessidade de as universidades serem abertas a essa possibilidade, de se estabelecer conexão por redes e de ampliar a integração regional.

O avanço da internacionalização

Durante sua explanação, a professora Heloísa salientou aspectos como o aumento da mobilidade acadêmica nos últimos anos, com diferentes formas de internacionalização, conforme dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes). No entanto, há necessidade de se aprimorar essa iniciativa. Entre os pontos de sua fala, frisou que grande parte dos universitários, ao conquistarem seus diplomas, não tem preparo para o mercado global. Essa carência, que afeta o mundo corporativo, é detectada também em países desenvolvidos. As organizações necessitam, cada vez mais, de cidadãos adaptados a diferentes realidades, tolerantes e com habilidades mistas, características normalmente desenvolvidas com experiências internacionais.

Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018, CRES, Heloísa Delgado, Magda Cunha, Marília Morosini

Foto: Bruno Todeschini

A professora pontuou sobre entraves em políticas públicas que acabam dificultando a expansão desse movimento. Para ela, é necessário que sem ampliem possibilidades durante a Graduação e que as lideranças se sensibilizem para essa necessidade. Numa abordagem local, destacando o Campus da Universidade, defendeu que essa cultura de internacionalizar o Ensino Superior esteja presente em todos os espaços. “Se quisermos nos internacionalizar, isso deve ser feito de forma horizontal, em todo o Campus, para todos os níveis de trabalhadores”, asseverou. Ao final das apresentações a mediadora, professora Magda Cunha, convidou a plateia a contribuir. Professores e pesquisadores trouxeram experiências pessoais e profissionais, reiterando a riqueza dessas vivências para alunos e suas repercussões no desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.

Ensino Superior na América Latina e Caribe

43% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso à Educação Superior
10 mil instituições de Ensino Superior
20 milhões de alunos estão matriculados

Outros continentes e territórios
América do Norte: 77% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso à Educação Superior
Europa Central e Leste: 69% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso à Educação Superior

Sobre o Cres

O Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018 é um espaço de reflexão na comunidade acadêmica da Universidade que aborda os temas centrais da Terceira Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres) – Unesco Iesalc de 2018. O evento será realizado na Cidade de Córdoba, Argentina, em junho de 2018, visando a Conferência Mundial de Educação Superior que acontecerá no ano de 2019, em Paris (Unesco).

Em sete encontros, os temas são discutidos por integrantes da comunidade acadêmica e, ao final do Ciclo Preparatório, será elaborada uma carta manifesto com as contribuições e reflexões da PUCRS sobre a Educação Superior.

Marilia Morosini

Marilia Morosini durante capacitação do British Council
Fotos: Bruno Todeschini

Como trabalhar a internacionalização em casa? Como enriquecer o ambiente universitário com diferentes experiências culturais sem se restringir à mobilidade acadêmica de uma parcela de estudantes e professores? Como promover uma experiência internacional a quem não tem a oportunidade de viajar e fazer cursos fora do país? Esse é o desafio da PUCRS, que trabalha na internacionalização dos currículos. Um projeto, encabeçado pelo British Council e coordenado pela professora Marilia Morosini, pretende transformar a Universidade em referência brasileira nessa área.

Uma das etapas do processo ocorreu de 29 de novembro a 1º de dezembro, na Universidade. Promovido pelo Centro de Estudos em Educação Superior, do Programa de Pós-Graduação em Educação, e pela Newcastle University, do Reino Unido, e com apoio da Pró-Reitoria Acadêmica, foi realizado o British Council Capacity Building & Internationalisation for Higher Education. Professores participaram de palestras e workshops para elaborar o modelo dentro do contexto da PUCRS e do Brasil. Segundo o professor Alexandre Guilherme, que integra a iniciativa, a partir de 2018, deverão começar a funcionar projetos pilotos nos cursos de graduação em Educação e Letras, da Escola de Humanidades, e Economia e Administração, da Escola de Negócios.

 

O que é uma universidade internacional?

Sue Robson

Sue Robson destacou que a internacionalização deve envolver a todos na instituição

Durante a capacitação, a professora Sue Robson, da Newcastle University, destacou que a internacionalização deve envolver a todos na instituição e não estar restrita à promoção de intercâmbios, como ocorre no Brasil, ou à geração de renda, o caso mais comum de países europeus, da Austrália e Nova Zelândia. “Apenas ter um número elevado de alunos estrangeiros é suficiente para considerar uma universidade internacional? E manter publicações e pesquisas com o exterior?”, questiona a professora. Segundo ela, se faz necessário mudar a cultura, explorar diferentes línguas, conhecimentos e literaturas.

