A doutoranda em Educação Gabriela Heck (esquerda), em conjunto com professora da Escola de Humanidades Janaina Pereira (direita), participaram do STEM Sign Language Summit na Gallaudet University. / Foto: Arquivo pessoal

Entre os dias 2 e 5 de março a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Gabriela Heck, em conjunto com professora da Escola de Humanidades Janaina Pereira, participaram do STEM Sign Language Summit na Gallaudet University em Washington, Estados Unidos. O evento realizado pela universidade americana tem como objetivo desenvolver sinais nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engrenharia e Matemática. A Gallaudet University é a única universidade no mundo onde a primeira língua é a de sinais e em sua tese de doutorado, Gabriela analisa a inclusão de pessoas surdas no campo científico, compreendendo quais são as influências que a fazem chegar neste espaço. Para a doutoranda, esse evento foi uma grande oportunidade de aprofundar seus estudos do doutorado.  

“Esse evento se relaciona diretamente com minha pesquisa de doutorado, na qual eu abordo a inclusão de pessoas com deficiência no campo científico, e eu estudo especificamente o que influencia essas pessoas a seguirem (ou não) com essas carreiras, destaca Gabriela. 

Além da participação no evento, aluna e professora também apresentaram artigo sobre o processo de criação de um glossário de Sinais Científico em Libras, desenvolvido entre 2019 e 2020. Além do glossário sobre temas científicos, o grupo já desenvolveu materiais também sobre autores das ciências sociais, saúde, área jurídica e sinais religiosos.    

“A professora Janaina me convidou para o Grupo de Estudo e Inovação em Libras para auxiliar na elaboração de um glossário bilíngue de sinais científicos em Libras, que está disponibilizado gratuitamente no Youtube. Até o momento, o glossário científico já tem mais de 200 sinais registrados, contribuindo para a inclusão da comunidade surda na educação básica e Ensino Superior no Brasil e promovendo a disseminação do conhecimento científico de maneira acessível e inclusiva.” 

Impacto social e na pesquisa 

Além da participação no evento, aluna e professora também apresentaram artigo sobre o processo de criação de um glossário de Sinais Científico em Libras, desenvolvido entre 2019 e 2020. / Foto: Arquivo pessoal

Gabriela Heck considera que participar do evento teve um impacto para além da sua pesquisa no doutorado. Para ela, ter a oportunidade de conhecer a única universidade voltada para educação de surdos no mundo foi um capítulo muito importante da sua trajetória no doutorado, e que esse encontro irá servir para trazer muitas ideias, conteúdos e contatos para o desenvolvimento da sua tese.  

“Para além do doutorado, a experiência também poderá trazer contribuições para o projeto que participo junto à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, sobre Mulheres na Ciência, pois pretendo identificar e possivelmente entrevistar mulheres surdas cientistas e compreender ainda mais sobre suas escolhas de carreira e desafios enfrentados por serem mulheres com deficiência em carreiras científicas”, elenca. 

Para a professora, essa participação é um impulsionador para maior impacto social dos projetos desenvolvidos pelo Grupo de Estudo e Inovação em Língua Brasileira de Sinais.  

“A nossa participação neste evento fortalece principalmente a base da nossa pesquisa da PUCRS para que possa ser reconhecida mundialmente, além disso atualizar as informações cientificas e acadêmicas para reunir os pesquisadores, estudantes, professores e a Comunidade Surda Brasileira”, destaca Janaina.

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O evento contará com a presença do líder indígena Júnior Hekurari. / Foto: Divulgação

O Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA), organizado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em parceria com Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), Ministério Público do RS, e pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental da UFRGS (GPJA), irá acontecer entre os dias 12 e 13 de março. O Fórum tem como objetivo discutir questões relacionadas ao meio ambiente do ponto de vista político e social, promovendo não só um debate, mas também um espaço de aprendizagem para estudantes, jornalistas e público em geral.   

O tema do 12º Fórum Internacional do Meio Ambiente é “Água e Energias Renováveis”, e o evento busca possibilitar reflexões sobre as formas de produção de energia e o uso da água, principalmente em temas como o hidrogênio verde e a produção de energia eólica. Também serão debatidas as implicações da implantação de fazendas de aerogeradores em lagoas e nas áreas litorâneas. O tema escolhido envolve dois grandes desafios da sociedade atual: preservar a qualidade e a riqueza ecológica da água do planeta e equilibrar o aumento da demanda de energia com a necessidade de preservação da natureza. Dessa forma, o evento promove uma discussão aprofundada sobre o uso desses recursos, com o objetivo de buscar soluções inovadoras e socialmente justas globalmente e em nível local.   

O Fórum irá contar com a presença de diversas lideranças e autoridades da temática no Brasil. A liderança indígena Junior Hekurari Yanomami será um dos palestrantes do evento e irá ministrar a palestra “Terra Yanomami: garimpo, crise humanitária e o papel do jornalismo”. Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami, Junior é ativista e denuncia a crise humanitário na terra indígena Yanomami, o garimpo ilegal e o desmatamento da Amazônia.   

Durante o Fórum também acontecerá a 1ª Mostra de Jornalismo Ambiental. Serão aceitos até 16 trabalhos entre reportagens e projetos de extensão que abordem a temática ambiental. Os trabalhos consistem em reportagens premiadas ou indicadas por professores, além de projetos de extensão aprovados pela universidade, com a indicação do orientador. Os trabalhos podem ser enviados até o dia 7 de março.   

Evento se conecta com a Agenda 2030 da ONU 

Ao trazer o tema água e energias renováveis para o debate, o Fórum conecta as duas temáticas com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidades (ONU) que são traduzidas pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): Vida na Água (objetivo 14) e Energia Acessível e Limpa (objetivo 14).  A Agenda 2030 é um guia desenvolvido pela ONU que funciona como um plano de ação para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030. Empresas, organizações, instituições de ensino são incentivadas a tomar parte nesse projeto global e a PUCRS é uma delas: a Universidade firma esse compromisso de impacto social diariamente através dos seus projetos de pesquisa, ensino, extensão e inovação.  

Serviço 

Saiba mais sobre o evento

Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS promoveu a primeira edição do Momento de Acolhimento Sensorial/ Foto: Divulgação

O Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) da PUCRS promoveu, no dia 25 de novembro, o Momento de Acolhimento Sensorial, ação de inclusão e acessibilidade destinada a pessoas com deficiência – principalmente aquelas que possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA). A necessidade e motivação para essa iniciativa partiu da compreensão de que acessar alguns espaços públicos muito estimulantes pode ser uma experiência estressante e desafiadora para algumas pessoas.  

“O Museu se propõe a criar oportunidades que privilegiem o conforto sensorial e diminuam impactos na interação com o ambiente; ampliando, assim, as possibilidades de acesso para um público cada vez mais amplo e diverso”, explica Gabriela Ramos, museóloga das ações educativas do Museu.

A ação foi concebida, planejada e desenvolvida pelas museólogas do MCT, a partir de uma parceria entre o Museu, a Gepes e o Colégio Marista Champagnat. A organização foi iniciada no dia 19 de outubro, pouco mais de um mês antes do evento. Além das museólogas, também participaram do desenvolvimento do projeto uma pesquisadora da área de inclusão museal e doutoranda em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU), uma psicóloga e analista em diversidade e inclusão da GEPES, uma pesquisadora da área do Transtorno do Espectro Autista e pós-doutoranda em Educação pela PUCRS, uma professora responsável pelo Atendimento Educacional Especializado do Colégio Marista Champagnat e parte da equipe interdisciplinar do MCT. Uma parte importante nesse processo foi a capacitação da equipe do Museu, detalha Gabriela Heck, pesquisadora da área de inclusão museal.

“As capacitações foram momentos de formação com a equipe envolvida no projeto piloto, que ocorreram durante o mês de novembro de 2023. Nesses espaços de formação, desenvolvemos os temas sobre Acessibilidade, Pessoa com Deficiência e especificamente questões relacionadas ao TEA.” 

Equipe envolvida no projeto passou por três etapas de capacitação para dar vida ao projeto/ Foto: Divulgação

No total, a capacitação foi dividida em três etapas: a primeira foi ministrada por Gabriela Heck, Doutoranda em Educação. Nessa etapa, foram abordados conceitos fundamentais sobre acessibilidade, incluindo a definição de acessibilidade e pessoa com deficiência, conforme a Lei nº 13.146 de 2015, esclarecimentos sobre o uso do cordão/fita de girassóis para identificar deficiências ocultas, segundo a Lei nº 14.624 de 2023. Outras definições importantes incluíram explanações sobre deficiências ocultas, tipos de deficiência, barreiras de acessibilidade, capacitismo e termos capacitistas. 

Na segunda etapa, ministrada pela pós-doutoranda em Educação Karla Wunder da Silva, foram apresentados conceitos essenciais e informações relevantes sobre o TEA. Isso inclui a definição do transtorno, aspectos do neurodesenvolvimento e dos transtornos relacionados, a desmistificação de estereótipos associados a pessoas autistas e dados internacionais e nacionais sobre autismo. Além disso, também foram abordadas características típicas, níveis de suporte, comportamentos observáveis com a metáfora do iceberg, STIMS (movimentos estimulatórios/reguladores), desenvolvimento da linguagem e abordagem de situações de agressividade.   

Por fim, a terceira etapa teve como objetivo o alinhamento da equipe envolvida, retomando as principais orientações de abordagem e comunicação frente ao público, adequações e recursos desenvolvidos para a iniciativa e um espaço de diálogo para manifestação de dúvidas do time envolvido na ação. Gabriela Heck destaca a importância dessa etapa para o desenvolvimento da iniciativa: 

“As capacitações revelaram um potencial colaborativo significativo entre o Museu e outros departamentos da PUCRS, que são responsáveis pela formação de profissionais e pesquisadores em diversas áreas, dispostos a apoiar iniciativas como essa. Essas capacitações proporcionaram oportunidades enriquecedoras para o desenvolvimento pessoal e profissional dos envolvidos, criando espaços significativos para crescimento, trocas e aprendizado”, comenta ela.  

Recepção do evento pelo público foi um sucesso 

Para a iniciativa, foi criada uma sala de acolhimento sensorial, que difere dos demais espaços do MCT: sendo um local longe dos principais estímulos do museu, como barulhos, luzes e aglomeração de pessoas, o espaço tem como objetivo fornecer conforto e segurança para os visitantes. “Nesse espaço, a iluminação, a temperatura, as cores do ambiente, os estímulos e os recursos sensoriais disponíveis são pensados como opção para a autorregulação de pessoas neurodivergentes”, explica Gabriela Heck.  

Sala de acolhimento sensorial foi criada especialmente para a iniciativa/ Foto: Divulgação

Para essa primeira edição da iniciativa, a equipe do MCT organizou o espaço na sala de ações educativas. Localizada provisoriamente no terceiro pavimento do Museu, em um ambiente reservado. A sala, um ambiente silencioso, é equipada com pufes, tapete sensorial, materiais para desenho, objetos recreativos e brinquedos antiestresse. João Pedro Talamini, de 21 anos, é autista e participou da edição piloto, e afirma ter sido uma ótima experiência. 

Sempre gostei muito de ciências naturais, e desde criança gosto de visitar o Museus da PUCRS. Poder visitar esse lugar com tranquilidade e silêncio, assim podendo desfrutar de todas as exposições de forma mais agradável, foi realmente muito bom”, diz. 

João não foi o único a aprovar a iniciativa: a pesquisa de satisfação respondida pelos participantes apontou 100% de aceitação quanto ao nome da iniciativa, 100% de satisfação quanto à pertinência da redução de público (menos circulação e ruídos), um maior engajamento dos visitantes com relação aos conteúdos da exposição e uma maior interação com os experimentos. 

A avaliação da iniciativa foi realizada antes, durante e depois da execução do projeto. Além disso, as próprias capacitações trouxeram feedbacks muito positivos, gerando nos atendentes o interesse em participar de mais momentos de formação voltados aos públicos com deficiência e de aprenderem a Língua Brasileira de Sinais (Libras). 

Além disso, a inclusão e diversidade dentro da própria equipe do museu contribuiu para a construção do projeto: o desenvolvimento do Mapa Sensorial foi acompanhado por um atendente do museu diagnosticado com TEA e contribuiu com sua experiência e conhecimento sobre as exposições para mapear os espaços e experimentos com maiores estímulos sensoriais. Posteriormente, ele relatou que se sentiu acolhido ao ser consultado, ouvido e reconhecido. 

Gabriela Ramos destaca a acolhida da equipe e interação com os atendentes, bem como os recursos criados para a inciativa, como mapas, mochilas e a sala. 

“As mochilas, que estavam sendo carregadas pelos atendentes, despertaram o interesse dos visitantes, o que demonstrou a importância de se criar uma identidade visual do projeto para ser adicionada junto a elas e aos demais recursos, visando facilitar a sua identificação por parte do público. Com relação ao espaço de acolhimento sensorial, dos visitantes que a utilizaram, os comentários foram positivos, com sugestões de ter uma sala em cada andar, e a indicação de outros recursos que poderiam ser incluídos, como redes, balanços e uma melhor sinalização”, explica. 

