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Professor foi recebido pelo vice-reitor Jaderson Costa da Costa / Foto: Camila Cunha

A PUCRS recebeu nesta quinta-feira, 5 de dezembro, a visita do professor da Texas A&M University Ashok Shetty. O professor, que também é diretor associado do Institute for Regenerative Medicine da universidade norte-americana, foi recepcionado no Salão Nobre pelo vice-reitor Jaderson Costa da Costa. Na ocasião, também estiveram presentes a coordenadora executiva do Escritório de Cooperação Internacional, Carla Cassol, e a pesquisadora do Instituto do Cérebro do RS (InsCer) Gabriele Zanirati.

No encontro, o vice-reitor reforçou o interesse da Universidade e do InsCer em trabalhar em conjunto com o professor visitante. Além da recepção na Reitoria, Shetty participou de uma reunião no Escritório Internacional, onde pode conhecer um pouco mais sobre a estrutura da PUCRS. No turno da tarde, o professor ministrou a palestra Efficacy of pluripotent stem cell therapy for temporal lobe epilepsy, no Living 360º, onde abordou a eficácia da terapia com células-tronco pluripotentes na epilepsia do lobo temporal.

Nesta sexta-feira, dia 6, às 14h, o Shetty profere a palestra Promise of neural stem cell derived extracellular vesicles for improving congnitive function in aging and early Alzheimer’s disease. Não é necessário realizar inscrição prévia.

Sobre Ashok Shetty

Natural da Índia, Shetty é autor de 127 publicações e recebeu mais de 7.800 citações por seus artigos publicados. É coeditor-chefe da revista Aging and Disease e editor associado de outros seis periódicos: Frontiers in Neuroscience, Frontiers in Molecular Neuroscience, Frontiers in Neurology, Molecular and Cellile Epilepsy, Neurogenesis e Journal of Experimental Neuroscience. O laboratório do professor Shetty está interessado em desenvolver estratégias clinicamente aplicáveis ​​que sejam eficazes para melhorar a função cerebral após lesão, doença ou envelhecimento.

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Visita do Reitor de El Salvador

Professores Hammes, Martínez, Bispo Morán, Ir. Evilázio, Heloísa e Amaro / Foto: Bruno Todeschini

Nesta terça-feira, dia 8 de maio, a Reitoria recebeu a visita do reitor da Universidade Católica de El Salvador, bispo Miguel Móran e do vice-reitor Moisés Martínez. Os visitantes, a convite do reitor Ir. Evilázio Texeira, ficam na PUCRS até o final da semana, onde participam de reuniões e visitas ao Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), ao Instituto do Cérebro do RS, ao Hospital São Lucas e ao Museu de Ciências e Tecnologia.

Durante a recepção, o Ir. Evilázio Teixeira abordou os 70 anos da PUCRS e a implementação da estrutura das oito Escolas, bem como a aproximação com instituições da América Latina. Ele destacou, ainda, o trabalho realizado nas áreas de tecnologia, saúde e humanidades da Universidade.

O vice-reitor Moisés Martínez falou sobre a economia, educação e contexto social salvadorenho. Destacou que gostariam de conhecer mais sobre o trabalho realizado no Tecnopuc, pois pensam, futuramente, em desenvolver iniciativas como essa em seu país, a fim de gerar empregos e incentivar a pesquisa. Os visitantes buscam estreitar relações com outras instituições, especialmente que compartilhem o princípio católico.

O encontro contou com a presença do professor Erico Hammes, da Escola de Humanidades, do assessor da Reitoria na área de Relações Institucionais, Solimar Amaro e da assessora-chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), professora Heloísa Delgado.

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Foto: Bruno Todeschini

Durante os últimos anos, faz parte da conduta médica para pacientes com doenças cardíacas como o infarto do miocárdio a orientação de hábitos saudáveis: não fumar, cuidar o consumo de álcool, praticar atividade física, ter uma boa alimentação… Sobre essa última recomendação, a cada ano, novos artigos científicos são publicados e fazem por vezes os médicos e nutricionistas colocarem alimentos como “amigos e vilões” da saúde. A maior parte desse conhecimento é baseado em estudos realizados nos Estados Unidos e Europa, e tem como principal desfecho a saúde cardiovascular do paciente.

Quando relacionamos dieta e doenças que acometam o cérebro, o Acidente Vascular Cerebral (AVC, ou popularmente conhecido por derrame) é o que mais chama a atenção, tanto pela quantidade de estudos que são feitos sobre esse tema como pela gravidade dessa doença, que é uma das principais causas de morte da população brasileira.