Sue defende que o propósito da internacionalização é a preparação para a vida em uma sociedade democrática. Ligada à reputação das instituições, deve ser pensada muito além e trabalhada em uma perspectiva intercultural, com foco nos objetivos éticos, sociais e acadêmicos do ensino superior.

Para a professora Joana Almeida, também da Newcastle, o processo deve levar em conta os cenários nacional, regional, local e institucional. Disse que o grupo da PUCRS é o mais indicado para avaliar o que funcionará na tentativa de internacionalizar o currículo, a partir de elementos – e não fórmulas mágicas – trazidos pelos especialistas da universidade do Reino Unido. “Os grandes beneficiados serão os estudantes. As adaptações devem se basear nas necessidades de aprendizagem e nos diferentes backgrounds culturais.”

O evento também contou com a participação do professor Steve Walsh, da mesma instituição. Estiveram presentes representantes da Universidade Federal do Pampa e da Universidade Federal de Santa Maria, parceiros do projeto.

Parceria

Em maio, a Universidade discutiu o tema internacionalização em casa no Seminário Internationalisation of Higher Education in the UK and Brazil: A partnership between Newcastle University and PUCRS, consolidando a parceria entre as instituições. Desde 2016, um grupo de pesquisadores da PUCRS mantém contatos e trabalhos sistemáticos com a Newcastle.

O acordo tem como objetivos discutir a perspectiva da internacionalização a partir de redes de pesquisa nos contextos do Reino Unido e Brasil; incentivar maior reflexão sobre as pesquisas e práticas docentes e institucionais por meio de trocas de experiências; e reforçar o diálogo, a produção e a circulação do conhecimento acerca da internacionalização na Educação Superior.

 

 

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Foto: Divulgação APTE

O Tecnopuc e a Associação de Parques Tecnológicos da Espanha (APTE) acabam de assinar um acordo de internacionalização. A parceria é resultado de um convênio firmado entre a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e a APTE em 2016. O ato ocorreu durante o primeiro dia da Missão Técnica da Anprotec na Espanha, na segunda-feira, 18 de setembro. Jorge Audy, presidente da Associação e assessor da Reitoria da PUCRS, e Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc, juntamente com a Soledad Diaz, diretora da APTE, formalizaram o convênio.

A combinação se dá no âmbito do Programa de Softlanding Enterprise Eurolodge da Associação Espanhola, que visa a facilitar a realização de negócios ao redor do mundo. A entrada do Tecnopuc reforça a importância da relação entre os países e ambientes de inovação. Para Prikladnicki, a aproximação está alinhada com o Programa de Internacionalização do Tecnopuc, que em 2017 completa cinco anos. “Dentro dos desafios atuais, as empresas precisam nascer globais. O Tecnopuc contribui criando oportunidades para que essas conexões aconteçam”, considera.

APTE

A Associação de Parques de Ciência e Tecnologia da Espanha foi criada em 1989 e seu principal objetivo é colaborar, por meio da capacitação e difusão de parques científicos e tecnológicos, para a renovação e diversificação da atividade produtiva, o progresso tecnológico e o desenvolvimento econômico. Atualmente, a instituição agrega 66 parques tecnológicos associados, distribuídos por todo o território espanhol.

Programa de Internacionalização do Tecnopuc

O Tecnopuc possui acordos bilaterais com diversos ambientes de inovação pelo mundo, envolvendo países como Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Rússia e China, entre outros. Além disso, faz parte de redes internacionais, que dão acesso a mais de 150 ambientes de inovação ao redor do mundo. Essa aproximação não beneficia apenas as empresas interessadas em se estabelecer em outro país, mas também as que desejam conexões internacionais, mesmo permanecendo por aqui.

International Week PUCRS 2017Se você planeja viver experiências internacionais dentro e fora do Brasil, então não pode perder a segunda edição do International Week PUCRS, que ocorre de 25 a 29 de setembro. O evento, gratuito e aberto ao público, apresentará temas ligados à carreira, aos negócios e à cultura internacional. Oficinas, palestras e workshops promovem as oportunidades e os caminhos da internacionalização e a importância de estar conectado às mais diversas possibilidades. As atividades ocorrem na Biblioteca Central e no Idear, no Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre), durante os turnos da manhã, tarde e noite. As inscrições gratuitas estão abertas e podem ser feitas no site www.pucrs.br/internationalweek. Confira alguns destaques da programação e tire suas dúvidas:

Como é estudar no exterior?

No dia 25 de setembro, acontece o Speak Out, bate-papo com alunos PUCRS que realizaram intercâmbio acadêmico no exterior e alunos estrangeiros em mobilidade acadêmica na PUCRS.
Horário: das 16h às 17h
Local: Saguão da Biblioteca Central – Prédio 16

Como faço para retirar um visto?
No dia 26, terça-feira, saiba tudo sobre como retirar seu visto para o exterior numa conversa com Monika Sperotto, sócia-proritária da empresa Top Vistos Consulares.
Horário:
das 10h às 12h
Local: Idear – Prédio 15, Sala 212

Quer estudar no Canadá?
Na quarta-feira, 27 de setembro, conheça as oportunidades de estudo em um dos países mais acolhedores aos estrangeiros. A apresentação será feita por Paula Manozzo, do Government of Canada Trade.
Horário: das 18h às 19h30min
Local: Saguão da Biblioteca Central – Prédio 16

Como ter uma carreira internacional trabalhando no Brasil?
Na quinta-feira, 28 de setembro, Arthur Arruda, sênior Manager Assurance na Ernst Young, e Sharon Bicca Treiguer, gerente do Instituto Gerdau, vão contar suas experiências e compartilhar suas trajetórias profissionais, mostrando como é possível ter um currículo internacionalizado dentro das empresas.
Horário: das 18h às 19h30min
Local: Saguão da Biblioteca Central – Prédio 16

Como montar um currículo em Inglês e Espanhol?
No dia 29, sexta-feira, a professora Letícia Presotto, do Lexis – Centro de Idiomas da PUCRS, explica como construir o currículo ideal em inglês e espanhol.
Horário: das 16h às 17h
Local: Idear – Prédio 15, Sala 212

Confira a programação completa e inscreva-se aqui.

Paulo Quaresma

Fotos: Divulgação

O vice-reitor para Investigação e Desenvolvimento, Inovação e Transferência de Tecnologia da Universidade de Évora (Portugal) e professor do Departamento de Informática, Paulo Quaresma, virá à PUCRS dar palestras sobre a aposta da Instituição na internacionalização e projetos nas áreas de inteligência artificial e processamento de língua natural. No momento, a universidade conta com alunos de 72 nacionalidades distintas, 14,5% do total. A maioria (62%) é oriunda de países de Língua Portuguesa, e 43% provêm do Brasil. Nos cursos de doutorado, o número de estrangeiros representa 40% (9% do País). Para o próximo ano letivo, conta com mais de cem acordos de mobilidade na graduação e pós-graduação oriundos do Brasil. “Um aspecto que gostaríamos de incrementar é o estabelecimento de acordos para a realização de formações conjuntas e de projetos de pesquisa. Aproveito a oportunidade para lançar esse desafio!”, afirma.

Quaresma estará na PUCRS nos dias 11 e 13 de setembro. No primeiro dia, tratará do Plano Estratégico da Universidade de Évora, com uma abrangência até 2020, que está organizado em três eixos — a produção de conhecimento, a socialização do conhecimento, e a transferência de conhecimento — e em quatro vetores de orientação — a definição de áreas âncora, a internacionalização, a sustentabilidade e o modelo educativo. Nessa palestra, será abordado o vetor que visa reforçar o nível de internacionalização. Será dada uma especial atenção ao impacto dessa estratégia no ensino e na investigação na área da Informática, bem como no processo de transferência de tecnologia.

Falando sobre processamento de língua natural, no dia 13, o professor Quaresma apresentará projetos em parceria com empresas. Um deles, que se iniciou neste ano, visa ao desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica para suporte à criação de recursos e ferramentas computacionais para a Língua Portuguesa.

A palestra do dia 11 será no auditório térreo do prédio 32 e a do dia 13, no auditório 517. Ambas ocorrerão às 14h e são abertas ao público em geral. A programação faz parte dos festejos dos 40 anos da Faculdade de Informática. No dia 2 de setembro, às 20h, também ocorre jantar comemorativo no Restaurante Panorama, por adesão.

Para saber mais sobre os eventos, acesse o site.

 

Dos problemas às soluções

Paulo Quaresma

Confira entrevista do professor Quaresma sobre a aposta estratégica assumida pela Universidade de Évora de incentivo à internacionalização. Ele também conta um pouco da experiência das parcerias com empresas e da necessidade de uma abordagem transdisciplinar, buscando atuar “do problema à solução”. Um dos projetos resultou na criação de uma spin-off na área de agricultura de precisão visando desenvolver metodologias de análise de imagens de satélite e alerta aos agricultores para potenciais problemas relacionados com carência de água ou outros riscos ao crescimento das plantas.

