Lançamento do livro Escrever Ficção, Luiz Antonio de Assis Brasil, Instituto de Cultura

Foto: Bruno Todeschini

Em uma noite memorável e marcante para a história da Escrita Criativa no Brasil, escritores, alunos, professores, leitores lotaram o Instituto de Cultura da PUCRS para o lançamento do livro Escrever ficção: Um manual de criação literária, de Luiz Antonio de Assis Brasil. Antes da sessão de autógrafos, o autor e professor da Escola de Humanidades participou de um descontraído bate-papo com o diretor do Instituto de Cultura, Ricardo Barberena, o coordenador do curso de Letras Português, Paulo Ricardo Kralik Angelini, e o professor e doutorando Luis Roberto Amabile. O lançamento, realizado em 25 de março no 7° andar da Biblioteca Central da PUCRS, contou com a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira e do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Ir. Marcelo Bonhemberger.

Idealizador da mais tradicional oficina de escrita Criativa do País, Assis Brasil contou que há 35 anos propôs o curso ao então pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Ir. Elvo Clemente, de quem recebeu total apoio, e reconhece o importante papel da PUCRS nesta caminhada. “Houve uma pessoa que acreditou e depois disso, todas as administrações da PUCRS, da minha Universidade, me apoiaram. Se esse trabalho existe, eu devo à PUCRS por sempre me apoiar e oferecer toda a estrutura necessária. Esse livro, de certo modo, é uma prestação de contas que faço de todo esse apoio que sempre tive nesses 34 anos”, reconheceu.

Destino de escritores

Lançamento do livro Escrever Ficção, Luiz Antonio de Assis Brasil, Instituto de Cultura

Foto: Bruno Todeschini

Falar de Escrita Criativa no Brasil, segundo Angelini, é falar de Assis Brasil. “São 34 anos de uma atividade ininterrupta, um tempo maior que a idade da grande maioria dos nossos alunos, ou seja, a oficina nasceu antes da maioria dessa geração ter nascido e ter vontade de estudar escrita criativa”, afirma. O livro vem preencher uma lacuna dos estudos da área em âmbito nacional. Angelini destacou que a oficina, o mestrado e o doutorado, criados mais tarde, fazem de Porto Alegre destino de muitos gaúchos, muitos brasileiros e até estrangeiros. “A possibilidade de estudar Escrita Criativa em uma Universidade de ponta como a PUCRS passa inegavelmente pelo trabalho que Assis vem desenvolvendo há décadas.”

Um exemplo é Amabile que, nascido em Assis, deixou o cargo de jornalista no Estadão em São Paulo e mudou-se para Porto Alegre para cursar a oficina. “Causou uma revolução na minha vida. Agradeço à PUCRS por apoiar a Escrita Criativa no Brasil. O livro é um dos raríssimos casos de uma obra que nasceu clássica”, garante. Outro caso é o também jornalista Fred Linardi, que saiu de São Paulo em 2017 para ingressar no mestrado em Escrita Criativa. No ano seguinte, foi aluno de Assis Brasil na oficia. “Pude entender de forma contínua o processo lúcido da escrita com aula exemplar do método.  Além das ferramentas de escrita ele traz uma lente muito ampliada da leitura. A gente sai da oficina aprendendo a ler melhor, o que influencia bastante na escrita.”  No primeiro concurso em que inscreveu um conto, no Josué Guimarães em Passo Fundo, ficou em 2º lugar e no concurso Paulo Leminski ganhou menção honrosa.

Ensinamentos do escritor e professor

Lançamento do livro Escrever Ficção, Luiz Antonio de Assis Brasil, Instituto de Cultura

Foto: Bruno Todeschini

Entender que tudo decorre da existência do personagem, conflito, tempo, espaço e a ideia de focalizador são alguns dos temas abordados por Assis Brasil no novo livro. “Temos ensinamentos, histórias saborosas do mundo literário, exemplos de textos de autores de língua portuguesa – o que é um diferencial enorme das outras obras -, angústias, medos e sonhos de seus alunos, a palavra do professor que tranquiliza, que desafia e que transforma. É o trabalho de uma vida dedicada à literatura e ao ensino dela. O livro reúne o professor e o escritor, ler este livro é também ver e ouvir o Assis em sala de aula”, destaca Angelini.

Alexandra Lopes da Cunha é doutorando em Escrita Criativa na PUCRS e tem Assis Brasil como seu orientador. Em breve embarca para um período na Universidade de Coimbra, onde pretende concluir sua tese, que será um romance que explora o conceito de língua comum entre Brasil e Portugal. “Todas as observações dele foram muito precisas, me ajudou muito em uma série de aspectos na construção da narrativa e nas questões especificas da construção do personagem. É muito bom trabalhar com ele”, reconhece.

Ficha Técnica
Título original: SOBRE ESCRITA DE FICÇÃO
Capa: Elisa von Randow
Páginas: 400
Formato: 16.00 X 23.00 cm
Peso: 0.610 kg
Acabamento: Brochura com Orelha
ISBN: 9788535932072
Selo: Companhia das Letras

Veja galeria de fotos:

 

Conversa com Nathalia Timberg, Instituto de Cultura, Nathalia Timberg

Carlos Gerbase, Nathalia Timberg (em pé), Sandra Dani e Luiz Paulo Vasconcellos / Foto: Bruno Todeschini

Perto de completar 90 anos, Nathalia Timberg, um dos grandes nomes do teatro brasileiro, protagonizou uma noite memorável na PUCRS na quinta-feira, 21 de março. Em promoção do Instituto de Cultura, em parceria com o Theatro São Pedro, com entrada franca, a atriz falou para um público atento no Salão de Atos. Advertiu que seria repetitiva, seguindo a própria Fernanda Montenegro na sua vinda à PUCRS, em 2018, mas não poderia deixar de mencionar que “a educação decorre da cultura, e não o oposto”. A frase foi uma resposta à atriz Sandra Dani, que participou como uma das entrevistadoras, sobre como ela via a questão da atual censura à arte. Nathalia comentou ser espantoso que em pleno século 21 haja esse tipo de cerceamento da liberdade, o que acontece não somente no Brasil.

Ao relembrar 1968, quando se perguntava sobre o seu caminho como ser social, citou um diretor italiano que lhe disse: “Quando você atua sobre a inteligência e a sensibilidade de um povo, faz mais do que qualquer panfleto. Não é preciso realizar um tratado de filosofia”.

A força e o papel do teatro estiveram no centro da conversa de Nathalia com Sandra e o ator e diretor Luiz Paulo Vasconcellos, mediada pelo cineasta Carlos Gerbase, professor da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. Para a convidada principal, o teatro é “uma tribuna onde melhor se discute o homem e a sociedade” ou “o sonho em estado de vigília”.

Conversa com Nathalia Timberg, Instituto de Cultura, Nathalia Timberg

Salão de Atos contou com grande público para prestigiar a atriz / Foto: Bruno Todeschini

Nathalia vê o ator como um intérprete, alguém que precisa mergulhar em um universo novo de um autor, diretor e personagem. No caso dos clássicos, além de se manter fiel ao texto, deve torná-lo palatável, trazer para o momento atual e alcançar a plateia. “O ator viaja pelo seu mundo e pela forma de expressão do ambiente em que vive. De repente, tem de abandonar sua maneira de falar e assumir estilos que os autores abordados proporcionam. A desconstrução deve passar pela construção e conhecimento desse universo infinito e conseguir comunicá-lo,” argumenta a atriz.

Teatro x TV x cinema

Na comparação entre teatro, cinema e televisão, a atriz conclui que “não se pode imputar ao veículo o pecado de quem lida mal com ele”. “Quanto mais primária é a formação de um público, mais responsabilidade tem quem se propõe a se comunicar com ele”, defende.