Estudo chamado Interstroke avaliou os principais riscos de desenvolver o AVC em 22 diferentes países, inclusive no Brasil

No entanto, é muito difícil relacionar uma má dieta como um fator isolado causador de infarto e AVC. Em geral, pessoas que aderem a uma dieta saudável, com pouca gordura saturada e muitos vegetais, também são não fumantes, praticam atividade física com regularidade e têm outros hábitos de vida saudáveis. Muitos artigos tentam medir o impacto de cada um desses fatores de modo isolado, para podermos mensurar de maneira mais precisa o que cada mudança vai acarretar na nossa saúde a longo prazo. Esses dados existem, entre eles um grande destaque é o estudo chamado Interstroke, que avaliou os principais riscos de desenvolver o AVC em 22 diferentes países, inclusive no Brasil.

Recentemente um artigo publicado em uma das principais revistas científicas da área da neurologia propôs avaliar o impacto que uma dieta saudável (rica em folhas verdes) tem sobre a saúde cerebral em relação à memória. Na cidade de Chicago, pessoas de 58 a 99 anos (sem histórias de doenças graves), foram divididas em dois grandes grupos: os que consumiam folhas verdes pelo menos uma vez por dia e os que não faziam esse consumo. Esses indivíduos foram avaliados durante dez anos, com aplicações regulares de testes de memória. Foi observado nitidamente um maior declínio cognitivo no grupo que não consumia folhas verdes.

Artigo publicado na revista Neurology propôs avaliar o impacto que uma dieta rica em folhas verdes tem sobre a saúde cerebral em relação à memória

No estudo, desenvolvido na Rush University, Chicago, IL, entre outros centros de pesquisa, os dois grupos eram muito semelhantes em suas características dos demais hábitos de vida, o que nos leva a pensar que algum fator determinante para acontecer ou não o declínio cognitivo envolve a dieta. Martha Clare Morris, Yamin Wang, Lisa L. Barnes, David A. Bennett, Bess Dawson-Hughes, e Sarah L. Booth, autores do artigo Nutrients and bioactives in green leafy vegetables and cognitive decline, publicado em janeiro, na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, acreditam que o papel de substâncias como o nitrato, folato, alfa-tocoferol entre outras, que estão presentes em grande quantidade nas folhas verdes, foi o grande diferencial, atuando como um neuroprotetor.

Dessa forma, além de orientar uma dieta saudável para diminuir o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, pessoas que desejam manter sua memória mais ativa, por mais tempo, também têm motivos para aderirem à dieta das folhas verdes. A dica que fica para mantermos uma memória mais saudável, portanto, é não “esquecer” a alface, a rúcula, o espinafre no prato de todo dia!

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Foto: Aquivo pessoal

O coordenador do Centro de Memória do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer/RS), Ivan Izquierdo, conquistou o Prêmio Internacional Unesco-Guiné Equatorial para Pesquisa em Ciências da Vida. O reconhecimento, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi obtido por suas descobertas em elucidar os mecanismos de processos de memória, em consolidação e recuperação, e suas aplicações clínicas em distúrbios psicológicos e de idade e doenças neurodegenerativas, levando a uma melhoria da qualidade de vida humana. A entrega ocorreu no dia 30 de março, em Sipopo, na Guiné Equatorial.

“Este prêmio é muitíssimo especial, pois reconheceu o lado mais importante da minha vida, que é a contribuição dos meus estudos para a qualidade de vida da população. Essa sempre foi a minha motivação final”, avalia o professor Izquierdo. O prêmio também foi destinado ao professor Rui Luis Gonçalves dos Reis, da Universidade do Minho (Portugal), e à Organização de Pesquisa Agrícola do Centro Volcani, em Israel. Cada um dos vencedores recebeu 100 mil dólares, uma estatueta feita pelo artista Leandro Mbomio e um certificado.

Sobre o prêmio

O Prêmio Internacional Unesco-Guiné Equatorial para Pesquisa em Ciências da Vida reconhece projetos de pesquisa notáveis de indivíduos, instituições e outras entidades que trabalham com Ciências da Vida e que tenham levado a uma melhora da qualidade de vida humana. Esta é a quarta vez que o prêmio é realizado.

Pesquisa encontra pedidos de fiéis em peças barrocas de 300 anos

Fotos: Cristiane Weber – InsCer/RS / PUCRS

O Projeto de Arte Sacra-Jesuítico-Guarani da PUCRS, liderado pelo pesquisador e professor da Escola de Humanidades Edison Hüttner, acaba de realizar mais uma descoberta: a presença de ouro e pedidos de fieis em imagens sacras com idade estimada em 300 anos ou mais, pertencentes ao Museu de História Natural do Centro de Pesquisa e Documentação (Cepal) de Alegrete. A pesquisa foi apresentada à comunidade da cidade na sexta-feira, 18 de novembro, às 19h, no Cepal. As imagens foram analisadas no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer/RS), em técnica de tomografia computadorizada, e no Laboratório Central de Microscopia e Microanálise da Universidade, para identificação de elementos como o ouro.

Pesquisa encontra pedidos de fiéis em peças barrocas de 300 anos

Analisando o percurso da arte sacra jesuítico-guarani do Rio Grande do Sul, o pesquisador afirma que a atual etapa compreende a análise das imagens de Santo Antônio e Imaculada Conceição, peças de aproximadamente 20 centímetros que se caracterizam por esculturas missioneiras, ambas confeccionadas em madeira cedro. As peças foram analisadas a partir de 2015, quando se iniciou a investigação sobre suas origens. “As características apontam para uma arte barroca, em policromia, muito bem confeccionadas. E essas análises comprovam nossa tese de que são missioneiras”, afirma Hüttner.  Ao trazer as peças para Porto Alegre, ele observou os indícios de ouro analisados no laboratório e posteriormente, no InsCer, foram encontrados outros sinais. “Nesta tomografia, observou-se a parte oca das peças. Dentro de Santo Antônio, encontramos papéis com nomes de pessoas, entre pedidos como bênçãos, casamentos e encontro de objetos perdidos”. Já na imagem de Imaculada Conceição foram encontrados orifícios que indicam uma origem missioneira, como pontos que abrigavam a luz crescente, presente nessas peças.

Segundo Hüttner essas imagens eram andarilhas, levadas para diferentes lugares como forma de extensão do espaço sagrado. “Eles passeavam com essas imagens entre casas ou mesmo nas Igrejas”.

PET/CT / PET-ScanO Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer/RS) e a multinacional General Electric promovem, no dia 21 de setembro, a palestra Quando o PET/CT é Fundamental? A atividade vai abordar um dos mais modernos equipamentos utilizados em imagens médicas de última geração. O PET/CT, também conhecido como PET-Scan, é realizado pela Medicina Nuclear, mas a aplicação ocorre, principalmente, nas áreas de Oncologia, Neurologia e Cardiologia. O equipamento é fundamental para diagnósticos e seguimentos de alta precisão. A atividade será proferida em inglês pelo pesquisador Gustav Von Schulthess, diretor do Departamento de Medicina Nuclear do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça.

A palestra, gratuita, ocorre das 13h30min às 15h, no anfiteatro Ir. José Otão, no segundo andar do Hospital São Lucas (avenida Ipiranga, 6690 – Porto Alegre). Não há necessidade de inscrição prévia e será fornecido um certificado de participação. O evento é voltado a médicos e profissionais em medicina nuclear, oncologia, radiologia, radioterapia, hematologia, urologia, cirurgia de cabeça e pescoço, entre outros e estudantes da área da saúde.

Instituto do CérebroImagine o quanto o reconhecimento social é fundamental em nossas vidas: além de encontros face a face, vivemos em diversas redes sociais, estabelecemos contatos e nos relacionamos com intensidade com quem está ao nosso redor. Para os mamíferos em geral, esse reconhecimento é fundamental para a manutenção dos relacionamentos, da formação desses vínculos sociais e sem esse tipo de memória, não haveria sociedade. Um estudo do Centro de Memória do Instituto do Cérebro do RS (InsCer/RS), coordenado pelo neurocientista Iván Izquierdo, levou à descoberta de que as áreas como o hipocampo e a amígdala cerebral são participantes ativas do processo de reconhecimento, até então vinculado somente ao bulbo olfatório, primeira estrutura do sistema olfatório cerebral. O achado se torna a base neurofisiológica do reconhecimento social e foi publicado recentemente na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), dos Estados Unidos.

A primeira experiência compreendeu a colocação de um roedor em uma caixa vazia. Depois, ele foi apresentado a um rato jovem, sentindo seu cheiro. No dia seguinte, ele foi exposto ao mesmo rato jovem da etapa anterior e a um novo. Passadas as fases de ambientação e de exposição, houve a infusão cerebral de três neurotransmissores no hipocampo e na amígdala: dopamina (responsável em outros lugares do cérebro por motivação, prazer), noradrenalina (envolvida nos processos de alerta e interesse) e histamina (ligada à memória, controle alimentar, etc.). “Até então os neurotransmissores mais visados no processo de reconhecimento social eram a ocitocina e os hormônios sexuais. Queríamos comprovar como atuavam esses três grandes sistemas”, disse a pesquisadora Carolina Zinn, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Universidade.

Os pesquisadores concluíram que esses neurotransmissores e essas áreas cerebrais são fundamentais na participação da consolidação da memória de reconhecimento social. A percepção é a de que, em média e em porcentagem de exposição, o roedor testado utilizou as áreas cerebrais para explorar três vezes mais o ratinho novo, sabendo que ele não estava ali antes. “Além disso, ele vai buscar em suas memórias o reconhecimento de longa duração, para reconhecer o lugar onde está e suas referências espaciais, como a localização”, esclarece a professora e pesquisadora do Centro de Memória Jociane Myskiw.

Para Izquierdo, o resultado representa um divisor de águas na pesquisa sobre a área. “É uma descoberta importante, pois aponta para o surgimento de possíveis bases de reconhecimento social em indivíduos saudáveis e pacientes psiquiátricos, como portadores de demências, autismo e esquizofrenia”. Ele explica que em demências como o Alzheimer, o hipocampo é uma das primeiras áreas a sofrer lesões. “É uma área diretamente afetada, provocando principalmente a falta de reconhecimento do paciente em pessoas de seu convívio, como filhos, cônjuge, etc.”, frisa.

O estudo teve início em 2013 quando o mestrando francês Nicolas Clairis, da Universidade de Lyon, atuou no Centro de Memória com a pesquisa colaborativa na área de reconhecimento social. Depois de três meses na instituição, ele retornou à França e o estudo teve continuidade com a doutoranda Carolina e as professoras Jociane e Cristiane Furini, com coordenação de Izquierdo.

 

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Unidade de Pesquisa Neurovascular (Unipen)

Foto: Cristiane Weber/InsCer PUCRS

O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e o Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) lançaram recentemente uma nova Unidade de Pesquisa Neurovascular (Unipen). A proposta é desenvolver estudos clínicos e experimentais, formar pesquisadores em neurologia vascular, e capacitar profissionais para o atendimento à população.

A Unidade já é formada por médicos neurologistas com atuação clínica e pesquisa em neurologia vascular e contará também com a participação do médico do Hospital Sírio-Libanês Ayrton Massaro, com 25 anos de experiência na área e fundador da Sociedade Ibero-Americana de Doenças Cerebrovasculares. De acordo com ele, a decisão de ser um pesquisador associado ao InsCer partiu de todo o potencial do Instituto. “Vim atraído por esse alto nível científico e por pesquisadores de renome como Jaderson Costa da Costa”. Segundo ele, a pesquisa translacional deve tornar o InsCer referência mundial na área de neurologia vascular em poucos anos. “Com nossas linhas de pesquisa, vamos unir forças para chegar a esse objetivo”, ressalta.

A Unipen buscará consolidar ainda a internacionalização do Instituto, desenvolvendo parcerias com pesquisadores de diversos países. De acordo com Massaro, “a integração de pessoas com o alto nível científico e as instalações, com tecnologia de ponta, proporcionam exclusividade ao programa no País”. Além disso, se forem elencadas as demais unidades de pesquisa já existentes, focadas em Epilepsia, Alzheimer e Esclerose Múltipla, a referência, de acordo com ele, se torna latino-americana.

O foco dos estudos desenvolvidos será o das doenças cerebrovasculares e as pesquisas ocorrerão com pacientes selecionados previamente ou em atendimento no Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas. A característica translacional será um dos diferenciais dos estudos realizados pela Unipen, onde os membros desenvolverão suas linhas de pesquisa desde a bancada laboratorial até o atendimento clínico, tornando o pesquisador participante um líder em sua área de atuação.

 

AVC: alto índice de mortalidade e morbidade

A importância da formação da unidade se dá em um contexto onde o AVC é a principal causa de mortalidade e morbidade (sequelas) na América Latina. O AVC é subdividido em dois grandes grupos: isquêmico e hemorrágico. No primeiro, o mais comum, ocorre uma súbita interrupção no fluxo sanguíneo cerebral, provocando um processo de infarto (isquemia) cerebral. No segundo, mais grave, ocorre uma ruptura da parede de um vaso sanguíneo (em geral causada por hipertensão arterial ou ruptura de malformações vasculares cerebrais), que causa uma lesão direta sobre o parênquima cerebral.

Capa TeologiaNesta segunda-feira, 11 de abril, os temas neurociência e religião estarão em debate na PUCRS. A palestra, ministrada pelo diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer/RS), Jaderson Costa da Costa, e pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Teologia Erico João Hammes, ocorre às 19h30min no auditório do prédio 50 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). O evento integra o 5º ciclo de palestras interdisciplinares sobre temas transversais na formação integral dos estudantes de graduação. A atividade é aberta ao público, tem entrada gratuita e não necessita de inscrições. Informações adicionais pelo telefone (51) 3320-3518.

A Imagem da Imaculada Conceição, da Paróquia Imaculada Conceição, de São Jerônimo, no RS, com 1,30m de altura, 40 cm de largura e 48kg, passou recentemente por uma tomografia computadorizada no Instituto do Cérebro do RS (InsCer/RS)http://pucrs.br/inscer. A motivação para o projeto inusitado foi verificar o que havia dentro da imagem. Descobriu-se então que ela é oca internamente, e pertence a um conjunto de peças sacras que compõem o mosaico das obras Jesuítico-Guarani, do século 17 ou 18. O resultado dos estudos foi apresentado à comunidade em evento no último sábado. Participaram o professor e pesquisador da PUCRS Ir. Edison Hüttner, e o também pesquisador e dentista bucomaxilofacial Éder Abreu Hüttner, além de moradores de São Jerônimo, como Claudio Rollo, reconhecido como um dos descobridores dessa imagem missioneira, e Nelson Bolzan, outro morador envolvido.
O exame apresentou características importantes, como miolo de madeira, com espaço oco, bastante característico do período missioneiro, e ranhuras de um núcleo de madeira, também oco. Com o cruzamento de todas as informações, incluindo os documentos históricos, entende-se que a imagem passou por um processo de encarnação, ou seja, recebeu uma camada de gesso para se adequar à caracterização da época, em uma comunidade com feições de imigrantes predominantemente italianos e germânicos. Segundo o pesquisador, o estudo “abre uma perspectiva para a reconstrução da história de outras tantas imagens missioneiras do período jesuítico”.

Além disso, Ir. Edison ressalta que unir ciência e fé pode levar a novas e importantes descobertas. “São áreas que parecem distintas, mas veja o que já descobrimos. Há muito ainda que podemos revelar através da tecnologia”.
Início da pesquisa
Em junho de 2015, após estudar inúmeras peças como a Cruz das Missões em Camaquã, no RS, o pesquisador buscou ampliar seu trabalho sobre o real trajeto das peças missioneiras pelo Estado. O primeiro passo foi uma pesquisa no arquivo histórico da cidade e na Cúria Metropolitana de Porto Alegre. Lá, encontrou um manuscrito da obra Comentário Eclesiástico do Rio Grande de São Pedro desde 1737, de 1891, escrita pelo Arcediago Vicente Zeferino Dias Lopes. No livro, constava a informação sobre uma imagem doada por Manuel Correia da Fontoura à Paróquia Nossa Senhora da Conceição, transferida de um dos antigos povos das Missões. Com a informação, o pesquisador foi até o local e encontrou a santa referida no manuscrito. Vendo a estátua, no entanto, ambos perceberam que havia três anjos barrocos na base. A comunidade confirmou a existência de ser a mesma Santa desde sempre, com as mesmas feições.

Chegando em Porto Alegre, no Museu Júlio de Castilhos, Hüttner fotografou a imagem de características barrocas, que também é de Nossa Senhora da Conceição, missioneira, e possui os mesmos três anjos barrocos. Foram tiradas fotos e medidas, que condiziam com as medidas da imagem de São Jerônimo. Entrou-se então em contato com Rollo, que possuía fotos da Santa em procissões desde 1930, e buscou-se outro documento-chave para a pesquisa: uma espécie de recibo, datado de 1915, chamado Livro de Fábrica de São Jerônimo, com o detalhamento de uma “encarnação” da imagem que custou quinhentos mil réis à época.