 

Que políticas e ações a Universidade de Évora definiu e coloca em prática para incentivar a internacionalização, favorecendo o intercâmbio de estudantes e a realização de pesquisas em conjunto?

A Universidade de Évora aprovou em 2015 um plano estratégico em que a internacionalização é uma das quatro vertentes principais identificadas. Efetivamente, a UEvora identificou como sua missão: 1) a produção de conhecimento, através da investigação científica e artística, a experimentação e o desenvolvimento tecnológico e humanístico; 2) a socialização do conhecimento,  através da qualificação académica, seja por cursos formais ou por ações de formação ao longo da vida; e 3) a transferência de conhecimento para a sociedade. De forma a conseguir atingir esses objetivos, foram selecionadas quatro vertentes de orientação: o foco em áreas-âncora: a internacionalização, a sustentabilidade e o modelo educativo da Universidade. É, portanto, do resultado de uma aposta estratégica assumida por toda a academia que surgem os objetivos associados à vertente da internacionalização: aumentar o nível de internacionalização do ensino e da pesquisa e preparar os alunos para carreiras internacionais. As ações definidas para atingir estes objetivos são, essencialmente, as seguintes: a) aumento do número de acordos com instituições internacionais e o número de mobilidades “in” e “out” de alunos e docentes; b) estabelecimento de graus e formações conjuntas; e c) parcerias em projetos de pesquisa e de transferência de conhecimento.

 

O senhor pode citar algum projeto que envolva transferência de tecnologia e outro que impacte no ensino?

Um projeto muito interessante na área do ensino é a colaboração com a Universidade de São Tomé em Príncipe. No âmbito dessa colaboração e após obtidas as necessárias autorização governamentais dos dois países, foi possível criarmos edições de cursos de mestrado e de doutorado em S. Tomé, tendo, neste momento, quase 200 alunos de pós-graduação e existindo praticamente uma “ponte aérea” entre Évora e S. Tomé e Príncipe. Tem sido uma experiência muito positiva! Na área da transferência de tecnologia, gostaria de referir a criação de uma spin-off da Universidade de Évora na área da agricultura de precisão: a Agroinsider. Essa empresa, com base em trabalhos de pesquisa desenvolvidos na Universidade, desenvolveu metodologias para analisar imagens de satélite e alertar os agricultores para potenciais problemas relacionados com carência de água ou outros problemas com o desenvolvimento das plantas. Numa altura em que o uso dos recursos naturais é cada vez mais crítico, a agricultura de precisão é uma ferramenta que pode desempenhar um papel fundamental. A empresa foi uma das mais requisitadas num dos maiores eventos tecnológicos europeus, o Web Summit. Julgo, aliás, que há uma potencial grande aplicabilidade dessas metodologias no Brasil, que possui grandes áreas de cultivo e necessita de otimizar o uso dos recursos naturais.

 

Quais são as novidades em projetos em conjunto com empresas em processamento de língua natural e inteligência artificial? Existe a possibilidade de licenciamento de algum produto ou serviço nessas áreas?

Temos em curso vários projetos nesse domínio com empresas. Um deles está relacionado com o desenvolvimento de um sistema com capacidade de analisar a informação divulgada através da mídia (televisão, rádio, jornais) e das redes sociais (Facebook e Twitter) e identificar automaticamente situações indiciadoras de potenciais crimes. O projeto está a ser desenvolvido por um consórcio liderado por uma empresa tecnológica portuguesa e inclui universidades e centros de pesquisa na área do processamento de língua natural, nas vertentes de texto e fala. Como resultado desse projeto haverá certamente lugar ao licenciamento de novos produtos. Há ainda uma iniciativa de grande dimensão que se iniciou em julho e visa criar uma infraestrutura para recursos computacionais para a Língua Portuguesa. Esse projeto é financiado pelo programa Portugal 2020 e tem como objetivo incluir e disponibilizar trabalhos desenvolvidos por todos os grupos de investigação em processamento computacional da Língua Portuguesa, incluindo os grupos existentes no Brasil. Aliás, existem protocolos e manifestações de interesse estabelecidos com vários grupos e instituições brasileiras, uma das quais a PUCRS.

 

Esses estudos devem demandar um corpo de pesquisadores e alunos de vários cursos e especialidades. Como se dá essa necessária integração?

Efetivamente, temos vindo a sentir cada vez mais a necessidade de uma abordagem transdisciplinar aos problemas que se nos colocam. Nesse sentido, estamos a criar na Universidade de Évora um novo centro de pesquisa, com um foco na transdisciplinariedade enquanto metodologia que nos permita atuar “do problema à solução”. Nesse centro, temos investigadores de áreas tão distintas como o Design, a Arquitetura, a Engenharia, a Linguística, a Psicologia, a Sociologia, a Gestão e a Filosofia! A receptividade, quer dos investigadores envolvidos, quer das empresas e entidades com que nos relacionamos, é extremamente positiva e temos já “em mãos” vários novos desafios. Consideramos que esse é um caminho correto e que vem ao encontro das grandes tendências internacionais, tendo grandes expectativas quanto ao desempenho desse centro num futuro próximo!

 

 

 

Yasmin Dutra/PUCRS

Yasmin Dutra/PUCRS

O Reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e o Vice-Reitor, Jaderson Costa da Costa, receberam nesta quinta-feira, 18 de maio, os professores Sue Robson,  Steve Walsh e Joana Filipa Almeida, da Newcastle University. O grupo de pesquisadores veio a Porto Alegre para o seminário Internationalisation of Higher Education in the UK and Brazil: A partnership between Newcastle University and PUCRS, ocorrido no último dia 16, quando foi consolidada a parceria acadêmica entre as duas instituições.

Desde 2016, um grupo de pesquisadores da PUCRS, do qual fazem parte os docentes  Alexandre Anselmo Guilherme e Marilia Morosini, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Escola de Humanidades (PPGEdu), mantém contatos e trabalhos sistemáticos em parceria com a Newcastle University (Reino Unido), integrante do Russel Group, uma rede formada por 24 universidades britânicas de excelência.

O seminário dessa semana, promovido pelo Centro de Estudos em Educacao Superior (CEES), da Escola de Humanidades, discutiu a perspectiva da internacionalização a partir de redes de pesquisa nos contextos do Reino Unido e Brasil; o incentivo à reflexão sobre as pesquisas e práticas docentes e institucionais por meio de trocas de experiências; e o reforço do diálogo, da produção e da circulação do conhecimento acerca da internacionalização na Educação Superior.

Uma das propostas apresentadas no evento foi a internacionalização at home do ensino e da pesquisa, ou seja, sem a necessidade de viagem a outros países. Essa é uma realidade no continente europeu e pode representar uma inovação para os currículos acadêmicos no Brasil.

1ª International WeekEstão abertas as inscrições para o International Week PUCRS, evento destinado a quem busca vivências internacionais, que ocorre no prédio 50. As atividades, que ocorrem de 12 a 16 de setembro, foram planejadas com base em três pilares: negócios, carreiras e culturas. Workshops e palestras em inglês, francês e espanhol integram a programação. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site eventos.pucrs.br/internationalweek.

Durante a manhã e à tarde, temas como currículo e entrevista em inglês e espanhol, vistos, graduação em inglês, liderança, inovação estratégica serão abordados nos workshops. Além disso, o cônsul da Espanha, José Pablo Alzina, falará sobre oportunidades no país em que representa. Já as palestras, realizadas diariamente entre terça e sexta-feira no início da noite, abordam negócios e carreira na Itália e na Austrália e a crise dos refugiados no cenário global. O gerente de compras da John Deere, Leandro de Freitas Carrion, e o representante da American Chamber of Commerce for Brazil (Amcham), Marcelo Borges Rodrigues, serão alguns dos convidados para contar sua experiência em empresas internacionais. O Cônsul Geral da Itália em Porto Alegre, Nicola Occhipinti, juntamente com o representante da empresa Pirelli Maico Matos dos Santos, falam sobre Negócios e Carreira Internacional.

O Espaço Nações também estará aberto aos participantes durante toda a semana, das 18h às 21h30min, com a presença de 55 alunos de mobilidade acadêmica de 13 nacionalidades. O local terá como foco a cultura dos países, apresentada pelos estudantes internacionais em estandes, e apresentações de música com o coral da PUCRS e o Piano Trio, formado por piano, bateria e contrabaixo. Os consulados da Espanha, Itália, Japão, Portugal e Uruguai terão painéis de exposição de fotos para ilustrar as culturas locais no saguão da Biblioteca Central, prédio 16 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

Essa é a primeira edição do evento que unifica atividades já realizadas na Universidade com foco em internacionalização, como a Maratona de Carreira Internacional, promovida pelo Escritório de Carreiras, e a Festa das Nações, do Instituto de Cultura, agora conectados também com a Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia.