Conforme o Ministério da Educação (MEC), os cursos de graduação da área da saúde da PUCRS obtiveram grandes resultados em relação à qualidade de ensino. A Enfermagem é considerada a melhor do Brasil, a Medicina é a segunda maior no país e a Odontologia está em primeiro lugar entre as instituições privadas no Rio Grande do Sul. Com dados referentes ao ano de 2019, as informações são da avaliação do Conceito Preliminar de Curso (CPC), divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta quarta-feira, dia 9 de dezembro.   

O decano da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Luciano Castro, recorda que, com 23 anos de existência, o curso de Enfermagem vem trabalhando para se tornar uma referência na área. “O resultado do índice de qualidade, o CPC, que o coloca em primeiro lugar dentre 793 cursos de todas as Instituições de Ensino Superior (públicas e privadas) do Brasil, se expressa como um reconhecimento dessa trajetória. A qualificação do corpo docente e da estrutura física disponibilizada para as atividades do curso, dentre essas, o Hospital São Lucas como um dos cenários para formação de um profissional destacado e inovador. Esses são fatores importantíssimos para a conquista desse reconhecimento”, destaca.

Ainda, segundo Castro, o curso de Odontologia possui mais de 60 anos de história, com reconhecida qualidade de trabalho desenvolvida, bem como a qualificação do seu corpo docente. “São mais de 65 mil atendimentos à comunidade, que são realizados, anualmente, pelos alunos da graduação curso e essa prática é fator importante e relevante, mas não único, na formação dos alunos. Uma forte relação e interação entre graduação, mestrado e doutorado, contribuem, em muito, para uma aprendizagem ainda mais qualificada”, salienta.

“O curso de Medicina da PUCRS já é um curso tradicional no Rio Grande do Sul, mas ganha, cada vez mais, reconhecimento nacional com essa avaliação. A qualificação do corpo docente, as possibilidades de interação com médicos residentes e alunos do pós-graduação e a qualidade dos campos de prática certamente contribuíram para o resultado”, enfatiza o decano da Escola de Medicina, Leonardo Araújo.   

Também tiveram destaques no ranking do MEC os cursos de Engenharia da Computação, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Química e Engenharia Mecânica.

Como é realizada a avaliação

O CPC leva em consideração diferentes aspectos dos cursos de graduação, como o desempenho dos estudantes nas provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a percepção dos próprios estudantes em relação ao curso e à formação dos professores.

A cada três anos, um conjunto diferente de cursos é avaliado no Enade. São os mesmos que têm o CPC divulgado pelo Inep. De acordo com o Instituto, além de subsidiar a definição de políticas públicas, os resultados do CPC são utilizados como critério seletivo ou de distinção em processos de supervisão e regulação da educação superior; na construção de matriz de distribuição orçamentária para a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; e em programas e políticas públicas do governo federal.

poluição

A expansão da produção industrial gera um grande aumento de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera / Foto: Pixabay

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, as mudanças climáticas antropogênicas, ou seja, aquelas causadas pelo homem, estão associadas ao aumento da emissão de gases de efeito estufa por queima de combustíveis fósseis (dos automóveis, das indústrias, usinas termoelétricas), queimadas, desmatamento, decomposição de lixo etc.

Existem fortes indícios de que o clima está de fato mudando. As décadas de 1990 e 2000 foram as mais quentes dos últimos 1.000 anos. As projeções do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que nos próximos 100 anos poderá haver um aumento da temperatura média global entre 1,8°C e 4,0°C, e um aumento do nível médio do mar entre 0,18 m e 0,59 m, o que pode afetar significativamente as atividades humanas e os ecossistemas terrestres.

Depois de participar do projeto Students 4 Change, no qual foi discutida a necessidade da implantação de laboratórios de inovação social, a PUCRS passa a integrar o projeto Climate Labs: Strengthening applied research and innovation capacities in Latin-America through co-creation labs for mitigation and adaptation to Climate Change, agraciado pelo Programa Erasmus+. O projeto busca, em última análise, construir áreas fortes e conectadas de inovação e pesquisa aplicada nas universidades, impactando nas capacidades e estratégias gerais dos países parceiros para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas.

Na PUCRS, os docentes envolvidos no projeto são Lucas Bonacina Roldan (coordenador), Edimara Mezzomo Luciano, Gustavo Dalmarco (Escola de Negócios) e Nelson Ferreira Fontoura (Instituto do Meio Ambiente da PUCRS). Ao todo, são 14 instituições envolvidas no projeto, representando o Brasil, Colômbia, Espanha, Itália, França e México.

Início dos trabalhos

No começo de março, uma reunião de trabalho realizada na Universidad de Caldas, na cidade de Manizales, na Colômbia, marcou o início dos trabalhos. Lucas Roldan conta que o objetivo do encontro foi conhecer os parceiros do projeto, alinhar expectativas, modelar inicialmente os laboratórios de inovação social com foco em mudanças climáticas de cada universidade e compartilhar conhecimento.

Os próximos passos envolvem um mapeamento de capacidades das universidades parceiras e a identificação de desafios relacionados às mudanças climáticas a serem abordados por cada laboratório. Logo após, será realizada uma capacitação para todos, com o objetivo de compartilhar melhores práticas (programa de incubação online) e, assim, cada universidade implementará o seu laboratório.

“Após a implementação dos laboratórios, serão realizados projetos-piloto com o objetivo de gerar impacto social positivo onde esses serão realizados. É importante salientar que todas as etapas do projeto serão desenvolvidas em conjunto com os parceiros e a troca de conhecimentos estará sempre presente”, conta Lucas.

Trocas internacionais

O projeto proporciona que a PUCRS compartilhe experiência relacionadas à inovação social e às mudanças climáticas, além de ser uma ótima oportunidade para a Universidade poder fazer ainda mais pela sua comunidade, já que uma premissa do projeto é facilitar a resolução de problemas sociais a partir da pesquisa.

Em um período de três anos, o projeto espera treinar acadêmicos, estudantes e funcionários da América Latina, que formarão equipes líderes de mudança. Esses grupos projetarão e implementarão laboratórios de acordo com as necessidades, pontos fortes, desafios e características das instituições e territórios a que servem.

alagamentos, chuvas, questionário

Foto: Divulgação Metsul

A cada chuva mais intensa, Porto Alegre sofre com a exposição aos alagamentos, prejudicando a vida de muitas pessoas. Porém, quais são os custos que a cidade e as pessoas têm com esse tipo de evento tão comum? As respostas para essa dúvida é que o Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG) pretende esclarecer a partir da apuração de dados. Para isso, elaborou um questionário com 10 perguntas relacionadas aos prejuízos causados. Os moradores da capital gaúcha podem participar até o dia 25 de maio por meio do link http://bit.ly/2IAMzoD.

“Com esses dados coletados poderemos verificar os prejuízos econômicos sofridos pela sociedade, tanto pessoas físicas e empresas. O objetivo é que possamos responder o quanto custam os alagamentos à cidade e, assim, subsidiar estratégias de resiliência”, destaca o professor Regis Lahm, coordenador do LTIG.

As informações geradas apontarão os principais locais aonde ocorreram as perdas materiais (com valorização estimada), outros tipos de prejuízos (como atrasos ou faltas ao trabalho ou à escola), danos à saúde e exposição ao risco. Com esse levantamento, os dados serão adicionados a uma pesquisa com o uso de uma inteligência geoespacial, utilizando o algoritmo HAND, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa ação faz parte do Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Desastres Naturais (Pró-Alertas).

 

Relatório Global de Riscos

Em janeiro de 2018, durante o Fórum Econômico Mundial, foi apresentado o Relatório Global de Riscos, que analisa o impacto e a probabilidade dos principais riscos à vida no planeta Terra. Pela primeira vez, os líderes do Fórum demonstraram maior preocupação com os riscos ambientais, que, neste ano, representam quatro dos top cinco. Como justificativa a essa postura, o relatório indica que o ano de 2017 foi considerado um ano de desastres, ocasionados por grandes tempestades, incêndios e temperaturas extremas.

No Brasil, cidades como Porto Alegre e São Paulo sofrem com prejuízos socioeconômicos ocasionados por eventos climáticos extremos. Na maioria das vezes, relacionados com a infraestrutura, saúde e mobilidade urbana, sobretudo devido a desastres extensivos (menor impacto e maior ocorrência) como os alagamentos.