Rafaela Albuquerque, de 21 anos, foi uma das contempladas no Projeto Gladys. / Foto: Giordano Toldo

Rafaela Albuquerque, de 21 anos, ouviu o chamado para seu curso superior ideal de forma bem inusitada: durante a pandemia, com toda a desinformação que circulava nas redes sociais, surgiu nela a vontade de entender melhor os dados que estavam sendo divulgados. O gosto pela visualização e entendimento desses dados a levou a buscar formas de ingressar na área da Tecnologia de Informação (TI). Hoje, ela está no quinto semestre do curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial na PUCRS, como bolsista integral pelo Projeto Gladys. 

Pioneiro na área e único presencial no Sul do Brasil, o curso oferece aos alunos um aprendizado consistente e amplo, com base em um currículo inédito, diferenciado e preparado por um time de professores/as que possui vasta experiência, tanto na docência quanto no mercado de trabalho. A graduação em Ciência de Dados e Inteligência Artificial forma profissionais aptos a exercer múltiplas atividades, atuando como cientistas de dados, engenheiros/as ou arquitetos/as de dados, engenheiros/as de IA e Machine Learning, analistas de inteligência de mercado, entre outros.  

Para Daniel Callegari, professor da Escola Politécnica e coordenador do curso, a graduação é diferenciada em relação às demais do mercado, possuindo interação com o programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, de excelência internacional, e interação com o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) da PUCRS, considerado o melhor do Brasil. 

“Os egressos possuem uma visão profunda de temas como programação, estatística, Machine Learning e a oportunidade de certificações de estudos durante a graduação, que possibilitam cursar disciplinas de diversas áreas e laboratórios de ensino e pesquisa em áreas de seus interesses”, destaca ele. 

Espaços de aprendizagem diversos e corpo docente em sintonia com o mercado 

Living 360, Laboratório de Redes de Computadores e Laboratório de Alto Desempenho: estes são alguns dos principais espaços educacionais utilizados pelo curso de Ciência de Dados e IA – o conjunto de laboratórios totaliza cerca de 500 estações de trabalho disponíveis aos alunos. Além disso, Daniel destaca as três disciplinas de Projeto em Ciência de Dados, nas quais os alunos têm contato com experimentos, provas de conceito e projetos reais de empresas e organizações parceiras do curso, executados em um ambiente inovador destinado ao desenvolvimento de atividades práticas do curso. Nela, os estudantes exercitam a resolução de situações reais de projetos, vivenciando, ao longo do curso, desafios que irão encontrar no mercado de trabalho.  

Leia mais: Engenharia de Computação: laboratórios e conexão com a indústria fazem toda a diferença na formação

Nossos espaços de aprendizagem possibilitam que os alunos adquiram e dominem conceitos básicos e avançados da área de Ciência de Dados e IA. Estes conceitos habilitam os estudantes a atuar no mercado, desenvolvendo modelos e soluções tecnológicas para quaisquer verticais da indústria”, destaca. 

O espaço favorito de Rafaela na Escola é o Laboratório de Programação (LAPRO), que ela frequenta para estudar e se concentrar nas tarefas – além de estar repleto de computadores e impressoras à disposição dos estudantes. Paralelo a isso, ela destaca a estrutura curricular do curso e como ela impacta no aprendizado: Por mais técnicas que sejam algumas disciplinas, elas nos ensinam a lidar com os dados de forma responsável.” 

Rafaela enfatiza que todo o currículo do curso é orientado por dados. / Foto: Giordano Toldo

Outro grande mérito do curso está em seu corpo docente extremamente qualificado e em sintonia com as tendências do mercado. “Eles estão comprometidos em se manter atualizados por meio de diversas estratégias, como participação ativa em eventos científicos e sociais, envolvimento em pesquisas, networking profissional, formação continuada e colaboração direta com a indústria”, descreve o coordenador. Muitos professorem têm inclusive participação em empresas e startups de escopo nacional e internacional – tudo isso permite uma atuação efetiva dos docentes e a promoção de um ensino de qualidade aos alunos. 

Por que estudar Ciência de Dados na PUCRS? 

Internet das Coisas (IoT), cidades inteligentes, veículos autônomos, computação vestível, inteligência artificial e robótica: esses são alguns dos novos conceitos e tecnologias que surgem com a interconexão maciça dos mais diversos tipos de dispositivos eletrônicos usados por todos e em todo lugar. Nesse mundo em constante evolução tecnológica, é preciso profissionais para atender as demandas que vêm com essa evolução. “A PUCRS forma profissionais com o perfil mais completo possível, que os habilita a atuar em todas as áreas que necessitem de soluções inovadoras envolvendo descoberta e processamento de dados”, afirma Daniel. 

Ele ainda destaca o curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial da PUCRS como o único do seu formato na região Sul, que integra ações com o Tecnopuc e com o Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Ciência de Dados. 

“A graduação em Ciência de Dados, bem como os demais cursos de TI da PUCRS, tem seus currículos revisados constantemente, seguindo suas referências nacionais e internacionais. Outro fato importante é a proximidade dos cursos de TI com o Tecnopuc. Existem muitas possibilidades de atuação dos estudantes, desde os semestres iniciais, dentro do ecossistema de inovação do Parque, seja por meio dos programas de estágio de empresas parceiras, seja através dos programas de inovação e empreendedorismo existentes”, comenta o professor. 

Entre tantas instituições, Rafaela escolheu a PUCRS para cursar sua graduação, pois a Universidade oferece a ela recursos que não se encontra em qualquer lugar: ajuda psicológica aos alunos, espaços de lazer e descontração, aconselhamento de carreira e de estudos e segurança no campus são alguns dos fatores destacados pela estudante. 

Leia também: Construção de um futuro energeticamente mais sustentável é o foco da graduação em Engenharia de Energias Renováveis da PUCRS

“No que se refere ao meu curso, acredito que, entre as instituições que disponibilizam cursos na área, a estrutura da PUCRS é a melhor. Temos professores renomados e com vasta experiência tanto acadêmica como na indústria, e nosso currículo é extremamente orientado a dados. Além disso, são poucas as universidades que dão todo esse apoio para os estudantes, todo o suporte que a Universidade dá é simplesmente incrível”, diz a estudante.

Estude Ciência de Dados e Inteligência Artificial na PUCRS

centro de pesquisa em ciência de dados

Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Ciência de Dados da PUCRS desenvolve iniciativas de impacto desde 2020. / Foto: Envato

Com o objetivo fomentar ações transversais na Universidade, mantendo a tradição do desenvolvimento de pesquisa de ponta e de relevância internacional, o Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Ciência de Dados da PUCRS (CCD), lançado em 2020, atua em diversas linhas dessa área desenvolvendo os pilares de ensino e inovação em áreas como Aprendizado de Máquina, Visão Computacional e Processamento de Língua Natural.

Coordenado pelo pesquisador da Escola Politécnica, Márcio Sarroglia Pinho, o Centro busca atender tanto às demandas do ecossistema de ensino, pesquisa e inovação da PUCRS como da sociedade em termos de formação de profissionais diferenciados e fomento a negócios inovadores. A equipe conta com pesquisadores e professores, além de bolsistas de pós-doutorado e alunos de todos os níveis que se conectam através dos projetos específicos desenvolvidos no CCD.

“O Centro coordena o relacionamento da PUCRS com a sociedade na área. Trabalhamos para atrair parceiros externos para projetos com a Universidade e também apoiamos a identificação de pesquisadores da PUCRS que possam atender às demandas”, destaca o coordenador.

Projetos desenvolvidos pelo Centro

Durante o ano de 2022, o CCD estabeleceu uma parceria com a startup HOW.AI (healthtech big data & analytics), que utiliza IA para recrutar e selecionar pacientes para pesquisas clinicas – sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS. A parceira se iniciou com o projeto Inteligência Artificial na Pesquisa Clínica: Rapidez e Eficiência no Recrutamento de Pacientes, financiado pela Fapergs no âmbito do edital Doutor Empreendedor.

Neste projeto o CCD presta apoio e consultoria à empresa para o desenvolvimento de um modelo de Inteligência Artificial para a seleção de pacientes para testes clínicos. Dentro da mesma parceria, foi aprovado recentemente um novo projeto em um edital do CNPq para a utilização da nuvem AWS para o processamento do modelo de IA que está sendo desenvolvido.

centro de pesquisa em ciência de dados

Projetos utilizam inteligência artificial para criação de aplicações voltadas à área da Saúde. / Foto: Envato

Recentemente o CCD teve um projeto aprovado no CNPq para realizar a formação de profissionais de start-ups, na área de Inteligência Artificial, em parceria entre o CCD e o Navi, o Hub de Ciência de Dados e Inteligência Artificial do Tecnopuc. Neste projeto serão capacitados até 60 desenvolvedores de software para a criação de aplicações que utilizam Inteligência Artificial.

Outro projeto em que o CCD integra é o Ciars – Inteligência Artificial aplicada à Saúde, aprovado no edital Programa De Redes Inovadoras De Tecnologias Estratégicas do Rio Grande Do Sul, da FAPERGS. O Ciars é uma rede de inteligência artificial aplicada a saúde gaúcha. O projeto conta com a participação de 44 pesquisadores, 10 universidades, quatro empresas e quatro hospitais. No projeto, pesquisadores do Centro atuam com pesquisa e inovação no desenvolvimento de novas técnicas para o monitoramento de dados de saúde no Rio Grande do Sul (inclusive nos casos de surtos e epidemias) e criam sistemas capazes de auxiliar médicos no diagnóstico de pacientes.

“Além disso, as iniciativas buscam criar ferramentas para ajudar hospitais na classificação de pacientes conforme nível de complexidade e urgência no atendimento e para apoiar gestores na tomada de decisão sobre a adoção de diferentes tecnologias, assim como formar profissionais qualificados para trabalharem na área de saúde digital”, conforme salienta Pinho.

No âmbito desta iniciativa, a PUCRS acaba de receber um novo equipamento para dar suporte às demandas de processamento projeto. Trata-se de um servidor com 4 placas de processamento para IA, modelo nVidia A6000. Hospedado no Laboratório de Alto Desempenho do Ideia, o servidor contém dois processadores Intel Xeon 5320 (totalizando 52 cores/104 threads) e 128GB de memória RAM. Neste aspecto, quando comparado com um bom computador de uso pessoal, este servidor tem quase 10 vezes o poder computacional.

O coordenador do Laboratório e professor da Escola Politécnica Tiago Ferreto conta que o servidor foi instalado no Laboratório de Alto Desempenho (LAD), garantindo acesso a todos os estudantes e pesquisadores que precisarem.

“As técnicas aplicadas em ciência de dados se beneficiam enormemente da capacidade de processamento paralelo oferecida pelo servidor. Ele conta com cinco GPUs NVIDIA Quadro RTX A6000 com 48GB de memória GDDR6. Isso equivale a aproximadamente 25 vezes a capacidade de processamento de uma boa placa GPU de um computador pessoal”, destaca.

Center on Artificial Intelligence for Health

centro de pesquisa em ciência de dados

Atuação interdisciplinar do Centro de Pesquisa envolve todo o ecossistema de inovação da PUCRS. / Foto: Envato

O CDD também participa do Center on Artificial Intelligence for Health (CIIA-Health). Este centro é uma rede de pesquisa e inovação financiada pela FAPESP e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que une pesquisadores e instituições de excelência na área de Inteligência Artificial e Saúde. Atualmente, diversos pesquisadores do CCD integram esta rede para desenvolver soluções avançadas de inteligência artificial (IA), capazes de auxiliar profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento de doenças, e orientar gestores de saúde na programação de ações de prevenção e organização da assistência à saúde.

Recentemente, a PUCRS obteve a aprovação de 3 projetos em um edital interno do CIIA, trazendo bolsas de mestrado para o PPGCC, conforme explica a coordenadora e pesquisadora da Escola Politécnica Soraia Musse.

“Dados os desenvolvimentos atuais na área da tecnologia e a possibilidade de melhoria de processos da área da saúde, o CIIA-Health representa um avanço nessa área de aplicação. As aplicações do centro são as mais diversas, de apoio a diagnóstico à logística, passando por simuladores. Espera-se que destas relações entre a PUCRS e o centro de saúde possam ser criadas várias aplicações, softwares e empreendimentos”, destaca a docente.

Futuro e novas frentes de atuação

Existem duas parcerias que estão sendo buscadas, propondo novas soluções para a sociedade. Em conjunto com a Smart Policing Lab – Centro de Inovação e Pesquisa da Brigada Militar o CCD está buscando desenvolver projetos e disponibilizar pesquisadores para a área de Segurança Pública.

Já em aproximação com a Marcha, empresa de participações e investimentos dos Maristas atuantes no Tecnopuc, o CCD está buscando estreitar os laços a fim de apoiar empresas nascentes e crescentes em escala, que necessitem utilizar a IA em seus projetos, tanto com a prestação de consultoria quanto como a execução de projetos conjuntos.

Além destes, o CCD também integra outros dois projetos, em parceria com a SAP, que tiveram início nos últimos anos e são coordenados pelo professor da Escola Politécnica Dalvan Griebler, intitulado Gerenciamento de Queries com Aprendizado de Máquina e Pipelines de Dados Resilientes. Conforme o coordenador Márcio Pinho, o CCD pretende sempre ajudar a orientar e incrementar a utilização das tecnologias de Inteligência Artificial na PUCRS, assim como atrair a sociedade para parcerias relevantes na área.

“Esperemos também fortalecer o relacionamento com o nosso ecossistema de inovação, em especial com o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS e seu complexo de startups”, finaliza.

Leia também:

Ir. Evilázio Teixeira é reitor da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

Piscamos os olhos e logo após o alvoroço do ChatGPT, chega o GPT-4, capaz de passar no exame para advogar nos EUA, apto a se matricular em Stanford. A velocidade com a qual a inteligência artificial (IA) está evoluindo é surpreendente, nos apresenta desafios e provoca reflexões urgentes, não apenas no campo da Educação. O próprio ChatGPT, em resposta à Revista Scientific American, redacionou que a rápida evolução tecnológica gera preocupações éticas que vão do aumento da desinformação e notícias falsas até a maneira como instituições de ensino irão avaliar pessoas.  

No horizonte – além da promessa de maior produtividade, melhores ilustrações para nossos slides, respostas aos nossos e-mails, artigos prontos em minutos e provas gabaritadas – alguns problemas que podem se tornar maiores do que já são. Teríamos chegado ao fim, finalmente, de uma era de avaliações, provas, exames que medem apenas a capacidade de memorização de humanos e não de compreensão e raciocínio?  

Máquinas que formulam e respondem perguntas já existem e há muitas evidências de que a humanidade está deixando muitas coisas para trás e criando outras, implicando o surgimento de novas formas de pensar, sentir, relacionar-se, agir e viver. As novas tecnologias de informação e comunicação estão mudando completamente a relação das pessoas e organizações com o conhecimento, e estabelecendo ligações mais horizontais entre os que investigam, os que ensinam e os que aprendem.  

Com todo tipo de informação na palma da mão, os espaços de liberdade de cada indivíduo foram enormemente alargados. Toda pessoa que queira é também um potencial transmissor de informação e conhecimento. Isto favorece a criatividade. Estamos todos em condições de selecionar e escolher com quem nos relacionamos e a que grupos e comunidades pertencemos. Cada um de nós pode escolher com quem se comunica, a que grupos, organizações e comunidades pertence, de que iniciativas culturais, sociais, políticas e econômicas participa. As transformações e adaptações são muitas, em toda parte. 

As preocupações que surgem no âmbito da Educação a partir da rápida evolução da inteligência artificial generativa são legítimas e acabam por reforçar cada vez mais a necessidade de uma formação integral para seres humanos integrais, uma educação regenerativa. A história humana não é um processo natural que se desdobra de acordo com leis objetivas, mas é o resultado da atividade dos seres humanos e dos agrupamentos que estes formam. A história humana é a praxis dos seres humanos, não é dada naturalmente, mas é construída subjetivamente, sendo a subjetividade entendida como a intervenção ativa mais ou menos consciente e voluntária.  

O que parece ser necessário neste campo é elaborar a nível teórico, e formar as pessoas a nível prático, numa ética de responsabilidade pessoal, social e ambiental baseada nos valores da justiça e da solidariedade. E em ligação com esta ética, implantar uma espiritualidade do desenvolvimento humano, fortemente empenhada na transformação de si próprio e do mundo, procurando evoluir para formas mais elevadas de conhecimento, consciência e vida.  

A ciência que nos guia, em uma perspectiva ocidental, encontra seus fundamentos nos pré-socráticos gregos. O pensamento está, sobretudo, no sentimento (pathos) da admiração da realidade (ón). Está no seu aparecer e desaparecer, no seu mostrar-se e ocultar-se (phainómenon-alétheia), aviva nele o desejo (eros) da fala (logos), a mais bela morada (éthos) do humano. Esse empreendimento, o mais antigo, vai persistir em todas as épocas subsequentes do desenvolvimento das ciências, afinal ainda hoje nos sentimos aprendizes dos discursos dessa Antiguidade. 

Se estamos aqui, neste planeta ainda habitável pelos seres humanos, que optemos por levar adiante com coragem, mesmo frente a grandes desafios, essa função civilizatória da educação, de impacto social e transformação individual e coletiva. Queremos colocar nossas melhores energias a serviço. 

Leia também: ChatGPT: a popularização da tecnologia e a necessidade de profissionais na área

Inteligência Artificial na Medicina

Foto: Yuri Arcurs/Envato Elements

Quando falamos em Inteligência Artificial na Medicina, o que vem à mente? Hoje, já existem infinitas possibilidades. Algumas delas se resumem a desenvolver e empregar máquinas para realizarem atividades humanas de maneira autônoma. Com várias tecnologias, como redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de aprendizado e análise de dados, a IA tem influenciado diversas especialidades da Medicina, garantindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficientes.  

O professor da Escola de Medicina da PUCRS Fernando Ferreira Gazzoni destaca que, graças aos avanços tecnológicos da IA, tornou-se possível realizar análises preditivas que abrangem uma ampla variedade de técnicas estatísticas e de mineração de dados. Um exemplo é o Machine Learning, tecnologia que permite analisar fatos atuais e históricos para fazer previsões sobre eventos futuros ou desconhecidos em cada caso. Além disso, o docente comenta que o desenvolvimento tecnológico que a AI proporciona tem influência no desenvolvimento de novas técnicas da prática médica. 

No Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, por exemplo, o grupo de radiologia realiza estudos com a aplicação da inteligência artificial na prática clínica, especialmente na área de tórax e neurorradiologia. Mais recentemente, foram realizadas pesquisas de revisão sistemática e metanálise sobre o desempenho diagnóstico da inteligência artificial na detecção de câncer de pulmão e sobre o uso de inteligência artificial para predizer o risco de ventilação mecânica no cenário de COVID-19. 

Diagnóstico precoce a partir da Inteligência Artificial 

No campo da Radiologia, a aplicação de IA tem proporcionado diversos avanços, como o reconhecimento de voz, acesso remoto a especialistas, entre outros. Na área já foi possível realizar a criação de plataformas com acesso a milhares de imagens clínicas, que permite aos médicos identificar estruturas anatômicas e suas alterações mais delicadas, além do desenvolvimento da tomografia avançada, tecnologia capaz de identificar as mais minuciosas alterações em tecidos e órgãos dos pacientes.  

Inteligência Artificial na Medicina, machine-learning e inteligência artificial generativa

Foto: Pexels

Outro exemplo é o projeto iLung², desenvolvido por pesquisadores da PUCRS e a startup Exper, sediada no Parque Tecnológico e Científico da PUCRS, em parceria com a Boehringer. Conforme explica Gazzoni, o iLung² alia a análise de dados e Inteligência Artificial para oferecer diagnósticos precisos de doenças ligadas ao tabagismo, além de identificar câncer pulmonar em fases extremamente precoces. O projeto foi criado por um grupo de pesquisas do HSL em 2021 e já atendeu mais de 2 mil pacientes em todo país. 

O docente ressalta a importância deste projeto, visto que o câncer de pulmão é o segundo tumor de maior incidência em todo o mundo e o que mais conduz ao óbito. 

“As mortes relacionadas aos tumores de pulmão têm aumentado em proporções epidêmicas, refletindo a relação desta doença com o tabagismo. Com isso, é fundamental prever sua presença nos pacientes, para definir as estratégias mais efetivas para reduzir o número de casos e óbitos relacionados aos tumores pulmonares”, finaliza Gazzoni.

Leia também: Curso de Odontologia da PUCRS promove formação integral do estudante

Manifeste interesse no Vestibular Complementar!

Cursos de TI da PUCRS oferecem formação alinhada com o mercado e as tendências da área / Foto: Pexels

A International Data Corporation (IDC) prevê um crescimento de 10,6% no setor de TI no Brasil em 2022. Além disso, entre as tendências para o ano está o aumento na busca por Inteligência Artificial (IA), ambientes híbridos, IoT (Internet of Things) e atração e retenção de talentos. Não é novidade que as tecnologias estão em ascensão e cursar curso de TI pode ser a chance de ingressar em uma área em constante crescimento.

Conheça os cursos de Ciência de Dados e Inteligência Artificial e de Ciência da Computação da PUCRS, que estão com inscrições abertas até o dia 6 de junho para o Vestibular de Inverno 2022. Também é possível ingressar via Transferência e Ingresso Diplomado que estarão com inscrições abertas a partir de 16 de maio.

Como é o curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial?

Além de ser um curso novo na Universidade, também é o primeiro bacharelado presencial da Região Sul. Ele surge do crescimento da demanda por profissionais especializados em Ciência de Dados ou em Inteligência Artificial. “Nós começamos a analisar o cenário da computação e das áreas afins e percebemos que existia uma lacuna entre mercado de trabalho e formação de profissionais”, comenta Daniel Callegari, coordenador do curso.

A ideia é formar profissionais que possam atuar nas mais variadas áreas. Muitas vezes, o imaginário criado em torno de quem trabalha com tecnologia é de alguém reservado, que trabalha isolado junto a um computador ou demais tecnologias. No entanto, isso não condiz com a realidade: a interdisciplinaridade é cada vez mais promovida no mercado de trabalho e diferentes profissões vão necessitar de um profissional especialista em TI, em uma atuação transversal. A resolução de problemas é uma das competências que estarão em alta no mercado nos próximos anos e ela é extremamente abordada no curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial.

Análise de mídias sociais, de sentimentos (como uma marca está sendo percebida pelo público), de imagens para diagnósticos médicos e processamento de textos na área jurídica são algumas atuações possíveis para os graduados em Ciência de Dados e Inteligência Artificial, além disso, o profissional dessa área pode atuar em conjunto a setores que vêm crescendo muito no mercado de trabalho, como o agronegócio e a saúde”, exemplifica Callegari, que complementa:

Se inscreva em um curso de TI e ngresse em uma das áreas que mais crescem!

Foto: Pexels

“A ideia principal é ‘desvende os dados, transforme a humanidade’, que compreende em conseguir analisar dados de maneira aprofundada e compreender em que sentido eles podem auxiliar na tomada de decisões”

O curso tem uma base em matemática e estatística, aliado aos fundamentos da computação. No entanto, não se restringe a isso: “nós acreditamos na trajetória aberta, os estudantes podem escolher estudar nas áreas de domínio em que querem atuar, até mesmo pelas disciplinas eletivas ou através das certificações de estudo, que permitem o aluno a cursar matérias em diferentes áreas”, explica o professor.

Leia também: PUCRS lança iniciativa inédita em Ciência de Dados e Inteligência Artificial

Promovendo o acesso ao Ensino Superior

A HP e a PUCRS ofereceram este ano seis bolsas integrais para o curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial através do Projeto Gladys.

O Projeto auxilia pessoas com renda familiar inferior a três salários mínimos brutos por pessoa e que tenham cursado o Ensino Médio em instituições públicas ou privadas com bolsa integral.

Para conhecer mais sobre a iniciativa, visite o site do Projeto Gladys.

E a Ciência da Computação? Como funciona?

Com um currículo moderno, renovado recentemente, o curso de Ciência da Computação é o mais tradicional na área e, também, o mais abrangente. O curso aborda desde os fundamentos teóricos da Computação até o desenvolvimento de inovações em campos como robótica, visão computacional, sistemas inteligentes, bioinformática, visualização de dados, criptografia e jogos, explica o coordenador Alexandre Agustini, falando sobre essa outra possibilidade de curso em TI.

Curso de TI: ingresse em uma graduação ainda este ano.

A Ciência da Computação está na base das tecnologias / Foto: Pexels

De acordo com o professor, a computação está extremamente presente na vida das pessoas, apesar de muitas vezes não percebemos o quanto utilizamos essas tecnologias. “A tendência é que cada vez mais a nossa vida seja impactada pelas tecnologias e a gente sequer perceba isso. As ligações telefônicas estão se tornando raras, mas utilizamos aplicativos de mensagens que envolvem um complexo sistema computacional. Na Medicina, a mesma coisa, temos diferentes aparelhos diagnósticos, ou seja, os utilizados na realização de exames, que utilizam complexos algoritmos computacionais. O profissional de Ciência da Computação é o que está na base dessas tecnologias, dando suporte a toda essa infraestrutura”, complementa.

Além disso, como conta Agustini, a pandemia expôs uma carência conhecida no mundo todo há anos, que é a demanda por profissionais de computação e expôs a necessidade de avanços na área de segurança na internet, a qual pode ser ampliada por esses trabalhadores. Isso tudo fez com que a sociedade percebesse sua vida é impactada por essas ferramentas, como os aplicativos de videochamadas para o trabalho remoto.

“Isso faz com que a sociedade perceba mais claramente o que é a computação e sua importância, o que é um muito bom para a área de TI”

E os outros cursos de TI?

Além desses dois, estão com as inscrições abertas para ingresso na graduação os cursos de Engenharia de Computação, Engenharia de Software e Sistemas de Informação. Todos também fazem parte do futuro da tecnologia e, como o professor Alexandre Agustini explica, trabalham em conjunto com os cursos aqui mencionados.

Curso de TI é a sua cara?

Essa é sua chance de entrar na Universidade ainda em 2022, manifestando interesse no Vestibular. Esses e os demais cursos da Escola Politécnica aceitam ainda transferência e ingresso de diplomado.

Conheça os processos de ingresso para 2022/2 e inscreva-se!

Professor da Escola Politécnica é o primeiro brasileiro eleito para o conselho da AAAI / Foto: Matheus Gomes

Formado em Ciência da Computação pela PUCRS, com mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade e doutorado na King’s College Londono professor e pesquisador Felipe Meneguzzi vem trilhando uma trajetória de sucesso na área da inteligência artificial (IA). Recentemente foi nomeado como conselheiro executivo da Association for the Advancement of Artificial Intelligence (AAAI), maior entidade de IA do mundo, que já teve como membros do conselho grandes nomes da área e hoje é composto por integrantes de universidades como Oxford, MIT, Harvard e Yale. Meneguzzi é o primeiro brasileiro eleito para esse conselho. 

Com mais de 20 anos de pesquisa na área de IA, com atuação como professor visitante na University of Aberdeen, na Escócia, e na University of Melbourne, na Austrália, segue a linha de pesquisa de planejamento automático. “Tenho me dedicado a estudos de reconhecimento de objetivos, ou seja, sistemas que tentam identificar o que uma pessoa ou agente está querendo atingir”, comenta. 

Tendências da Inteligência Artificial 

Para Meneguzzi o futuro da Inteligência Artificial está em potencializar o que os seres humanos já fazem. “Não vejo a IA substituindo o indivíduo, mas sim ajudando e potencializado determinada tarefa, uma forma de expandir a nossa mente”, explica. Para o pesquisador, um exemplo está na desinformação nas redes, onde um ser humano utiliza a IA de forma mal-intencionada para propagar fake news, por exemplo. “A IA possibilita amplificar iniciativas positivas, mas ao mesmo tempo pode ser utilizada de maneira negativa”, adiciona. 

Para o pesquisador, carros autônomos, apesar de muito discutidos, também não devem se tornar realidade em um futuro próximo. Esses sistemas estão baseados em aprendizado de máquina que ainda precisa ser muito desenvolvido e avaliado: 

“O que eu vejo para o futuro é uma diminuição do número de pessoas fazendo uma mesma tarefa, mas não tarefas que eliminarão totalmente o ser humano. Costumo dizer que tenho uma visão mais positiva sobre a IA”, comenta. 

Sobre a presença da IA nas atividades humanas, Meneguzzi reflete ainda que tais inserções deverão trazer alterações na sociedade. “Isso nos fará pensar mais profundamente sobre a dignidade do ser humano, sobre o que é um trabalho digno. Essas reflexões vão ser cada vez mais fortes, reavaliando a humanidade”, completa. 

Reconhecimento internacional 

Sobre sua nomeação para a Association for the Advancement of Artificial Intelligence, o pesquisador da Escola Politécnica celebra o reconhecimento de seus pares fora do Brasil. “Acredito que a oportunidade é fruto de contatos. Para a carreira, enquanto pesquisador, avalio a indicação como questão de respeito na área e me orgulha dividir espaço com nomes prestigiosos”, adiciona.

Inauguração NAVI

A inauguração do Hub de Ciência de Dados e Inteligência Artificial será transmitida pelo YouTube da PUCRS/Foto: divulgação

O NAVI, Hub de Ciência de Dados e Inteligência Artificial liderado pelo Tecnopuc e pela Wisidea Ventures, aceleradora de empresas de base tecnológica, foi criado com o propósito de conectar empreendedores, pesquisadores, investidores, estudiosos e interessados na área. Esse espaço inovador será inaugurado oficialmente no dia 24 de junho, às 17h, em uma transmissão ao vivo realizada através do canal da PUCRS no YouTube.

Participarão do evento o Reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira; o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da Universidade, Jorge Audy; o gestor de Relacionamento e Negócios do Tecnopuc, Leandro Pompermaier; e o coordenador do Hub pela Wisidea Ventures, Rodrigo Leal de Moraes.

Para Jorge Audy, o movimento de criação de hubs de Inovação temáticos leva o Tecnopuc para um novo patamar no apoio e fomento ao desenvolvimento de negócios em áreas estratégicas para a Universidade. “Uma dessas áreas é a Inteligência Artificial e Ciência de Dados, com o NAVI. Nele, temos a parceria com a Wisidea Ventures, que está acelerando startups de base tecnológica. Por isso, temos a perspectiva de um crescimento significativo dessas empresas, seja via Track Startup, com nossos estudantes de graduação e pós-graduação, seja na própria dinâmica do Tecnopuc. Destaco muito especialmente o patrocínio master do Banrisul ao NAVI, parceiro essencial da inovação no nosso ecossistema de inovação e no nosso Estado”.

“É só o início do Hub que com certeza apoiará o desenvolvimento de talentos e de negócios de impacto para a sociedade”, complementa Audy.

Já Rodrigo Leal, CEO e cofundador do NAVI, afirma que “o Hub surge em uma iniciativa inédita para o Sul, mas também inovadora para o Brasil, com o objetivo de ser um elo entre o mercado, a comunidade acadêmica e a sociedade”.

Como funciona o NAVI

PUCRS conta com seviços que potencializam competências empreendedoras

Foto: Bruno Todeschini

O NAVI viabiliza a aceleração de novos negócios através de uma metodologia que inclui mentorias, conexões com investidores e outros agentes do mercado e aproximação com empresas consolidadas. Além disso, o Hub conecta, por meio de um programa, startups que tenham como diferencial a aplicação da Inteligência Artificial em seus produtos, e que já tenham desenvolvido um mínimo produto viável (MVP), para início de validação com clientes e/ou usuários. Por fim, também é voltado para profissionais que tenham interesse em empreender e acadêmicos que buscam transformar conhecimento em negócios.

O programa de startups, com duração de 12 meses é dividido em quatro etapas:

Guilherme Garcia, assistente de startups do NAVI, explica que é possível terminar o programa antes do prazo previsto, e até mesmo depois, pois varia muito de empresa para empresa. “Queremos, além de tudo, modelos de negócios que tenham impactos sociais, pois essa é uma das frentes do Hub. Nosso objetivo é encontrar ideias inovadoras e com consequências positivas para a sociedade”, pontua.

Hub faz parte de iniciativa inovadora em Ciência de Dados e IA

Foto: Pexels

Com foco no desenvolvimento das startups e empreendedores, ele busca, ao final do processo, consolidar uma taxa atrativa e recorrente de crescimento para a startup, sustentabilidade do negócio e captação financeira para alavancagem.

Qualquer startup pode se inscrever para o programa, independentemente de ter ou não relação com a PUCRS. Inclusive, podem participar empresas que não estejam em Porto Alegre, uma vez que é possível a participação a distância. O programa aceita inscrições a todo momento, além de lançar pelo menos um edital anual para recrutar mais iniciativas.

Conheça a estrutura

O Hub conta com amplo espaço para realização de eventos e reuniões. Como proposta do modelo de funcionamento do NAVI, a infraestrutura do espaço proporciona uma experiência imersiva e diversificada aos empreendedores e pesquisadores residentes. Sendo assim, o espaço é ideal para startups e grupos realizarem workshops, talks, pitches e palestras.

A troca de experiências e o diálogo aberto são incentivados entre os diversos membros do Hub. Por esse motivo, o NAVI é organizado com mesas centrais e compartilhadas, copa acessível a todos os membros, banheiros e sala de recepção.

Além disso, as startups e grupos de pesquisas possuem cabines individuais com paredes rebaixadas para aumentar a visibilidade e interatividade entre os grupos de trabalho, assim como salas de reuniões privativas para temas que requeiram maior atenção e cautela. Ao todo, o Hub possui mais de 80 postos de trabalho.

O NAVI faz parte de um complexo na área de Ciência de Dados e Inteligência Artificial, em que além do centro de pesquisa, ensino e inovação, fazem parte, também os cursos de graduação e pós-graduação, que são os primeiros presenciais nessa área na região.

5 dicas: como ter mais controle sobre o impacto da tecnologia na sua vida

Foto: Unsplash

Inteligência Artificial, Machine Learning, hackersjá se perdeu com tantos termos ou bateu um pouco de medo? A tecnologia ainda não evoluiu ao ponto de ser possível encontrar carros voadores nas ruas ou dispositivos que transmitam os aromas das comidas pela televisão. Mas já existem formas de rastrear todos os lugares que você visita, mapear quais são seus gostos e indicar produtos que você quer mas nem sabia ainda. 

A sociedade está vivendo na era do Big Data, onde a informação é um dos ativos mais valiosos e sua importância só tende a aumentar. Desvende dados, antecipe o futuro, desenvolva novas tecnologias de maneira ética e responsável em conexão com as principais tendências do mundo no novo curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial da PUCRS. Saiba mais sobre os dez anos de atuação da universidade na área neste link! 

Mas se a tecnologia tem tanto “poder”, isso faz dela uma vilã ou aliada? Bom, isso depende de como as pessoas a utilizam. Confira algumas dicas de cuidados e novidades sobre o tema: 

1. Entenda como as máquinas aprendem 

Originalmente, a Inteligência Artificial é uma disciplina da Ciência da Computação. Mas, nos dias de hoje, pode-se dizer que a IA é a tecnologia capaz de reproduzir o comportamento humano para tomadas de decisão. 

Dois dos seus pilares mais conhecidos são o machine learning (aprendizado de máquina) e o deep learning (aprendizagem profunda). 

O primeiro diz respeito ao uso de algoritmos para organizar dados, reconhecer padrões e fazer com que computadores possam aprender. Já o segundo parte do aprendizado de máquina que, por meio de algoritmos de alto nível, reproduz a rede neural do cérebro humano. 

Saiba mais: Inteligência Artificial: conceito e como dominá-la e Diferença entre Machine learning e Deep learning. 

2. A tecnologia é problema ou solução? 

O mundo está melhorando ou piorando com a chegada da tecnologia? Segundo uma das aulas de Tiago Mattos, futurista e um dos maiores líderes empresariais do Brasil, a tecnologia traz novas soluções e, com elas, novas questões e problemas para serem discutidos. 

Por exemplo: hoje as pessoas vivem em uma das épocas mais pacíficas da história. Mesmo assim, a sensação de que há muita violência é algo presente. Ambas afirmações podem estar corretas, mas o acesso à informação, facilitado pela tecnologia e a internet, ajudam a discutir sobre isso 

3. Saiba identificar notícias falsas 

Se todo mundo pode produzir conteúdo e postar a qualquer momento, como saber quais informações são verdadeiras e quais fontes são confiáveis? 

O professor Marcelo Crispim da Fontoura, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, preparou algumas dicas, como identificar fontes e comparar as informações, por exemplo. Confira neste link. 

4. Previna-se de ataques e crimes online 

Os crimes cibernéticos são uma prática criminosa que, em geral, tem como objetivo ganhar dinheiro a partir dos dados coletados ou por motivos pessoais e políticos. 

Confira neste link as dicas do PUCRS Online de como se prevenir utilizando ferramentas simples e acessíveis. 

5. Transformação Digital e o futuro das instituições 

Ao contrário do senso comum, Transformação Digital não tem a ver com tecnologia diretamente, mas sim com estratégias e novas formas de pensar. Envolve Inovação Digital, mas mais ainda Transformação Estratégica. 

Nestes tempos de transformação a sociedade acompanha uma aceleração sem precedentes de mudanças – seja nas nossas vidas, nas organizações ou na sociedade. 

Segundo o artigo de Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, para obter sucesso em momento de transformação é necessário ter pessoas motivadas, uma liderança inspiradora e capacidade de construir uma visão de futuro compartilhada. 

ciência de dados,inteligência artificial,novo curso,bacharelado,centro de pesquisa

Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação e curso de bacharelado são duas frentes novas de atuação

A PUCRS lança neste mês um complexo inédito no Sul do País na área de Ciência de Dados e Inteligência Artificial. Um Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação e o primeiro curso de bacharelado em Ciência de Dados e Inteligência Artificial (IA) presencial da região são duas frentes novas de atuação que unem forças à pós-graduação stricto e lato sensu já consolidada, com reconhecimento internacional, e o hub de IA e Ciência de Dados do Tecnopuc 

Ações de pesquisa de ponta e desenvolvimento de ações vinculadas a este tema são realidade na PUCRS há quase uma década. Com a iniciativa, a universidade agrega à trajetória na área o compromisso com a formação completa de profissionais, da graduação à pós-graduação, fomento a negócios inovadores e parcerias internacionais. E, em um movimento de decifrar o futuro, busca se tornar um grande polo de Ciência de Dados atendendo às demandas acadêmicas, do mercado de trabalho e de inovação para a sociedade.  

Profissionais que estão fazendo o futuro 

Das 15 profissões emergentes em 2020 mapeadas em estudo realizado pelo LinkedIn no Brasil, nove estão diretamente relacionadas à Tecnologia da Informação. Apesar de o mercado precisar de pelo menos 70 mil profissionais com perfil tecnológico por ano, o Brasil forma apenas 46 mil, o que torna o segmento ainda mais competitivo, segundo o relatório da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). 

“O profissional do futuro deve estar preparado para desenvolver soluções para problemas complexos em situações de incerteza. Queremos ser ponte para um perfil de profissional cada vez mais necessário não apenas em startups e grandes corporações, mas na sociedade, que seja capaz de empregar conhecimento em dados e tecnologia de maneira ética e responsável, para melhorar a vida das pessoas e das organizações”, ressalta o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira.  

A universidade já conta com mais de 50 pesquisadores renomados, com produção científica de alto impacto e alcance internacional, 33 diferentes grupos de pesquisa, 16 programas de pós-graduação e 21 laboratórios que vão compor o novo Centro de Pesquisa. Já integram o Centro as escolas Politécnica; de Comunicação, Artes e Design; de Direito; de Humanidades; de Medicina; de Negócios; e de Ciências da Saúde e da Vida, juntamente com o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer)o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais e o Tecnopuc.

O lançamento do Centro de Pesquisa, que terá a coordenação do professor Márcio Sarroglia Pinho, será feito no dia 21 de outubro em webconferência com a participação do professor Nivio Ziviani, referência nacional nessa área, debatendo o impacto social da Ciência de Dados com o secretário de CT&I do Rio Grande do Sul, professor Luís da Cunha Lamb, e o professor Jorge Nicolas Audy, Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS.

Ensino, pesquisa e inovação

Estes são os três eixos de atuação da proposta. No campo do ensino, a universidade visa atender à alta demanda por profissionais, nos níveis de graduação, especialização, mestrado e doutorado e difundir a Ciência de Dados em cursos fora das áreas tecnológicas. 

Na pesquisa o objetivo é reforçar parcerias internacionais, incrementar pesquisas nas áreas de Ciência de Dados como Aprendizado de Máquina, Big Data, Mineração e Visualização e apoiar a aplicação em outras como Imagens médicas, Geoprocessamento, Fármacos, Medicina, Genômica, Energia, Finanças, Comportamento Social, Cidades Inteligentes, entre outras. 

No campo da inovação haverá a interação estratégica com o hub de Ciência de Dados e de IA do Tecnopuc que, com metodologia própria, conecta empreendedores a investidores, mentores, empresas e consultores, aproximando startups com o mercado.  

A graduação em Ciência de Dados e IA 

Com duração de quatro anos, curso de Ciência de Dados e Inteligência Artificial da PUCRS é o primeiro bacharelado presencial do Sul do Brasil. O curso, coordenado pelo professor Daniel Antonio Callegari, já nasce em um ecossistema de inovação, terá 60 vagas a cada semestre e o ingresso será realizado por meio do vestibular 2021, previsto para o dia seis de dezembro. 

Os estudantes que concluírem a graduação serão capazes de empregar modelos, ferramentas e técnicas para diversos contextos organizacionais e sociais, privados ou públicos, nacionais e internacionais. O profissional estará apto a exercer múltiplas atividades, atuando como cientista de dados, engenheiro ou arquiteto de dados, engenheiro de IA e Machine Learning, analista de inteligência de mercado, dentre outras possibilidades da área. 

Entre os diferenciais oferecidos pela instituição, além do corpo docente formado por renomados acadêmicos e profissionais da indústria, está a possibilidade de interação com o programa de pós-graduação em Ciência da Computação, de excelência internacional, no qual os alunos podem fazer disciplinas da pós-graduação durante a graduação, abordando com mais profundidade conteúdos que estão sendo pesquisados no Brasil e no exterior.

Inteligência Artificial ajuda a estimar quantos leitos são necessários na pandemia - Pesquisadores da PUCRS desenvolvem tecnologia que pode ajudar na avaliação e nas ações dos órgãos de saúde

Foto: Unsplash

Em março de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia de Covid-19, doença causada pela SARS-Cov-2. A infecção pelo vírus resulta em uma síndrome que leva, em alguns casos, a uma condição respiratória de cuidados intensivos, que muitas vezes requer manejo especializado em unidades de terapia intensiva (UTIs). Com a ajuda de Inteligência Artificial (IA) e uma equipe multidisciplinar, o professor da Escola de Medicina da PUCRS e pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), Bruno Hochhegger está desenvolvendo um método que deve estimar a quantidade de leitos necessários para pacientes com a doença.

Semelhante a outros patógenos respiratórios virais, o novo coronavírus apresenta, na maioria dos casos, um curso rapidamente progressivo de febre, tosse e falta de ar, além de leucopenia e síndrome respiratória aguda grave, que já eram fatores de ameaça à saúde pública. “Os algoritmos de IA, em especial o aprendizado profundo (do inglês deep learning), demonstraram um progresso notável com os algoritmos tradicionais e exibiram desempenho atraente em relação à classificação de doenças pulmonares”, explica Hochhegger.

Tecnologia a favor de um futuro mais saudável

Em resposta à pandemia, os hospitais devem entender sua capacidade para cuidar de pacientes com doenças graves, como a síndrome respiratória aguda, explica o pesquisador. Através do uso de IA na avaliação dos exames de tomografia computadorizada de pacientes, é possível fornecer uma projeção robusta para o sistema de saúde como um todo sobre a ocupação dos leitos. Além disso, a avaliação antecipada e os prognósticos contribuem na busca de potenciais tratamentos e cursos da doença.

Sobre a pesquisa

Com auxílio de IA aplicada à tomografia computadorizada de tórax, a partir da evolução da doença, a equipe de pesquisadores consegue obter respostas mais completas. São utilizados parâmetros bastante complexos que ajudam a estimar a quantidade de leitos necessários para o tratamento de pacientes. Confira os principais objetivos:

O estudo tem foco retrospectivo. Por meio da verificação do registro médico eletrônico, serão incluídos atendimentos realizados no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e em outros hospitais do País. Também serão revisadas as imagens de tomografia computadorizada, assim como o histórico dos pacientes, incluindo vacinas, antecedentes pessoais, histórico familiar e hábitos de vida.

A mortalidade da Covid-19 em números

Inteligência Artificial ajuda a estimar quantos leitos são necessários na pandemia - Pesquisadores da PUCRS desenvolvem tecnologia que pode ajudar na avaliação e nas ações dos órgãos de saúde

Foto: Markus Spiske/Unsplash

“Estudo recente realizado pelo Imperial College de Londres e assinado por 50 das maiores autoridades em infectologia e epidemiologia do mundo indicou estimativas catastróficas em relação à mortalidade da Covid-19″, destaca Bruno Hochhegger. De acordo com a publicação, que analisou o impacto da doença em 202 países, caso nenhuma medida de controle da doença for realizada, haverá um total de sete bilhões de infectados e 40 milhões de mortes no mundo inteiro até o final de 2020.

Segundo a projeção dos cientistas, caso medidas rigorosas de controle da doença sejam implementadas (testes diagnósticos em larga escala, distanciamento social, entre outros), a mortalidade pode ser reduzida em até 95%, explica o pesquisador. No entanto, caso não houver nenhuma intervenção, é prevista a morte de 1.15 milhões de brasileiros, caindo para 44.2 mil com a implementação da supressão rígida.

Hochhegger alerta que, mesmo com medidas de controle ativas, a doença acarretará um colapso no Sistema de Saúde Mundial, principalmente em países subdesenvolvidos, onde existe escassez nos recursos destinados à saúde.

Sobre a Covid-19

A síndrome respiratória aguda grave (SARS, do inglês severe acute respiratory syndrome) foi reconhecida pela primeira vez como uma ameaça global em meados de março de 2003. Nessa época, a epidemia causou perturbações sociais e econômicas significativas em áreas com transmissão local sustentada de SARS e na indústria de viagens internacionalmente, além do impacto diretamente nos serviços de saúde.

Sobre o pesquisador

Além de professor de Diagnóstico por Imagem da Escola de Medicina da PUCRS, Bruno Hochhegger é coordenador médico do Centro de Imagem do HSL e do Centro de Imagem Molecular do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer). É membro da European Respiratory Society, American Roentgen Ray Society, Radiological Society of North America e da Sociedade Gaúcha de Radiologia.

Uma equipe multidisciplinar

Participam da pesquisa: Jaderson Costa da Costa, Fabiano Ramos, Graciane Radaelli, Gabriele Carra Forte, Denise Cantareli Machado, Fernanda Majolo, Gabriele Goulart Zanirati, Nathalia Bianchini Esper, Moraes Cadaval Junior, Gutierre Oliveira, Marcio Sarroglia Pinho, Rodrigo Coelho Barros, Rafael Heitor Bordini, Felipe Rech Meneguzzi, Duncan Dubugras Alcoba Ruiz, Isabel Harb Manssour, Renata Vieira e Andressa Barros.