Próxima edição acontece neste domingo 

A edição piloto do projeto foi um sucesso: e não irá parar por aí! A partir de agora, o Museu vai promover, no terceiro domingo de cada mês, o Momento de Acolhimento Sensorial – e o valor do ingresso é meia entrada para pessoas com deficiência e acompanhantes. A próxima edição já tem data para acontecer: dia 17 de dezembro, das 10h às 11h.  

Você pode conferir mais sobre a programação e valores do Museu clicando aqui. 

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O professor Carlos Eduardo Lobo e Silva com representantes da UFRGS, UFCSPA e UFSM com a presidente da Capes, Mercedes Bustamante. / Foto: Arquivo pessoal

A PUCRS recebeu na terça-feira (5), em cerimônia em Brasília, o prêmio Capes Elsevier 2023, que enaltece a produção científica nacional e reconhece instituições brasileiras pela contribuição de maior impacto aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A Universidade, representada pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Carlos Eduardo Lobo e Silva, foi destaque no ODS de número 11: Cidades e comunidades sustentáveis.  

Segundo dados divulgados pela Elsevier, o ranqueamento das instituições foi realizado a partir de análises da produção científica e métricas obtidas por meio da ferramenta SciVal, que permite acesso agilizado aos resultados de pesquisa de mais de 20 mil instituições em 230 nações ao redor do mundo.  Além do indicador, são elegíveis para concorrerem ao prêmio as instituições com mais de 2 mil documentos nos últimos 5 anos (2018-2022). 

Na categoria vencedora, pesquisas em áreas da biodiversidade, meio ambiente e tecnologia receberam destaque pelo número de citações. Para o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, o reconhecimento reflete o trabalho de excelência desenvolvido na Universidade.

“A PUCRS parabeniza a CAPES e a Editora Elsevier por essa iniciativa que reconhece e valoriza o impacto da pesquisa brasileira na nossa sociedade. Estamos extremamente honrados em receber essa premiação que fortalece ainda mais a nossa convicção de promover pesquisas de relevância social”, comenta Lobo e Silva. 

Excelência em pesquisa faz da PUCRS uma instituição líder no campo da ciência no Brasil, com impacto nacional e internacional de publicações científicas e formação continuada de pesquisadores. Além de indicadores que demonstram um aumento continuado do número de trabalhos científicos publicados em periódicos internacionais, nos últimos anos também observamos uma tendência de crescimento das citações – um indicativo da relevância das pesquisas conduzidas na Universidade -, fazendo com que a porcentagem de citações ultrapasse os níveis observados globalmente.  

Agenda 2030 da ONU: uma prioridade entre a comunidade universitária 

O prêmio foi entregue na última terça-feira, 5 de dezembro, para os representantes das instituições premiadas. / Foto: Divulgação/CAPES

Em 2023 a PUCRS iniciou um novo ciclo de Planejamento Estratégico e, entre seus principais direcionadores para o período, há um específico sobre Responsabilidade Social, Ambiental e de Governança. A Universidade busca, cada vez mais, gerar e transformar conhecimento em desenvolvimento social, ambiental, cultural e econômico, preparando pessoas para mudar o mundo.  

Gerar desenvolvimento e impacto social é uma causa que acompanha a instituição desde a sua fundação, há 75 anos. Segundo o reitor, Ir. Evilázio Teixeira, o compromisso com a Casa Comum e com a Agenda 2030 ONU está cada vez mais presente no dia a dia da instituição e mobiliza centenas de estudantes, educadores, pesquisadores e colaboradores em prol deste plano de ação global traduzido em 17 ODS. 

“A PUCRS procura responder de maneira integrada aos desafios do mundo atual, integrando grandes projetos e ações que se concretizam por meio da pesquisa em áreas prioritárias como sustentabilidade, energias renováveis, saúde e humanidades”, destaca Ir. Evilázio. 

Além de manter há 30 anos a maior reserva ambiental privada do Rio Grande do Sul, o Pró-Mata, a PUCRS tem hoje um comitê dedicado a implementar um Plano de Gestão Ambiental que responda aos desafios do presente e do futuro. Em tempos de emergência climática, além de ações em laboratórios e uma exposição educativa sobre o tema no Museu de Ciências e Tecnologia, o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) está trabalhando em um programa pioneiro de captura de carbono da atmosfera.

vEJA as instituições vencedoras: 

ODS 1 – Erradicação da pobreza 

Premiado: Universidade Federal de Santa Maria 

ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável 

Premiado: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 

ODS 3 – Saúde e bem-estar 

Premiado: Fundação Getúlio Vargas 

ODS 4 – Educação de qualidade 

Premiado: Hospital Israelita Albert Einstein 

ODS 5 – Igualdade de gênero 

Premiado: Universidade Federal de Ouro Preto 

ODS 6 – Água potável e saneamento 

Premiado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 

ODS 7 – Energia limpa e acessível 

Premiado: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 

ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico 

Premiado: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 

ODS 9 – Indústria, inovação, infraestrutura 

Premiado: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 

ODS 10 – Redução das desigualdades 

Premiado: Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre 

ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis 

Premiado: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 

ODS 12 – Consumo e produção responsáveis 

Premiado: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 

ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima 

Premiado: Universidade Federal de Itajubá 

ODS 14 – Vida na água 

Premiado: Universidade Federal de Goiás 

ODS 15 – Vida terrestre 

Premiado: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais 

ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes 

Premiado: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 

*Menção especial por seu destaque nos ODS 1 – Erradicação da pobreza, ODS 3 – Saúde e bem-estar, ODS 5 – Igualdade de gênero, ODS 10 – Redução das desigualdades, ODS 12 – Consumo e produção responsáveis, ODS 16 – Paz, justiça e instituições eficazes, no Nordeste. – Universidade Federal de Sergipe 

Conheça as outras iniciativas da PUCRS RELACIONADAS AOS ODS

Laboratório das Infâncias da Escola de Humanidades leva oficinas de contação de histórias a escola municipal no Morro da Cruz/ Foto: Arquivo pessoal

A Escola de Humanidades, por meio do Laboratório das Infâncias (LabInf),  desenvolveu um projeto de contação de histórias para crianças da rede municipal do Bairro São José, no Morro da Cruz, zona leste de Porto Alegre. Trata-se do projeto LabInf na Escola, que nasceu para promover a realização de oficinas que contribuam tanto na educação da infância quanto na formação de professores. 

A iniciativa para a criação do projeto partiu da professora Drª Andreia Mendes dos Santos, coordenadora do Núcleo de Estudos sobre as Infâncias e Educação Infantil (NEPIEI), integrado ao próprio LabInf, também coordenado por ela. Além da docente, integram o projeto Maria Souza dos Santos e Sandra Canal, doutorandas em Educação (bolsistas CAPES), Rossana Gueller Ruschel (bolsista CNPQ), mestranda em Ciências Sociais e Cecília Moreira Borges, Eduarda Brodacz de Vasconcelos, Laura Antunes Cazella, Laura Mocelin Notti e Tainá Tubino Moreira de Souza, estudantes de Psicologia (bolsistas de Iniciação Científica). 

O LabInf na Escola tem atendido turmas de educação infantil da EMEF Morro da Cruz, cuja equipe pedagógica, em reunião com os integrantes do LabInf, acolheu a iniciativa. O projeto, que iniciou no mês de setembro, terá ao todo quatro atividades, no período matutino. A cada encontro, uma turma da educação infantil foi contemplada e com uma proposta diferente. 

Para a primeira oficina, foi escolhida a história “Romeu, o Garnisé Aventureiro”, de autoria da pesquisadora Sandra Canal em parceria com seu filho, Nycolas Canal Tenis. As páginas da narrativa foram fixadas em uma caixa de papelão em forma de “cineminha”. Durante uma roda de conversa, as crianças foram instigadas a refletir sobre “de onde vêm os ovos?”, e convidadas a confeccionar um galo com argila e com elementos da natureza. 

A segunda contação de história deu-se a partir da obra “A Cesta da Dona Maricota”, da autora Tatiana Belinky. O enredo foi narrado e encenado por integrantes do projeto, despertando a curiosidade das crianças, que permaneceram muito atentas. Os materiais usados – que estão expostos no LabInf, no prédio 9 – foram confeccionados pela pesquisadora Sandra Canal e feitos a partir de recursos simples e de forma artesanal (um fogão, uma geladeira e uma pia de papelão). Também foram utilizados utensílios em desuso, doados pelas participantes da equipe e por outros pesquisadores do grupo. A professora regente Silvia Lima Jacques afirmou que a atividade despertou a criatividade e sensibilizou as crianças do Jardim B2 (que têm entre 5 e 6 anos). 

“A oficina foi maravilhosa. A maneira como foi apresentada a história despertou o interesse, a curiosidade e o desejo das crianças em manusear, conhecer e principalmente brincar naquele ambiente. Além disso, foi mostrada a importância da alimentação saudável”, disse ela, que se sentiu estimulada a realizar mais atividades do tipo com a turma. 

Na opinião da doutoranda Sandra Canal, os móveis feitos com materiais reaproveitáveis “são valiosos para mostrar que é possível construir brinquedos que se aproximam muito da realidade em que as crianças vivem, tornando bem parecido com atividades do cotidiano de suas casas”. 

Em uma terceira oficina, o grupo de pesquisadoras contou para as crianças a história “Africana: Uma princesa diferente”, escrita por Cristiane Sousa. Foi promovida uma roda de conversa para levantar discussões sobre questões raciais históricas e contemporâneas, e as crianças aprenderam a confeccionar uma boneca Abayomi (representativa da cultura africana) com retalhos de tecido. 

Maria Souza, uma das doutorandas que integram o projeto, explica o propósito e a importância da iniciativa: 

O propósito do projeto é atender à diversidade, propiciando às crianças momentos de interações, brincadeiras, criação e recriação, além de oportunizar aos professores a compreensão das aprendizagens embutidas na contação de histórias, lançando mão de recursos/materiais simples, não estruturados, que possibilitam uma aprendizagem equitativa. O projeto visa proporcionar às crianças um leque de experiências, conhecimentos e saberes, por meio de atividades lúdicas e interações no ambiente educacional”, pontua ela. 

Rafael Prikladnicki é professor da Escola Politécnica da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

O professor da Escola Politécnica Rafael Prikladnicki foi contemplado com o Google Award for Inclusion Research 2023. Prikladnicki, que também é assessor de desenvolvimento da Superintendência de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, é o único pesquisador da América Latina a receber a premiação em 2023. O projeto How do blind and low vision developers co-create software design artifacts?, aborda como desenvolvedores de software com visão comprometida podem participar da criação de documentos de design de software. Para o professor, a premiação representa o reconhecimento da pesquisa de classe mundial desenvolvida na PUCRS.  

“Recebi esta notícia com enorme alegria. Este projeto começou a ser desenvolvido no meu período de pós-doutorado em 2022, em parceria com o professor Andre van der Hoek da University of California, Irvine (UCI) e demonstra o ambiente diferenciado que continuamos tendo na nossa Universidade para desenvolver pesquisa de impacto para a sociedade, que de fato faça a diferença”. 

O projeto visa entender como profissionais de software cegos e com baixa visão cocriam artefatos em suas equipes. Como o desenvolvimento de software é inerentemente um esforço criativo e colaborativo, profissionais com baixa visão provavelmente enfrentarão desafios adicionais aos enfrentados por seus colegas fisicamente aptos, principalmente quando tratamos de documentos essencialmente visuais.  

Leia mais: Projeto da PUCRS financiado pelo Google utiliza Inteligência Artificial para inclusão da população surda 

“Este trabalho visa então identificar oportunidades de melhoria, como aprimoramentos de ferramentas – incluindo G Suite e aplicativos Google – ou mudanças culturais e de processos. Na prática, o resultado desta iniciativa visa melhorar a acessibilidade da profissão de software a uma população mais diversa”, comenta o pesquisador. A premiação consiste em um valor de US$ 35 mil, que será destinado a bolsas, equipamentos e missões de estudo. 

Projeto da PUCRS utiliza Inteligência Artificial para inclusão da população surda

O projeto coordenado pelo pesquisador da Escola Politécnica foi contemplado pelo Google Award for Inclusion Research. / Foto: SHVETS production/Pexels

Para a decana da Escola Politécnica Sandra Einloft, a conquista do prêmio é motivo de grande orgulho, destacando não apenas a excelência das pesquisas realizadas no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC) da Escola Politécnica da PUCRS, mas também o fato de que este projeto se destacou como o único da América Latina a ser agraciado com tal honraria.  

“É importante ressaltar que o tema da diversidade e inclusão, que foi abordado na pesquisa do professor Rafael, reveste-se de extrema relevância para o avanço da nossa sociedade. O docente possui uma trajetória importante na área, o que é evidenciado também pela sua recente contribuição à literatura acadêmica, com a publicação de dois capítulos no primeiro livro internacional sobre diversidade e inclusão na Engenharia de Software. Essa realização não apenas destaca o PPGCC, a Escola Politécnica e a PUCRS no cenário internacional, mas também os consagra como atores de grande importância nesse campo” adiciona. O livro, com o título de “Equity, Diversity, and Inclusion in Software Engineering: Best Practices and Insights” será lançado em dezembro de 2023. 

Leia também: Professora da PUCRS integra artigo da Nature sobre mulheres na ciência da computação 

Desde 2020, o programa Award for Inclusion Research (AIR) contemplou apenas quatro brasileiros, sendo dois da PUCRS, em 2022 e agora em 2023. A Google seleciona pesquisadores do mundo inteiro, com um concorrido processo seletivo com revisão dos engenheiros da empresa. 

Conheça as iniciativas premiadas

Alunos/as do 2º e 5º ano de escola no Bairro Restinga participaram de uma testagem do game. / Foto: Ana Paula Bacelo

Estar atento às demandas da sociedade e trabalhar a inclusão e a igualdade racial desde as séries iniciais é fundamental para o desenvolvimento de pessoas mais justas e de um mundo mais equalitário. Foi pensando nisso que uma parceria das Escolas de Humanidades e Politécnica da PUCRS, por meio das professoras Patrícia Grossi e Ana Paula Bacelo, criou, em 2019, um game afro direcionado a crianças, somente com personagens negros e negras. Para Patrícia, a pesquisa universitária reforça a autoestima e o reconhecimento das culturas no país.

“Idealizei um projeto que pudesse ser desenvolvido em uma escola-piloto em Porto Alegre, num bairro predominantemente negro e que contribuísse para a promoção da cultura negra e diversidade em sala de aula”, explica.

O projeto foi aplicado na Escola Municipal Senador Alberto Pasqualini. Localizada na Restinga, um dos bairros com maior concentração negra e periférica de Porto Alegre, a escola já possuía iniciativas nessa área, como o Coletivo Quilombelas, composto por seis professoras negras engajadas na criação de dispositivos que reforcem a importância da representatividade.

“A ideia da construção de um game que dialoga com as infâncias contemporâneas e o afro afirma a urgência de termos personagens negras e negros nos artefatos culturais infantis. Ver imagens parecidas consigo é importante para a constituição de crianças negras e brancas”, destaca Vanessa Felix dos Santos, professora da escola. 

Este ano, os/as alunos/as do segundo e quinto ano da Alberto Pasqualini, com idades entre 7 e 12 anos, participaram de uma testagem do game. As atividades promoveram um conhecimento sobre a história e personagens negros de uma forma diferenciada, além de fortalecer a autoestima, já que as crianças, até então, não se identificavam com princesas negras ou tinham heróis negros como referência, mesmo sendo pretas e pardas em sua maioria. 

“O game apresenta informações sobre personalidades negras (principalmente mulheres que fizeram história), pontos culturais que trabalham a negritude no Bairro Restinga, quilombos de Porto Alegre e territórios negros da Capital, como a Praça do Tambor. Tudo isso fortalece o ensino da cultura afro. Um dos destaques do feedback das crianças foi a identificação dos personagens com pessoas próximas a elas, como, por exemplo, a própria professora Vanessa, destaca Patrícia. 

Projetos que mudam vidas 

game afro, jogo para crianças

Alunos/as de quatro turmas do 4º ano do Colégio Marista Champagnat também testaram o jogo. / Foto: Patrícia Grossi

Criado a partir do Programa de Integração entre as Áreas da PUCRS, o game envolveu alunos dos cursos de Engenharia de Software, Ciências da Computação, Serviço Social e Design de Produtos, colocando em prática a interdisciplinaridade na Universidade. Um dos participantes do projeto é Marcelo Fróes, especialista em Jogos Digitais, que atua como voluntário. 

“Para mim, a motivação para participar do desenvolvimento do game vai além da questão profissional, porque é importante refletir sobre a diversidade para o público gamer. Participar do processo como bolsista e depois como voluntário foi gratificante e me proporcionou um desenvolvimento em diversos âmbitos da vida. Ser voluntário em um projeto como esse me dá esperança em contribuir para que outras crianças e jovens negros possam se sentir incluídas na área da tecnologia e cada vez mais representados no mundo dos games”, conta Marcelo. 

A representatividade ainda precisa ser bastante difundida no imaginário, principalmente o infantil, mas ela pode beneficiar todas as pessoas. Para Marcelo, o jogo trata essas temáticas de uma maneira didática e assertiva. “Um dos aspectos mais importantes que posso destacar é a representatividade que a gente tenta construir com protagonistas negros de cabelo crespo. Pode parecer um ato simples, mas ainda em 2023 é difícil que crianças, jovens e, muitas vezes, até adultos se sintam bem com seus próprios cabelos e suas tonalidades de pele”.

Já para Pedro Street, estudante de Design e bolsista de iniciação tecnológica do CNPq, ser bolsista é uma forma única de entrar no universo high tech que são os games. “Esse projeto me dá a possibilidade de usar a tecnologia para promover a diversidade. Acredito que o conhecimento é fundamental para construir um futuro melhor”. Contribuir para a luta antirracista foi uma das motivações que levou Márcio Souza da Rosa Filho, estudante do Curso de Engenharia de Software, a participar do game afro.

“Desde criança, sempre fui apaixonado por jogos e com o tempo quis aprender como eles eram feitos. À medida que fui crescendo também fiquei mais consciente das questões de desigualdade racial. Ser voluntário permite que eu use as minhas habilidades e conhecimentos para fazer a diferença no mundo de uma maneira significativa. É gratificante saber que estou contribuindo para algo que pode educar, inspirar e influenciar positivamente as pessoas”

Agora, o objetivo do projeto é replicar o game para outras escolas, tanto públicas como privadas. “Os alunos de quatro turmas do 4º ano do Colégio Marista Champagnat também já testaram o jogo, que teve uma ampla aceitação entre os estudantes”, destacou Patrícia. 

Alunos/as do 2º e 5º ano de escola no Bairro Restinga participaram de uma testagem do game. / Foto: Ana Paula Bacelo

Estar atento às demandas da sociedade e trabalhar a inclusão e a igualdade racial desde as séries iniciais é fundamental para o desenvolvimento de pessoas mais justas e de um mundo mais equalitário. Foi pensando nisso que uma parceria das Escolas de Humanidades e Politécnica da PUCRS, por meio das professoras Patrícia Grossi e Ana Paula Bacelo, criou, em 2019, um game afro direcionado a crianças, somente com personagens negros e negras. Para Patrícia, a pesquisa universitária reforça a autoestima e o reconhecimento das culturas no país.

“Idealizei um projeto que pudesse ser desenvolvido em uma escola-piloto em Porto Alegre, num bairro predominantemente negro e que contribuísse para a promoção da cultura negra e diversidade em sala de aula”, explica.

O projeto foi aplicado na Escola Municipal Senador Alberto Pasqualini. Localizada na Restinga, um dos bairros com maior concentração negra e periférica de Porto Alegre, a escola já possuía iniciativas nessa área, como o Coletivo Quilombelas, composto por seis professoras negras engajadas na criação de dispositivos que reforcem a importância da representatividade.

“A ideia da construção de um game que dialoga com as infâncias contemporâneas e o afro afirma a urgência de termos personagens negras e negros nos artefatos culturais infantis. Ver imagens parecidas consigo é importante para a constituição de crianças de todas as raças”, destaca Vanessa Felix dos Santos, professora da escola. 

Este ano, os/as alunos/as do segundo e quinto ano da Alberto Pasqualini, com idades entre 7 e 12 anos, participaram de uma testagem do game. As atividades promoveram um conhecimento sobre a história e personagens negros de uma forma diferenciada, além de fortalecer a autoestima, já que as crianças, até então, não se identificavam com princesas negras ou tinham heróis negros como referência, mesmo sendo pretas e pardas em sua maioria. 

“O game apresenta informações sobre personalidades negras (principalmente mulheres que fizeram história), pontos culturais que trabalham a negritude no Bairro Restinga, quilombos de Porto Alegre e territórios negros da Capital, como a Praça do Tambor. Tudo isso fortalece o ensino da cultura afro. Um dos destaques do feedback das crianças foi a identificação dos personagens com pessoas próximas a elas, como, por exemplo, a própria professora Vanessa, destaca Patrícia. 

Projetos que mudam vidas 

game afro, jogo para crianças

Alunos/as de quatro turmas do 4º ano do Colégio Marista Champagnat também testaram o jogo. / Foto: Patrícia Grossi

Criado a partir do Programa de Integração entre as Áreas da PUCRS, o game envolveu alunos dos cursos de Engenharia de Software, Ciências da Computação, Serviço Social e Design de Produtos, colocando em prática a interdisciplinaridade na Universidade. Um dos participantes do projeto é Marcelo Fróes, especialista em Jogos Digitais, que atua como voluntário. 

“Para mim, a motivação para participar do desenvolvimento do game vai além da questão profissional, porque é importante refletir sobre a diversidade para o público gamer. Participar do processo como bolsista e depois como voluntário foi gratificante e me proporcionou um desenvolvimento em diversos âmbitos da vida. Ser voluntário em um projeto como esse me dá esperança em contribuir para que outras crianças e jovens negros possam se sentir incluídas na área da tecnologia e cada vez mais representados no mundo dos games”, conta Marcelo. 

A representatividade ainda precisa ser bastante difundida no imaginário, principalmente o infantil, mas ela pode beneficiar todas as pessoas. Para Marcelo, o jogo trata essas temáticas de uma maneira didática e assertiva. “Um dos aspectos mais importantes que posso destacar é a representatividade que a gente tenta construir com protagonistas negros de cabelo crespo. Pode parecer um ato simples, mas ainda em 2023 é difícil que crianças, jovens e, muitas vezes, até adultos se sintam bem com seus próprios cabelos e suas tonalidades de pele”.

Já para Pedro Street, estudante de Design e bolsista de iniciação tecnológica do CNPq, ser bolsista é uma forma única de entrar no universo high tech que são os games. “Esse projeto me dá a possibilidade de usar a tecnologia para promover a diversidade. Acredito que o conhecimento é fundamental para construir um futuro melhor”. Contribuir para a luta antirracista foi uma das motivações que levou Márcio Souza da Rosa Filho, estudante do Curso de Engenharia de Software, a participar do game afro.

“Desde criança, sempre fui apaixonado por jogos e com o tempo quis aprender como eles eram feitos. À medida que fui crescendo também fiquei mais consciente das questões de desigualdade racial. Ser voluntário permite que eu use as minhas habilidades e conhecimentos para fazer a diferença no mundo de uma maneira significativa. É gratificante saber que estou contribuindo para algo que pode educar, inspirar e influenciar positivamente as pessoas”

Agora, o objetivo do projeto é replicar o game para outras escolas, tanto públicas como privadas. “Os alunos de quatro turmas do 4º ano do Colégio Marista Champagnat também já testaram o jogo, que teve uma ampla aceitação entre os estudantes”, destacou Patrícia. 

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Projeto USE é coordenado pelo professor Odilon Duarte, da Escola Politécnica/ Foto: Giordano Toldo

A preocupação cada vez maior com o meio ambiente e o futuro do planeta leva cada vez mais empresas e instituições a adotarem medidas sustentáveis e a assumirem o compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Um desses objetivos, a meta nº 7, diz respeito ao acesso à energia limpa: o uso dos recursos energéticos, bem como formas mais sustentáveis de gerar e consumir energia, são pauta fundamental na construção de um futuro que torne viável a permanência da vida na Terra. A PUCRS se compromete com a pauta de energia sustentável há 15 anos por meio do Projeto USE – Uso Sustentável de Energia, que busca levar às pessoas conhecimentos e informações sobre o consumo consciente de energia e práticas de sustentabilidade. 

Instituído pela PUCRS em março de 2008, participantes do projeto já realizaram mais de 4.600 ações dentro e fora da Universidade. Odilon Duarte, coordenador do USE e do curso de Engenharia de Energias Renováveis da Escola Politécnica, onde é realizado o projeto, destaca que o impacto social gerado vai além do Campus e é gerado por meio da sensibilização das pessoas, seja por trabalhos técnicos, eventos, palestras, entrevistas, visitas técnicas e educacionais ou por do uso das redes sociais. 

“O Projeto USE dissemina conteúdo para que os cidadãos sejam protagonistas na proteção do planeta em que habitam, para que sua qualidade de vida não seja afetada de forma negativa, reduzindo o uso de fontes não renováveis e a emissão de gases do efeito estufa, trazendo pautas ambientais a lugar de destaque”, comenta ele. 

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Ao longo de tantos anos de realização, o Projeto USE deixa um extenso legado de conscientização e transmissão de conhecimentos sobre medidas que promovem o uso eficiente de energia, bem como as consequências do bom e mal uso desta que refletem em questões sociais, climáticas e financeiras. “Tal aprendizado é aplicado tanto na PUCRS quanto nos lares dos indivíduos que atuam na Universidade”, pontua o docente. Tudo isso reflete a importância de iniciativas como o Projeto USE para o futuro do meio ambiente e do planeta em geral. 

“O projeto realiza estudos para mitigar as consequências das ações humanas no planeta. Neste sentido, a iniciativa leva em consideração a disponibilidade dos recursos naturais para suprir as necessidades da humanidade, juntamente com a redução das emissões dos gases de efeito estufa”, conta Odilon. 

Atuação efetiva em diferentes frentes 

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Projeto USE promove diversas ações dentro e fora da Universidade para promover o consumo consciente de energia/ Foto: Bruno Todeschini

O projeto é dividido em três frentes de atuação: o vetor técnico, o vetor educacional e o vetor de comunicação e relacionamento. No vetor técnico, são desenvolvidos trabalhos voltados para sistemas de consumo de energia (iluminação, refrigeração, climatização, entre outros). No vetor educacional, são realizadas ações de sensibilização para os públicos internos e externos da Universidade, a fim de promover o uso consciente da eletricidade. E no vetor de comunicação e relacionamento, são realizadas campanhas de conscientização, participação em eventos e publicações informativas em redes sociais. Neste também ocorre a concessão de entrevistas para veículos de comunicação, sendo estas textuais, para rádio e TV. 

Entre as diversas pesquisas e ações desenvolvidas pelo Projeto USE recentemente, destacam-se participações em seminários importantes, como o 11º Seminário Cidade Bem Tratada, especificamente no painel temático “Mobilidade, Energia e Descarbonização”, juntamente com especialistas da área. O projeto também marcou presença no seminário 3º Seminário sobre Energias Renováveis, participando do painel de capacitação, também junto a especialistas. Também foram concedidas diversas entrevistas sobre temáticas como energias renováveis, apagão e eficiência energética. Odilon destaca outras ações recentes: 

“Realizamos avaliação da qualidade da energia de sistemas consumidores de energia no Campus Universitário; levantamento do perfil de consumo de energia elétrica das edificações; análise da viabilidade econômica para o emprego da mobilidade elétrica e na eficiência energética para a substituição do sistema de climatização do Laboratório de Alto Desempenho (LAD) e no Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, entre outras ações”, explica. 

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Alunos protagonizam o projeto 

Adriano Klein/ Foto: Arquivo pessoal

Seja como estagiários ou voluntários, muitos estudantes da Universidade já passaram pelo Projeto USE, dos mais diversos cursos, entre eles todas as Engenharias, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Direito, Psicologia, Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda. Adriano Klein, formado em Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas de Energia pela PUCRS, participou do projeto quando era aluno e afirma ter sido uma experiência enriquecedora, e que o fez compreender uma nova forma de se relacionar com a energia. 

“No projeto eu pude perceber que a energia não se limita ao aspecto físico, mas envolve muitas outras questões relevantes para um profissional que atuará no mercado de energia. Hoje, vejo o setor e as grandes empresas do ramo se movendo em direção à descarbonização, algo que está na essência do Projeto USE. A experiência ampliou a minha visão sobre a energia e foi fundamental para a minha trajetória profissional, pois me fez entender a importância do uso sustentável da energia. Os aprendizados que obtive no projeto alimentam o meu propósito de trabalhar com esse tema fascinante”, comenta ele. 

Matheus do Carmo/ Foto: Arquivo pessoal

O alumnus Matheus do Carmo, também formado no mesmo curso e ênfase que Adriano, destaca a importância que ter participado do projeto teve em sua formação: 

“Foi fundamental, tanto do lado profissional, por me moldar em um perfil ímpar para o mercado, quanto do lado pessoal, por fomentar minha atuação em causas importantes como o combate ao aquecimento global por meio dos conhecimentos da atividade que decidi exercer. A PUCRS, com sua infraestrutura, permitiu que eu fosse exposto, ainda na graduação, a desafios de liderança, proatividade e maturidade, participando, inclusive, de seminários internacionais como expositor, ao lado de colegas com pós-doutorado. Isso foi responsável por parte considerável das conquistas que tive até o momento como engenheiro.” 

Gabriele Schmeling/ Foto: Arquivo pessoal

A estudante Gabrielle Schmeling, do curso de Engenharia de Produção, integra atualmente o Projeto USE e conta que seu interesse em participar do projeto veio da possibilidade de atuar em uma iniciativa que gerasse impacto social e ambiental. 

“Uma das motivações e expectativas pela qual iniciei no projeto USE foi poder participar de forma ativa em um programa que contribuísse de fato com a comunidade, e aprender na prática a relevância das fontes de energias renováveis, que geram impactos positivos em setores ambientais, sociais e financeiros. É gratificante perceber como a conscientização das pessoas promove o uso eficiente de energia, que reduz as ações negativas no planeta, gerando maior qualidade de vida para todos. Acredito que, desta forma, o projeto vem sensibilizando a sociedade, pois se cada um fizer a sua parte e utilizar os recursos naturais de forma consciente, futuramente mais brasileiros poderão ter acesso à energia elétrica, necessidade básica à qual infelizmente nem todos tem acesso.” 

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Estude Engenharia de Energias Renováveis na PUCRS

Programa de Bolsas em Licenciaturas da Escola de Humanidades beneficiou 160 estudantes em 2022/ Foto: Bruno Todeschini

O Programa de Bolsas de Formação Inicial em Licenciaturas, viabilizado após a participação e seleção da Escola no Edital 66/21 SEB/MEC, possibilitou à Escola de Humanidades da PUCRS a concessão de 160 bolsas nos cursos de Licenciatura em Pedagogia, Letras Português e Ciências Biológicas no primeiro semestre de 2022, quando o projeto foi iniciado. “Dos selecionados, muitos já atuam como docentes ou educadores sociais, da educação infantil ou anos iniciais, mas não têm formação superior”, explica Ana Regina Soster, professora da Escola de Humanidades e coordenadora do projeto. Logo, a ideia é que a iniciativa contribua para a qualificação do ensino básico, principalmente nas escolas públicas. 

Conhecida como a “profissão que forma todas as profissões”, a docência exerce um papel fundamental na construção da sociedade. No entanto, sofre com constante desvalorização – além da baixa procura: os cursos de licenciatura são cada vez menos almejados pelos jovens. Segundo uma pesquisa da Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), o déficit de professores em todas as etapas da educação básica pode chegar a 235 mil em menos de vinte anos. O estudo também aponta que o número de ingressos em cursos presenciais de licenciatura caiu 37,6% na última década. Tudo isso impacta na qualidade da educação e no futuro do País – considerando esse movimento, a Escola de Humanidades busca incentivar a formação de novos professores da educação básica.  

Experiências práticas de docência e núcleos de apoio fortalecem a formação  

O projeto foi construído tendo como base um conjunto de ações de apoio e de formação, como seminários integrados, palestras, oficinas e vivências nas escolas de educação básica. Ana Regina explica que os cursos de licenciatura da Escola de Humanidades passaram por uma grande reestruturação curricular implantada no primeiro semestre de 2020. Com base na aprendizagem pela pesquisa e em um forte caráter interdisciplinar, as licenciaturas possuem, em seu primeiro semestre, disciplinas em comum com todos os cursos. Essas disciplinas contemplam um olhar sobre o contexto social mundial e principalmente nacional. Entre elas, estão: Leituras de Brasil; História, Tempo e Memória e Demografia e Sustentabilidade. 

A Iniciação à Docência, na qual os alunos vivenciam experiências em escolas, é realizada do 1º ao 5º semestre. Em todas as etapas da iniciação, os alunos recebem acompanhamento de professores do Núcleo de Iniciação à Docência (NID) da Escola de Humanidades, que possuem experiência com atuação na educação básica em diferentes áreas do conhecimento. A professora ainda ressalta que o contato com alunos de diferentes realidades é fundamental para a construção da consciência social dos estudantes de licenciatura. 

Iniciação à Docência contribui para a formação prática dos estudantes de licenciatura/ Foto: Bruno Todeschini

“São estas vivências que aproximam nossos licenciandos da realidade da comunidade escolar, contribuindo para o reconhecimento das dificuldades, possibilidades e para o amadurecimento ao longo do processo na construção de um trabalho coletivo, com projetos interdisciplinares que contribuam de modo mais efetivo nas salas de aula das redes”, destaca. 

Ana também comenta a importância do conhecimento e experiência prévios dos alunos que já atuavam na docência antes mesmo de ingressarem na licenciatura: 

“A educação é um processo de mão dupla. Como colocado por Paulo Freire: ‘quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender’. Partilhar as experiências vividas, observar a própria prática docente com base na formação construída na universidade são partes do processo de ensino aprendizagem”, pontua a professora. 

A divisão das disciplinas de iniciação à docência é feita da seguinte forma: 

O Centro de Apoio Discente da PUCRS também integra o projeto e vem contribuindo tanto na perspectiva pedagógica, quanto na socioemocional. O serviço da Universidade atua por meio de três núcleos: o Núcleo de Apoio à Aprendizagem, que oferece monitorias em diversas disciplinas, além de oficinas e atividades extracurriculares; o Núcleo de Apoio à Educação Inclusiva que executa ações para promover o acesso e a permanência de alunos com transtornos de aprendizagem, deficiências e outras necessidades; e por fim, o Núcleo de Apoio Psicossocial que promove o acolhimento e a escuta qualificada para prevenção, intervenção e mediação de questões relativas à saúde mental dos alunos. “Esses núcleos muito têm contribuído para que as(os) estudantes possam superar as dificuldades e consigam usufruir das melhores condições para alcançar o resultado desejado: a conclusão da graduação prevista para o segundo semestre de 2025”, celebra Ana. 

Valorização da docência deve ser esforço coletivo 

Projetos de incentivo à docência são fundamentais para a valorização da profissão/ Foto: Bruno Todeschini

Ana Regina acredita que projetos de incentivo à formação docente, como a iniciativa da Escola de Humanidades, são essenciais para retomar a valorização da profissão. Apesar de várias universidades, em especial as comunitárias, se esforçarem para manter os cursos de licenciatura, a baixa procura pela formação docente faz com que muitos deles acabem sendo descontinuados. Para a professora, é fundamental que os diferentes setores e estruturas de poder da sociedade compreendam a gravidade dessa situação e percebam a importância da educação como um investimento a longo prazo. 

“Precisamos valorizar a profissão como carreira, entendo que a graduação é parte de um processo de formação continuada. Não teremos resultados positivos nas provas aplicadas aos estudantes da educação básica se não investirmos pesadamente em formação inicial e continuada, valorização da carreira docente, qualificação das escolas e suporte aos estudantes em todos os níveis para que permaneçam nos bancos das escolas e universidades”, afirma ela. 

No entanto, ela pontua que traduzir para a sociedade a importância da formação de novos docentes é um desafio. É necessário um esforço conjunto de universidades e escolas, tanto públicas como privadas, para debater as dificuldades não só de formar novos docentes, mas também de estimular aqueles já formados em diversas áreas do conhecimento, já que muitos não são mais atuantes no mercado, como professores. 

“Na sociedade complexa, ambígua, volátil e incerta na qual vivemos, uma formação que não contemple o reconhecimento da interdisciplinaridade, do trabalho colaborativo, do aprender pela pesquisa, do domínio das tecnologias e da inovação não atenderá as necessidades da realidade”, finaliza. 

Estude na Escola de Humanidades

Objetivo do projeto é entregar um dispositivo eletrônico para contribuir com a proteção das vítimas. / Foto: Giordano Toldo

Um termo de cooperação assinado entre o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e a PUCRS prevê a criação de um aplicativo para proteção de vítimas de violência. A produção será feita pela Agência Experimental de Engenharia de Software (Ages) da Escola Politécnica, composta por estudantes e docentes. O acordo foi celebrado na última semana, em visita à Reitoria.  

O objetivo final do projeto será entregar para a população um dispositivo eletrônico para promover a informação, o exercício de direitos e a proteção das vítimas. Além disso, o software também deverá cumprir a função de alimentar o sistema com provas e documentos que serão encaminhados, posteriormente, para a Polícia Civil e para o Ministério Público. 

Leia também: Aplicativo desenvolvido pela PUCRS para ajudar crianças e adolescentes é lançado pelo MPRS  

A viabilização da parceria entre o Ministério Público e a Universidade iniciou por ação da promotora de justiça Márcia Villanova, que atua na Promotoria de Justiça Criminal de Viamão.

O termo de cooperação com a Ages, da PUCRS, representa a integração dos órgãos de segurança e o uso da tecnologia para uso da informação em prol das vítimas”, disse a promotora. 

Parceria foi firmada entre a Universidade e o Ministério Público do Rio Grande do Sul / Foto: Giordano Toldo

O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, destaca que a PUCRS tem atuado prontamente junto do Ministério Público e outras instituições em busca de soluções que contribuam com questões sociais.  

“A inovação, geração de impacto e valor para a sociedade são nossos norteadores essenciais. O trabalho de nossos estudantes e colaboradores da Ages que estarão empenhados na busca de mais uma solução, de tamanha importância quanto essa, é uma grande tradução do nosso compromisso em ensinar para a vida, ensinar para a busca de soluções para questões reais da sociedade e que impactam no dia a dia das pessoas. Nossos laboratórios estão sempre a serviço”, afirma.  

Já o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luciano Vaccaro, participou da assinatura e destaca que o termo de cooperação possibilitará ao Ministério Público um avanço na proteção das vítimas de crimes, com possibilidade de troca mais ágil de informações e até mesmo a obtenção de provas.  

O objetivo da ferramenta é difundir o direito das vítimas de violência sustentadas em três pilares: informação, exercício de direitos e proteção das vítimas. Os integrantes da Ages devem trabalhar na versão inicial do software ainda em 2023.  

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