Hoje vê o teatro como sendo de uma minoria. No início da carreira, atuava várias vezes por semana. Recorda ainda a ousadia do seu grupo, com Fernanda Montenegro, Sérgio Britto e Ítalo Rossi, de fazer grandes nomes da dramaturgia universal. Com a novela O direito de nascer, teve consciência do alcance da televisão e da sua responsabilidade.

A sua fala terminou como começou, com o público de pé aplaudindo. Só que, desta vez, instigado pela atriz, em homenagem à memória de Eva Sopher, por sua luta à frente do Theatro São Pedro.

Conversa com Nathalia Timberg, Instituto de Cultura, Nathalia Timberg

A força e o papel do teatro estiveram no centro da conversa com Nathalia / Foto: Bruno Todeschini

Em visita à reitoria, antes do bate-papo no Salão de Atos, Nathalia fez questão de lembrar o papel de Eva, mantendo Porto Alegre “acordada”. Também expressou sua preocupação com o empobrecimento da linguagem e o sucateamento da formação. Acompanhada de sua produtora, foi recebida pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira, pelo vice-reitor, Jaderson Costa da Costa, pelo chefe de gabinete da Reitoria, Alexander Goulart, pelo presidente da Fundação Theatro São Pedro, Antonio Hohlfeldt, também professor da PUCRS, pelo diretor do Instituto de Cultura, Ricardo Barberena, e por Gerbase.

Theatro São Pedro

A atriz está em cartaz desta sexta-feira a domingo – de 22 a 24 de março, no Theatro São Pedro, com o documentário cênico Através da Iris. Na peça, Nathalia vive a nova-iorquina Iris Apfel, 97 anos, empresária, designer de interiores e uma das referências mundiais na arte pop e no mundo fashion. Com texto de Cacau Hygino e direção de Maria Maya, a peça retrata uma entrevista de Iris, reconhecida por seu jeito exuberante, que surpreende por sua autenticidade e liberdade de ser e agir.

 

nathalia timberg

Nathalia Timberg/Divulgação

A atriz Nathália Timberg estará na PUCRS nesta quinta-feira, dia 21 de março, para uma conversa sobre sua trajetória no teatro brasileiro. Com entrada franca, o encontro ocorre às 19h30min no Salão de Atos da Universidade (Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). As inscrições, gratuitas, devem ser realizadas pelo link http://bit.ly/ConversaComNathaliaTimberg. A promoção é do Instituto de Cultura da PUCRS, em parceria com o Theatro São Pedro.

Com a mediação dos atores Sandra Dani e Luiz Paulo Vasconcellos, Nathalia Timberg, que em 2019 completa 90 anos, falará sobre seus 80 anos de carreira, que incluem mais de 40 peças teatrais e 12 filmes. A atriz também está em Porto Alegre para apresentar o espetáculo Através da Iris, no Theatro São Pedro, que retrata a vida da popstar fashionista Iris Apfel. Na encenação, a personagem é entrevistada – abre sua casa e divide, com uma suposta equipe jornalística, suas histórias e opiniões sobre os mais variados assuntos, sem papas na língua. A peça ocorre nos dias 22, 23 e 24 de março. Mais informações podem ser obtidas neste link.

Livro Luiz Antonio de Assis Brasil

Livro Luiz Antonio de Assis Brasil

O escritor e professor da Escola de Humanidades da PUCRS Luiz Antonio de Assis Brasil lança o livro Escrever ficção: Um manual de criação literária, na próxima segunda-feira, 25 de março, às 19h30, no Instituto de Cultura da PUCRS (7° andar da Biblioteca Irmão José Otão- Campus Central). O evento tem entrada franca. O manual, da editora Companhia das Letras, é resultado dos seus 34 anos de experiência como professor na Oficina de Criação Literária da PUCRS e também no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade.

Com a perspectiva de um ficcionista dialogando com outros ficcionistas, Assis Brasil apresenta ferramentas indispensáveis para a formação de um escritor. Ele também ressalta o papel da leitura constante de obras literárias para quem ser se tornar autor de ficção. A obra contou com a colaboração do escritor e ex-aluno Luís Roberto Amabile.

Ficha Técnica

Título original: SOBRE ESCRITA DE FICÇÃO
Capa: Elisa von Randow
Páginas: 400
Formato: 16.00 X 23.00 cm
Peso: 0.610 kg
Acabamento: Brochura com Orelha
ISBN: 9788535932072
Selo: Companhia das Letras

 

 

Monja Coen Roshi meditando em um templo, em pé, com flores ao fundo

Monja Coen Roshi

O Instituto de Cultura da PUCRS promove, nesta quinta-feira, 7 de março, aula aberta com a monja Coen Roshi, missionária oficial da tradição Soto Shu do Zen Budismo. A atividade gratuita e aberta a toda comunidade acadêmica, com início às 18h, no Salão de Atos. A líder espiritual falará sobre ética e felicidade.

Trajetória de dedicação ao Budismo

A monja Coen Roshi iniciou suas práticas de zazen nos Estados Unidos e viveu por doze anos no Japão. Quando retornou ao Brasil, liderou por seis anos as atividades do Templo Busshinji em São Paulo, sede da tradição Soto Shu na América Latina. Após, fundou a Comunidade Budista Zen do Brasil, com sede no Templo Tenzui Zenji, em São Paulo.

Coen é autora dos livros Viva Zen, Sempre Zen, Palavras do Darma, A Sabedoria da Transformação, 108 Contos e Parábolas Orientais, O Monge e o Touro, O sofrimento é opcional, Zen para distraídos, O inferno somos nós, com Leandro Karnal, e A monja e o professor, com Clóvis de Barros Filho.

Atualmente a monja trabalha com a orientação de grupos afiliados em vários estados do Brasil e participa de atividades públicas, realizando encontros inter-religiosos e proferindo palestras que buscam promover os princípios da não violência ativa e a cultura da paz.

Concertos Especiais | Magnificat, de John Rutter | Comemorações dos 60 anos do Coral

Foto: Camila Cunha

coral da PUCRS apresenta o concerto de final de ano Uma Tal Maria, nesta sexta-feira, 14 de dezembro. A apresentação é gratuita e aberta ao público, mediante retirada de voucher previamente pelo site. O show será no Teatro do prédio 40 do Campus (Avenida Ipiranga, 6.681 – Porto Alegre), às 20h.

A temática do espetáculo é voltada às mulheres, com canções escolhidas dentre o repertório nacional e internacional. O evento, promovido pelo Instituto de Cultura, conta com a regência do maestro Marcio Buzzato, com a preparadora vocal Cíntia de Los Santos, e com a pianista Mariane Kerber, além da direção de Raul Voges.

 

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Foto: Camila Cunha

O escritor Ronaldo Correia de Brito esteve no Instituto de Cultura da PUCRS nos dias 22, 23 e 24 de agosto para o lançamento de seu novo livro, Dora sem Véu. Durante a visita, o autor do romance Galileia ministrou palestras sobre escrita criativa, mediadas pelo também escritor e professor da Escola de Humanidades, Altair Martins. O evento aberto ao público abordou temas relacionados ao processo de produção literária e promoveu exercícios práticos para interação entre alunos.

Inspiração no sertão nordestino

No dia 22, Brito e Martins falaram sobre o processo criativo que deu origem ao livro Dora sem Véu e aos outros contos e romances. O escritor cearense contou como gosta de vivenciar, ouvir histórias e absorvê-las para criar o desenrolar das suas narrativas. Citou inspirações como Guimarães Rosa, principalmente pela maioria dos seus livros terem o cenário do sertão, por ter vivido muito tempo em Pernambuco e no interior do Nordeste. Ao final do encontro, respondeu perguntas para o público e autografou livros.

Da teoria à prática

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Foto: Camila Cunha

No segundo dia, Brito realizou um exercício de escrita com os alunos inscritos. A primeira parte do exercício consistiu em separar o público por duplas e propor, em tempo determinado, que cada um contasse uma pequena história ao outro. O escritor ficou circulando pela sala, observando como as interações ocorriam. Logo após, na segunda parte do exercício, ele propôs que cada aluno formasse um novo par e contasse a pequena história que escutou como se fosse o protagonista dela. A ideia era trabalhar a apropriação da história, para que o aluno que escutasse a narrativa contada na segunda vez a escrevesse, ou seja, tornasse-a sua. Assim, a pequena história inicial foi transfigurada duas vezes. Após a atividade e a leitura em voz alta de alguns participantes, Ronaldo leu um texto que mencionava a teoria do conto de Ricardo Piglia e fez breves menções a Walter Benjamin e Octavio Paz.

No terceiro e último dia, os participantes criaram contos e promoveram um bate-papo sobre os textos produzidos, que teve como tema O conto possui tamanho?. A atividade prática permitiu que os alunos alcançassem o objetivo do evento, de gerar interação e novas possibilidades de escrita literária.

Sobre Ronaldo Correia de Brito

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Foto: Camila Cunha

Autor de 11 livros, o escritor recebeu o prêmio São Paulo de Literatura, em 2009, pelo romance Galileia. Após, mais dois romances foram publicados: Estive Lá Fora, em 2012, e agora, Dora Sem Véu, livro no qual o autor volta ao agreste, universo de seus primeiros contos Faca (2003) e Livro dos Homens (2005).

Em Dora Sem Véu, Ronaldo retoma não exatamente o caminho da literatura regionalista da primeira metade do século passado, pois elege uma nova trilha, a do drama contemporâneo, recorrendo aos elementos formais da tragédia clássica para espelhar uma sociedade mítica, a sertaneja, em confronto com a modernidade laica.

Com traços dostoievskianos, em Dora Sem Véu, o escritor cria uma narrativa emocionante e multifacetada sobre o amor e a culpa. Sua personagem principal, Francisca, é uma mulher de meia-idade que vai com o marido explorar seu passado obscuro em busca da avó Dora que nunca conheceu. Nessa viagem reveladora, ambos irão enfrentar o amor, as suspeitas e a morte.

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Daise (esquerda) e Mariana Gabriel (centro)
Foto: Camila Cunha

Com grande presença de público, ocorreu a exibição do documentário Minha Avó era Palhaço na Sala de Música do Multipalco, ocorrida no dia 17 de agosto. O evento marcou o início da parceria entre o Instituto de Cultura da PUCRS e a Fundação Theatro São Pedro (TSP), que visa ampliar a programação cultural na cidade.

“Em nome da minha família e equipe, ficamos muito orgulhosos pelo convite e com o resultado do evento. Um filme sobre minha vó selar essa parceria entre o Instituto e o Theatro é motivo de muito honra. Além disso, esse olhar às discussões que o filme aborda, como racismo e machismo, além do circo no nosso país, são muito importantes”, enfatizou uma das diretoras do filme, Mariana Gabriel.

Minha Avó era Palhaço mostra a influência dos negros no espetáculo circense e o preconceito que sofriam nesse meio, a partir da história de Maria Eliza ou Xamego, a palhaço que, no início da década de 40 e 60, era a grande atração do Circo Guarany. A neta da artista, Mariana, realizou, em parceria com a cineasta Ana Paula Minehira, a direção do filme que é resultado de entrevistas, consultas no acervo do Centro de Memória do Circo, leituras de teses nacionais e internacionais, sites variados e bibliografia de temas relevantes.

 

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Diretora do filme interpreta a palhaça Birota
Foto: Camila Cunha

Emoção e interação com a plateia

Após a exibição do filme, um pequeno picadeiro foi improvisado na sala do Theatro. Foi o encontro entre a palhaça Birota (encenada pela própria Mariana) e o Xamego. Com uma imagem de sua vó fantasiada, fez uma performance circense, oportunizando momentos de muitas risadas e emoção em memória de sua vó.

Logo após a breve apresentação, Mariana e a sua mãe Daise, filha da palhaço biografada, realizaram um bate-papo com a plateia, que pode expor suas curiosidades sobre o filme e a família Gabriel.

Blog do Xamego e próximo filme

Os principais registros de Minha Avó era Palhaço estão sendo armazenados num blog, escrito por Daise, que é jornalista. Nele, estão as experiências que o documentário vem proporcionando às pessoas.

Para o futuro, Mariana já está em processo de pesquisa para um novo documentário: a história de João Alves, seu bisavô e fundador do Circo Guarany. “A partir do filme sobre a minha vó, pude reparar como a memória audiovisual brasileira é carente desses tipos de registros. Existe muita gente interessada nesses assuntos”, completou a diretora.

 

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Foto: Camila Cunha

Mais circo na Universidade

A PUCRS também proporcionou outros momentos circences, no caso, na Rua da Cultura. No dia 16 de agosto, a banda porto-alegrense Bandinha Di Dá Dó , com os palhaços Cotoco, Teimoso Teimosia, Invisível e Zé Docinho interagiram com o público, tocando músicas que mesclam ritmos ciganos, world music e rock’n’roll.

Anteriormente, no dia 7 de agosto, aconteceu o espetáculo de rua Circo de Horrores e Maravilhas,concebida pela Cooperativa de Artistas Teatrais – Oigalê.

Confira a galeria de fotos:

Theatro São Pedro, Instituto de Cultura da PUCRS, agenda cultural, cultura, parceria, delfos, multipalco, rua da cultura

A ideia é ter ações tanto no teatro como na universidade.
Foto: Marcelo Nunes

Uma agenda cultural mais diversificada para a capital gaúcha é o que propõe a parceria entre o Instituto de Cultura da PUCRS e a Fundação Theatro São Pedro (TSP). A iniciativa vai criar uma programação unificada, com trocas de contatos entre a Universidade e a Fundação, com o intuito de atrair mais arte para Porto Alegre.

Entre as várias possibilidades, a união pretende promover pocket shows, estreias e oficinas na Universidade para que o público possa, posteriormente, ir ao espetáculo no Theatro. Além disso, dependendo da dimensão da atração cultural, a mesma poderá ser realizada na PUCRS ou no TSP.

“Acho que esta iniciativa evidencia a importância de diferentes entidades culturais juntarem forças para ampliarem públicos. Mais que isso, ao invés de o público procurar o lugar onde se encontra algo que lhe interesse, nós preferimos chegar até o público, ofertando-lhe atrações diferentes como esta que abre nosso intercâmbio”, destaca Antônio Hohlfeldt, presidente da Fundação Theatro São Pedro.

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Rua da Cultura vai sediar eventos nesta parceria.
Foto: Camila Cunha

Segundo o diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Ricardo Barberena, são diversas ações conjuntas que poderão ser promovidas. “Na Universidade temos o Espaço de Documentação e Memória Cultural (Delfos) e a Escrita Criativa, que estarão disponíveis para essa ação. A ideia é estimularmos a comunidade acadêmica a estar mais presente no Theatro São Pedro, um importante patrimônio da cultura do nosso Estado e país”, enfatiza.

Para as apresentações, são muitas opções de espaços físicos disponíveis. A Fundação possui o Theatro São Pedro e o Multipalco e a PUCRS oferece a Rua da Cultura, o Centro de Eventos, o Salão de Atos, o Teatro, entre vários auditórios e ambientes.

 

Primeira atração

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No dia 17 de agosto acontece a atração fruto desta parceria: a apresentação do documentário Minha avó era palhaço, dirigido por Ana Minehira e Mariana Gabriel, que é a neta da primeira palhaça negra do Brasil. Xamego, o personagem homem criado pela atriz negra Maria Eliza Alves dos Reis, nas décadas de 1940 a 60, faz parte da história do Circo Guarany. O filme aborda o racismo, o machismo e a longa luta de um palhaço pelo papel principal no espetáculo circense. Com entrada gratuita e com vagas limitadas, o documentário será apresentado na Sala da Música – Multipalco.

A partir do dia 3 de agosto, as senhas podem ser retiradas na bilheteria do Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n° – Centro Histórico). Confira os horários de atendimento: